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Real Madrid Campeão Mundial 2014

O Mundial de Clubes de 2014 ficou marcado pelo retorno de um dos clubes mais tradicionais na história, além do início de uma hegemonia que duraria por metade da década. Já tricampeão, o Real Madrid abriria uma série de cinco conquistas espanholas, sendo quatro obtidas pelo próprio mérito.

Os merengues chegaram lá pela sétima vez ao conquistarem o décimo título na Liga dos Campeões, vencendo de virada o rival Atlético de Madrid na final. Seu principal adversário foi o San Lorenzo, que venceu sua primeira Libertadores sobre o Nacional do Paraguai. A preocupação maior dos argentinos era a de não repetir os vexames sul-americanos de 2010 e 2013, então o time do Papa Francisco acabou não sendo um adversário à altura do Real.

Mas nem por isso o Mundial deixou de ter sua zebra: o Auckland City, que conseguiu a vaga da Oceania pela sexta vez em dez torneios. Tamanha experiência fez com que o time da Nova Zelândia aprontasse bastante com seus oponentes. Os outros participantes foram: Sydney Wanderers, vencedor asiático; Sétif, campeão africano; Cruz Azul, vencedor da Concacaf; e Moghreb Tétouan, campeão do Marrocos.

E o primeiro assombro do Auckland foi contra o anfitrião, na estreia. Após empate sem gols, os neo-zelandeses venceram o Moghreb por 4 a 3. Nas quartas de final, foi a vez de derrubar os argelinos do Sétif por 1 a 0. No outro jogo, o Cruz Azul bateu o Sydney por 3 a 1. Os grandes entraram na semifinal, começando pelo Real Madrid. No dia 16 de dezembro, os madridistas golearam por 4 a 0 o Cruz Azul em Marrakech, gols de Sergio Ramos, Karim Benzema, Gareth Bale e Isco. A outra chave contou com San Lorenzo e Auckland, e a aventura dos Navy Blues teve seu revés, mas quase foi diferente: 2 a 1 para o time argentino, na prorrogação.

Na decisão do quinto lugar, o Sétif fez 5 a 4 nos pênaltis sobre o Sydney, depois de empatar por 2 a 2. Na disputa pelo terceiro, o Auckland encerrou sua grande jornada com outra vitória nos pênaltis, por 4 a 2 após 1 a 1 contra o Cruz Azul.

Marrakech recebeu a final entre Real Madrid e Cruz Azul no dia 20 de dezembro. E assim como foi na semifinal, o time espanhol passou sem nenhum problema sobre o adversário. Aos 37 minutos do primeiro tempo, Sergio Ramos fez o primeiro gol, que lhe valeu a Bola de Ouro da competição e o carro da Toyota de presente. Aos seis do segundo tempo, Bale fez 2 a 0 e fechou a conta a favor do Real, que assim conquistou pela quarta vez o Mundial.

Apesar de não ter feito gols no torneio, Cristiano Ronaldo teve uma participação importante nele, com duas assistências. Foi o segundo título mundial do português, e o primeiro de três pelo clube espanhol.


Foto Javier Soriano/AFP/Getty Images

Real Madrid Campeão Mundial 2002

Tóquio agora faz parte do passado. A partir de 2002, a Copa Intercontinental desembarcaria de vez no século 21. Sequer cogitado para uma reforma, o Estádio Nacional não foi um dos escolhidos para sediar a Copa do Mundo naquele ano, pois o Japão preferiu construir praticamente tudo do zero.

Quatro anos antes, surgira o Estádio Internacional, em Yokohama. Com 73 mil de capacidade e bem mais moderna que a sede olímpica de 1964, a casa do local F. Marinos foi a escolhida para fazer a final do torneio de seleções. Diante da nova realidade, Toyota, UEFA e Conmebol viram no novo estádio uma chance para aumentar ainda mais o nível do Mundial Interclubes, tanto o financeiro quanto o do espetáculo em si. Assim, a disputa mudava de sede pela primeira vez em 22 anos.

O primeiro clube europeu a pisar em Yokohama foi também o primeiro a jogar um Mundial, e um dos últimos a atuar em Tóquio: o Real Madrid. O nono título da Liga dos Campeões foi o início da "Era Galáticos" do time madridista, ainda que nem todos eles jogassem no time na época da decisão, vencida por 2 a 1 sobre o Bayer Leverkusen. Antes, o Real já havia derrubado Porto, Bayern de Munique e Barcelona pelo caminho. A conquista ainda marcava os 100 anos de história do clube.

Pela América do Sul, o Olimpia também coroava seu centenário com o tricampeonato da Libertadores. O clube paraguaio eliminou Cobreloa, Boca Juniors e Grêmio, para fazer a história na final contra a surpresa São Caetano: depois de perder a ida em casa por 1 a 0 e sair perdendo a volta fora, virou para 2 a 1 no segundo tempo e venceu por 4 a 2 nos pênaltis.

Campeão da Europa com Zinedine Zidane e Luís Figo no comando do meio-campo, além de Raúl no ataque, e Roberto Carlos e Fernando Hierro na defesa, o Real Madrid dava continuidade aos Galáticos com as chegadas de Esteban Cambiasso e Ronaldo, que seis meses antes do Mundial fazia os dois gols do Brasil na final da Copa contra a Alemanha. A história do Fenômeno em Yokohama não seria somente a do penta. Em 3 de dezembro, ele voltou ao Internacional para ser o nome do jogo contra o Olimpia, que sentiu a pressão de enfrentar uma verdadeira seleção mundial.

Aos 14 minutos do primeiro tempo, Roberto Carlos lançou para Ronaldo, que na entrada da área driblou um zagueiro e abriu o placar após tocar na saída do goleiro Ricardo Tavarelli. O Fenômeno teve outras chances para aumentar a vantagem espanhola, mas foi o reserva Guti quem fez o 2 a 0, aos 38 do segundo tempo, após aparar de cabeça uma bola cruzada por Figo. Sem sofrer perigos em campo, o Real Madrid levava seu terceiro título mundial, o primeiro da nova casa japonesa.


Foto Masahide Tomikoshi

Real Madrid Campeão Mundial 1998

Uma vida inteira pode ser colocada dentro de quantos anos? Para a maioria das pessoas, em mais do que 38. Mas para os torcedores do Real Madrid, 38 invernos foram mais do que suficientes para criar um sentimento nostálgico geral. Durou de 1960 a 1998 o período em que o clube merengue esteve fora do topo do futebol mundial.

Neste meio tempo, o Real co-dominou com o Barcelona o futebol espanhol e levou só três taças europeias: a longínqua Copa dos Campeões de 1996 e as Copas da UEFA de 1985 e de 1986. Milionário, o clube formou uma dos primeiros elencos mundiais da era pós-Lei Bosman. Só quatro espanhóis entraram em campo na final da Liga dos Campeões de 1998, contra a Juventus. O Real Madrid venceu por 1 a 0 e conquistou o sétimo título continental e a vaga ao Mundial. Antes, o time impôs eliminações sobre Feyenoord, Dínamo de Kiev e Monaco.

Ao mesmo tempo que o Real conseguia um retorno de 32 anos à Copa Intercontinental, um grande esquadrão brasileiro chegava ao primeiro título na Libertadores. O Vasco, que tinha uma remota aparição na Copa Rio de 1951 e o título sul-americano de 1948, venceu os dois jogos da decisão contra o Barcelona de Guayaquil, por 2 a 0 na ida e por 2 a 1 na volta. Para chegar à conquista, o cruz-maltino bateu justamente os últimos três campeões do torneio: Cruzeiro, Grêmio e River Plate.

O encontro no Mundial aconteceu no dia 1º de dezembro. O Real Madrid possuía o favoritismo, mas o Vasco chegava com um grupo unido, e que não daria sossego em campo. E diferentemente das três finais anteriores no Nacional de Tóquio, a partida foi lá e cá. Dois fatores foram determinantes para a decisão do título em favor do time espanhol: a sorte e a habilidade de um jovem ídolo.

Os dois times criavam oportunidades, quando uma infelicidade vascaína levou ao primeiro gol do Real. Aos 25 minutos do primeiro tempo, Clarence Seedorf inverteu uma bola para Roberto Carlos no lado esquerdo. O lateral avançou e arriscou a finalização de fora de área. A bola iria para fora, não fosse o desvio do volante Nasa, que tentou afastar de cabeça mas atirou para dentro do gol defendido por Carlos Germano.

Aos poucos, a equipe brasileira equilibrou a partida, chegando ao empate aos 11 do segundo tempo, quando Juninho Pernambucano aproveitou um rebote dado pelo goleiro Bodo Illgner e soltou uma bomba na entrada da grande área. Mas o dia era espanhol. Aos 38, Raúl recebeu lançamento em velocidade, deixou Vítor e Odvan no chão com dois dribles, e marcou 2 a 1 sem chances para a defesa de Germano. E 38 anos depois, o Real Madrid conseguia ser novamente o campeão mundial.


Foto Arquivo/Associated Press

Real Madrid Campeão Mundial 1960

A Copa Rio Internacional não decolou no começo da década de 50 e foi descontinuada. CBD organizou sozinha mais dois torneios internacionais na época - A Copa Rivadavia de 1953 e a Copa Charles Miller de 1955 -, sem sucesso. O torcedor só veria uma competição com a ousadia de apontar um clube campeão mundial em 1960.

Por meio da UEFA e da Conmebol, surgiu a Copa Intercontinental, com a fórmula mais simples possível: os vencedores da Copa dos Campeões Europeus (existente desde 1956) e da Copa Libertadores (existente desde 1960) se enfrentando em duas partidas, uma na América do Sul e outra na Europa. Em caso de empate na pontuação, um jogo extra no continente em que foi jogada a partida de volta. O torneio foi criado sem o apoio da FIFA, que nos primeiros anos tentou derrubar a iniciativa a qualquer custo. Porém os secretários das confederações, Pierre Delauney e José Ramón de Freitas, ignoraram as ameaças e seguiram em frente.

Da Europa, o representante foi o Real Madrid, que sagrou-se pentacampeão do continente após derrotar o alemão Eintracht Frankfurt na decisão por 7 a 3. Apenas os espanhóis tinham o gosto da vitória na competição até aquela altura. Na América do Sul, a primeira Libertadores teve como vencedor o Peñarol, que na final superou o paraguaio Olimpia com 1 a 0 na ida e 1 a 1 na volta.

A disputa mundial teve início em 3 de julho de 1960, e a primeira partida foi realizada no Estádio Centenario, em Montevidéu. Quase 72 mil torcedores acompanharam craques como Cubilla, Spencer, Puskás e Di Stéfano. Mas tantos nomes não foram suficientes para fazer o placar sair do 0 a 0 no Uruguai. Tudo ficaria para a volta na Espanha.

A segunda partida foi em 4 de setembro no Santiago Bernabéu, em Madri, com 100 mil pessoas na arquibancada. Os gols e o show ficaram este jogo. Logo com dois minutos, Puskás abriu o placar. Aos três, Di Stéfano ampliou. Aos oito, Puskás marcou o terceiro e praticamente definiu o título. Mas os merengues não sossegaram. Aos 40, Chus Herrera fez o quarto, e aos 14 do segundo tempo, Francisco Gento anotou o quinto. Ao Peñarol, restou salvar a própria honra e fazer o gol de honra aos 35 minutos, com Spencer.

A goleada por 5 a 1 não só deu o primeiro mundial ao Real Madrid, como também estabeleceu o recorde de maior placar de todas as 61 decisões, jamais batido até os dias atuais.


Foto Central Press/Hulton Archive/Getty Images