A Copa Rio Internacional não decolou no começo da década de 50 e foi descontinuada. A CBD organizou mais dois torneios internacionais na época — a Copa Rivadavia, de 1953, e a Copa Charles Miller, de 1955 —, sem sucesso. O torcedor só veria uma competição com a ousadia de apontar um clube campeão mundial em 1960.
Por meio da UEFA e da Conmebol, surgiu a Copa Intercontinental, com a fórmula mais simples possível: os vencedores da Copa dos Campeões Europeus (existente desde 1956) e da Copa Libertadores (existente desde 1960) se enfrentando em duas partidas, uma na América do Sul e outra na Europa. Em caso de empate na pontuação, um jogo extra seria disputado no continente em que fosse realizada a partida de volta. O torneio foi criado sem o apoio da FIFA, que, nos primeiros anos, tentou derrubar a iniciativa a qualquer custo. Porém, os secretários das confederações, Pierre Delauney e José Ramón de Freitas, ignoraram as ameaças e seguiram em frente.
Da Europa, o representante foi o Real Madrid, que sagrou-se pentacampeão do continente após derrotar o alemão Eintracht Frankfurt na decisão por 7 a 3. Apenas os espanhóis tinham o gosto da vitória na competição até aquela altura. Na América do Sul, a primeira Libertadores teve como vencedor o Peñarol, que, na final, superou o paraguaio Olimpia com 1 a 0 na ida e 1 a 1 na volta.
A disputa mundial teve início em 3 de julho de 1960, e a primeira partida foi realizada no Estádio Centenario, em Montevidéu. Quase 72 mil torcedores acompanharam craques como Cubilla, Spencer, Puskás e Di Stéfano. Mas tantos nomes não foram suficientes para fazer o placar sair do 0 a 0 no Uruguai. Tudo ficaria para a volta, na Espanha.
A segunda partida foi em 4 de setembro, no Santiago Bernabéu, em Madri, com 100 mil pessoas na arquibancada. Os gols — e o show — ficaram para este jogo. Logo aos dois minutos, Puskás abriu o placar. Aos três, Di Stéfano ampliou. Aos oito, Puskás marcou o terceiro e praticamente definiu o título. Mas os merengues não sossegaram. Aos 40, Chus Herrera fez o quarto, e, aos 14 do segundo tempo, Francisco Gento anotou o quinto. Ao Peñarol, restou salvar a própria honra e marcar o gol de honra aos 35 minutos, com Spencer.
A goleada por 5 a 1 não só deu o primeiro mundial ao Real Madrid, como também estabeleceu o recorde de maior placar de todas as decisões, jamais batido até os dias atuais.
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