Depois do êxito que foi a primeira edição da Copa Intercontinental, um princípio de conflito de interesses foi deflagrado entre FIFA e UEFA/Conmebol em 1961. Logo nos primeiros meses de mandato como presidente, Stanley Rous recusou-se a dar status de oficial à competição, e ainda exigiu que as confederações e clubes deixassem claro o caráter amistoso da mesma. E foi isto que aconteceu nos primeiros anos do Mundial, o principal torneio "não-oficial" do momento.
Dois esquadrões compuseram a disputa em 1961. Representando a Europa, o português Benfica foi o primeiro time a desbancar o Real Madrid na Copa dos Campeões. As Águias chegaram ao primeiro título após uma apertada vitória por 3 a 2 sobre o espanhol Barcelona. Pela América do Sul, o Peñarol conquistou o bicampeonato da Libertadores depois de passar pelo Palmeiras na decisão, vencendo por 1 a 0 no primeiro jogo e empatando por 1 a 1 no segundo.
Conmebol e UEFA tinham um mini acordo na época: a cada campeonato, os mandos das partidas se alternariam entre os continentes. Como a primeira disputa começou na América e acabou na Europa, o caminho na segunda seria o inverso. Assim, a primeira partida do Mundial foi jogada no Estádio da Luz, em Lisboa, no dia 4 de setembro. Cerca de 40 mil torcedores viram Mário Coluna marcar o gol da vitória do Benfica por 1 a 0, o que lhe deu o benefício do empate para a volta. Ao Peñarol, restava bater o adversário por qualquer placar para forçar o desempate.
A segunda partida foi em 17 de setembro no Centenario, em Montevidéu, para mais de 56 mil pessoas. E os uruguaios bateram até demais nos portugueses: 5 a 0 fora o baile, com dois gols de Spencer, dois de Juan Joya e um de José Sasía. Como o critério do saldo de gols não valia para ida e volta, uma partida-desempate foi necessária.
O jogo extra aconteceu no dia 19 de setembro, novamente no Centenario. O público subiu para 60 mil torcedores, mas a partida foi muito mais sofrida que a anterior para os Carboneros. Sasía abriu o placar logo aos cinco minutos do primeiro tempo, mas a equipe não deslanchou. Ao contrário, sofreu o empate aos 35 minutos com Eusébio. Agora sim, o saldo estava do lado do Peñarol. Mas o time uruguaio não pagou para ver e marcou 2 a 1 com Sasía aos 40 minutos de bola. O resultado não foi mais alterado até o apito final, e logo depois dele, a festa tomou conta do campo. Pela primeira vez, a América do Sul chegava ao título.
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