União São João Campeão Brasileiro Série B 1996

Em 1996, a Série B era quase um inferno, a estrutura era precária e as condições financeiras pequenas. Cinco clubes desistiram do torneio por estarem sem dinheiro. O Barra do Garças pediu arrego ainda em 1995, e com isso o time caiu no lugar da Ponte Preta. Na virada do ano, Bangu, Ferroviária, Novorizontino e América-SP também pularam fora, e nos lugares entraram Gama, ABC, Atlético-GO e Joinville, os melhores times da Série C depois de XV de Piracicaba e Volta Redonda, que subiram por direito.

Para completar, o América-MG terminava de cumprir uma suspensão de duas temporadas fora de competições e retornou ao seu lugar. Com isso, 25 equipes estariam pleiteando as duas vagas de acesso. Entre elas, o União São João, que vinha do rebaixamento da Série A e estava louco para voltar à elite.

Na primeira fase, foram cinco grupos, e o União ficou no grupo 3. Depois de oito jogos, o time venceu quatro, empatou um e perdeu três, fazendo 13 pontos. Se classificou na vice-liderança, um ponto a menos que o XV de Piracicaba. Passaram de fase os três primeiros de cada grupo e o melhor quarto colocado.

Esses 16 clubes fizeram um breve mata-mata, e a Ararinha enfrentou o Volta Redonda, empatando em 1 a 1 no Raulino de Oliveira e vencendo por 3 a 0 no Hermínio Ometto. Nas quartas de final, um confronto complicado com o Mogi Mirim. Derrota do União em Araras por 1 a 0 e vitória devolvida pelo mesmo placar em Mogi. Nos pênaltis, vitória uniense por 3 a 1 e classificação para o quadrangular final.

O União São João chegou na última fase contra América-RN, Náutico e Londrina. O início foi com vitória nos Aflitos por 2 a 1 sobre o Náutico. Depois, 3 a 1 sobre o América-RN em Araras. Na terceira rodada, 1 a 1 com o Londrina no Estádio do Café. Na partida seguinte, uma histórica virada de 3 a 2 sobre os paranaenses no Herminião. Na quinta rodada, a derrota por 2 a 1 para o América em Natal adiou o acesso e embolou a tabela.

Três times chegaram com chances na última rodada. O União recebeu em casa o Náutico e não podia perder. Empatou em 1 a 1, resultado que somado a derrota do América-RN em Londrina deu o título ao Verdão. Foram 11 pontos contra nove dos potiguares e oito dos pernambucanos. A Série B de 1996 é até hoje a maior glória obtida pelo União São João, que atualmente está licenciado, tentando recursos para voltar as competições profissionais.

A campanha do União São João:
18 jogos | 9 vitórias | 4 empates | 5 derrotas | 28 gols marcados | 21 gols sofridos


Foto André Ricardo/Placar

Athletico-PR Campeão Brasileiro Série B 1995

Coisa rara de se ver, a Série B manteve o número participantes de uma temporada para outra. Em 1995, novamente seriam 24 as equipes lutando pelas duas vagas de acesso. Na outra ponta, os dois piores clubes cairiam para a Série C do ano seguinte. O regulamento sofreu breves alterações, exceção feita as duas primeiras fases, iguais a de 1994

A competição ganharia mais uma fase antes da final, que deixou de ser em mata-mata e se transformou em quadrangular. Outra novidade foi as vitórias valendo três pontos. Em campo, a dupla Atletiba via de longe a hegemonia estadual do Paraná, e entrava disposta a frear essa coqueluche. Os dois times se destacaram na competição, e no final quem sorriu melhor foi o Athletico-PR.

Dentre os quatro grupos da primeira fase, o Furacão ficou no grupo 3. Com sobras, terminou na liderança, com 23 pontos em dez jogos, sete vitórias, dois empates e uma derrota. Foram nove pontos a mais que o vice Goiatuba. Quatro equipes se classificaram por grupo, e essas 16 formaram mais quatro grupos na segunda fase.

O Athletico voltou a ficar no terceiro grupo, ao lado de Mogi Mirim, Londrina e Novorizontino. Com tranquilidade, o time rubro-negro fez 13 pontos, com quatro vitórias, um empate e uma derrota. Se classificou na liderança, superando no saldo de gols o Mogi Mirim, que também avançou.

Na inédita terceira fase, os oito times se dividiram em mais dois grupos, e o Furacão foi sorteado no grupo 1, contra Central-PE, Bangu e Sergipe. Em seis partidas, o clube fez jus ao apelido e foi avassalador, com cinco vitórias, um empate e 16 pontos. Se classificou para o quadrangular final com o dobro da pontuação do vice, o Central de Caruaru.

Na última fase, também chegaram vivos o Coritiba e o Mogi Mirim. Na primeira rodada, o Athletico-PR foi até Pernambuco e venceu por 1 a 0 o Central. No jogo seguinte, o primeiro clássico, empate em 1 a 1 no antigo Estádio Joaquim Américo, a Baixada. A recuperação veio com a vitória em casa por 1 a 0 sobre o Mogi Mirim. Este mesmo placar se repetiu no interior paulista e deu o acesso ao time rubro-negro.

Na quinta rodada, o Furacão chegava com dez pontos, contra sete do Coritiba. Uma vitória no Atletiba em pleno Couto Pereira daria o título antecipado ao Athletico, mas o time teve atuação ruim e perdeu por 3 a 0, resultado esse que também colocou o rival na elite de 1996. A última rodada valeria o título, mas em Mogi Mirim, o Coritiba não passou de um empate. Enquanto isso, na Baixada, o Athletico-PR empilhou gols com a dupla Oséas e Paulo Rink, goleou o Central-PE por 4 a 1, e comemorou o título da Série B, a primeira conquista nacional do Furacão, com o número recorde de 20 vitórias na campanha geral.

A campanha do Athletico-PR:
28 jogos | 20 vitórias | 5 empates | 3 derrotas | 47 gols marcados | 20 gols sofridos


Foto Arquivo/Athletico-PR

Juventude Campeão Brasileiro Série B 1994

Em 23 anos de existência, lá no distante 1994, a Série B vivia uma enorme crise de identidade. Nunca tinha um regulamento definitivo, e em algumas temporadas sequer foi disputada. Um ano antes, devido ao acesso de 12 clubes, a competição foi cancelada junto com a Série C, e em seus lugares foram disputadas seletivas regionais para a definição de 16 participantes no retorno da segunda divisão. Outros oito viriam do rebaixamento na Série A. Entre os 24 contemplados estava o Juventude, que em 1993 eliminou Brasil de Farroupilha e Figueirense, e se garantiu ao lado do Londrina.

A primeira fase da Série B foi dividida em quatro grupos. O Ju, com nomes como Lauro, Galeano e (Dorival) Júnior, ficou no grupo 4 e fez uma campanha suficiente para se classificar no terceiro lugar dentre as quatro vagas disponíveis. Com quatro vitórias, três empates e três derrotas em dez jogos, o time alviverde fez 11 pontos, três a menos que a líder Ponte Preta.

Na segunda fase, os 16 classificados se reuniram em mais quatro grupos, e o Papo ficou mais uma vez no último grupo, contra Athletico-PR, Goiatuba, e mais uma vez a Ponte Preta. Dessa vez era só uma vaga de classificação, e o Juventude aumentou de produção, vencendo quatro jogos e empatando dois, marcando dez pontos, três a mais que o adversário paranaense.

Quatro times foram para a semifinal, que também valiam o acesso. O Juventude enfrentou o Americano-RJ. Venceu por 1 a 0 no Godofredo Cruz e repetiu o resultado no Alfredo Jaconi, conquistando uma vaga na primeira divisão depois de 15 anos.

A final foi contra o Goiás, que havia eliminado a Desportiva-ES. Na final verde, o Ju fez a partida de ida no Serra Dourada, mas perdeu por 2 a 1. Assim, só a vitória interessava em Caxias do Sul, e por qualquer resultado, já que a melhor campanha lhe beneficiava. E no caldeirão do Jaconi, o Juventude devolveu o mesmo placar, com o gol do desafogo marcado por Galeano, a dez minutos do final. Pela primeira o interior do Rio Grande do Sul conquistava um título nacional, e o Juventude não pararia por ali. Cinco anos depois viria a Copa do Brasil.

A campanha do Juventude:
20 jogos | 11 vitórias | 5 empates | 4 derrotas | 36 gols marcados | 23 gols sofridos


Foto Edison Vara/Placar

Paraná Campeão Brasileiro Série B 1992

Metade dos participantes foram cortados na Série B de 1991 para 1992. Com 32 participantes, a Divisão Classificatória recebia o primeiro clube do grupo chamado "12 grandes" depois de dez anos. O Grêmio foi um dos rebaixados ao ano anterior e precisou jogar a segunda divisão para tentar uma das 12 vagas de acesso. Diferentemente do que muitos afirmam, elas estavam definidas pelo regulamento desde antes do início da competição.

Enquanto os holofotes se voltavam ao clube gaúcho, em Curitiba um clube com apenas três anos de existência, fruto da fusão entre o Colorado e o Pinheiros, fazia sua ascensão meteórica. O Paraná Clube veio da terceira divisão em 1990, bateu na trave em 1991 e era o campeão estadual do momento, um dos favoritos para subir.

Na primeira fase da Série B, os 32 times ficaram em quatro grupos, e o Paraná ficou no grupo 4. Em dois turnos, três equipes passavam de fase. O Tricolor da Vila terminou em segundo lugar, com 18 pontos em 14 jogos, cinco vitórias, oito empates e uma derrota. Ficou empatado em pontos com o América-MG, mas com uma vitória a menos. E acabou com um ponto na frente do Grêmio, o último classificado. Dessa forma, o acesso para a Série A do ano seguinte já era garantido, a luta agora seria pelo título.

Na segunda fase, os 12 classificados ficaram em três grupos, com vaga para os dois primeiros colocados mais os dois melhores terceiros. O Tricolor apareceu no grupo 3, ao lado de Coritiba, Criciúma e Grêmio. Em seis rodadas, o Paraná fez oito pontos, com três vitórias, dois empates e uma derrota. Ficou em segundo lugar, empatado em pontos com a equipe catarinense, mas perdendo no saldo de gols.

Na terceira fase, mais dois grupos, e o Paraná caiu no grupo 2, contra Criciúma, União São João e América-MG. Em uma campanha surreal, o Tricolor venceu uma partida e empatou as outras cinco, todas elas em 0 a 0. Com só um gol marcado (e nenhum sofrido), o Paraná foi para a semifinal na vice-liderança e os mesmos sete pontos do líder Criciúma. No mata-mata, o adversário foi o Santa Cruz. No Arruda, vitória paranista por 2 a 1. Este resultado se repetiu no Pinheirão.

O Paraná avançou para a final, contra o Vitória. O jogo de ida foi em Curitiba, com vitória paranaense por 2 a 1. A volta foi na Fonte Nova, e mesmo com a pressão de 60 mil pessoas contra, o Paraná venceu por 1 a 0, gol do ídolo Saulo, e conquistou o histórico título da Série B, o primeiro no currículo do clube.

A campanha do Paraná:
30 jogos | 13 vitórias | 15 empates | 2 derrotas | 32 gols marcados | 19 gols sofridos


Foto Arquivo/James Skroch

Paysandu Campeão Brasileiro Série B 1991

Novas mudanças foram concretizadas na Série B de 1991. As 24 equipes do ano anterior foram transformadas em 64. A Série C, que foi disputada em 1990, acabou fundida mais uma vez na Segunda Divisão, o nome oficial da competição. Os participantes foram as duas equipes rebaixadas da Série A, as quatro que subiram da terceira divisão, e as outras 58 vieram pelos estaduais. O Paysandu vinha de um vice paraense e um quinto lugar na Série C de 1990, e entrava na disputa pelo acesso e pelo título.

Na primeira fase da Série B, os participantes ficaram em oito grupos e o Papão caiu no grupo 1. Ao final de dois turnos, o Paysandu conseguiu a classificação na segunda posição, com 23 pontos em 14 jogos, sendo dez vitórias, três empates e uma derrota. Terminou empatado com o Sampaio Corrêa, mas com uma vitória a menos, e deixou para trás os rivais do Remo e da Tuna Luso.

Daqui para a frente, a competição foi toda em mata-mata. Entre os 16 classificados, o time celeste enfrentou na oitavas de final o Ceará. A ida foi no Mangueirão, e o Papão venceu por 1 a 0. A volta foi no Presidente Vargas e o empate em 1 a 1 classificou os paraenses. Nas quartas, o adversário foi o ABC. Em Natal, a derrota por 1 a 0 deu um pequeno susto. Em Belém, o Paysandu reverte o resultado com a vitória por 3 a 1 e avança para a semifinal.

O último adversário antes do acesso foi o Americano-RJ. No Godofredo Cruz, o Paysandu voltou a perder por 1 a 0, e a vitória no Mangueirão foi pelo mesmo placar. Nos pênaltis, o Bicolor fez 5 a 4 e comemorou a volta para a Série A.

A final foi contra o Guarani, e a primeira partida foi no Brinco de Ouro. O jogo foi truncado e com três expulsões, e o Paysandu perdeu por 1 a 0. No Mangueirão, outros seis expulsos, e o Papão da Curuzu conseguiu os dois gols que precisava no segundo tempo, pelos pés dos atacantes Cacaio e Dadinho. O resultado de 2 a 0 deu o título da Série B para o Paysandu, o primeiro dos dois que o clube possui.

A campanha do Paysandu:
22 jogos | 15 vitórias | 2 empates | 5 derrotas | 26 gols marcados | 11 gols sofridos


Foto Arquivo/Paysandu

Sport Campeão Brasileiro Série B 1990

Não é de hoje que a CBF age com incongruência. Depois de fazer uma Série B em 1989 inchadíssima, com 96 times, em 1990 ela retorna a separar tudo em três divisões, e a Segunda Divisão voltou a ter 24 equipes. Rebaixado no ano anterior, o Sport tinha uma única missão: retornar à elite com uma boa campanha, já que o rival Náutico era o único time de Pernambuco na Série A, e o Leão não poderia fazer feio.

Os participantes da Série B de 1990 foram divididos em quatro grupos, e o Sport ficou no grupo 4. Com quatro vagas de classificação, não foi difícil para o Rubro-negro ficar na liderança, com 12 pontos em dez jogos, sendo três vitórias, seis empates e uma derrota. Acabou empatado com o Moto Club, mas no saldo de gols garantiu a primeira posição. De quebra, viu o rival Santa Cruz ser eliminado com dois pontos a menos.

Na segunda fase, os 16 classificados foram reordenados em quatro grupos, e o Leão da Ilha voltou a ficar no grupo 4, ao lado de Operário-PR, Itaperuna-RJ e Remo. Em uma disputa muito acirrada, o Sport fez seis pontos, venceu uma partida, empatou quatro e perdeu uma, fez e sofreu quatro gols, e acabou empatado em tudo com o Itaperuna. No confronto direto, empates em 0 a 0 na Ilha do Retiro e 1 a 1 no Jair Bittencourt. Assim, a regra do gol fora de casa foi aplicada, e o Sport avançou de fase ao lado do Operário de Ponta Grossa.

Na terceira fase, os oito sobreviventes se dividiram em dois grupos, e o Rubro-negro ficou no grupo 1 junto com Juventude, Moto Club e Guarani. E nesta fase as coisas foram menos tensas, o Sport ficou invicto com três vitórias e três empates, marcando nove pontos. Como só passava um time por grupo, o clube pernambucano conquistou o acesso para a Série A de 1991. A comemoração foi no Brinco de Ouro, após empatar em 1 a 1 com o Guarani, na última rodada.

A final foi rubro-negra, contra o Athletico-PR, que havia eliminado Criciúma, Operário-PR e Catuense-BA. A primeira partida foi em Curitiba, no Pinheirão, e deu empate em 1 a 1. Por ter melhor campanha, o Sport exercia o direito de jogar por resultados iguais. E na Ilha do Retiro, o 0 a 0 confirmou o título da Série B para o Leão. Mais uma taça nacional para o armário do clube.

A campanha do Sport:
24 jogos | 7 vitórias | 15 empates | 2 derrotas | 22 gols marcados | 14 gols sofridos


Foto Arquivo/Sport