Brasiliense Campeão da Copa Verde 2020

A Copa Verde de 2020 não aconteceu em 2020. Exatamente isso que você leu. A pandemia de Covid-19 atrasou tanto os preparativos da competição que ela acabou postergada para o início de 2021, durante 34 dias entre janeiro e fevereiro.

O regulamento foi semelhante ao da temporada anterior, com pequenas mudanças para encaixar no calendário curto, como a primeira fase e oitavas de final ocorrendo em mão única. As 24 equipes participantes mantiveram-se. E o campeão foi um velho conhecido, mas que anda longe das principais divisões nacionais: o Brasiliense, do Distrito Federal.

Vice estadual, o Jacaré precisou começar pela fase preliminar. Jogando em casa contra o Vitória-ES, goleou por 4 a 0 e mostrou logo de cara que chegava para assustar. Nas oitavas de final, venceu o Luverdense por 2 a 1 no Mato Grosso. As quartas foram disputadas contra o Atlético-GO, e o Brasiliense venceu as duas partidas, por 2 a 1 em Goiânia e por 3 a 1 em Taguatinga.

Na semifinal, outro goiano: o Vila Nova. Desta vez os candangos tiveram mais dificuldades. Na ida, vitória por 2 a 0 em pleno OBA. Na volta, o time foi surpreendido na Boca do Jacaré e perdeu por 3 a 1. Nos pênaltis, vitória por 5 a 3 e vaga na final conquista.

A final foi contra o Remo, e o primeiro jogo foi marcado para o Mané Garrincha, em Brasília. De virada, o Brasiliense venceu por 2 a 1. Os gols foram marcados por Sandy e Aldo, este segundo faltando dez minutos para o fim.

A segunda partida aconteceu no Mangueirão, em Belém. O Jacaré tentou segurar a vantagem, saiu atrás no placar e empatou no começo do segundo tempo com Zé Love, mas os paraenses venceram também por 2 a 1. Outra vez nos pênaltis, o Brasiliense alcançou a glória ao vencer por 5 a 4. O título coloca um fim em algumas sinas do clube, como a de perder todas as finais que disputou desde 2018, e a de não vencer algo fora do Distrito Federal desde a Série B de 2004.

A campanha do Brasiliense:
8 jogos | 6 vitórias | 0 empates | 2 derrotas | 17 gols marcados | 9 gols sofridos


Foto Fernando Torres/CBF

Palmas Campeão Tocantinense 2020

Com 107.163 casos e 1.455 mortes por Covid-19 até 14 de fevereiro, o Tocantins conheceu seu campeão estadual. Pela oitava vez na história e pela terceira seguida, o Palmas chegou ao título de um campeonato que ficou longo por muitas circunstâncias.

Primeiro, pela pandemia do coronavírus, que paralisou tudo em março de 2020 e fez a retomada acontecer apenas em janeiro de 2021. Segundo, pelo acidente aéreo ocorrido em 24 de janeiro com parte do grupo tricolor, e que levou embora as vidas do presidente Lucas Meira, dos atletas Lucas Praxedes, Guilherme Noé, Ranule e Marcus Molinari, além do piloto Wagner Machado.

Em campo, o Palmas liderou a primeira fase com seis vitórias em sete partidas, marcando 19 pontos. Na semifinal, eliminou o Araguacema em dois jogos, vencendo por 1 a 0 a ida fora e empatando sem gols a volta em casa.

Na final, contra o Tocantinópolis, tornou-se campeão invicto ao empatar a primeira partida por 3 a 3 e vencer a segunda por 1 a 0.

A campanha do Palmas:
11 jogos | 9 vitórias | 2 empates | 0 derrotas | 23 gols marcados | 6 gols sofridos


Foto Divulgação/Palmas

Bayern de Munique Campeão Mundial 2020

O ano de 2020 foi maluco para todas as pessoas, em todos os setores. Para o futebol não foi diferente. Entre março e junho, tudo parou devido à pandemia de Covid-19. O calendário futebolístico ficou apertado, e a solução vista foi estender a final de competições: as do meio do ano para o fim, e as do fim para o começo de 2021. Foi o que aconteceu com o Mundial de Clubes.

Era preciso cumprir o contrato de duas edições mundialistas no Catar. Realizado inteiramente em fevereiro, o torneio reviveu uma situação que havia ocorrido pela última vez em 1980 e 1981. Esta não foi a única implicação que o atraso causou: o novo Mundial planejado pela FIFA, quadrienal e com 24 clubes, foi adiado por tempo indeterminado.

Longe do Mundial há sete anos, o Bayern de Munique voltou a ter sucesso fora da Alemanha, vencendo a  Liga dos Campeões da Europa em cima do PSG. Com seu atacante Robert Lewandowski tornando-se o melhor jogador do planeta, o clube bávaro encontrou um oponente que veio do país mais comum desde o novo formato da competição, mas que jamais havia chegado em decisões: o Tigres UANL, vencedor da Liga dos Campeões da Concacaf sobre os estadunidenses do Los Angeles. Os demais times foram: Palmeiras, campeão da Libertadores; Al-Ahly, vencedor africano; Ulsan Hyundai, ganhador pela Ásia; e Al-Duhail, campeão do Catar.

O único participante definido sem título foi o Auckland City, que era o time de melhor campanha no momento em que a Liga dos Campeões da Oceania foi encerrada. Mas o clube abriu mão da vaga para não correr o risco de trazer a Covid-19 de volta à Nova Zelândia, que praticamente erradicou a doença. Sua partida contra o Al-Duhail foi considerada W.O., ou seja, 3 a 0 para os donos da casa.

As quartas de final seguiram com o Tigres derrotando o Ulsan por 2 a 1. E o anfitrião levou 1 a 0 do Al-Ahly. Na semifinal, a expectativa do Palmeiras foi por água abaixo ao perder por 1 a 0 para os mexicanos. Do outro lado, o Bayern derrotou a equipe do Egito por 2 a 0. Valendo o quinto lugar, o Al-Duahil bateu o Ulsan por 3 a 1. E na disputa pela terceira posição, a equipe palmeirense decepcionou novamente, empatando sem gols com os egípcios e perdendo por 3 a 2 nos pênaltis.

Bayern e Tigres se enfrentaram no dia 11 de fevereiro de 2021, no Education City, em Doha. O público foi reduzido, respeitando o distanciamento social imposto pela pandemia. O time alemão foi superior na maior parte do tempo em campo. O gol do título saiu aos 14 minutos do segundo tempo, quando Benjamin Pavard aproveitou sobra de bola deixada em dividida de Lewandowski com o goleiro Nahuel Guzmán pelo alto. Ainda foi preciso a confirmação do VAR para o 1 a 0, mas nada que atrapalhasse a jornada rumo ao tetra.


Foto David Ramos/Getty Images

Mirassol Campeão Brasileiro Série D 2020

A Série D do Brasileirão de 2020 passou por uma nova mudança de regulamento que deixou a competição ainda mais atrativa. Ao invés dos 17 grupos com quatro equipes, os 68 participantes passaram a ser divididos da seguinte forma: oito disputaram uma fase preliminar, avançando quatro para juntar-se a outras 60, que foram separadas em oito chaves de oito clubes cada. Com mais calendário, a imprevisibilidade foi maior, mas o final mostrou mais uma vez um bom planejamento e estrutura nunca podem ser superados.

Vindo do interior de São Paulo e com apenas um título estadual de Série A3 e outro de Série B, o Mirassol, entrou na Série D pelo grupo 7, mas o início não foi legal. Comandado por Eduardo Baptista sua estreia foi com empate em casa, por 1 a 1 diante do Bangu, e na segunda rodada perdeu por 3 a 1 fora de casa para a Cabofriense.

A primeira vitória aconteceu na terceira partida, e compensou os tropeços: 6 a 0 sobre o Toledo no José Maria de Campos Maia. A campanha melhorou, e o Leão da Alta Araraquarense foi acumulando vitórias algumas goleadas, como os 8 a 0 sobre o Nacional-PR e os 5 a 2 sobre o FC Cascavel, e casa, e os 4 a 0 sobre o Toledo fora. A equipe encerrou a fase na vice-liderança com 26 pontos.

Na segunda fase, o Mira eliminou o Caxias nos pênaltis por 3 a 0, após perder por 1 a 0 fora e vencer pelo mesmo placar em casa. Nas oitavas de final, passou pelo Brasiliense ao golear por 5 a 2 em São Paulo e perder por 2 a 1 no Distrito Federal. Nas quartas, conseguiu o acesso ao derrubar a Aparecidense, fazendo 2 a 1 no seu estádio e 3 a 2 em Goiás. Na semifinal, eliminou o Altos com duas vitórias, por 4 a 0 na ida no interior paulista e por 1 a 0 na volta no Piauí.

A decisão foi contra o Floresta, que bateu na semi o Novorizontino. O primeiro jogo aconteceria no Castelão, em Fortaleza, mas um incêndio no estádio transferiu a disputa para o Vovozão, campo da base do Ceará. A mudança de última hora não afetou o Mirassol, que derrotou o adversário por 1 a 0.

A segunda partida foi no José Maria de Campos Maia, e o Leão voltou a fazer 1 a 0, gol de João Carlos. O resultado enfim colocava um ponto final na edição pandêmica Série D, que proporcionou mais um título para o sempre tradicional futebol do interior paulista.

A campanha do Mirassol:
24 jogos | 15 vitórias | 5 empates | 4 derrotas | 49 gols marcados | 15 gols sofridos


Foto Célio Messias/CBF

Londrina Campeão da Primeira Liga 2017

A segunda e última edição da Primeira Liga aconteceu em 2017, com muito mais problemas que a anterior. O número de equipes aumentou para 16, mas saídas importantes marcaram a competição. Atlético-PR e Coritiba desistiram da liga e foram substituídos por Londrina e Paraná. Junto com os dois, Chapecoense, Joinville, Brasil de Pelotas e Ceará entraram como membros novos. Mas o torneio (e a liga) já estava fadado ao fracasso, devido à péssima relação interna entre os dirigentes. Embora a confusão, a Primeira Liga é um capítulo marcante na história do Londrina, que superou todos os grandes e ficou com um título invicto, equivalente aos seus quatro estaduais e à sua Série B do Brasileirão.
O Tubarão ficou no grupo D, junto com o co-irmão paranaense e a dupla de Florianópolis. E venceu os três jogos: 1 a 0 sobre o Figueirense no Orlando Scarpelli, 1 a 0 sobre o Avaí na Ressacada, e 2 a 1 sobre o Paraná no Estádio do Café. Com os nove pontos, o time ficou na liderança. Para o mata-mata, um sorteio definiu os confrontos, e o Londrina ficou de enfrentar o Fluminense nas quartas de final. Como tudo seria realizado em partidas únicas, o clube teve o direito de mandar em casa contra quase todos os classificados, já que obteve a segunda melhor campanha da fase de grupos. E venceu os cariocas por 2 a 0. Na semifinal, eliminou o Cruzeiro de maneira agônica, empatando por 2 a 2 aos 51 minutos do segundo tempo e vencendo por 3 a 1 nos pênaltis.
A decisão foi contra o Atlético-MG, que havia passado pelo Internacional e pelo Paraná. O Estádio do Café lotou, mas os gols não apareceram de jeito nenhum nos 90 minutos. A disputa foi outra vez para os pênaltis, e o Londrina voltou a triunfar, desta vez por 4 a 2.

A campanha do Londrina:
6 jogos | 4 vitórias | 2 empates | 0 derrotas | 8 gols marcados | 3 gols sofridos


Foto Gustavo Oliveira/Londrina

Fluminense Campeão da Primeira Liga 2016

Após 14 anos de hiato, o Sul e Minas Gerais voltaram a ter uma competição regional, ainda que de modo torto. Foi no momento em que diversos clubes criaram a Primeira Liga, uma organização disposta a tomar os rumos do futebol nacional e a organizar um novo tipo de competição nacional, seguindo o padrão inglês da Premier League. A ideia ganhou força quando Flamengo e Fluminense se juntaram à ela, e no primeiro momento a pauta foi a criação de um torneio nos moldes da antiga Copa Sul-Minas. Mas a liga nasceu cheia de problemas e divergências, tanto internas quanto com a CBF, que a princípio havia aprovado o novo campeonato, depois vetou, e no fim deu sinal verde na condição de amistosa.
A participação na primeira edição ficou fixada em 12 times, todos os que aderiram à liga. Eles ficaram divididos em três grupos em turno único, com os líderes e o melhor vice avançando à semifinal. Apesar do caráter de tiro curto, as datas da Primeira Liga eram muito espaçadas, então ficava difícil prever algum favoritismo. Foi o Fluminense, sorteado no grupo A, quem soube aproveitar melhor a competição. Apesar disso, iniciou perdendo por 1 a 0 para o Atlético-PR, jogando em Volta Redonda. A recuperação veio no jogo seguinte, ao vencer o por 4 a 3 o Cruzeiro no Mineirão. Na última rodada, em Juiz de Fora, derrotou por 2 a 0 o Criciúma. Com seis pontos, o Tricolor liderou a chave, superando os paranaenses com um gol a mais de saldo (2 a 1). Na semifinal, o Flu passou pelo Internacional. Jogando em Brasília, as equipes empataram por 2 a 2, e nos pênaltis os cariocas venceram por 3 a 2.
A final foi um reencontro com o Atlético-PR, que passou pelo Flamengo uma fase antes. A partida aconteceu no Estádio Mário Helênio, em Juiz de Fora. Foi complicada, mas o Fluminense conseguiu a vitória e o título inédito aos 35 minutos do segundo tempo, com Marcos Júnior fazendo 1 a 0 no placar.

A campanha do Fluminense:
5 jogos | 3 vitórias | 1 empate | 1 derrota | 9 gols marcados | 6 gols sofridos


Foto Mailson Santana/Fluminense

Napoli Campeão Brasileiro Feminino Série A2 2020

A quarta edição do Brasileirão Feminino Série A2 manteve o mesmo regulamento da anterior. E o fator de imprevisibilidade, que já costuma ser forte na competição, ficou ainda mais evidente na versão pandêmica que foi vista em 2020.

Foram 36 as equipes participantes, e o título ficou com uma força que está fora do grande radar da mídia, mas que vem de uma região já conhecida pelo futebol feminino: o Napoli Caçadorense, rival do Kindermann, e que estreou em competições nacionais justamente nesta temporada. Aliás, foi a primeira conquista da história do clube.

O time, que homenageia o homônimo italiano e leva as cores azul, vermelha e branca, ficou no grupo F da primeira fase. Passou sem problemas pelos cinco adversários, começando pelo Athletico-PR, o qual goleou por 4 a 0. A abertura foi em março, mas a segunda partida aconteceu somente em outubro (culpa da covid-19), nos 5 a 0 sobre o Brasil de Farroupilha no Rio Grande do Sul. Por fim, em Caçador, o Napoli fez 2 a 0 na Chapecoense e 1 a 0 no Fluminense, e no Paraná, fez 5 a 2 no Toledo/Coritiba.

A classificação foi folgada, com 15 pontos e 100% de aproveitamento. Nas oitavas de final, as tricolores bateram o Real Ariquemes, de Rondônia, ao empatar a ida fora por 1 a 1 e vencer a volta em casa por 3 a 1.
Nas quartas, foi a vez de enfrentar a Juventus paulista. O primeiro jogo foi na Rua Javari, e  Napoli ganhou de virada por 4 a 2. Na segunda partida, empate por 2 a 2 no Estádo Carlos Neves garantiu o acesso do clube.

A semifinal foi contra o Real Brasília, e empates no Distrio Federal por 0 a 0 e em Santa Catarina por 1 a 1 levaram a contenda aos pênaltis. E com 5 a 4 a favor nas cobranças, as napolitanas avançaram à decisão.

A grande final da Série A2 Feminina foi entre Napoli e Botafogo, que um degrau antes passou pelo Bahia. A ida foi realizada no Carlos Neves, em Caçador. De virada, as catarinenses venceram por 2 a 1, ambos os gols marcados pela atacante Malu.

A volta aconteceu no Nilton Santos (ou Engenhão), no Rio de Janeiro. E já no primeiro minuto de jogo o Napoli abriu o placar, com Aninha. As cariocas empataram no fim da etapa inicial, mas a vantagem estava na mão tricolor. Faltando sete minutos para o fim, Soraya fez 2 a 1, e o resultado repetido valeu para a conquista invicta da equipe.

A campanha do Napoli:
13 jogos | 9 vitórias | 4 empates | 0 derrotas | 32 gols marcados | 10 gols sofridos


Foto Thais Magalhães/CBF