Racing Campeão da Libertadores 1967

Na Libertadores de 1967, Brasil e Colômbia se acertaram com a Conmebol e indicaram seus times. Mas pouco antes do início, o Santos - vice da Taça Brasil - comunicou sua desistência da competição, alegando conflito de datas com a edição de estreia do Robertão. Somente o Cruzeiro representou o país. 

Outro desfalque veio do Uruguai, pois o Peñarol - então o campeão da América - também foi vice no campeonato local e sua federação indicou somente o vencedor Nacional. No total, 19 clubes participaram do torneio, divididos em três grupos de cinco, seis e sete equipes.

Buscando as mesmas glórias que o seu rival Independiente, o Racing de Avellaneda, entrou na Libertadores como campeão argentino. No grupo 2 da disputa, enfrentou o compatriota River Plate, os colombianos Santa Fe e Independiente Medellín e os bolivianos Bolívar e 31 de Octubre. Ao fim de dez jogos, La Academia liderou a chave com 17 pontos, oito vitórias e um empate.

Os dois primeiros de cada grupo avançaram à segunda fase, onde juntaram-se ao Peñarol em duas chaves. Aqui, o Racing voltou a jogar contra o River e enfrentou também o peruano Universitario e o chileno Colo Colo. Com mais quatro vitórias, um empate e nove pontos em seis partidas, o time argentino tornou a liderar seu grupo e avançou à final inédita.

Seu adversário foi o Nacional uruguaio, que deixou para trás o Peñarol e o Cruzeiro. O primeiro jogo aconteceu no Estádio Presidente Perón, em Avellaneda, e terminou com empate por 0 a 0. A segunda partida ocorreu no Centenario, em Montevidéu, e outro empate sem gols levou ao jogo-extra, em campo neutro.

A derradeira foi em solo chileno, no Nacional de Santiago, e o Racing levou sua histórica e única Libertadores ao vencer por 2 a 1, gols de João Cardoso, aos 14 minutos, e de Norberto Raffo, aos 43 do primeiro tempo. Milton Viera descontou aos 34 do segundo tempo, mas foi insuficiente.

A campanha do Racing:
19 jogos | 13 vitórias | 4 empates | 2 derrotas | 42 gols marcados | 13 gols sofridos


Foto Arquivo/El Gráfico

Peñarol Campeão da Libertadores 1966

A Libertadores de 1966 trouxe um avanço. Na sétima edição, o número de participantes dobrou para 21. Isso se deu porque a Conmebol passou a distribuir duas vagas para cada país, geralmente o campeão e o vice da ligas nacionais.

Mas Colômbia e Brasil não indicariam representantes. O primeiro por desentendimentos com a entidade e o segundo porque não concordava com o inchaço da competição e, além disso, preferiu dar prioridade à preparação (ruim) da seleção à Copa do Mundo daquele ano.

Com isso, 16 times ficaram divididos em três grupos: dois com seis e um com quatro na primeira fase, avançando dois cada à segunda fase, composta com a adição do Independiente em uma chave de quatro e outra de três. Daqui, sairiam os dois finalistas. E dessa sopa do regulamento ressurgiu o Peñarol rumo ao seu terceiro título sul-americano.

No grupo 3, os carboneros enfrentaram o rival Nacional, os bolivianos Jorge Wilstermann e Deportivo Municipal, e os equatorianos Emelec e 9 de Octubre. Em dez partidas, o time uruguaio venceu oito e perdeu duas, liderando o pelotão com 16 pontos.

Na segunda fase, o Peñarol voltou a jogar contra o Nacional, além da Universidad Católica. A estreia foi com derrota por 1 a 0 no Chile, mas depois o clube emendou três vitórias - incluindo um 3 a 0 sobre o rival -, e classificou-se à decisão com seis pontos. Do outro lado, o River Plate superava a maratona eliminando Boca Juniors, Independiente e Guaraní-PAR para ser o adversário dos uruguaios.

O primeiro jogo da final foi no Centenario, em Montevidéu, com vitória carbonera por 2 a 0. A segunda partida foi no Monumental, em Buenos Aires, e o River sobreviveu ao virar para 3 a 2 no segundo tempo. O desempate foi marcado para o Nacional de Santiago, que acabou empatado por 2 a 2 nos 90 minutos - gols de Alberto Spencer e Julio Abbadie. No prorrogação, Spencer voltou a marcar e Pedro Rocha finalizou o 4 a 2 que deu o tricampeonato ao Peñarol.

A campanha do Peñarol:
17 jogos | 13 vitórias | 0 empates | 4 derrotas | 34 gols marcados | 16 gols sofridos


Foto Arquivo/Peñarol

Independiente Campeão da Libertadores 1965

A Copa dos Campeões da América mudou para o nome que a consagrou a partir de 1965. Saiu a denominação comum, entrou a homenagem aos homens que lideraram a independência do continente no século 19: Copa Libertadores da América. Apesar da mudança, o campeão continuou igual, com o Independiente juntando-se a Peñarol e Santos no clube dos bicampeões.

O regulamento da competição manteve-se sem alterações, exceto pela exclusão da fase preliminar. Isso porque a Colômbia não indicou representante e nove times formaram a primeira fase, em três grupos. 

Defensores do título, Los Diablos Rojos entraram somente na semifinal. Até chegar lá, a primeira fase correu solta. Boca Juniors e Santos venceram todas as quatro partidas e classificaram-se com folgas. Já o Peñarol precisou superar o Guaraní do Paraguai no saldo de gols para conseguir a terceira vaga.

A campanha do Independiente começou no confronto local contra o Boca. Os dois jogos foram disputados no Monumental de Nuñez. No primeiro, vitória dos vermelhos por 2 a 0. No segundo, os azuis e amarelos fizeram 1 a 0. Como o saldo de gols não era válido neste momento para o desempate, uma partida extra foi realizada no mesmo estádio. Após 90 minutos do tempo normal e 30 da prorrogação, o clássico terminou 0 a 0. Só aqui o saldo entrou como critério, classificando o Independiente à decisão.

Seu adversário na final foi o Peñarol, que também passou pelo Santos em três jogos. A ida contra os uruguaios aconteceu na Doble Visera, em Avellaneda, com Raúl Bernao marcando o gol da simples vitória por 1 a 0. A volta foi disputada no Centenario, em Montevidéu, e os carboneros aplicaram 3 a 1 nos rojos, forçando a terceira partida.

O jogo extra foi realizado em Santiago do Chile, no Estádio Nacional, e em atuação sensacional o Independiente goleou por 4 a 1, gols de Carlos Pérez (contra), Bernao, Roque Avallay e Osvaldo Mura, conquistando assim sua segunda taça.

A campanha do Independiente:
6 jogos | 3 vitórias | 1 empate | 2 derrotas | 8 gols marcados | 5 gols sofridos


Foto Arquivo/El Gráfico

Independiente Campeão da Libertadores 1964

A ainda incipiente Copa dos Campeões da América começava a ganhar suas pequenas histórias de hegemonia. Depois de Peñarol e Santos, seria a vez do Independiente, de Avellaneda, inaugurar para a Argentina uma era de títulos. Pela primeira vez, a competição teria todos os dez países da Conmebol participando, devido a filiação da Venezuela no ano anterior.

No total, 11 times entraram na disputa, divididos em três grupos, com o campeão vigente já na semifinal e um confronto preliminar antes de tudo, para enxugar a primeira fase em nove equipes.

Los Diablos Rojos ficaram no grupo 2, junto com Alianza Lima e Millonarios. Contra os peruanos, os argentinos venceram em casa por 2 a 0 e empataram fora (no estádio do rival Racing) por 2 a 2. Diante dos colombianos, o Independiente aplicou 5 a 1 na Doble Visera, garantindo a classificação com sete pontos. A partida em Bogotá nem chegou a ser realizada, por causa de brigas entre Conmebol e Federação Colombiana.

A semifinal foi contra o Santos. Em dois jogos cercados de enormes polêmicas, o time argentino venceu por 3 a 2 na ida no Rio de Janeiro e por 2 a 1 na volta em Avellaneda, classificando-se à final.

Um campeão inédito seria decretado na decisão da quinta edição da Libertadores. O Independiente enfrentou o Nacional do Uruguai, que havia batido o Colo Colo na semi. Foram duas partidas recheadas de tensão, com os gols quase que desaparecendo. O jogo de ida acabou com empate por 0 a 0, no Centenario, em Montevidéu.

A volta foi disputada na Doble Visera, em Avellaneda, e com gol solitário de Mario Rodríguez, aos 35 minutos do primeiro tempo, o Independiente venceu por 1 a 0 e levou o primeiro de seus sete títulos, no que deu origem a uma alcunha utilizada até hoje por torcida e imprensa: "El Rey de Copas".

A campanha do Independiente:
8 jogos | 6 vitórias | 2 empates | 0 derrotas | 17 gols marcados | 6 gols sofridos


Foto Arquivo/Independiente

Santos Campeão da Libertadores 1963

O Santos chegou ao topo do mundo em 1962, vencendo tudo o que foi possível: Paulista, Taça Brasil, Libertadores e o Mundial. Era a hora de manter a hegemonia em 1963. No estadual não conseguiu, mas na Taça Brasil repetiu o êxito, e na Libertadores igualmente.

O Peixe na entrou na Copa dos Campeões da América com o status de campeão diretamente na semifinal. Sua vaga pelo nacional foi herdada pelo Botafogo. Foram nove times na disputa da Libertadores, pois a Venezuela ainda não fazia parte da Conmebol e a Bolívia não indicou ninguém. 

Enquanto o Santos esperava seu adversário, a primeira fase ocorreu em três grupos, com Botafogo, Peñarol e Boca Juniors conseguindo a classificação. Argentinos e uruguaios se enfrentam na semifinal, com duas vitórias e a classificação do Boca.

Na outra chave, o Santos de Pelé enfrentou o Botafogo de Garrincha. A partida de ida foi no Pacaembu, e o Peixe não conseguiu vantagem, apenas empatando em 1 a 1. A volta foi no Maracanã, onde apareceu o talento do Alvinegro Praiano. A goleada de 4 a 0 colocou o Santos em sua segunda final.

A decisão contra o Boca Juniors foi emocionante. O jogo de ida aconteceu no Maracanã, e o público carioca viu o Santos fazer três gols no primeiro tempo. O Boca reagiu e marcou duas vezes no segundo tempo. O 3 a 2 dava uma leve vantagem ao Peixe e uma esperança aos argentinos.

O jogo de volta foi em La Bombonera. A rivalidade Brasil e Argentina ficou evidente em campo. Os gols só saíram no segundo tempo, e o Boca marcou primeiro. A final iria à partida extra se não fosse a dupla Coutinho e Pelé surgir para decidir. Os dois atacantes marcaram os gols da virada, e o Santos voltou de Buenos Aires com a vitória por 2 a 1 e o bicampeonato da Libertadores. A supremacia santista seria consolidada dois meses depois com a nova conquista do Mundial.

A campanha do Santos:
4 jogos | 3 vitórias | 1 empate | 0 derrotas | 10 gols marcados | 4 gols sofridos


Foto Arquivo/El Gráfico

Brasil Campeão Olímpico 2020

Os Jogos Olímpicos de Tóquio foram realizados em tempos difíceis. A pandemia do coronavírus atrasou as disputas de 2020 para 2021, mas a vontade dos atletas de vencer permaneceu a mesma. E na melhor participação brasileira em um século de história olímpica, o futebol masculino não poderia ficar de fora da festa, conquistando o bicampeonato nos gramados japoneses. A competição seguiu o mesmo regulamento das últimas edições, com 16 seleções divididas em quatro grupos. A única mudança foi forçada pelo adiamento do evento: jogadores de 24 anos foram autorizados pela FIFA e pelo COI a participarem das partidas.
A pressão pela conquista do ouro já era coisa do passado, e o Brasil começou a jornada no grupo D da primeira fase. A estreia foi contra a Alemanha, vencendo por 4 a 2. Na segunda rodada, um empate chato por 0 a 0 contra a Costa do Marfim. A classificação foi confirmada no terceiro jogo, em vitória por 3 a 1 sobre a Arábia Saudita. Com sete pontos, a Seleção Brasileira ficou na liderança da chave. Nas quartas de final, o Brasil passou pelo Egito com vitória simples, por 1 a 0. Na semifinal, foi a vez de eliminar o México (na revanche de 2012) com 4 a 1 nos pênaltis após 0 a 0 na partida e na prorrogação. A final foi contra a Espanha, que havia passado sobre Argentina, Austrália, Costa do Marfim e Japão. Mas antes da decisão, teve a disputa do bronze, com os mexicanos fazendo 3 a 1 sobre os japoneses.
A medalha de ouro foi decidida em Yokohama, no Estádio Internacional - o mesmo em que o Brasil levou o penta na Copa do Mundo, em 2002. Depois de 19 anos, o reencontro com o palco foi sem público na arquibancada e de jogo tenso em campo. O placar foi aberto aos 47 minutos do primeiro tempo, com Matheus Cunha. Antes, Richarlison tinha perdido um pênalti, atirando a bola para fora. Os espanhóis empataram aos 16 do segundo tempo, com Mikel Oyarzabal. A partida foi à prorrogação, e aos três da segunda etapa extra Malcom recebeu assistência de Antony para fazer 2 a 1. Os 12 minutos restantes foram de muita emoção, mas a Espanha não conseguiu reagir e o Brasil segurou o resultado para conquistar o segundo título olímpico.

A campanha do Brasil:
6 jogos | 4 vitórias | 2 empates | 0 derrotas | 10 gols marcados | 4 gols sofridos


Foto Fernando Vergara/AP

Canadá Campeão Olímpico Feminino 2020

Em uma Olimpíada diferente de tudo que já foi visto, o futebol feminino conheceu um nova seleção campeã. O Canadá faturou sua primeira medalha de ouro na modalidade, que lhe permitiu ser o pioneiro de uma façanha solitária na história: ser o único país a ficar no lugar mais alto do pódio tanto entre os homens quanto entre as mulheres, repetindo o gesto dos Jogos de 1904, ainda na época fosse apenas exibição. A competição disputada em Tóquio sofreu com os efeitos da pandemia. Primeiro, o COI adiou o evento de 2020 para 2021, mas sem alterar a marca e a nomenclatura. Segundo, a organização local optou por realizar tudo sem a presença de público, com as arquibancadas e as instalações ficando restritas ao pessoal credenciado.
O regulamento do futebol feminino continuou sem alteração em relação as edições anteriores, com 12 participantes. As canadenses começaram a campanha no grupo E, estreando com empate por 1 a 1 sobre o Japão, com o gol sendo marcado pela ídolo Christine Sinclair. Na segunda rodada, a equipe encaminhou a classificação ao vencer o Chile por 2 a 1. No fechamento das três rodadas, foi a vez de empatar por 1 a 1 com a Grã-Bretanha. Ao fim da primeira fase, o Canadá ficou na segunda posição, com cinco pontos. Nas quartas de final, o time canadense passou pelo Brasil, com vitória por 4 a 3 nos pênaltis após 0 a 0 nos 120 minutos de partida. Na semifinal, eliminaram os Estados Unidos, vencendo o clássico por 1 a 0, gol marcado por Jessie Fleming. A final foi contra a Suécia, que chegou lá batendo Nova Zelândia, Japão e Austrália. Na disputa pela medalha de bronze, as norte-americanas derrotaram as australianas por 4 a 3.
A decisão olímpica foi jogada no Estádio Internacional de Yokohama. O placar foi aberto pelas suecas, aos 34 minutos do primeiro tempo, com Stina Blackstenius. O empate canadense veio aos 24 do segundo tempo, com o pênalti convertido de Fleming. O 1 a 1 permaneceu no resultado até o fim da prorrogação. Na disputa de penalidades, o Canadá foi levemente mais eficiente e venceu por 3 a 2, levando seu primeiro ouro no feminino.

A campanha do Canadá:
6 jogos | 2 vitórias | 4 empates | 0 derrotas | 6 gols marcados | 4 gols sofridos


Foto Naomi Baker/Getty Images