Olimpia Campeão da Libertadores 2002

Uma Libertadores vista como um dos maiores pecados já cometidos pelos deuses do futebol. Em 2002, a maior competição da América do Sul quase viu a zebra pintar todo o continente, mas no fim quem brilhou mesmo foi uma das camisas mais pesadas da história do torneio. No ano do centenário, o Olimpia superou todas as forças possíveis para levar o terceiro título.

No grupo 8 da primeira fase, o Decano paraguaio enfrentou Universidad Católica, Flamengo e Once Caldas. Adversários difíceis, mas o clube conseguiu superar bem as seis partidas. Venceu três e empatou duas, liderando a chave com 11 pontos, superando os chilenos por um, os colombianos por dois e os brasileiros por sete.

Nas oitavas de final, o Olimpia encarou o Cobreloa, ganhando os dois jogos: 2 a 0 em Calama, no Chile, 2 a 1 no Defensores del Chaco. Nas quartas, o clube paraguaio segurou o Boca Juniors, buscando o empate por 1 a 1 na Bombonera, na ida, e vencendo por 1 a 0 no Paraguai, na volta.

Na semifinal, bateu o Grêmio com certa dificuldade, após fazer 3 a 2 no primeiro jogo, em casa, levar 1 a 0 na segunda partida, fora, e vencer por 5 a 4 nos pênaltis.

Na final, o Olimpia enfrentou o São Caetano, clube brasileiro que estava apenas na segunda participação de Libertadores, além de estar só no terceiro ano na primeira divisão nacional. Eles chegaram lá depois de passar por Universidad Católica, Peñarol e América do México. E quase houve o crime. A ida foi no Defensores del Chaco, em Assunção, e os brasileiros venceram por 1 a 0.

A volta aconteceu no Pacaembu, em São Paulo, e o São Caetano saiu na frente do placar no primeiro tempo. O Olimpia renasceu no segundo tempo e virou para 2 a 1, com gols de Gastón Córdoba e Richart Báez. Nos pênaltis, os paraguaios estavam com o emocional mais equilibrado e venceram por 4 a 2. Mauro Caballero converteu a cobrança do tricampeonato.

A campanha do Olimpia:
14 jogos | 8 vitórias | 3 empates | 3 derrotas | 19 gols marcados | 12 gols sofridos


Foto Arquivo/Olimpia

Boca Juniors Campeão da Libertadores 2001

A Libertadores entrou no século 21 com uma história consolidada. Muitos clubes tornaram-se gigantes na América do Sul durante a sua disputa. E quando se tem uma camisa pesada, não importa o tempo que se fica adormecido. Esse é o caso do Boca Juniors, que esperou  22 anos para voltar a comemorar o título. Mas, quando saiu da fila, foi para criar uma das principais dinastias já vistas na competição.

Em 2001, o Boca defendeu a taça e andou rumo ao tetra a partir do grupo 8 da primeira fase. Em uma chave fácil contra Cobreloa, Deportivo Cali e Oriente Petrolero, a dificuldade foi zero. Com cinco vitórias, os xeneizes ficaram com a classificação antecipada, com 15 pontos, cinco a mais que o vice chileno.

Nas oitavas de final, o time argentino passou pelo Júnior Barranquilla, depois de vencer a ida por 3 a 2, na Colômbia, e empatar a volta por 1 a 1, na Bombonera. Nas quartas, foi a vez de derrubar o Vasco com duas vitórias, por 1 a 0 no Rio de Janeiro e por 3 a 0 na Argentina.

A semifinal foi contra o Palmeiras, na reedição da final do ano anterior. E tal como antes, empates por 2 a 2 em Buenos Aires e em São Paulo levaram o confronto aos pênaltis. Mais uma vez, Óscar Córdoba apareceu com defesas, e o Boca venceu por 3 a 2 para chegar em mais uma decisão.

A final da Libertadores trouxe uma surpresa. O Cruz Azul, do México, tornou-se o primeiro finalista de fora da América do Sul, chegando lá após passar por Cerro Porteño, River Plate e Rosario Central. A partida de ida aconteceu no Estádio Azteca, na Cidade do México, e o Boca Juniors conseguiu uma pequena vantagem de 1 a 0, gol marcado pelo reserva  Marcelo Delgado.

O jogo de volta foi marcado para La Bombonera, em Buenos Aires. Os mexicanos resistiram bem a pressão argentina e devolveram a diferença fazendo outro 1 a 0 no placar. Mais uma vez, os pênaltis selariam o destino xeneize. E ele, Córdoba, voltou a aparecer com suas defesas para garantir a vitória por 3 a 1 e o tetra azul y oro.

A campanha do Boca Juniors:
14 jogos | 9 vitórias | 3 empates | 2 derrotas | 20 gols marcados | 13 gols sofridos


Foto Arquivo/Diario Olé

Boca Juniors Campeão da Libertadores 2000

Na virada do milênio, a Libertadores passou pela sua mudança mais profunda. A Conmebol aumentou o números de equipes participantes de 21 para 32. Ou melhor, de 23 para 34. Poucos lembram, mas antes de existir a fase preliminar, dois clubes do México e dois da Venezuela disputavam um quadrangular antes da competição de fato, em busca de dois lugares na fase de grupos.

Isso continuou para 2000, porém os outros países subiram de duas para três vagas. Brasil e Argentina, para quatro. E o detentor do título completava a lista. Assim, o Brasil contou com o recorde à época de cinco participantes.

A primeira fase passou a contar com oito grupos sortidos ao invés dos cinco binacionais, e com o campeão anterior entrando logo no começo. Azar ou não, o Palmeiras foi o primeiro a defender a taça nesse formato. Quase deu certo, não fosse pelo melhor Boca Juniors da história, numa história de domínio que iniciou ali e perdurou por mais de meia década.

No grupo 2, o clube xeneize dominou com tranqulidade Peñarol, Universidad Católica e o boliviano Blooming, vencendo quatro jogos e empatando um entre os seis que disputou. Com 13 pontos, colocou quatro de vantagem sobre os uruguaios. Embalado por grandes partidas e uma goleada por 6 a 1 sobre o Blooming na quarta rodada, o Boca seguiu ao mata-mata.

Nas oitavas, eliminou o El Nacional com empate por 0 a 0 no Equador e vitória por 5 a 3 em La Bombonera. Nas quartas, disputou o clássico com o River Plate, perdendo a ida no Monumental por 2 a 1 mas vencendo a volta em casa por 3 a 0. Na semifinal, os xeneizes sofreram porém bateram o América do México com goleada por 4 a 1 na Argentina e derrota por 3 a 1 no Azteca.

Na final, os comandados de Carlos Bianchi encararam o Palmeiras, que superou Peñarol, Atlas e Corinthians. A ida foi na Bombonera. Rodolfo Arruabarrena marcou duas vezes, mas os brasileiros buscaram o 2 a 2 e deixaram a volta em aberto.

No Morumbi, em São Paulo, empate sem gols levou aos pênaltis. Então, Óscar Córdoba brilhou com duas defesas, o Boca Juniors venceu por 4 a 2 e levou o tricampeonato depois de 22 anos. Bianchi mostrava de vez a todos que entendia de Libertadores.

A campanha do Boca Juniors:
14 jogos | 7 vitórias | 4 empates | 3 derrotas | 30 gols marcados | 16 gols sofridos


Foto Arquivo/Gazeta Press

Palmeiras Campeão da Libertadores 1999

Encerrando a melhor década brasileira na Libertadores até aquele momento, em 1999, o Palmeiras exorcizou os fantasmas dos vices de 1961 e 1968 e levou sua primeira taça na competição. O time conseguiu o título na última edição que contou com 21 clubes, cinco chaves binacionais e o vencedor anterior entrando já no mata-mata.

No grupo 3 da primeira fase, o Verdão jogou contra Corinthians e os paraguaios Olimpia e Cerro Porteño. A estreia foi no Dérbi, no Morumbi, com vitória por 1 a 0. Na sequência, em Assunção, vitória por 5 a 2 sobre o Cerro e derrota por 4 a 2 para o Olimpia. No returno, 1 a 1 com o Olimpia, no Palestra Itália, derrota por 2 a 1 no segundo clássico, no Morumbi, e 2 a 1 no Cerro, também em casa. Com dez pontos, o alviverde ficou em segundo lugar, dois pontos atrás do Corinthians.

As oitavas de final foram contra o Vasco, e o atual campeão não foi páreo após 1 a 1 no Palestra e 4 a 2 em pleno São Januário. Nas quartas, mais dois clássicos com o Corinthians no Morumbi. No primeiro, o Palmeiras venceu 2 a 0. No segundo, o rival devolveu o placar e levou o confronto aos pênaltis. Ali começou a história de "santidade" do goleiro Marcos, que defendeu duas cobranças e ajudou o Palmeiras a eliminar seu maior rival  por 4 a 2.

A semifinal foi contra o River Plate, que complicou ao derrotar os brasileiros por 1 a 0 na ida, no Monumental de Nuñez. Mas o Verdão reverteu com superioridade na volta, no Palestra Itália, fazendo 3 a 0 e se classificando para a final.

A decisão foi contra o Deportivo Cali, que eliminou Colo-Colo, Bella Vista e Cerro Porteño. O primeiro jogo foi no Pascual Guerrero, mas o Palmeiras não resistiu e sofreu 1 a 0. O Palestra Itália recebeu a segunda partida. Evair abriu o placar de pênalti, mas o empate veio em seguida. Oséas fez 2 a 1 a 15 minutos do fim e levou a final aos pênaltis.

Zinho desperdiçou a primeira cobrança, porém Marcos defendeu a quarta batida e os colombianos atiraram e a quinta para fora. Por 4 a 3, o Palmeiras sagrava-se campeão da Libertadores e completava a década de ouro do clube.

A campanha do Palmeiras:
14 jogos | 7 vitórias | 2 empates | 5 derrotas | 24 gols marcados | 18 gols sofridos


Foto Robson Fernandes/Estadão Conteúdo

Vasco Campeão da Libertadores 1998

O ano de 1998 foi de perda na final da Copa do Mundo com o Brasil, mas nos clubes as coisas estiveram boas. O Vasco vinha de um título brasileiro incontestável no ano anterior, e voltava para a Libertadores justamente no seu centenário.

O time carioca participou ao lado do Grêmio e dos mexicanos do América e do Chivas. Inclusive, foi nesta edição que ocorreu a estreia do México na competição, passando por uma fase preliminar com os venezuelanos nos meses anteriores.

Apesar do alto nível do elenco, as coisas começaram ruins para o cruz-maltino: derrotas por 1 a 0 para o Grêmio, no Olímpico, e para o Chivas, em Guadalajara, além do empate por 1 a 1 com o América, no Azteca. A arrancada veio no returno em São Januário, onde fez 3 a 0 no Grêmio, 2 a 0 no Chivas e voltou a marcar 1 a 1 com o América. Com oito pontos, o Vasco terminou na vice-liderança, quatro pontos a menos que os gaúchos.

Nas oitavas de final, o clube carioca encarou o terceiro brasileiro do torneio, o Cruzeiro, beneficiado pelo título da temporada passada. O cruz-maltino fez 2 a 1 no Rio de Janeiro e segurou o 0 a 0 no Mineirão. Nas quartas, reencontro com o Grêmio, e em Porto Alegre a equipe conseguiu empate por 1 a 1 na ida. A volta foi em São Januário, e vitória por 1 a 0 colocou o time na semifinal.

A semifinal foi contra o River Plate. Em casa, o Vasco abriu vantagem ao vencer por 1 a 0. No Monumental de Nuñez, empate por 1 a 1, com o golaço em cobrança de falta perfeita de Juninho Pernambucano, quase do meio de campo. A vaga para a final estava na mão.

O adversário foi o Barcelona de Guayaquil, que tinha batido Colo-Colo, Bolívar e Cerro Porteño. São Januário recebeu mais de 36 mil pessoas para ver Donizete e Luizão marcarem os gols da vitória por 2 a 0, que encaminhou a conquista.

No Monumental do Equador a dupla voltou a marcar, calando os 72 mil torcedores adversários, o Vasco venceu por 2 a 1 e comemorou o título da Libertadores de 1998, o mais importante da história cruz-maltina, no ano do centenário e 50 anos depois da primeira conquista continental, que inspirou a criação da disputa atual.

A campanha do Vasco:
14 jogos | 7 vitórias | 5 empates | 2 derrotas | 17 gols marcados | 8 gols sofridos


Foto Edison Vara/Placar

Cruzeiro Campeão da Libertadores 1997

A segunda metade dos anos 90 marcou o maior domínio brasileiro visto na Libertadores até então. Foram quatro títulos em cinco edições entre 1995 e 1999. A jornada iniciada pelo Grêmio só foi quebrada em 1996, com o River Plate. Dali para frente o país emendou três taças, começando pelo Cruzeiro em 1997.

O clube quebraria uma fila de 21 anos no torneio, o qual garantiu sua vaga ao vencer a Copa do Brasil do ano anterior. Ao lado do Grêmio e dos peruanos Alianza Lima e Sporting Cristal, a Raposa ficou no grupo 4.

Mas o começo do clube mineiro foi péssimo: derrotas por 2 a 1 para o Grêmio, em pleno Mineirão, e mais duas por 1 a 0 para o Alianza e o Cristal, em Lima. A recuperação cruzeirense aconteceu a tempo com três vitórias no returno, por 1 a 0 sobre o Grêmio no Olímpico, por 2 a 0 sobre o Alianza Lima e 2 a 1 sobre o Sporting Cristal, as duas no Mineirão. Com nove pontos, o time ficou em segundo lugar, três pontos atrás dos gaúchos e um à frente do Cristal.

E quem pensa que as coisas seriam mais fáceis no mata-mata se enganou. O Cruzeiro enfrenou o El Nacional, do Equador, nas oitavas de final. Perdeu por 1 a 0 em Quito e fez 2 a 1 em Belo Horizonte, se classificando ao vencer por 5 a 3 nos pênaltis.

Nas quartas, em novos encontros com o Grêmio, a Raposa venceu por 2 a 0 no Mineirão e perdeu por 2 a 1 no Olímpico. A semifinal foi contra o Colo Colo. No Mineirão, vitória simples por 1 a 0. Em Santiago, o time chileno aplicou 3 a 2 e o Cruzeiro precisou novamente dos pênaltis, vencendo por 4 a 1.

Na final, o reencontro com o Sporting Cristal, que eliminou Vélez Sarsfield, Bolívar e Racing. A partida de ida foi em Lima, e o time treinado por Paulo Autuori segurou o 0 a 0 no placar. Foi o único jogo sem derrota que o Cruzeiro teve como visitante em toda a competição.

A volta foi em Belo Horizonte, e 95 mil torcedores viram no Mineirão o time de Dida, Palhinha, Ricardinho e Marcelo Ramos conseguir a vitória por 1 a 0, gol marcado por Elivélton. Mesmo com os problemas e as críticas, o Cruzeiro conquistava o bicampeonato da Libertadores.

A campanha do Cruzeiro:
14 jogos | 7 vitórias | 1 empate | 6 derrotas | 15 gols marcados | 12 gols sofridos


Foto Eugênio Sávio/Placar

River Plate Campeão da Libertadores 1996

Em todos os anos terminados com seis, o River Plate tem motivos para comemorar ou para lamentar na Libertadores. E quando 1996 chegou, todos já se perguntavam se o clube faturaria o bicampeonato ou ficaria com o tri-vice. No fim das contas, o primeiro cenário foi o que se concretizou.

O River começou a campanha no grupo 5 da primeira fase, contra San Lorenzo e os venezuelanos Minervén e Caracas. E não foi difícil para dominar os fracos adversários da Venezuela: quatro vitórias, incluindo as goleadas por 4 a 1 sobre o Minervén, fora, e por 5 a 0 sobre o Caracas, em casa. Entre elas, bastou empatar duas vezes com o rival de Buenos Aires para garantir a liderança da chave, com 14 pontos. A tranquilidade deu lugar a momentos de emoção no mata-mata.

Nas oitavas de final, o time millonario perdeu a ida por 2 a 1 para o Sporting Cristal, no Peru. A desvantagem foi pulverizada na volta com a vitória por 5 a 2 no Monumental de Nuñez. Nas quartas, o River Plate voltou a encontrar com o San Lorenzo. O primeiro jogo aconteceu no Nuevo Gasómetro, na capital argentina, e os visitantes venceram por 2 a 1. Na segunda partida, em casa, o River abriu o placar mas não matou o confronto. Mas o máximo que o adversário fez foi empatar em 1 a 1, ameaçando pouco a classificação millonaria.

Na semifinal, foi a vez de enfrentar a Universidad de Chile. Na ida, em Santiago, o River Plate buscou o empate por 2 a 2 nos minutos finais. Na volta, em Buenos Aires, vitória simples por 1 a 0 garantiu a vaga na decisão.

E assim como dez anos antes, o oponente do River na final da Libertadores foi o América de Cali. Os colombianos também chegaram lá ao passarem por Minervén, Junior Barranquilla e Grêmio. A primeira partida foi disputada no Pascual Guerrero, na Colômbia. E deu América, vencendo por 1 a 0.

A  desvantagem argentina era curta, então o River Plate foi com tudo para o segundo jogo, no Monumental. Com dois gols de Hernán Crespo, o clube millonario aplicou 2 a 0, fez a síndrome do vice do pessoal de Cali falar mais alto e levou o segundo título da Libertadores.

A campanha do River Plate:
14 jogos | 8 vitórias | 4 empates | 2 derrotas | 28 gols marcados | 12 gols sofridos


Foto Arquivo/River Plate