Aparecidense Campeã do Brasileiro Série D 2021

O Centro-Oeste juntou-se às demais quatro regiões do Brasil e passou a ter um campeão da Série D. É a Aparecidense, clube do interior de Goiás, fundado em 1985, que chegou ao título na edição de 2021. Foram várias temporadas anteriores de boas campanhas e algumas batidas na trave, mas, de tanto tentar, uma hora as coisas iriam dar certo. O acesso não bastou para o Camaleão.

Foram 68 equipes na disputa da quarta divisão, divididas em oito grupos na primeira fase. A Aparecidense ficou no grupo 5, contra outros sete adversários do Centro-Oeste: Nova Mutum, União Rondonópolis, Brasiliense, Goianésia, Porto Velho, Gama e Jaraguá. A vitória na estreia, por 3 a 1 sobre o Nova Mutum em casa, já dava o tom que seguiria a campanha do time goiano.

Em 14 partidas, foram oito vitórias e três empates, que somaram 28 pontos ao Camaleão. Com um ponto de vantagem o estreante mato-grossense, quatro sobre o União e sete sobre o Brasiliense, a Aparecidense foi líder da chave.

Na segunda fase, o mata-mata teve início contra a Caldense. Na ida, derrota por 1 a 0 em Minas Gerais. Na volta, vitória por 3 a 1 em Aparecida de Goiânia. Nas oitavas de final, foi a vez de encarar o Cianorte. O Camaleão passou mais uma vez após empatar sem gols no Paraná e vencer por 1 a 0 em Goiás.

O acesso foi disputado contra o Uberlândia. Novamente, a primeira partida foi fora de casa, no Parque do Sabiá, e a Aparecidense venceu por 1 a 0. No segundo jogo, no Aníbal Toledo, o clube azul e dourado empatou por 1 a 1 e selou sua vaga na Série C de 2022. A semifinal foi contra o ABC. Na ida em casa, vitória por 4 a 2. Na volta fora, derrota por 1 a 0 que não afetou a classificação à final.

O rival na decisão foi o Campinense, que na fase grupos deixou para trás Sousa, Central, Treze e Caucaia, e que no mata-mata bateu Sergipe, Guarany de Sobral, América-RN e Atlético-CE. O primeiro jogo foi realizado no Estádio Amigão, em Campina Grande. Na Paraíba, a Aparecidense soube jogar diante da pressão adversária e venceu por 1 a 0, adquirindo uma pequena vantagem para a volta, que aconteceu no Aníbal Toledo, em Aparecida de Goiânia.

No seu acanhado campo, o Camaleão sofreu, teve um susto quando os paraibanos abriram o placar, mas respirou em alívio quando o reserva Samuel marcou o gol do empate por 1 a 1, que deu o primeiro título da história do time em nível nacional.

A campanha da Aparecidense:
24 jogos | 13 vitórias | 7 empates | 4 derrotas | 31 gols marcados | 15 gols sofridos


Foto Reprodução/CBF

São Paulo Campeão da Libertadores 2005

O formato da Libertadores mudou mais uma vez, em 2005, com o número de participantes chegando a 38. A fase preliminar retornou e foi expandida para todos os países, com 12 times lutando por seis lugares nos grupos, que voltavam a ser oito. E foi no meio desse furdunço que a competição teve a sua primeira decisão entre equipes do mesmo país, com São Paulo e Athletico-PR.

O Tricolor Paulista passou dez anos longe da disputa, mas voltou quase sendo campeão, em 2004. Para o tri não passar do ano seguinte, a base do time foi fortalecida. O time ficou no grupo 3, com Universidad de Chile, The Strongest e Quilmes, da Argentina.

O caminho são-paulino começou tranquilo, com três vitórias no Morumbi e três empates fora de casa, classificando-se na liderança da chave com 12 pontos. Com a quinta melhor campanha, o clube encontrou nas oitavas de final o quarto melhor vice, o Palmeiras. Em dois clássicos, o São Paulo avançou com 1 a 0 no Palestra Itália e 2 a 0 no Morumbi.

Nas quartas, o confronto foi contra o Tigres UANL, do México. Na ida, Rogério Ceni estava inspirado e marcou dois gols dos 4 a 0, em casa. Na volta, em Monterrey, o São Paulo avançou de fase mesmo com a derrota de 2 a 1. A semifinal foi contra o River Plate. No Morumbi, vitória por 2 a 0. Em Buenos Aires, vitória por 3 a 2 colocou a equipe treinada por Paulo Autuori na final.

A primeira decisão caseira chegou. O Athletico-PR também chegou lá após deixar para trás Cerro Porteño, Santos e Chivas Guadalajara. O jogo de ida foi realizado no Beira-Rio, em Porto Alegre, pois, na época, a Arena da Baixada não tinha a capacidade mínima de torcedores. E ela terminou empatada por 1 a 1.

A partida de volta foi no Morumbi, e o Tricolor não tomou conhecimento dos paranaenses. Com gols de Amoroso, Fabão, Luizão e Diego Tardelli, a goleada de 4 a 0 foi a cereja do bolo da campanha do São Paulo, tricampeão da Libertadores.

A campanha do São Paulo:
14 jogos | 9 vitórias | 4 empates | 1 derrota | 34 gols marcados | 14 gols sofridos


Foto Djalma Vassão/Gazeta Press

Once Caldas Campeão da Libertadores 2004

No ano da zebra, a Libertadores passou por uma nova expansão. A fase de grupos aumentou de 32 para 36 clubes em 2004, ganhando um nono grupo somente nesta edição. Isto foi possível por dois motivos: a fase preliminar entre venezuelanos e mexicanos foi abolida, e uma vaga foi adicionada para Brasil e a própria Venezuela.

Mas por que 2004 é o ano da zebra? É que muitas competições nesta temporada foram vencidas por equipes as quais não se esperava quase nada antes do início. Foi assim com o Once Caldas na Libertadores. Os colombianos não eram considerados grandes nem mesmo em seu país, mas surpreendeu o continente.

No grupo 2 da primeira fase, liderou com folga sobre o venezuelano Maracaibo, o argentino Vélez Sarsfield e o uruguaio Fénix. O time venceu quatro jogos e empatou um, somando 13 pontos. No mata-mata, os nove líderes mais os cinco melhores vices avançaram às oitavas de final.

Os outros quatro disputaram uma repescagem em jogos únicos, em busca das duas vagas restantes. E os blancos de Manizales aguardaram essa definição entre Barcelona de Guayaquil e Maracaibo, com vitória dos equatorianos. No Equador, empate sem gols entre Once Caldas e Barcelona. Na Colômbia, empate por 1 a 1 e vitória nos pênaltis por 4 a 2.

Nas quartas, o clube bateu o Santos após empatar por 1 a 1 na ida fora e vencer por 1 a 0 na volta em Palogrande. A semifinal foi contra o São Paulo, e começou com outro empate no Brasil, por 0 a 0. Em Manizales, o Once Caldas fez 2 a 1 e chegou na decisão.

A final foi contra o Boca Juniors, que eliminou Sporting Cristal, São Caetano e River Plate. A ida foi em La Bombonera, e o Once Caldas segurou o 0 a 0. A volta foi em Palogrande. Jhon Viáfara abriu o placar aos colombianos, mas os argentinos fizeram 1 a 1 no segundo tempo. Nos pênaltis, o Boca errou todas as cobranças e Jorge Agudelo converteu a que fez 2 a 0 e deu o título histórico ao clube blanco.

A campanha do Once Caldas:
14 jogos | 6 vitórias | 7 empates | 1 derrota | 17 gols marcados | 10 gols sofridos


Foto Arquivo/Conmebol

Boca Juniors Campeão da Libertadores 2003

Após uma pequena interrupção no trabalho, o Boca Juniors recuperou o caminho da hegemonia na Libertadores. Carlos Bianchi deixou o comando do clube em 2001, depois da derrota no Mundial Interclubes, e fez um ano sabático em 2002. Nessa temporada, a equipe não conquistou títulos. Ele voltou em 2003, e junto reapareceram as glórias.

No grupo 7 da primeira fase, o Boca enfrentou Independiente Medellín, Barcelona de Guayaquil e Colo-Colo. O time venceu as três partidas do turno, porém acabou surpreendido por dois empates e uma derrota - para os colombianos - no returno, encerrando a chave na vice-liderança, com 11 pontos.

A combinação dos resultados proporcionou um histórico confronto com o Paysandu nas oitavas de final. A ida foi em Buenos Aires, e os brasileiros surpreenderam ao vencerem por 1 a 0 em plena La Bombonera. Mas o que uma camisa pesada não faz... Na volta, em Belém, os argentinos aplicaram 4 a 2 e acabaram com o sonho dos paraenses.

Nas quartas, foi a vez de encarar o Cobreloa. O primeiro jogo foi em Calama, no Chile, e o Boca venceu por 2 a 1, de virada. A segunda partida aconteceu em Buenos Aires, e novo 2 a 1 classificou o clube portenho. A semifinal foi de mais tranquilidade aos xeneizes, que passaram pelo América de Cali com duas vitórias: por 2 a 0 na Bombonera e por 4 a 0 na Colômbia.

Um reencontro de 40 anos marcou a decisão da Libertadores 2003. O Boca Juniors chegava para acertar uma conta do passado com o Santos, que foi à final depois de eliminar Nacional do Uruguai, Cruz Azul e Independiente Medellín. Os tempos não eram mais de Pelé, mas sim de Marcelo Delgado, que marcou os dois gols da vitória por 2 a 0 na ida, em La Bombonera.

A volta foi no Morumbi, em São Paulo, e os hermanos aumentram a vantagem com outro gol de Delgado e mais dois de Carlos Tévez e Rolando Schiavi. Por 3 a 1, o Boca levava para casa sua quinta conquista sul-americana.

A campanha do Boca Juniors:
14 jogos | 10 vitórias | 2 empates | 2 derrotas | 29 gols marcados | 13 gols sofridos


Foto Marcelo Ferrelli/Gazeta Press

Olimpia Campeão da Libertadores 2002

Uma Libertadores vista como um dos maiores pecados já cometidos pelos deuses do futebol. Em 2002, a maior competição da América do Sul quase viu a zebra pintar todo o continente, mas no fim quem brilhou mesmo foi uma das camisas mais pesadas da história do torneio. No ano do centenário, o Olimpia superou todas as forças possíveis para levar o terceiro título.

No grupo 8 da primeira fase, o Decano paraguaio enfrentou Universidad Católica, Flamengo e Once Caldas. Adversários difíceis, mas o clube conseguiu superar bem as seis partidas. Venceu três e empatou duas, liderando a chave com 11 pontos, superando os chilenos por um, os colombianos por dois e os brasileiros por sete.

Nas oitavas de final, o Olimpia encarou o Cobreloa, ganhando os dois jogos: 2 a 0 em Calama, no Chile, 2 a 1 no Defensores del Chaco. Nas quartas, o clube paraguaio segurou o Boca Juniors, buscando o empate por 1 a 1 na Bombonera, na ida, e vencendo por 1 a 0 no Paraguai, na volta.

Na semifinal, bateu o Grêmio com certa dificuldade, após fazer 3 a 2 no primeiro jogo, em casa, levar 1 a 0 na segunda partida, fora, e vencer por 5 a 4 nos pênaltis.

Na final, o Olimpia enfrentou o São Caetano, clube brasileiro que estava apenas na segunda participação de Libertadores, além de estar só no terceiro ano na primeira divisão nacional. Eles chegaram lá depois de passar por Universidad Católica, Peñarol e América do México. E quase houve o crime. A ida foi no Defensores del Chaco, em Assunção, e os brasileiros venceram por 1 a 0.

A volta aconteceu no Pacaembu, em São Paulo, e o São Caetano saiu na frente do placar no primeiro tempo. O Olimpia renasceu no segundo tempo e virou para 2 a 1, com gols de Gastón Córdoba e Richart Báez. Nos pênaltis, os paraguaios estavam com o emocional mais equilibrado e venceram por 4 a 2. Mauro Caballero converteu a cobrança do tricampeonato.

A campanha do Olimpia:
14 jogos | 8 vitórias | 3 empates | 3 derrotas | 19 gols marcados | 12 gols sofridos


Foto Arquivo/Olimpia

Boca Juniors Campeão da Libertadores 2001

A Libertadores entrou no século 21 com uma história consolidada. Muitos clubes tornaram-se gigantes na América do Sul durante a sua disputa. E quando se tem uma camisa pesada, não importa o tempo que se fica adormecido. Esse é o caso do Boca Juniors, que esperou  22 anos para voltar a comemorar o título. Mas, quando saiu da fila, foi para criar uma das principais dinastias já vistas na competição.

Em 2001, o Boca defendeu a taça e andou rumo ao tetra a partir do grupo 8 da primeira fase. Em uma chave fácil contra Cobreloa, Deportivo Cali e Oriente Petrolero, a dificuldade foi zero. Com cinco vitórias, os xeneizes ficaram com a classificação antecipada, com 15 pontos, cinco a mais que o vice chileno.

Nas oitavas de final, o time argentino passou pelo Júnior Barranquilla, depois de vencer a ida por 3 a 2, na Colômbia, e empatar a volta por 1 a 1, na Bombonera. Nas quartas, foi a vez de derrubar o Vasco com duas vitórias, por 1 a 0 no Rio de Janeiro e por 3 a 0 na Argentina.

A semifinal foi contra o Palmeiras, na reedição da final do ano anterior. E tal como antes, empates por 2 a 2 em Buenos Aires e em São Paulo levaram o confronto aos pênaltis. Mais uma vez, Óscar Córdoba apareceu com defesas, e o Boca venceu por 3 a 2 para chegar em mais uma decisão.

A final da Libertadores trouxe uma surpresa. O Cruz Azul, do México, tornou-se o primeiro finalista de fora da América do Sul, chegando lá após passar por Cerro Porteño, River Plate e Rosario Central. A partida de ida aconteceu no Estádio Azteca, na Cidade do México, e o Boca Juniors conseguiu uma pequena vantagem de 1 a 0, gol marcado pelo reserva  Marcelo Delgado.

O jogo de volta foi marcado para La Bombonera, em Buenos Aires. Os mexicanos resistiram bem a pressão argentina e devolveram a diferença fazendo outro 1 a 0 no placar. Mais uma vez, os pênaltis selariam o destino xeneize. E ele, Córdoba, voltou a aparecer com suas defesas para garantir a vitória por 3 a 1 e o tetra azul y oro.

A campanha do Boca Juniors:
14 jogos | 9 vitórias | 3 empates | 2 derrotas | 20 gols marcados | 13 gols sofridos


Foto Arquivo/Diario Olé

Boca Juniors Campeão da Libertadores 2000

Na virada do milênio, a Libertadores passou pela sua mudança mais profunda. A Conmebol aumentou o números de equipes participantes de 21 para 32. Ou melhor, de 23 para 34. Poucos lembram, mas antes de existir a fase preliminar, dois clubes do México e dois da Venezuela disputavam um quadrangular antes da competição de fato, em busca de dois lugares na fase de grupos.

Isso continuou para 2000, porém os outros países subiram de duas para três vagas. Brasil e Argentina, para quatro. E o detentor do título completava a lista. Assim, o Brasil contou com o recorde à época de cinco participantes.

A primeira fase passou a contar com oito grupos sortidos ao invés dos cinco binacionais, e com o campeão anterior entrando logo no começo. Azar ou não, o Palmeiras foi o primeiro a defender a taça nesse formato. Quase deu certo, não fosse pelo melhor Boca Juniors da história, numa história de domínio que iniciou ali e perdurou por mais de meia década.

No grupo 2, o clube xeneize dominou com tranqulidade Peñarol, Universidad Católica e o boliviano Blooming, vencendo quatro jogos e empatando um entre os seis que disputou. Com 13 pontos, colocou quatro de vantagem sobre os uruguaios. Embalado por grandes partidas e uma goleada por 6 a 1 sobre o Blooming na quarta rodada, o Boca seguiu ao mata-mata.

Nas oitavas, eliminou o El Nacional com empate por 0 a 0 no Equador e vitória por 5 a 3 em La Bombonera. Nas quartas, disputou o clássico com o River Plate, perdendo a ida no Monumental por 2 a 1 mas vencendo a volta em casa por 3 a 0. Na semifinal, os xeneizes sofreram porém bateram o América do México com goleada por 4 a 1 na Argentina e derrota por 3 a 1 no Azteca.

Na final, os comandados de Carlos Bianchi encararam o Palmeiras, que superou Peñarol, Atlas e Corinthians. A ida foi na Bombonera. Rodolfo Arruabarrena marcou duas vezes, mas os brasileiros buscaram o 2 a 2 e deixaram a volta em aberto.

No Morumbi, em São Paulo, empate sem gols levou aos pênaltis. Então, Óscar Córdoba brilhou com duas defesas, o Boca Juniors venceu por 4 a 2 e levou o tricampeonato depois de 22 anos. Bianchi mostrava de vez a todos que entendia de Libertadores.

A campanha do Boca Juniors:
14 jogos | 7 vitórias | 4 empates | 3 derrotas | 30 gols marcados | 16 gols sofridos


Foto Arquivo/Gazeta Press