Corinthians Campeão do Torneio Rio-São Paulo 2002

O que era para ter sido uma revolução no trato com os estaduais e regionais no futebol brasileiro, tornou-se na edição derradeira do Torneio Rio-São Paulo. Em 2002, a FPF tentou dar mais um passo no fortalecimento da competição. O número de participantes foi aumentado para 16 e a proposta era de que os mesmos ficassem ausentes dos estaduais, o que aconteceu de fato no Paulista.
Mas a FERJ não concordou inteiramente com a ideia, exigindo que seus clubes jogassem também o Carioca. Foram nove equipes de São Paulo e sete do Rio de Janeiro no torneio de grupo e turno únicos na primeira fase, e que ainda previa o rebaixamento do pior time colocado de cada Estado.
O desnível entre paulistas e cariocas ficou evidente, já que um lado jogava apenas o Rio-SP enquanto o outro era obrigado a dividir titulares e reservas com o estadual. Corinthians e Palmeiras ficaram disparados na frente com 31 pontos cada, mas a liderança sendo alvinegra devido ao saldo de gols. São Paulo e São Caetano fecharam o G-4 com 26 e 25 pontos, respectivamente.
O melhor carioca foi o Fluminense, em quinto com 24 pontos, seguido imediatamente por Vasco e Botafogo, que marcaram 24 e 23. Outros que lutaram pelas vagas na semifinal foram Paulista e Santos, oitavo e nono com 23 pontos. No limbo da classificação ficaram Portuguesa, Ponte Preta e Guarani, com 20 pontos cada. As decepções foram todas de um só lado: Flamengo com 15 pontos, Americano com 11, Bangu com oito e America com sete.
Líder e com o melhor elenco, o Corinthians enfrentou o São Caetano na semifinal, empatando a ida fora por 1 a 1 e vencendo a volta em casa por 3 a 1. A final foi contra o São Paulo, em duas partidas emocionantes no Morumbi. O Timão venceu a ida por 3 a 2 e foi campeão empatando a volta por 1 a 1. Foi a quinta e última conquista corintiana do Torneio Rio-São Paulo, que de 2003 em diante ficou sem lugar no calendário por causa do advento do Brasileirão de pontos corridos.

A campanha do Corinthians:
19 jogos | 11 vitórias | 6 empates | 2 derrotas | 38 gols marcados | 19 gols sofridos


Foto Ricardo Corrêa/Placar

São Paulo Campeão do Torneio Rio-São Paulo 2001

O Torneio Rio-São Paulo chegou a 2001 com um novo regulamento, que deixou a competição um pouco mais curta. A divisão dos grupos passou a ser por Estado, deixando de ser sortida dois a dois. E o enfrentamento foi entre chaves e em turno único, totalizando quatro rodadas. Regulamentos à parte, dos oito participantes até então, apenas um jamais havia sido campeão: o São Paulo. Mas a vez tricolor enfim chegaria.
A estreia são-paulina foi positiva, com vitória por 2 a 0 sobre o Vasco em casa. Mas a campanha ficou em risco nas duas partidas seguintes, quando levou 5 a 2 do Fluminense no Rio de Janeiro e empatou por 1 a 1 com o Botafogo no Morumbi. A classificação foi obtida no último jogo, ao vencer por 2 a 0 o Flamengo fora de casa. O São Paulo finalizou a fase de grupos com sete pontos, superando por dois o Corinthians e ficando na vice-liderança do grupo B, três pontos atrás do Santos.
Na semifinal, o tricolor paulista encarou mais uma vez o Fluminense. Na ida no Morumbi, vitória por 1 a 0. Na volta no Maracanã, derrota por 2 a 1. A definição da vaga foi nos pênaltis, e o São Paulo venceu por 7 a 6.
O Botafogo foi o adversário na decisão, repetindo o confronto que aconteceu três anos antes. Mas desta vez o tricolor entrou disposto a não dar sossego desde a primeira partida. Jogando no Maracanã, o São Paulo colocou nove dedos na taça ao golear por 4 a 1, todos os gols marcados na etapa final: Carlos Miguel aos cinco, Luís Fabiano aos sete e aos 41, e França aos 17.
Tudo pareceu tranquilo para o segundo jogo, no Morumbi. Mas o time são-paulino sofreu um bocado, saindo atrás no placar. A agonia durou dos 39 minutos do primeiro tempo até aos 35 do segundo, quando um jovem de 18 anos chamado Kaká (ainda Cacá), vindo do banco de reservas, anotou os gols da virada em um intervalo de dois minutos. Por 2 a 1, o São Paulo comemorou seu único título regional na história.

A campanha do São Paulo:
8 jogos | 5 vitórias | 1 empate | 2 derrotas | 15 gols marcados | 10 gols sofridos


Foto Renato Pizzutto/Placar

Palmeiras Campeão do Torneio Rio-São Paulo 2000

Começa o novo milênio, e junto com ele mais uma edição do Torneio Rio-São Paulo. O regulamento para 2000 foi o mesmo pela terceira vez seguida. E pela primeira temporada desde o retorno da competição, sete anos antes, o campeão foi repetido. A honra coube ao Palmeiras, que chegou ao seu quinto título na história e igualou ao Santos como maior vencedor somando as duas eras.
No grupo B do campeonato, estreou empatando por 3 a 3 com o Vasco fora de casa. A única derrota palmeirense foi na segunda rodada, por 2 a 1 para o Corinthians. E nas quatro partidas seguintes o clube emendou vitórias: 6 a 2 sobre o Fluminense, pelos 2 a 1 sobre o Vasco e 3 a 1 sobre o Corinthians em casa, e 2 a 0 sobre o Fluminense no Rio de Janeiro.
O Verdão fechou a fase de grupos classificado na liderança, com 13 pontos. livrando dois em relação ao rival carioca do primeiro jogo. O adversário na semifinal foi o Botafogo, o qual eliminou sem maiores problemas, com empate por 0 a 0 no Maracanã e vitória por 3 a 1 em São Paulo.
Na decisão, um confronto bastante marcado naquela época. O Palmeiras enfrentou o Vasco, marcando o terceiro entre quatro encontros valendo algo importante naqueles tempos: a final do Torneio Rio-São Paulo aconteceu mais de dois após uma disputa de título no Brasileirão, quase um após jogos históricos nas oitavas da Libertadores e nove meses antes da épica decisão da Copa Mercosul.
O Verdão chegava como favorito paras as duas partidas. E venceu ambas, por 2 a 1 no Maracanã, na ida, e por 4 a 0 no Morumbi, na volta. Os gols foram marcados por Pena, Argel, Euller e Arce. O penta regional foi a última conquista do técnico Luiz Felipe Scolari na sua primeira passagem pelo Palmeiras, que durou entre 1997 e 2000.

A campanha do Palmeiras:
10 jogos | 7 vitórias | 2 empates | 1 derrota | 26 gols marcados | 11 gols sofridos


Foto Alexandre Battibugli/Placar

Vasco Campeão do Torneio Rio-São Paulo 1999

Tudo igual para a disputa do Torneio Rio-São Paulo de 1999. Uma oportunidade para começar o ano com clássicos e jogos grandes era tudo que os clubes paulistas e cariocas poderiam querer na virada do milênio.
A nova edição do campeonato ficou marcada pelos placares elásticos. Entre os resultados incomuns, tivemos o Botafogo aplicando 6 a 1 no Corinthians e São Paulo e Flamengo empatando em 4 a 4, além de outros envolvendo o campeão Vasco. Um W.O. envolvendo o cruz-maltino também ficou marcado na época.
Dono de uma das melhores equipes do momento, o Gigante da Colina abriu sua campanha com goleada por 5 a 1 fora de casa sobre o Palmeiras, mas a euforia baixou com a derrota por 4 a 2 para o Fluminense no Maracanã e o empate por 0 a 0 com o Santos na Vila Belmiro. A recuperação veio com vitórias, ambas em casa, por 2 a 0 sobre o Palmeiras e por 3 a 2 sobre o Santos, o que lhe garantiu a classificação antecipada.
Foi quando houve o problema. A partida entre Vasco e Fluminense na última rodada estava marcada para o Maracanã, mas o cruz-maltino foi para São Januário. Cada federação tinha dado uma instrução diferente para os times, e um W.O. foi aprovado para o rival vascaíno. Como não havia uma orientação clara sobre o local do jogo, a decisão foi anulada em julgamento tempos depois. O não-resultado não fez falta para ninguém.
Com dez pontos, o Vasco ficou empatado com o Santos, porém na vice-liderança do grupo A devido ao saldo de gols. Na semifinal, contra o São Paulo, uma bela remontada: após perderem em casa por 3 a 2, os cariocas reverteram fazendo 3 a 1 em pleno Morumbi.
Na final, o cruz-maltino encontrou novamente o Santos. Em duas partidas tranquilas, o Vasco chegou ao tricampeonato do Torneio Rio-São Paulo vencendo ambas, por 3 a 1 no Maracanã e por 2 a 1 no Morumbi.

A campanha do Vasco:
9 jogos | 6 vitórias | 1 empate | 2 derrotas | 22 gols marcados | 13 gols sofridos


Foto Alexandre Battibugli/Placar

Botafogo Campeão do Torneio Rio-São Paulo 1998

De volta no gosto do torcedor, o Torneio Rio-São Paulo seguiu para 1998 com um regulamento ampliado. A fase com dois grupos voltava a ser disputada, e a diferença em relação à 1993 é que líder e vice avançavam para a fase final. Outra ideia executada foi a de realizar os clássicos estaduais fora das cidades de São Paulo e Rio de Janeiro: paulistas jogavam entre si em Ribeirão Preto, Presidente Prudente e Campinas, enquanto cariocas se enfrentavam em Brasília.
E foi nesta terceira edição após o retorno que o título voltou a ficar nas mãos de um clube carioca. A felicidade coube ao Botafogo, liderado pela dupla de ataque Túlio e Bebeto. A estreia alvinegra foi com vitória por 1 a 0 sobre o Corinthians fora de casa, seguida pela única derrota na competição inteira, por 1 a 0 para o Vasco.
Na sequência da fase, o Fogão conseguiu mais duas vitórias e dois empates, que lhe deixou classificado em segundo lugar do grupo A, com 11 pontos. A vaga foi obtida na última rodada, ao vencer o já líder Palmeiras por 1 a 0 na capital paulista, no que deixou o time a dois pontos do adversário e quatro na frente do rival Vasco. A semifinal foi contra o Santos, com quem empatou os dois jogos: 0 a 0 no Maracanã e 2 a 2 no Pacaembu. Nos pênaltis, o Botafogo venceu por 4 a 3.
O São Paulo foi o adversário botafoguense na decisão do torneio. Com a melhor campanha, os alvinegros puderam fazer a partida de volta em casa. Mas antes tinha a ida, no Morumbi. Em partida emocionante, o Botafogo venceu por 3 a 2 fora de casa, após sair na frente do placar, levar a virada e reverter outra vez a seu favor.
O jogo no Maracanã teve o roteiro parecido, com o Fogão largando na frente aos 12 minutos e sofrendo a virada são-paulina aos 35 e aos 44 do primeiro tempo. A agonia durou até os 32 minutos da etapa final, quando o atacante Zé Carlos empatou em 2 a 2 e selou o título alvinegro. A conquista representou o tetra o Botafogo no Torneio Rio-São Paulo.

A campanha do Botafogo:
10 jogos | 4 vitórias | 5 empates | 1 derrota | 15 gols marcados | 12 gols sofridos


Foto Arquivo/Botafogo

Santos Campeão do Torneio Rio-São Paulo 1997

A volta do Torneio Rio-São Paulo em 1993 fez sucesso. Mas circunstâncias de calendário impediram a continuidade da organização durante alguns anos, como a disputa da Copa do Mundo de 1994 e outras competições amistosas e mais rentáveis. O retorno definitivo aconteceu em 1997, desta vez no início de temporada. O regulamento escolhido foi o mata-mata a partir de quartas de final. Nenhum dos oito times grandes abdicou da sua vaga.
O torneio ficou marcado pelo teste de regras, como a parada técnica na metade dos tempos e a cobrança de tiros livres diretos na mesma posição a partir da 15ª falta cometida. Nenhuma delas foi aprovada, e o que ficou lembrado mesmo foi a quebra de fila do Santos, que há 13 anos não comemorava um título. O adversário do Peixe nas quartas de final foi o Vasco, com o qual empatou nas duas partidas: 2 a 2 no Morumbi e 3 a 3 em São Januário. Nos pênaltis, a classificação alvinegra veio com 7 a 6 nas cobranças. 
Na semifinal, contra o Palmeiras, o Santos abriu o confronto com grande vitória por 3 a 1 em pleno Palestra Itália. Na volta, em Presidente Prudente, o rival até chegou a vencer por 1 a 0, mas o saldo de gols garantia a vaga santista na final.
A última disputa do curto campeonato foi contra o Flamengo, com o primeiro jogo marcado para o Morumbi. Em ótima atuação, o Santos dominou os cariocas a conseguiu vantagem ao vencer por 2 a 1. Era preciso segurar a onda na segunda partida, no Maracanã. Anderson Lima abiu o placar para o Peixe aos 33 minutos, mas o adversário virou ainda no primeiro tempo, aos 37 e 45.
A decisão estava indo aos pênaltis, até que, aos 32 do segundo tempo, Juari marcou um golaço e empatou por 2 a 2. A conquista do Torneio Rio-São Paulo desafogou o grito do torcedor e somou a quinta e última taça do Santos da competição.

A campanha do Santos:
6 jogos | 2 vitórias | 3 empates | 1 derrota | 12 gols marcados | 10 gols sofridos


Foto Pisco Del Gaiso/Placar

Palmeiras Campeão do Torneio Rio-São Paulo 1993

Depois de 27 anos, o Torneio Rio-São Paulo teve sua quarta tentativa de organização. Foi no ano de 1993, quando FPF e a reformulada FERJ voltaram a unir suas forças. A ideia inicial era utilizar a faixa de calendário entre o fim dos estaduais e o começo do Brasileirão para a disputa das partidas, com oito participantes fixos: Corinthians, Palmeiras, São Paulo, Santos, Flamengo, Vasco, Fluminense e Botafogo. Mas já na largada o São Paulo desfalcou a competição, optando por excursionar no exterior. A Portuguesa completou esta oitava vaga.
Os clubes foram divididos em dois grupos jogados em dois turnos, com seus líderes avançando à final. Campeão paulista saindo de uma fila de 17 anos, o Palmeiras chegava com embalo para o torneio, embora alguns de seus titulares estivessem convocados pela Seleção Brasileira, que jogava a Copa América e as Eliminatórias da Copa do Mundo. E mesmo atuando com time misto, o Verdão superou os adversários.
No grupo B, estreou empatando por 1 a 1 em casa com o Flamengo, seguido por derrota fora por 2 a 0 para o Santos. A recuperação veio com duas vitórias por 3 a 0: fora sobre o Fluminense e em casa sobre o Santos. Na quinta rodada, o Palmeiras levou 3 a 1 do Flamengo no Rio de Janeiro e ficou com a classificação ameaçada. Só no último jogo, quando fez 2 a 0 no Fluminense dentro do Palestra Itália que o clube respirou aliviado. Com sete pontos e três vitórias, desbancou o Santos no saldo de gols e o Flamengo por um ponto.
Dois meses após a final estadual, o Palmeiras reencontrou o Corinthians na decisão do Torneio Rio-São Paulo. As duas partidas foram no Pacaembu, mas para efeito de mando de campo o Alviverde mandou a ida. E com vitória por 2 a 0, ambos os gols marcados por Edmundo (que foi expulso depois), o clube encaminhou o título. A confirmação aconteceu com empate por 0 a 0 na volta. Primeiro vencedor da era moderna do Rio-SP, o Palmeiras repetiu o feito de 60 anos antes e somou seu quarto troféu.

A campanha do Palmeiras:
8 jogos | 4 vitórias | 2 empates | 2 derrotas | 12 gols marcados | 6 gols sofridos


Foto Nelson Coelho/Placar