Palmeiras Campeão Brasileiro 1960

A Taça Brasil de 1960 foi a segunda edição do Campeonato Brasileiro da história. Em relação ao ano anterior, houve a entrada de mais uma equipe, totalizando 17. Os times de São Paulo e Pernambuco foram beneficiados com a entrada diretamente na semifinal. Dessa maneira, o Palmeiras precisou de pouca coisa para faturar o primeiro de seus nove títulos brasileiros.

O Verdão viu de camarote o Bahia conquistar o Grupo Nordeste, o Fortaleza vencer o Grupo Norte, o Grêmio ganhar o Grupo Sul e o Fluminense faturar o Grupo Leste. Depois, o Fortaleza derrotou o Bahia na final da Zona Norte, e o Fluminense venceu o Grêmio na Zona Sul. Na semifinal, o Fortaleza eliminou o Santa Cruz com uma vitória e um empate.

Na outra chave, o Palmeiras encontrou finalmente o Fluminense. No primeiro jogo, no Pacaembu, empate sem gols. Na segundo jogo, o Alviverde venceu no Maracanã por 1 a 0 e se classificou para a final contra o time cearense.

Muito favorito, o time de Valdir de Moraes, Djalma Santos, Chinesinho e Julinho Botelho não tomou conhecimento do Fortaleza. Na ida, no Presidente Vargas, o Palmeiras aplicou 3 a 1 e antecipou o que seria em São Paulo. A partida de volta no Pacaembu registrou a maior goleada em finais nacionais: 8 a 2 fora o baile de uma dos maiores times da época. Verdão campeão pela primeira vez.

A campanha do Palmeiras:
4 jogos | 3 vitórias | 1 empate | 0 derrotas | 12 gols marcados | 3 gols sofridos


Foto Arquivo/Gazeta Press

Bahia Campeão Brasileiro 1959

A Taça Brasil foi a primeira competição nacional de clubes de futebol do Brasil a dar ao seu vencedor o título de campeão brasileiro. Apesar do certame ter sido instituído em 1954 pela CBD (Confederação Brasileira de Desportos, atual CBF) e ter seu regulamento definido em 1955, a primeira edição da competição não pôde ser disputada como o planejado, pois o calendário do futebol brasileiro até 1958 já estava aprovado e não podia sofrer alterações por causa da Copa do Mundo de 1958.

Sendo assim, ficou definido que a Taça Brasil começaria somente em 1959. Porém, como ainda haviam restrições econômicas e dificuldades para viagens longas, a competição foi montada apenas com os campeões estaduais que se enfrentavam em um grande sistema mata-mata.

O Brasileirão de 1959 contou com a participação de 16 campeões estaduais do ano anterior. Com os clubes divididos regionalmente, paulistas e cariocas entraram apenas nas semifinais. O Bahia pertenceu ao Grupo Nordeste, e começou a competição contra o CSA. Um triunfo em Maceió por 5 a 0, e outro em Salvador por 2 a 0 classificou o Tricolor de Aço.

Na fase seguinte, enfrentou o Ceará, com empates em Fortaleza e na Bahia. Um jogo-desempate foi necessário, e finalmente o Bahia ganhou, por 2 a 1 na Fonte Nova. Campeão do grupo, encarou nas quartas de final o campeão do Grupo Norte, o Sport, triunfando por 3 a 2 em Salvador. Mas em Recife, perdeu por 6 a 0. Como não havia a regra do saldo de gols, mais um desempate foi forçado. E o Bahia não deu outra chance ao azar, ganhando por 3 a 2.

Campeão da Zona Norte, foi à semifinal contra o Vasco. No Maracanã, o Tricolor triunfou por 1 a 0, mas na Fonte Nova sofreu 2 a 1. Em mais um jogo extra, fez 1 a 0 em Salvador, e avançou para a final, contra o Santos.

Àquela altura, o Santos já era tido como o melhor time do Brasil, com Pelé sendo o principal jogador. Mas o Bahia tinha Alencar e Biriba, autores dos gols do triunfo por 3 a 2 no Pacaembu. Na partida na Fonte Nova, o Santos devolveu 2 a 0. Outro desempate foi preciso e, já invadindo 1960, o Bahia ganhou no Rio de Janeiro por 3 a 1, se tornando assim, o primeiro campeão brasileiro e o primeiro time do Brasil a disputar uma Libertadores.

A campanha do Bahia:
14 jogos | 9 vitórias | 2 empates | 3 derrotas | 25 gols marcados | 7 gols sofridos


Foto Arquivo/Agência O Globo

Atlético-MG Campeão Brasileiro 1937

No dia 25 de agosto de 2023, a CBF reconheceu de maneira oficial o Torneio dos Campeões de 1937 como o primeiro Campeonato Brasileiro da história. Desta forma, o Atlético-MG atinge sua terceira conquista nacional e volta a ser o primeiro campeão da história, depois de ter perdido o posto para o Bahia na unificação da Taça Brasil e do Robertão em 2010.

O Torneio dos Campeões foi disputado num contexto histórico complexo. Fazia apenas quatro anos que o profissionalismo imperava no futebol brasileiro, que rachou em duas entidades concorrentes: a Confederação Brasileira de Desportos (CBD), que mantinha-se com clubes amadores e controlava a Seleção Brasileira, e a Federação Brasileira de Futebol (FBF), feita por times profissionais. A CBD também organizava o Brasileiro de Seleções Estaduais, desde 1922.

Em 1933, a FBF começou seu torneio, inicialmente também com seleções estaduais. Mas a ideia era fazer um campeonato com clubes para se opor à CBD. E em 1937, foi criado o Torneio dos Campeões, com cinco vencedores dos estaduais de 1936 e um convidado: Atlético-MG, Fluminense, Portuguesa, Rio Branco-ES, Aliança-RJ e a Liga da Marinha.

O regulamento foi de tiro curto: uma primeira fase preliminar entre Liga da Marinha e Aliança (campeã fluminense) definiria o adversário do Rio Branco (campeão capixaba) em uma segunda preliminar. Quem vencesse daqui iria para o quadrangular final de dois turnos com os demais. Que passou deste começo foi o Rio Branco.

Em seis jogos, o Atlético-MG definiu o título. Mas a estreia foi terrível, ao levar uma goleada por 6 a 0 Fluminense nas Laranjeiras. Na sequência, o Galo ainda empatou por 1 a 1 com o Rio Branco, em Vitória. A arrancada triunfante veio a partir da terceira rodada, nas partidas disputadas no antigo Estádio de Lourdes, em Belo Horizonte. Contra a Portuguesa, goleada por 5 a 0. Contra o Fluminense, a revanche veio no placar de 4 a 1.

Nesta altura, o clube carioca já tinha feito as seis partidas, com seis pontos (três vitórias e três derrotas). Todos os outros tinham quatro jogos, com os mineiros somando sete pontos, os capixabas cinco e os paulistas dois, já sem chances de título. No primeiro jogo faltante, a Portuguesa derrotou o Rio Branco e foi a quatro pontos, no que ajudou o Galo. A partida contra o Rio Branco em Belo Horizonte tornou-se na decisão do título. E assim foi. Com dois gols de Paulista e um de Guará, Nicola e Bazzoni, o Atlético goleou por 5 a 1 foi campeão dos campeões de 1937, hoje um título equivalente ao Brasileirão.

No fim, o Galo ainda venceu a Portuguesa por 3 a 2 em São Paulo e chegou a nove pontos. O Fluminense ficou com o vice, superando o Rio Branco por um ponto.

O Torneio dos Campeões não voltaria mais a ser organizado, pois na mesma época FBF e CBD começaram uma aproximação. Em 1941, a FBF foi absorvida pela CBD, passando a gerir o futebol brasileiro até 1979, quando foi criada a CBF.

A campanha do Atlético-MG:
6 jogos | 4 vitórias | 1 empate | 1 derrota | 18 gols marcados | 11 gols sofridos


Foto Arquivo/Atlético-MG

Cruzeiro Campeão da Copa do Brasil 2017

A Copa do Brasil mudou mais uma vez em 2017. A CBF aumentou o número de participantes para 91, além de ter feito alterações importantes no regulamento. Como o fim dos jogos de ida e volta nas duas primeiras fases. Elas passaram a acontecer em partidas únicas. Na primeira etapa, com vantagem do empate para os visitantes. Na segunda, com disputa de pênaltis em caso de igualdade. Para completar, foi adicionada a quarta fase antes do afunilamento nas oitavas.

Das 91 vagas, 70 ficaram com as federações estaduais, dez com o Ranking da CBF e 11 para os oito melhores do Brasileirão do ano anterior e os campeões da Série B, Copa do Nordeste e Copa Verde. E no meio dessa salada se sobressaiu um mestre na arte de vencer copas, o Cruzeiro, comandado por Mano Menezes, que enfim chegou ao seu quinto título na Copa do Brasil depois de 14 anos.

Presente desde a primeira fase, a Raposa estreou contra o Volta Redonda, vencendo no Raulino de Oliveira por 2 a 1. Na segunda fase, o time não tomou conhecimento do São Francisco, do Pará, e goleou por 6 a 0 no Mineirão. Na terceira fase, foi a vez de encarar o Murici, de Alagoas, e o Cruzeiro conseguiu a classificação com mais duas vitórias, por 2 a 0 no interior alagoano, e por 3 a 0 em Belo Horizonte.

Na quarta fase, veio um confronto cascudo com o São Paulo. Mas a Raposa não se intimidou com a pressão do Morumbi no jogo de ida e venceu por 2 a 0. Porém, no Mineirão, o Cruzeiro não resistiu e acabou derrotado por 2 a 1, resultado que não afetou a classificação às oitavas de final. 

Nas oitavas de final, o adversário foi a Chapecoense, e uma vitória por 1 a 0 em Minas garantiu ao Cruzeiro avançar de fase com empate por 0 a 0 em Chapecó. Nas quartas, dois jogos emocionantes com o Palmeiras. No primeiro, o empate em 3 a 3 em São Paulo deu à Raposa a vantagem dos gols fora de casa, permitindo outro empate em 1 a 1 no Mineirão.

Na semifinal, o enfrentamento foi com o Grêmio, que um ano antes eliminou a Raposa nessa mesma fase. A ida foi na Arena gremista em Porto Alegre, os cruzeirenses acabaram derrotados por 1 a 0. Na volta em Belo Horizonte, o resultado foi devolvido, e nos pênaltis os mineiros venceram por 3 a 2.

A final foi contra o Flamengo, que superou Atlético-GO, Santos e Botafogo. Mas, diferentemente de 2003, a reedição da decisão foi mais tensa. No Maracanã, o Cruzeiro saiu perdendo, mas buscou o empate por 1 a 1 com gol do uruguaio De Arrascaeta. No Mineirão, os times não saíram do 0 a 0. Nos pênaltis, a Raposa não decepcionou, vencendo por 5 a 3 e comemorando o pentacampeonato.

A campanha do Cruzeiro:
14 jogos | 7 vitórias | 5 empates | 2 derrotas | 23 gols marcados | 9 gols sofridos


Foto Pedro Vilela/Getty Images

Grêmio Campeão da Copa do Brasil 2016

Maior vencedor da história da Copa do Brasil desde a primeira edição, o Grêmio chegava em 2016 a uma fila de 15 anos sem erguer a taça. Nem mesmo participou de decisões nesse meio tempo. E isso era muito impactante, visto que o clube esteve em sete finais nas primeiras 13 edições da competição. Já estava mais do que na hora de buscar o penta, e ele veio de maneira categórica.

A conquista tricolor veio pelo atalho privilegiado que os times da Libertadores tinham, com a entrada apenas a partir das oitavas de final, sem precisar disputar as três fases anteriores. O primeiro adversário foi o Athletico-PR. A partida de ida foi realizada na Arena da Baixada, e o Grêmio conseguiu vencer por 1 a 0. Este resultado foi obtido sob o comando do técnico Roger Machado, que vinha mal no Brasileirão e acabou demitido antes da volta. Em seu lugar entrou Renato Portaluppi. Sua estreia foi com emoção, pois o tricolor perdeu na sua Arena por 1 a 0, e só se classificou nos pênaltis, ao vencer por 4 a 3.

Nas quartas de final, veio pela frente o Palmeiras. A primeira partida aconteceu em Porto Alegre. Com gols de Ramiro e Pedro Rocha, o Grêmio venceu por 2 a 1 e abriu vantagem. O segundo jogo foi no Allianz Parque, e o Imortal buscou se segurar. Os paulistas abriram o placar no segundo tempo, o que eliminaria os gaúchos. Do banco de reservas, saiu o autor do gol de empate. Everton Cebolinha marcou 1 a 1 aos 30 minutos, e colocou o tricolor na semifinal.

Na semi, duelo de tetracampeões entre Grêmio e Cruzeiro. O primeiro jogo aconteceu em Belo Horizonte, no Mineirão, mas o tricolor não se intimidou com a pressão mineira. Luan abriu o placar no primeiro tempo, e Douglas fez 2 a 0 no segundo tempo. Com a ótima vantagem, o tricolor apenas precisou segurar o empate sem gols na Arena para se classificar à final.

Na decisão, o Grêmio enfrentou o Atlético-MG, que passou por Ponte Preta, Juventude e Internacional. De novo a ida foi disputada no Mineirão, e com dois gols de Pedro Rocha e outro de Everton o Imortal venceu por 3 a 1. A volta foi disputada na Arena gremista, em meio ao luto e homenagens à Chapecoense, que sofreu um acidente de avião uma semana antes, onde faleceu quase todo o elenco e comissão técnica. Em campo, o tricolor abriu o caminho do penta aos 43 do segundo, com o gol de Miller Bolaños. Os mineiros até empataram por 1 a 1 nos acréscimos, mas o resultado não fazia mais diferença.

A campanha do Grêmio:
8 jogos | 4 vitórias | 3 empates | 1 derrota | 10 gols marcados | 5 gols sofridos


Foto Jeferson Guareze/AGIF