Alemanha Oriental Campeã Olímpica 1976

Os Jogos Olímpicos atravessam o Oceano Atlântico rumo à oeste e aterrissam em Montreal, no Canadá. Para a edição de 1976, o torneio de futebol reverteu a última alteração no regulamento, voltando com o mata-mata na segunda fase ao invés de outros dois grupos. O restante ficou inalterado, incluindo as 16 seleções participantes. Mas... quatro equipes retiraram-se das Olimpíadas antes de seu início. Gana, Nigéria e Zâmbia aderiram ao boicote africano, um movimento de protesto contra a falta de punição sobre a Nova Zelândia, que meses antes fez excursão pela segregada e banida África do Sul com seu time de rugby. Outro que pulou fora foi o Uruguai, porém este foi sem motivo aparente. Os sul-americanos foram substituídos por Cuba, e a competição ficou com 13 países.
Após a conturbação, tudo seguiu nos conforme, com o Leste Europeu dominando as ações. Flertando com o ouro há tempos, a Alemanha Oriental finalmente chegaria lá em solo canadense. No grupo A, estreou com empate sem gols contra o Brasil. Depois de folgar na segunda rodada, foi a vez de encerrar a chave contra a Espanha. O confronto direto com 1 a 0 a favor dos alemães. Com dois pontos, o time ficou na vice-liderança, perdendo a ponta para os brasileiros por causa de um gol marcado a menos. Nas quartas de final, eliminou a França com uma bela goleada por 4 a 0. Na semifinal, foi a vez de passar pela União Soviética, vencendo por 2 a 1. Na decisão, o adversário alemão seria a Polônia, que chegou lá eliminando Cuba, Coreia do Norte e Brasil. Antes disso, pela medalha de bronze, os soviéticos derrotaram os brasileiros por 2 a 0.
O Estádio Olímpico de Montreal recebeu a final entre Alemanha Oriental e Polônia. Com um ótimo futebol, a equipe alemã construiu o caminho rumo ao ouro em 14 minutos: Hartmut Schade abriu o placar aos sete e Martin Hoffmann ampliou. Grzegorz Lato descontou aos 14 do segundo tempo, mas o dia era germânico, e Reinhard Häfner fechou a conta aos 39, fazendo 3 a 1. A medalha dourada foi a única conquista nos 38 anos de história (1952-1990) da seleção da Alemanha Oriental.

A campanha da Alemanha Oriental:
5 jogos | 4 vitórias | 1 empate | 0 derrotas | 10 gols marcados | 2 gols sofridos


Foto Arquivo/DFV (07/1977: Argentina x Alemanha Oriental)

Polônia Campeã Olímpica 1972

Chegam os anos 70, e junto com a nova década a Olimpíada entra em uma nova fase. A tecnologia começa torna-se cada vez mais um aliado, tanto no auxílio às modalidades quanto nas transmissões televisivas. Os Jogos de 1972, em Munique, eram para ter sido um símbolo de uma nova Alemanha, cada vez mais afastada de seu passado totalitarista. Mas as competições são lembradas até hoje pelo medo, depois do atentado à delegação de Israel na Vila Olímpica. Orquestrado pelo grupo terrorista palestino Setembro Negro, o ataque matou 17 pessoas, dentre eles seis treinadores e cinco atletas israelenses. Depois desse episódio, a segurança redobrou nas instalações olímpicas, tanto na cidade alemã quanto nas futuras edições, mudando para sempre o trato entre público, atletas e organização.
No futebol, o Torneio Olímpico mudou mais uma vez o regulamento. O mata-mata foi substituído pela segunda fase, onde os oito classificados da primeira seriam divididos em mais dois grupos, com líderes avançando rumo ao ouro e a prata, e vice indo para disputar o bronze. O que não mudou foi o domínio do Leste Europeu. Uma nova força crescia por aqueles lados: a Polônia, frenteada por Kazimierz Deyna e Robert Gadocha, e com um jovem Grzegorz Lato no banco de reservas. No grupo D, estreou goleando a Colômbia por 5 a 1. Na sequência, aplicou 4 a 0 em Gana. Na rodada final, disputou a liderança com a Alemanha Oriental, vencendo-a por 2 a 1 e terminando com 6 pontos. Na segunda fase, o time polaco ficou no grupo 2. Seu primeiro adversário foi a Dinamarca, com a qual empatou por 1 a 1. Contra a União Soviética, uma inesquecível vitória por 2 a 1, de virada. Precisando vencer de novo para ir à final, a Polônia derrotou o Marrocos por 5 a 0, encerrando outra vez no primeiro, com cinco pontos.
O bronze foi definido entre soviéticos e alemães-orientais, que empataram por 2 a 2 e dividiram a medalha. Pelo ouro, os poloneses enfrentaram a Hungria, no Estádio Olímpico de Munique. A Polônia conquistou seu único título vencendo por 2 a 1, novamente de virada. Ambos os gols foram marcados por Deyna, aos dois e aos 23 minutos do segundo tempo.

A campanha da Polônia:
7 jogos | 6 vitórias | 1 empate | 0 derrotas | 21 gols marcados | 5 gols sofridos


Foto Peter Robinson/PA Images

Hungria Campeã Olímpica 1968

O Torneio Olímpico de futebol aterrissa pela primeira vez no terceiro mundo. Os Jogos de 1968 aconteceram na Cidade do México, em meio à efervescência social, por causa dos protestos estudantis na capital (e que infelizmente culminariam no Massacre de Tlatelolco), e às sucessivas quebras de recorde nas provas do programa, devido a altitude. No meio futebolístico, quase nada mudou. Quem tinha a vantagem de ser amador desde a raiz largava em vantagem.
Desta vez, o regulamento seria mantido sem alterações. A única diferença para 1964 foi no número de participantes, já que não houve desistências nem proibições dentre as 16 seleções. Bicampeã, a Hungria chegava novamente com força, mirando sua terceira medalha de ouro. No grupo C da competição, o time magiar estreou muito bem, goleando El Salvador por 4 a 0. Na segunda rodada, porém, a equipe foi surpreendida por Gana no empate por 2 a 2. A recuperação veio na última partida, na vitória sobre Israel por 2 a 0. Com cinco pontos, os húngaros ficaram na liderança da chave. Nas quartas de final, foi a vez de passar pela Guatemala, vencendo-a por 1 a 0. Mais uma goleada viria a ocorrer, agora na semifinal, por 5 a 0 sobre o Japão. A final foi marcada por duas forças do Leste Europeu, entre Hungria e Bulgária. 
Os búlgaros chegaram para disputar o ouro depois de eliminar Tchecoslováquia, Tailândia, Israel e México. Antes, no jogo valendo o bronze, o time japonês venceu o mexicano por 2 a 0. A decisão foi realizada no Estádio Azteca, diante de 75 mil pessoas. A Bulgária abriu o placar aos 22 minutos do primeiro tempo, com Tsvetan Veselinov. Apesar do revés, a Hungria se acertou aos poucos e buscou a virada. Aos 40, Iván Menczel empatou. Aos 41, Antal Dunai virou. Já no segundo tempo, aos quatro, Antal ampliou, e aos 17, István Juhász fechou a conta. Com 4 a 1 no placar, os magiares chegavam ao tricampeonato olímpico, uma marca jamais superada, pelo menos entre os homens.

A campanha da Hungria:
6 jogos | 5 vitórias | 1 empate | 0 derrotas | 17 gols marcados | 3 gols sofridos


Foto Arquivo/MLSZ

Hungria Campeã Olímpica 1964

Continuando com a saga olímpica, o torneio de futebol chega dos Jogos de 1964, sediados em Tóquio. Era a hora de compensar a capital japonesa pela interrupção causada pela Segunda Guerra Mundial, em 1940. O regulamento com fase de grupos, adotado na edição anterior, fez sucesso e acabou mantido para o futuro. Com modificações: ao invés de passar só o líder de cada chave, os vices também ganhariam a chance de seguir em frente. Mas como nem tudo são flores, houve um time desistente e outro barrado das partidas. A Coreia do Norte retirou-se porque alguns de seus jogadores foram proibidos de pisar em solo japonês, e a Itália foi eliminada sumariamente pois seu elenco era profissional. Com 14 seleções, as Olimpíadas deram início ao torneio.
Outrora a melhor equipe do mundo, a Hungria perdera muita força após a invasão soviética ao país. Muitos dos seus craques preferiram atuar no exterior, como os agora espanhóis Ferenc Puskás e László Kubala. Porém, como seu futebol seguia 100% amador desde a seleção principal, o time magiar era um dos favoritos ao ouro. E confirmou em campo. No grupo B, a estreia húngara foi com goleada por 6 a 0 sobre o Marrocos. Depois de folgar na segunda rodada (jogaria contra os norte-coreanos), confirmou a classificação na última partida da fase de grupos, ao derrotar a Iugoslávia em um inesquecível 6 a 5. Líder com quatro pontos, os húngaros enfrentaram a Romênia nas quartas de final, vencendo por 2 a 0. Na semifinal, 6 a 0 sobre a República Árabe Unida (Egito e Síria).
A luta pelo bicampeonato teve o seu encerramento contra a Tchecoslováquia, que passou por Brasil, Coreia do Sul, Japão e Alemanha. Na disputa pelo bronze, os alemães derrotaram os árabes por 3 a 1. A decisão entre magiares e tchecos aconteceu no Estádio Nacional de Tóquio. O placar só foi aberto no segundo tempo, quando Vladimír Weiss anotou contra aos húngaros, aos dois minutos. Ferenc Bene aumentou aos 14. Jan Brumovsky descontou para 2 a 1 aos 35, mas a Hungria soube garantir o resultado, ficando com seu segundo ouro no futebol.

A campanha da Hungria:
5 jogos | 5 vitórias | 0 empates | 0 derrotas | 22 gols marcados | 6 gols sofridos


Foto Arquivo/MLSZ

São Raimundo-RR Campeão Roraimense 2021

Do cartel de 12 títulos estaduais conquistados, metade vem desta sequência. O São Raimundo continua mandando em Roraima, levando o hexacampeonato em 2021. O torneio roraimense desta temporada foi o mais curto de todos no Brasil, durando apenas 32 dias e contando com a presença de cinco times, se enfrentando em dois turnos distintos.

No primeiro, nomeado Taça Boa Vista, o Mundão liderou com dez pontos, três vitórias e um empate. Mas na final, acabou derrotado pelo vice-líder Náutico por 7 a 6 nos pênaltis, após empatar por 2 a 2. No returno, chamado de Taça Roraima, o São Raimundo ficou com a segunda melhor campanha, com nove pontos e mais três triunfos, perdendo a ponta para o GAS no saldo de gols.

Na decisão, venceu o adversário por 1 a 0. A final geral foi entre Náutico e São Raimundo, em partida única no Estádio Canarinho, na capital Boa Vista. E o Mundão chegou ao incontestável sexto título seguido ao vencer por 2 a 1.

A campanha do São Raimundo:
11 jogos | 8 vitórias | 2 empates | 1 derrota | 29 gols marcados | 8 gols sofridos


Foto Ítalo Lopes/BV Esportes

São Bernardo Campeão Paulista Série A2 2021

O importante no futebol, tanto quanto competir, é vencer. E foi com isso em mente que o São Bernardo FC chegou ao seu segundo título na Série A2 do Paulistão, nove anos após o primeiro e garantindo o retorno à primeira divisão depois de cinco temporadas.

A primeira fase do torneio contou com a participação de 16 times, se enfrentando em turno único, todos contra todos. Em 15 jogos, o Tigre do ABC venceu somente cinco e empatou outras oito, somando 23 pontos. Foram apenas duas derrotas na parte inicial da campanha, mas o excesso de empates deixou o clube apenas no quinto lugar, com 13 pontos a menos que o líder Oeste.

Nas quartas de final, o Bernô enfrentou o Atibaia, vencendo a ida em casa por 1 a 0 e empatando a volta fora por 1 a 1. Na semifinal, empatou mais duas vezes com o Oeste, ambas por 1 a 1. A classificação e o acesso vieram como visitante, em Barueri, ao fazer 5 a 3 nos pênaltis.

A final foi contra o Água Santa. A ida foi jogada em São Bernardo do Campo, no Estádio Primeiro de Maio, e terminou novamente empatada, por 0 a 0. O rival de Diadema mandou a volta em São Paulo, no Canindé, e terminou como? Empatada, agora por 2 a 2. Nos pênaltis, o São Bernardo chegou ao título vencendo por 4 a 3.

A campanha do São Bernardo:
21 jogos | 6 vitórias | 13 empates | 2 derrotas | 23 gols marcados | 17 gols sofridos


Foto Alexandre Battibugli/FPF

Iugoslávia Campeã Olímpica 1960

A enxurrada de desistências e costuras no regulamento do futebol olímpico em 1956 motivaram o COI e a FIFA a mudarem todo o sistema de disputa para 1960. Pela primeira vez, todos os participantes do torneio seriam qualificados através de eliminatórias, os chamados Pré-Olímpico. Antes, parte das seleções eram definidas por convite. O regulamento deixou de ser 100% mata-mata, sendo introduzida uma fase de grupos. O número de equipes foi fixado em 16, e quatro chaves passariam a formar a primeira fase do torneio.
Mantendo a crescente tradição de times do Leste Europeu aparecendo com os elencos quase que principais, a Iugoslávia foi às Olimpíadas de Roma após bater Israel e Grécia nas qualificatórias. Na fase de grupos da competição, ficou no grupo A. Em sua estreia, goleou a República Árabe Unida (união de Egito e Síria) por 6 a 1. Na segunda rodada, aplicou 4 a 0 na Turquia. Estes resultados seriam importantíssimos para o prosseguimento iugoslavo. Isto porque só um time avançava à semifinal, e na partida decisiva da chave a Iugoslávia empatou com a Bulgária por 3 a 3. As duas seleções marcaram cinco pontos, e o saldo de nove gols dos eslavos foi superior ao de cinco dos búlgaros. Na semi, os iugoslavos superaram a dona da casa Itália na base da sorte: a partida ficou empatada por 1 a 1 nos 120 minutos programados. A classificação veio no cara ou coroa do árbitro, pois ainda não existia a disputa de pênaltis.
A medalha de ouro seria decidida entre Iugoslávia e Dinamarca, que eliminou Argentina, Polônia, Tunísia e Hungria. Na disputa pelo bronze, os húngaros bateram os italianos por 2 a 1. A final foi realizada no Flamínio, em Roma. Logo no primeiro minuto de jogo, Milan Galic abriu o placar aos iugoslavos. Zeljko Matus aumentou aos 12 e Borivoje Kostic fez o terceiro aos 24 do segundo tempo. Aos 45, Flemming Nielsen descontou para 3 a 1, mas já era tarde para tentar arrancar algo da Iugoslávia, que ali chegava ao seu principal título em toda a história, até 2003. Seu espólio seria assumido pela Sérvia a partir de então.

A campanha da Iugoslávia:
5 jogos | 3 vitórias | 2 empates | 0 derrotas | 17 gols marcados | 6 gols sofridos


Foto Arquivo/FSS