Argentinos Juniors Campeão da Libertadores 1985

Ao longo dos anos, a Libertadores apresentou muitas surpresas. A maioria não chegou ao título, e poucas tiveram o privilégio de serem campeãs. E sem dúvidas, uma delas foi o Argentinos Juniors, clube de Buenos Aires, do bairro de La Paternal, que não teve medo dos gigantes na edição de 1985.

Nesta época, o Bicho Colorado aproveitava-se do dinheiro da venda de uma joia do futebol, Diego Maradona, para formar uma das melhores equipes de sua história, comandada pelo técnico José Yudica. Campeão argentino pela primeira vez em 1984, o time estreou em copas internacionais. Na primeira fase, contra o conterrâneo Ferro Carril e os brasileiros Fluminense e Vasco, a classificação veio com boas doses de emoção.

A disputa foi especialmente com o Ferro, ponto a ponto, gol a gol. No fim, os dois clubes somaram nove pontos e quatro gols de saldo. Mas os colorados marcaram nove vezes, contra sete do adversário. Entre as quatro vitórias obtidas na chave, o destaque fica para as duas em solo brasileiro, por 2 a 1 sobre o Vasco e por 1 a 0 sobre o Fluminense, ambas no Maracanã.

Na semifinal, o Argentinos enfrentou o Independiente e o boliviano Blooming. Na estreia, empate por 2 a 2 em casa com os então campeões. Na sequência, contra o time da Bolívia, 1 a 1 fora e vitória por 2 a 0 em Buenos Aires. Na última partida, o time colorado conseguiu a classificação fazendo 2 a 1 no Independiente, em Avellaneda. Foram oito pontos conquistados contra seis do rival.

A final foi contra o América de Cali, que começaria sua triste trilogia de vices após eliminar o Peñarol e o equatoriano El Nacional. O jogo de ida foi no Monumental de Nuñez, em Buenos Aires, e acabou com vitória por 1 a 0 dos Argentinos, gol de Emilio Commisso. A volta aconteceu em Cali, no Pascual Guerrero, e o América devolveu o 1 a 0, forçando a partida extra.

No Defensores del Chaco, em Assunção, Commisso voltou a marcar, mas os colombianos fizeram 1 a 1 e levaram o confronto aos pênaltis. Nas cobranças, Enrique Vidallé brilhou ao defender a última do América, e Mario Videla foi responsável por fazer 5 a 4 e dar o maior título da história do Argentinos Juniors.

A campanha do Argentinos Juniors:
13 jogos | 7 vitórias | 4 empates | 2 derrotas | 17 gols marcados | 11 gols sofridos


Foto Arquivo/El Gráfico

Barra Campeão Catarinense Série B 2021

A segunda divisão do futebol catarinense trouxe uma boa novidade para a elite de 2022. O Barra, clube da cidade de Balneário Camboriú venceu a competição pela primeira vez em 2021 e vai estrear na série principal no ano que vem.

O campeonato foi longo, com dez clubes se enfrentando em dois turnos na primeira fase, totalizando 18 rodadas. Os dois melhores já conquistavam o acesso, além da vaga na final. E o Pescador deu poucas chances aos adversários. Não perdeu nenhuma partida, venceu 12 e empatou seis para conseguir a classificação. Com 42 pontos, o time ficou em segundo lugar, quatro distantes do Camboriú, equipe do município vizinho que também subirá de divisão.

Para os desavisados, os dois clubes podem parecer que são da mesma cidade, mas Camboriú e Balneário Camboriú são localidades distintas. A segunda emancipou-se da primeira nos anos 1960, e desde então uma rivalidade entre vizinhos tomou forma.

A decisão do Catarinense Série B emulou um pouco esse clima. Sem possuir estádio em Balneário, o Barra mandou a ida no Hercílio Luz, em Itajaí. Lá, o empate por 1 a 1 não deixou ninguém em vantagem. A volta foi no Robertão, em Camboriú, e os visitantes levaram o título ao vencerem por 2 a 1.

A campanha do Barra:
20 jogos | 13 vitórias | 7 empates | 0 derrotas | 31 gols marcados | 9 gols sofridos


Foto Lucas Gabriel Cardoso/Barra

Corinthians Campeão Brasileiro Feminino 2021

Cada vez mais os clubes de camisa tradicional estão olhando para o futebol feminino. O Brasileirão Série A1 de 2021 refletiu bem essa nova direção. Equipes de cidades pequenas e médias e torcidas mais locais perderam bastante espaço para aquelas de massa.

Das oito classificadas ao mata-mata desta edição - composta por 16 clubes, seis estão presentes também na elite masculina. O título ficou nas mãos do Corinthians, que fez uma campanha brilhante mais uma vez pelas mãos de Arthur Elias, foi à quinta decisão consecutiva e levou o tricampeonato.

A estreia do Timão foi com vitória por 3 a 0 sobre o Napoli catarinense, no que já ditou o tom que seriam as outras partidas. Na sequência, o time colecionou diversos triunfos. Alguns mais simples, outros mais numerosos, como as goleadas por 4 a 0 fora sobre o Internacional, na quarta rodada, os 8 a 2 fora sobre o São José-SP, no sétimo jogo, os 5 a 2 em casa sobre o Real Brasília, na nona partida, e os 5 a 0 em casa sobre o Minas Brasília, na 14ª jornada.

O Corinthians ainda teve dois empates e uma derrota, por 2 a 1 fora para o Santos, na quinta rodada. Ao final das 15 rodadas, o Alvinegro ficou na liderança, com 38 pontos. São Paulo, Santos, Ferroviária, Inter, Grêmio e Avaí Kindermann foram as demais equipes que avançaram.

Nas quartas de final, o Timão enfrentou o Avaí Kindermann, goleando nos dois jogos: 4 a 1 na Ressacada e 6 a 0 no Parque São Jorge. Na semifinal, foi a vez de enfrentar a Ferroviária. Na ida em Araraquara, 3 a 1 para o Corinthians. A volta aconteceu em Barueri, e outro 3 a 1 carimbou o passaporte alvinegro rumo à final.

A decisão do Brasileirão Feminino desenhou um dos maiores clássicos do futebol nacional, o Derby Paulista entre Corinthians e Palmeiras. As palmeirenses chegaram lá ao eliminarem Grêmio e Internacional nos mata-matas. A primeira partida foi jogada no Allianz Parque, a casa palmeirense, e terminando com o resultado de 1 a 0 a favor das corinthianas, gol marcado por Gabi Portilho.

A segunda disputa foi realizada na Neo Química Arena, o palco alvinegro. O tri do Timão veio com tranquilidade. Um gol contra de Augustina e dois de Adriana e Victória estabeleceram a vantagem ainda no primeiro tempo. O Palmeiras descontou insuficientemente para 3 a 1 na segunda etapa.

A campanha do Corinthians:
21 jogos | 18 vitórias | 2 empates | 1 derrota | 64 gols marcados | 17 gols sofridos


Foto Alexandre Battibulgi/FPF

Trem Campeão Amapaense 2021

O Amapá foi o 24º Estado brasileiro a definir seu campeão em 2021. O Trem, clube fundado no bairro de mesmo nome em Macapá, levou o sexto título de sua história, acabando com uma fila de dez anos sem conquistas. Sete equipes participaram do Amapazão, disputado em grupo e turno únicos na primeira fase, com os quatro melhores avançando à semifinal.

Mas a Locomotiva começou muito mal a competição, levando 5 a 0 do Independente na estreia. Foi a única derrota do time em todo o certame. A recuperação veio a partir da quarta rodada. Depois de uma folga e um empate por 1 a 1 com o São Paulo-AP, o Trem venceu o Ypiranga-AP por 2 a 0, deixando a lanterna rumo à zona de classificação.

Nas demais três partidas, 1 a 1 com o Santos-AP, 4 a 2 no Macapá e 3 a 0 no Santana. Com 11 pontos, o clube fechou a primeira fase em terceiro lugar. Na semifinal, o rubro-negro eliminou o São Paulo com empate por 0 a 0 na ida e vitória por 3 a 1 na volta. 

A final foi contra o Santos, com empates por 0 a 0 e por 2 a 2 levarando o título a ser definido nos pênaltis. E o Trem se deu melhor, venceu por 5 a 3 e recuperou a hegemonia estadual. Todas as partidas da competição foram realizadas no Estádio Zerão, em Macapá.

Semifinal depois da final

Antes de ser derrotado para o Trem na final, o Santos precisou bater dois adversários na semifinal. Primeiro o Independente, depois o Ypiranga, em mais uma confusa disputa no tribunal. O que aconteceu foi que o Independente jogou a primeira semi sob efeito suspensivo, pois o time havia perdido nove pontos no TJD-AP.

Mas o STJD derrubou a liminar e confirmou a punição, alçando o Ypiranga ao seu lugar e anulando a primeira semifinal. A questão é que a FAF já havia feito a final, porém sem homologar seu resultado. O Santos refez a semi contra o Ypiranga e voltou a se classificar, mas a FAF resolveu homologar a primeira decisão. No fim das contas, uma das semifinais foi jogadas depois da final.

A campanha do Trem:
10 jogos | 4 vitórias | 5 empates | 1 derrota | 16 gols marcados | 12 gols sofridos


Foto Rosivaldo Nascimento

Independiente Campeão da Libertadores 1984

Nunca a Argentina estava há tanto tempo sem vencer a Libertadores. Desde o título de 1978 do Boca Juniors até 1983, o país pegou somente um vice, em 1979. Mas um clube voltaria de seu descanso para dar a última demonstração de força na maior competição sul-americana. Nove anos depois de obter o inalcançável tetra consecutivo, o Independiente conquistou mais uma taça, a sétima e derradeira.

Campeão metropolitano, o Rojo entrou no grupo 1 da primeira fase, enfrentando Estudiantes e os paraguaios Olimpia e Sportivo Luqueño. Depois da estreia com empate por 1 a 1 contra os compatriotas em La Plata, o time foi ao Paraguai e voltou com uma vitória e uma derrota: 1 a 0 sobre o Luqueño e 1 a 0 para o Olimpia.

No returno, as vitórias em casa (2 a 0 no Luqueño, 4 a 1 no Estudiantes e 3 a 2 no Olimpia) deixaram o Independiente quase classificado, com nove pontos. Mas o decano paraguaio chegava para seu último jogo com sete. E eles venceriam o Estudiantes por 1 a 0 na Argentina, igualando a pontuação roja.

Mas para o alívio de meia Avellaneda, faltou saldo aos paraguaios, 6 a 3. Classificação garantida, o Independiente foi à segunda fase contra Nacional do Uruguai e Universidad Católica. A campanha na semi foi mais tranquila, com a equipe arrancando dois empates fora de casa (1 a 1 no Uruguai e 0 a 0 no Chile) e vencendo suas partidas na Doble Visera (2 a 0 na Católica e 1 a 0 no Nacional), o clube argentino garantiu sua sétima final na história. Uruguaios e chilenos até desistiram de fazer o último jogo, transformado em mero amistoso na chave.

Na decisão, o Independiente enfrentou o Grêmio, que bateu Flamengo e ULA Mérida na fase anterior. Em duas partidas duríssimas, o Rojo se fez valer da sua mística para impedir o segundo título brasileiro. A ida foi disputada em Porto Alegre, no Estádio Olímpico, e os argentinos conseguiram a vantagem mínima, vencendo por 1 a 0. O gol, que seria o da conquista, foi marcado por Jorge Burruchaga.

A volta foi na Doble Visera, em Avellaneda, e o Independiente segurou o 0 a 0 que valeu o hepta. Uma façanha jamais igualada, um momento que nunca mais seria repetido pelo Rey de Copas argentino.

A campanha do Independiente:
12 jogos | 7 vitórias | 4 empates | 1 derrota | 16 gols marcados | 7 gols sofridos


Foto Arquivo/El Gráfico

Grêmio Campeão da Libertadores 1983

O futebol brasileiro formou ótimos times na década de 80. O Flamengo venceu a Libertadores de 1981 e ficou próximo de repetir em 1982. Só que perdeu na fase semifinal para o Peñarol. Neste mesmo ano o Grêmio fez sua estreia, mas caiu na fase de grupos, também para os uruguaios. O vice no Brasileirão da mesma temporada colocou o clube gaúcho novamente na competição sul-americana, em 1983.

O Tricolor ficou no grupo 2, junto com o próprio Flamengo, além dos bolivianos Bolívar e Blooming. A estreia foi com empate em 1 a 1 com o Flamengo, no Olímpico. Nos cinco jogos seguintes, o time emendou vitórias: na Bolívia, 2 a 0 sobre o Blooming e 2 a 1 sobre o Bolívar. Em Porto Alegre, outro 2 a 0 sobre o Blooming 3 a 1 sobre o Bolívar. Já classificada, a equipe encerrou a fase com ótimos 3 a 1 sobre o Flamengo, no Maracanã. Com 11 pontos, o Grêmio teve a melhor campanha entre os 20 clubes da primeira fase.

Na fase semifinal, o Tricolor enfrentou o Estudiantes e o América de Cali, começando com vitória sobre os argentinos por 2 a 1, em casa. Na Colômbia, derrota por 1 a 0 para o América. Na volta contra os colombianos em Porto Alegre, 2 a 1 a favor.

O Grêmio encerrou a segunda fase na emblemática Batalha de La Plata, onde os gaúchos enfrentaram um Estudiantes hostil e violento, cedendo de propósito o empate por 3 a 3 em troca de tranquilidade na volta para casa. Esse resultado deixou o Tricolor na dependência de um tropeço argentino contra o América. E a partida na Colômbia terminou sem gols, colocando o Grêmio na sua primeira final de Libertadores.

A decisão foi no reencontro com o Peñarol, que defendia a taça depois de eliminar o rival Nacional e o venezuelano Atlético San Cristóbal. Apesar da maior tradição uruguaia, o Grêmio não se deixou levar por novos temores. No Centenario, em Montevidéu, o Imortal conseguiu um bom empate por 1 a 1, com seu gol marcado pelo meia Tita.

A volta foi no Olímpico, em Porto Alegre. Caio e César fizeram os gols da vitória que deu a primeira Libertadores aos gremistas. Entre os dois lances o Peñarol fez o seu gol e tentou atrapalhar os planos, mas o 2 a 1 encerrou ali a questão.

A campanha do Grêmio:
12 jogos | 8 vitórias | 3 empates | 1 derrota | 23 gols marcados | 12 gols sofridos


Foto Lemyr Martins/Placar

Peñarol Campeão da Libertadores 1982

Depois de uma década gloriosa e outra perdida, o Peñarol ansiava por tempos melhores. Tricampeão da Libertadores nos anos 60, o clube viu na década de 70 o Nacional se aproximar na supremacia local com um bicampeonato. A situação iria voltar à normalidade pelos lados carboneros em 1982.

Sem o rival para atrapalhar, o Peñarol ficou no grupo 2 da primeira fase, junto do Defensor, do São Paulo e do Grêmio. Não foi problema nenhum para a experiente equipe eliminar os adversários, que juntos ainda não somavam a metade da tradição aurinegra na competição.

Foram quatro vitórias e um empate nas seis partidas da chave, com destaque para os 3 a 0 sobre o Defensor na estreia, em casa, e o 1 a 0 sobre o São Paulo no returno, no Morumbi. A classificação veio nessa partida, com uma rodada de antecedência. Tanto que o time se permitiu levar 3 a 1 do Grêmio no último jogo, em Porto Alegre.

Com nove pontos, o Peñarol seguiu rumo à semifinal, onde encarou Flamengo e River Plate. A força uruguaia foi demonstrada já primeira partida, no Centenario, ao vencer por 1 a 0 o Flamengo. Depois, 3 a 0 sobre o River em pleno Monumental de Nuñez. Mais duas vitórias, por 2 a 1 sobre os argentinos, em casa, e por 1 a 0 sobre os brasileiros, no Maracanã, deram aos carboneros o 100% de aproveitamento e o retorno à final depois de 12 anos.

O adversário do Peñarol na decisão foi o Cobreloa, um novato de apenas cinco anos de existência, mas que já havia dado trabalho ao Flamengo um ano antes na Libertadores. Após passar por Olimpia e Deportes Tolima na semi, a equipe chilena também iria tentar frustrar os planos do Peñarol. Mas camisa pesa. O primeiro jogo foi em Montevidéu, no Centenario, e terminou empatado por 0 a 0.

A segunda parada foi no Nacional de Santiago, com todas as torcidas do Chile unidas em prol do Cobreloa. Tudo encaminhava-se para outro empate sem gols, e a consequente partida extra. Até que o ídolo de uma nova era do Peñarol, Fernando Morena, tirou da cartola o gol do título, fazendo 1 a 0 aos 44 minutos do segundo tempo. Festa do tetra fora de casa, acabando com a fila de 16 anos na América do Sul.

A campanha do Peñarol:
12 jogos | 9 vitórias | 2 empates | 1 derrota | 16 gols marcados | 6 gols sofridos


Foto Arquivo/Peñarol