Palmeiras Campeão da Libertadores 1999

Encerrando a melhor década brasileira na Libertadores até aquele momento, em 1999, o Palmeiras exorcizou os fantasmas dos vices de 1961 e 1968 e levou sua primeira taça na competição. O time conseguiu o título na última edição que contou com 21 clubes, cinco chaves binacionais e o vencedor anterior entrando já no mata-mata.

No grupo 3 da primeira fase, o Verdão jogou contra Corinthians e os paraguaios Olimpia e Cerro Porteño. A estreia foi no Dérbi, no Morumbi, com vitória por 1 a 0. Na sequência, em Assunção, vitória por 5 a 2 sobre o Cerro e derrota por 4 a 2 para o Olimpia. No returno, 1 a 1 com o Olimpia, no Palestra Itália, derrota por 2 a 1 no segundo clássico, no Morumbi, e 2 a 1 no Cerro, também em casa. Com dez pontos, o alviverde ficou em segundo lugar, dois pontos atrás do Corinthians.

As oitavas de final foram contra o Vasco, e o atual campeão não foi páreo após 1 a 1 no Palestra e 4 a 2 em pleno São Januário. Nas quartas, mais dois clássicos com o Corinthians no Morumbi. No primeiro, o Palmeiras venceu 2 a 0. No segundo, o rival devolveu o placar e levou o confronto aos pênaltis. Ali começou a história de "santidade" do goleiro Marcos, que defendeu duas cobranças e ajudou o Palmeiras a eliminar seu maior rival  por 4 a 2.

A semifinal foi contra o River Plate, que complicou ao derrotar os brasileiros por 1 a 0 na ida, no Monumental de Nuñez. Mas o Verdão reverteu com superioridade na volta, no Palestra Itália, fazendo 3 a 0 e se classificando para a final.

A decisão foi contra o Deportivo Cali, que eliminou Colo-Colo, Bella Vista e Cerro Porteño. O primeiro jogo foi no Pascual Guerrero, mas o Palmeiras não resistiu e sofreu 1 a 0. O Palestra Itália recebeu a segunda partida. Evair abriu o placar de pênalti, mas o empate veio em seguida. Oséas fez 2 a 1 a 15 minutos do fim e levou a final aos pênaltis.

Zinho desperdiçou a primeira cobrança, porém Marcos defendeu a quarta batida e os colombianos atiraram e a quinta para fora. Por 4 a 3, o Palmeiras sagrava-se campeão da Libertadores e completava a década de ouro do clube.

A campanha do Palmeiras:
14 jogos | 7 vitórias | 2 empates | 5 derrotas | 24 gols marcados | 18 gols sofridos


Foto Robson Fernandes/Estadão Conteúdo

Vasco Campeão da Libertadores 1998

O ano de 1998 foi de perda na final da Copa do Mundo com o Brasil, mas nos clubes as coisas estiveram boas. O Vasco vinha de um título brasileiro incontestável no ano anterior, e voltava para a Libertadores justamente no seu centenário.

O time carioca participou ao lado do Grêmio e dos mexicanos do América e do Chivas. Inclusive, foi nesta edição que ocorreu a estreia do México na competição, passando por uma fase preliminar com os venezuelanos nos meses anteriores.

Apesar do alto nível do elenco, as coisas começaram ruins para o cruz-maltino: derrotas por 1 a 0 para o Grêmio, no Olímpico, e para o Chivas, em Guadalajara, além do empate por 1 a 1 com o América, no Azteca. A arrancada veio no returno em São Januário, onde fez 3 a 0 no Grêmio, 2 a 0 no Chivas e voltou a marcar 1 a 1 com o América. Com oito pontos, o Vasco terminou na vice-liderança, quatro pontos a menos que os gaúchos.

Nas oitavas de final, o clube carioca encarou o terceiro brasileiro do torneio, o Cruzeiro, beneficiado pelo título da temporada passada. O cruz-maltino fez 2 a 1 no Rio de Janeiro e segurou o 0 a 0 no Mineirão. Nas quartas, reencontro com o Grêmio, e em Porto Alegre a equipe conseguiu empate por 1 a 1 na ida. A volta foi em São Januário, e vitória por 1 a 0 colocou o time na semifinal.

A semifinal foi contra o River Plate. Em casa, o Vasco abriu vantagem ao vencer por 1 a 0. No Monumental de Nuñez, empate por 1 a 1, com o golaço em cobrança de falta perfeita de Juninho Pernambucano, quase do meio de campo. A vaga para a final estava na mão.

O adversário foi o Barcelona de Guayaquil, que tinha batido Colo-Colo, Bolívar e Cerro Porteño. São Januário recebeu mais de 36 mil pessoas para ver Donizete e Luizão marcarem os gols da vitória por 2 a 0, que encaminhou a conquista.

No Monumental do Equador a dupla voltou a marcar, calando os 72 mil torcedores adversários, o Vasco venceu por 2 a 1 e comemorou o título da Libertadores de 1998, o mais importante da história cruz-maltina, no ano do centenário e 50 anos depois da primeira conquista continental, que inspirou a criação da disputa atual.

A campanha do Vasco:
14 jogos | 7 vitórias | 5 empates | 2 derrotas | 17 gols marcados | 8 gols sofridos


Foto Edison Vara/Placar

Cruzeiro Campeão da Libertadores 1997

A segunda metade dos anos 90 marcou o maior domínio brasileiro visto na Libertadores até então. Foram quatro títulos em cinco edições entre 1995 e 1999. A jornada iniciada pelo Grêmio só foi quebrada em 1996, com o River Plate. Dali para frente o país emendou três taças, começando pelo Cruzeiro em 1997.

O clube quebraria uma fila de 21 anos no torneio, o qual garantiu sua vaga ao vencer a Copa do Brasil do ano anterior. Ao lado do Grêmio e dos peruanos Alianza Lima e Sporting Cristal, a Raposa ficou no grupo 4.

Mas o começo do clube mineiro foi péssimo: derrotas por 2 a 1 para o Grêmio, em pleno Mineirão, e mais duas por 1 a 0 para o Alianza e o Cristal, em Lima. A recuperação cruzeirense aconteceu a tempo com três vitórias no returno, por 1 a 0 sobre o Grêmio no Olímpico, por 2 a 0 sobre o Alianza Lima e 2 a 1 sobre o Sporting Cristal, as duas no Mineirão. Com nove pontos, o time ficou em segundo lugar, três pontos atrás dos gaúchos e um à frente do Cristal.

E quem pensa que as coisas seriam mais fáceis no mata-mata se enganou. O Cruzeiro enfrenou o El Nacional, do Equador, nas oitavas de final. Perdeu por 1 a 0 em Quito e fez 2 a 1 em Belo Horizonte, se classificando ao vencer por 5 a 3 nos pênaltis.

Nas quartas, em novos encontros com o Grêmio, a Raposa venceu por 2 a 0 no Mineirão e perdeu por 2 a 1 no Olímpico. A semifinal foi contra o Colo Colo. No Mineirão, vitória simples por 1 a 0. Em Santiago, o time chileno aplicou 3 a 2 e o Cruzeiro precisou novamente dos pênaltis, vencendo por 4 a 1.

Na final, o reencontro com o Sporting Cristal, que eliminou Vélez Sarsfield, Bolívar e Racing. A partida de ida foi em Lima, e o time treinado por Paulo Autuori segurou o 0 a 0 no placar. Foi o único jogo sem derrota que o Cruzeiro teve como visitante em toda a competição.

A volta foi em Belo Horizonte, e 95 mil torcedores viram no Mineirão o time de Dida, Palhinha, Ricardinho e Marcelo Ramos conseguir a vitória por 1 a 0, gol marcado por Elivélton. Mesmo com os problemas e as críticas, o Cruzeiro conquistava o bicampeonato da Libertadores.

A campanha do Cruzeiro:
14 jogos | 7 vitórias | 1 empate | 6 derrotas | 15 gols marcados | 12 gols sofridos


Foto Eugênio Sávio/Placar

River Plate Campeão da Libertadores 1996

Em todos os anos terminados com seis, o River Plate tem motivos para comemorar ou para lamentar na Libertadores. E quando 1996 chegou, todos já se perguntavam se o clube faturaria o bicampeonato ou ficaria com o tri-vice. No fim das contas, o primeiro cenário foi o que se concretizou.

O River começou a campanha no grupo 5 da primeira fase, contra San Lorenzo e os venezuelanos Minervén e Caracas. E não foi difícil para dominar os fracos adversários da Venezuela: quatro vitórias, incluindo as goleadas por 4 a 1 sobre o Minervén, fora, e por 5 a 0 sobre o Caracas, em casa. Entre elas, bastou empatar duas vezes com o rival de Buenos Aires para garantir a liderança da chave, com 14 pontos. A tranquilidade deu lugar a momentos de emoção no mata-mata.

Nas oitavas de final, o time millonario perdeu a ida por 2 a 1 para o Sporting Cristal, no Peru. A desvantagem foi pulverizada na volta com a vitória por 5 a 2 no Monumental de Nuñez. Nas quartas, o River Plate voltou a encontrar com o San Lorenzo. O primeiro jogo aconteceu no Nuevo Gasómetro, na capital argentina, e os visitantes venceram por 2 a 1. Na segunda partida, em casa, o River abriu o placar mas não matou o confronto. Mas o máximo que o adversário fez foi empatar em 1 a 1, ameaçando pouco a classificação millonaria.

Na semifinal, foi a vez de enfrentar a Universidad de Chile. Na ida, em Santiago, o River Plate buscou o empate por 2 a 2 nos minutos finais. Na volta, em Buenos Aires, vitória simples por 1 a 0 garantiu a vaga na decisão.

E assim como dez anos antes, o oponente do River na final da Libertadores foi o América de Cali. Os colombianos também chegaram lá ao passarem por Minervén, Junior Barranquilla e Grêmio. A primeira partida foi disputada no Pascual Guerrero, na Colômbia. E deu América, vencendo por 1 a 0.

A  desvantagem argentina era curta, então o River Plate foi com tudo para o segundo jogo, no Monumental. Com dois gols de Hernán Crespo, o clube millonario aplicou 2 a 0, fez a síndrome do vice do pessoal de Cali falar mais alto e levou o segundo título da Libertadores.

A campanha do River Plate:
14 jogos | 8 vitórias | 4 empates | 2 derrotas | 28 gols marcados | 12 gols sofridos


Foto Arquivo/River Plate

Grêmio Campeão da Libertadores 1995

A década de 90 foi a da redenção dos brasileiros na Libertadores. Depois de títulos isolados do Santos nos anos 60, do Cruzeiro nos 70 e de Flamengo e Grêmio nos 80, o São Paulo reinaugurou a consolidação tupiniquim no continente com o bicampeonato de 1992 e 1993.

A continuidade foi dada em 1995, com o Grêmio, que buscou a reconquista depois de 12 anos. De novidade no regulamento, só a mudança de dois para três pontos atribuídos às vitórias, seguindo a tendência mundial.

A campanha gremista começou no grupo 4, contra Palmeiras e os equatorianos Emelec e El Nacional. Após a única derrota na primeira fase, quando levou 3 a 2 do Palmeiras fora de casa, na estreia, o Tricolor conseguiu três vitórias e dois empates, somou 11 pontos e classificou-se em segundo, com dois a menos que os paulistas.

Nas oitavas de final, o Grêmio encarou o Olimpia do Paraguai. A vaga foi encaminhada logo na ida, com os 3 a 0 no Defensores del Chaco. Em Porto Alegre, outra vitória, por 2 a 0, embalou a equipe rumo às quartas, onde tivemos dois históricos reencontros com o Palmeiras.

O primeiro jogo foi no Olímpico: simplesmente 5 a 0 para o Imortal, obtido depois da memorável briga entre Dinho (ajudado por Danrlei) e Válber. A segunda partida foi no Palestra Itália, num quase épico. O gol de Jardel, que abriu o placar na ocasião, tornou-se o salvador da classificação do Grêmio, porque os palmeirenses iriam virar e chegar em 5 a 1, algo inimaginável até para eles.

A semifinal marcou outro reencontro, com o Emelec. No Equador, o Tricolor segurou o 0 a 0. Em Porto Alegre, a vitória por 2 a 0 e colocou o clube gremista na terceira final de Libertadores na história.

O adversário na decisão foi o Atlético Nacional, que chegou lá eliminando Peñarol, Millonarios e River Plate. A ida foi no Olímpico, e as atuações perfeitas de Paulo Nunes e Jardel deram ao Grêmio o triunfo por 3 a 1 e uma boa vantagem. A volta foi em Medellín, no Atanasio Girardot, e o Grêmio para ser bicampeão teve que aguentar 73 minutos de pressão colombiana, pois sofreu um gol aos 12 do primeiro tempo. O empate por 1 a 1 finalmente veio aos 40 do segundo tempo, com Dinho cobrando pênalti.

A campanha do Grêmio:
14 jogos | 8 vitórias | 4 empates | 2 derrotas | 29 gols marcados | 14 gols sofridos


Foto José Doval/Agência RBS

Vélez Sarsfield Campeão da Libertadores 1994

Toda grande história de hegemonia tem um momento de apogeu e outro de declínio. Foi assim com o São Paulo dos anos 90, que em oito meses de diferença foi da euforia do bicampeonato mundial à frustração do vice na Libertadores quando buscava o tri seguido. Foi praticamente o ponto final para o exitoso grupo comandado por Telê Santana.

Por outro lado, aquele 1994 veria o surgimento de outro comandante, que viria a se tornar no maior campeão da principal competição sul-americana: Carlos Bianchi. À frente do Vélez Sarsfield, o técnico levaria o primeiro de quatro títulos naquele ano.

El Fortín começou sua campanha contra Boca Juniors, Palmeiras e Cruzeiro. Em seis jogos no grupo 2, o time venceu três e empatou dois, garantindo o primeiro lugar com oito pontos. A única derrota aconteceu na última partida, quando, já classificado, levou 4 a 1 dos palmeirenses.

Nas oitavas de final, contra o Defensor, do Uruguai, empatou por 1 a 1 em Montevidéu e por 0 a 0 em Buenos Aires. Nos pênaltis, a equipe argentina venceu por 4 a 3. Nas quartas, o adversário foi o Minervén, da Venezuela. O primeiro jogo foi na longínqua Cidade Guayana, e o Fortín voltou de lá com outro empate por 0 a 0. Na segunda partida, no José Amalfitani, os portenhos ganharam por 2 a 0.

Na semifinal, confrontos duríssimos contra o Junior Barranquilla. No primeiro, na Colômbia, derrota por 2 a 1. No segundo, na Argentina, o mesmo resultado foi devolvido, e o Vélez passou de novo nos pênaltis, por 5 a 4.

O último obstáculo azul na Libertadores era o São Paulo, que havia batido Palmeiras, Unión Española e Olimpia. O favoritismo era brasileiro, mas o clube argentino tinha o heroísmo de José Luis Chilavert. Exímio goleiro e batedor de pênalti, o paraguaio já fora personagem nas fases anteriores, com defesas importantes e duas cobranças convertidas.

Tudo o que o Vélez precisou na final. Na ida, no José Amalfitani, vitória por 1 a 0, gol marcado por Omar Asad. Na volta, no Morumbi, o São Paulo devolveu o 1 a 0. Nas penalidades, Chilavert defendeu a primeira cobrança adversária, de Palhinha, acertou a segunda da sua equipe, e o Vélez Sarsfield levou sua única Liberadores por 5 a 3.

A campanha do Vélez Sarsfield:
14 jogos | 6 vitórias | 5 empates | 3 derrotas | 15 gols marcados | 12 gols sofridos


Foto Arquivo/Vélez Sarsfield

São Paulo Campeão da Libertadores 1993

O São Paulo conquistou com autoridade a América do Sul e o mundo em 1992. Em 1993, o time treinado por Telê Santana manteve o alto nível e partiu rumo ao bicampeonato. Como era o campeão do momento na Libertadores, o o Tricolor ganhou o direito de estrear diretamente nas oitavas de final. Assim, aguardou na fase de grupos quem seria seu adversário no mata-mata.

Os times brasileiros na primeira fase foram Flamengo e Internacional. Os adversários do grupo 4 vieram da Colômbia: América de Cali e Atlético Nacional. Mas mesmo com três vagas de classificação, apenas o time carioca avançou, na liderança. O clube gaúcho não venceu nenhum dos seis jogos e ficou na última posição.

A estreia do São Paulo nas oitavas foi contra a sua vítima da final de um ano antes, o Newell's Old Boys. A ida foi em Rosario, e o time argentino surpreendeu ao fazer 2 a 0. Apesar da desvantagem relativamente grande, o Tricolor não sentiu dificuldades na volta, e a goleada de 4 a 0 colocou os paulistas nas quartas de final.

O confronto seguinte foi contra o Flamengo. A partida de ida aconteceu no Maracanã, e terminou empatada por 1 a 1. A volta foi disputada no Morumbi, e a vitória por 2 a 0 e garantiu mais uma classificação ao São Paulo. A semifinal foi contra o Cerro Porteño. O primeiro jogo foi em São Paulo, e o Tricolor largou na frente com simples 1 a 0 no placar. No Defensores del Chaco, em Assunção, o São Paulo segurou a pressão paraguaia e o placar em 0 a 0 e se classificou para a final.

A decisão foi contra a Universidad Católica, do Chile, que havia eliminado Atlético Nacional, Barcelona de Guayaquil e América de Cali . O primeiro jogo foi no Morumbi. Com atuação de gala de Raí e Müller, a goleada de 5 a 1 tornou-se na maior em um jogo de final na história, até hoje.

Com a margem de quatro gols, o São Paulo foi até o Nacional de Santiago e cumpriu o protocolo contra os chilenos, que até fizeram dois gols em 15 minutos, mas ficaram só nisto. A derrota por 2 a 0 não diminuiu a festa tricolor, bicampeão da Libertadores.

A campanha do São Paulo:
8 jogos | 4 vitórias | 2 empates | 2 derrotas | 13 gols marcados | 6 gols sofridos


Foto Nelson Coelho/Placar