River Plate Campeão da Libertadores 2015

Do topo ao poço, e do poço ao topo. O River Plate conheceu os dois lados da história. Longe do título da Libertadores desde 1996, o clube argentino colecionou decepções no início dos anos 2000 e acabou rebaixado para a segunda divisão nacional em 2011.

O time voltou à elite em 2013, e logo tornou a escalar a montanha da América do Sul. Em 2014, foi campeão argentino e da Copa Sul-Americana. E em 2015, chegou ao tricampeonato da Libertadores.

Porém, a primeira fase do Millonario foi sofrida. No grupo 7, enfrentou Tigres UANL, Juan Aurich e San José. Nas cinco primeiras partidas, a equipe não venceu. Com quatro empates, precisava vencer o San José, em casa, e secar o Juan Aurich, que recebeu o Tigres. Pois, o River fez 3 a 0 nos bolivianos, e os peruanos levaram 5 a 4 dos mexicanos. Com sete pontos, os argentinos beliscaram a vice-liderança com um ponto a mais que o Aurich.

De longe o pior dos 16 classificados, o River enfrentou seu maior rival nas oitavas de final, o Boca Juniors. No Monumental de Nuñez, vitória por 1 a 0. Na Bombonera, o jogo de volta durou só 45 minutos. Tudo porque, na volta do intervalo, um torcedor millonario jogou spray de pimenta no túnel do vestiário do Boca, e os jogadores recusaram-se a fazer o segundo tempo. A partida estava 0 a 0, e o W.O. a favor do River foi confirmado.

Nas quartas, os argentinos passaram pelo Cruzeiro, depois de perder em casa por 1 a 0 e reverter no Mineirão ao vencer por 3 a 0. Na semifinal, foi a vez de eliminar o Guaraní do Paraguai ao ganhar por 2 a 0 no Monumental e empatar por 1 a 1 em Assunção.

Na final, o River reencontrou o Tigres, que na outra chave bateu Universitario de Sucre, Emelec e Internacional. A ida foi no México, no Estádio Universitario, em Monterrey. A partida foi complicada, mas os argentinos conseguiram segurar o 0 a 0. A volta aconteceu no Monumental de Nuñez, e o River Plate garantiu o título ao vencer por 3 a 0, gols de Lucas Alario, Carlos Sánchez e Ramiro Funes Mori.

A campanha do River Plate:
14 jogos | 5 vitórias | 7 empates | 2 derrotas | 18 gols marcados | 9 gols sofridos


Foto Alejandro Pagni/AFP

San Lorenzo Campeão da Libertadores 2014

A vez de alguém sempre chega. Na Libertadores de 2014, o San Lorenzo finalmente tornou-se campeão. Do conhecido grupo dos cinco grandes da Argentina, o clube de Boedo foi o último a conseguir tal feito, 54 anos depois depois de ter sido o primeiro argentino a participar da competição.

Mas não foi fácil. No grupo 2 da primeira fase, o Ciclón enfrentou Botafogo, Unión Española e Independiente Del Valle. A vida argentina não estava decidida até a última rodada, depois de conseguir só uma vitória e perder duas vezes (por 2 a 0 para os brasileiros e por 1 a 0 para os chilenos, ambas fora) nas cinco partidas anteriores.

Com cinco pontos, o San Lorenzo precisava vencer o Botafogo, no Nuevo Gasómetro, e superar o Del Valle na pontuação ou nos critérios de desempate. Os equatorianos fizeram 5 a 4 no Unión e os azulgrana aplicaram 3 a 0 nos cariocas. Ambos foram a oito pontos, mas os argentinos tiveram saldo de gols um contra zero do rival. Classificado na vice-liderança da chave, o San Lorenzo foi apenas o 15º colocado no geral.

Nas oitavas de final, contra o Grêmio, o time deu continuidade ao crescimento depois de vencer a ida por 1 a 0, em casa, perder a volta pelo mesmo placar, fora, e conseguir derrotar os gaúchos por 4 a 2 nos pênaltis.

Nas quartas, foi a vez de passar pelo Cruzeiro com vitória por 1 a 0 no primeiro jogo, em Buenos Aires, e empatar por 1 a 1 o segundo, em Belo Horizonte. Na semifinal, o San Lorenzo eliminou o surpreendente Bolívar ao golear por 5 a 0 a ida, no Nuevo Gasómetro, e perder por 1 a 0 a volta, em La Paz.

A maluca fase final trouxe para o outro lado da decisão o Nacional do Paraguai, que derrotou Vélez Sarsfield, Arsenal de Sarandí e Defensor. A primeira partida aconteceu em Assunção, no Defensores del Chaco, e o franco favorito azulgrana empatou por 1 a 1. A volta foi no Nuevo Gasómetro, em Buenos Aires, e o San Lorenzo exorcizou seu maior fantasma e levou o título inédito ao vencer por 1 a 0, gol marcado por Néstor Ortigoza, de pênalti.

A campanha do San Lorenzo:
14 jogos | 6 vitórias | 4 empates | 4 derrotas | 16 gols marcados | 9 gols sofridos


Foto Martin Acosta/Reuters

Atlético-MG Campeão da Libertadores 2013

O Brasil estabeleceu seu recorde no topo da Libertadores em 2013. E novamente com um clube que estava atrás de um título inédito. O Atlético-MG somava poucas participações na competição, a última havia sido em 2000. Mas o vice no Brasileiro de 2012 tornou possível o retorno do time mineiro.

Na primeira fase, o Galo ficou no grupo 3, ao lado de São Paulo, The Strongest e Arsenal de Sarandí. A campanha foi arrasadora, com cinco vitórias - duas delas por 5 a 2 sobre o Arsenal - e uma derrota. Líder com a melhor campanha geral, o Atlético somou 15 pontos.

O São Paulo voltou a ser adversário do Galo nas oitavas de final. No Morumbi, vitória por 2 a 1. A classificação foi confirmada em Belo Horizonte, com goleada de 4 a 1. Nas quartas de final, dois difíceis confrontos com o Tijuana, do México. A ida foi no Estádio Caliente, e terminou 2 a 2.

A volta, no Independência, contou com o lance mais simbólico. Acréscimos do segundo tempo, e os mexicanos têm um pênalti que poderia eliminar o Atlético. O atacante Riascos bateu, mas Victor, com o pé esquerdo, defendeu. O jogo terminou 1 a 1 e o Galo foi para a semifinal pelo gol fora de casa.

Então, mais emoção contra o Newell's Old Boys. O alvinegro acabou superado por 2 a 0 na ida, em Rosario. A volta foi em Belo Horizonte, e os mineiros devolveram o 3 a 0. Nos pênaltis, 3 a 2 para o Atlético.

O adversário na final foi o Olimpia, que tirou do caminho Tigre, Fluminense e Santa Fe. No primeiro jogo no Defensores del Chaco, em Assunção, derrota por 2 a 0 obrigaria o Galo a jogar novamente por uma vitória obrigatória na volta.

O segundo jogo foi no Mineirão, e o alvinegro conseguiu seus 2 a 0, com gols de Jô e Leonardo Silva, este segundo marcando aos 41 do segundo tempo. Depois de toda a prorrogação, outra decisão nos pênaltis. São Victor apareceu novamente e defendeu duas cobranças, enquanto os atleticanos não perderam nenhuma. Por 4 a 3, o Atlético-MG saiu da sombra e conquistou sua primeira Libertadores, histórica e incontestável.

A campanha do Atlético-MG:
14 jogos | 9 vitórias | 2 empates | 3 derrotas | 29 gols marcados | 18 gols sofridos


Foto Bruno Cantini/Atlético-MG

Corinthians Campeão da Libertadores 2012

Foram nove tentativas anteriores e nove eliminações. O Corinthians entrou na Libertadores de 2012 com a pecha de ser o primeiro time brasileiro a perder ainda na fase preliminar, antes dos grupos, em 2011. O fracasso foi compensado com o título brasileiro no final do ano. Essa conquista deu ao time a décima chance na competição continental.

Desta vez o Timão entrou já no grupo 6, junto de Cruz Azul, Nacional do Paraguai e Deportivo Táchira. E desde já a campanha corintiana mostrava o favoritismo da equipe. Tirando os empates fora contra o Táchira e o Cruz Azul, foram quatro vitórias tranquilas, incluindo o 6 a 0 sobre os venezuelanos, em São Paulo. Com tranquilidade, o Corinthians liderou a chave com 14 pontos e ficou com o segundo lugar no geral.

Nas oitavas de final, o alvinegro enfrentou o Emelec e passou com empate por 0 a 0 em Guayaquil e vitória por 3 a 0 no Pacaembu. Nas quartas, contra o Vasco, o confronto mais emblemático da trajetória. Em São Januário, mais um empate sem gols. A decisão ficou para o Pacaembu, onde quase que o clube carioca definiu o jogo no segundo tempo, mas o goleiro Cássio salvou o chute de Diego Souza, que correu quase 50 metros sozinho com a bola.

O alívio veio no gol de Paulinho a três minutos do final, e a vitória de 1 a 0 colocou o Timão na semifinal. Contra o Santos, vitória por 1 a 0 na Vila Belmiro trouxe a vantagem mínima. E em São Paulo, o time santista chegou a abrir o placar, mas Danilo empatou em 1 a 1 e conduziu o Corinthians rumo à final.

A decisão foi contra o Boca Juniors, que eliminou Unión Española, Fluminense e Universidad de Chile. A ida foi em La Bombonera, e o alvinegro voltou de lá com empate por 1 a 1 graças ao gol de Romarinho, o herói que veio do banco de reserva. No Pacaembu, foi a vez de Emerson Sheik marcar a história com os dois gols da vitória por 2 a 0. Finalmente, o Corinthians se tornava campeão da Libertadores.

A campanha do Corinthians:
14 jogos | 8 vitórias | 6 empates | 0 derrotas | 22 gols marcados | 4 gols sofridos


Foto Daniel Augusto Júnior/Corinthians

Santos Campeão da Libertadores 2011

O início da década de 2010 foi de domínio brasileiro na Libertadores. Até 2013, o país conseguiu seu recorde de conquistas consecutivas: quatro. Em 2011, foi vez do Santos repetir o feito da geração de Pelé, e sair da fila de 48 anos sem vencer com a geração de Neymar. Foi pelo título da Copa do Brasil em 2010 que o Peixe chegou lá.

Na primeira fase, o clube paulista ficou no grupo 5, junto com Cerro Porteño, Colo-Colo e Deportivo Táchira. Sem moleza nos jogos, o alvinegro praiano fez apenas dois pontos no primeiro turno. A reação veio na segunda metade, com três vitórias: 3 a 2 sobre o Colo-Colo, em casa, 2 a 1 sobre o Cerro, no Paraguai, e 3 a 1 sobre o Táchira, na Vila Belmiro. Com 11 pontos, o time ficou em segundo lugar na chave, perdendo no saldo de gols para os paraguaios.

De nona melhor campanha, o Peixe enfrentou nas oitavas de final o América do México. Venceu por 1 a 0 na Vila Belmiro e segurou o 0 a 0 em terras mexicanas. Já os demais quatro brasileiros vivos perderam perderam nesta fase, e apenas o Santos seguiu.

Nas quartas, o adversário foi o Once Caldas, da Colômbia, e a revanche sete anos depois aconteceu com vitória em Manizales por 1 a 0 e empate no Pacaembu por 1 a 1. A semifinal marcou o reencontro com o Cerro Porteño. Uma vitória por 1 a 0 em São Paulo e um empate em 3 a 3 em Assunção colocaram o Santos na final, a quarta em sua história.

O adversário na decisão foi o mesmo do primeiro título santista, o Peñarol, que passou por Internacional, Universidad Católica e Vélez Sarsfield. A ida foi no Centenario, em Montevidéu, e terminou com empate por 0 a 0.

O Pacaembu, em São Paulo, lotou para a volta. Neymar comandou o time e abriu o placar para o Peixe. O lateral Danilo fez o segundo, e o gol uruguaio também foi santista, com Durval fazendo contra. Com 2 a 1 no placar, o Santos conquistou o tricampeonato da Libertadores sem contestação.

A campanha do Santos:
14 jogos | 7 vitórias | 6 empates | 1 derrota | 20 gols marcados | 13 gols sofridos


Foto Arquivo/Santos

Internacional Campeão da Libertadores 2010

A Libertadores de 2010 foi a do retorno da hegemonia brasileira. E com o mesmo time campeão na última vez. O Internacional saiu de um doído vice no Brasileiro de 2009 para o bicampeonato da competição continental, que teve um formato adaptado. Para reacomodar os mexicanos excluídos no ano anterior nas mesmas vagas de oitavas de final, a primeira fase classificou só 14 times, sendo os oito líderes de chave mais os seis melhores segundos.

O Colorado ficou no grupo 5, com Emelec, Deportivo Quito e o uruguaio Cerro. A primeira fase do Colorado foi tranquila, com três vitórias em casa, três empates fora e 12 pontos. Líder, o Inter foi o único classificado da chave. Com a sexta melhor campanha, o Colorado enfrentou nas oitavas de final o Banfield. Na ida, na Argentina, derrota por 3 a 1. A volta foi no Beira-Rio, e o Internacional se classificou com vitória por 2 a 0.

Nas quartas, foi a vez de encarar o então campeão Estudiantes. Em Porto Alegre, vitória apenas por 1 a 0. Em La Plata, o Estudiantes abriu dois gols. Porém, Giuliano marcou o gol salvador nos minutos finais, e a derrota de 2 a 1 serviu para o Inter se classificar para a semifinal, feita depois da parada para a Copa do Mundo.

Neste meio tempo, o técnico Jorge Fossati foi demitido e Celso Roth foi contratado para as partidas seguintes. A semifinal foi contra o São Paulo, e tal qual foi na fase anterior, vitória por 1 a 0 no Beira-Rio e derrota de 2 a 1 no Morumbi.

A final foi disputada contra o Chivas Guadalajara, aquele mesmo mexicano saído em 2009 por causa da Gripe H1N1. Compensado, o clube eliminou Vélez Sarsfield, Libertad e Universidad de Chile. A ida foi em Guadalajara, no estádio Omnilife. De virada, o Colorado venceu por 2 a 1.

O Beira-Rio recebeu a volta. O Chivas abriu o placar no primeiro tempo, mas o Inter virou com gols de Rafael Sobis. Leandro Damião e Giuliano. Teve outro gol mexicano no fim, mas o 3 a 2 já bastava para o segundo título.

A campanha do Internacional:
14 jogos | 8 vitórias | 3 empates | 3 derrotas | 20 gols marcados | 12 gols sofridos


Foto Jefferson Bernardes/Agência Preview

Estudiantes Campeão da Libertadores 2009

Das derrotas que doem e das vitórias que lavam a alma, a final da Libertadores de 2009 é, sem dúvidas, uma das mais lembradas. De um lado, uma quebra de 39 anos de fila. Do outro, uma virada dentro de casa. Assim se resume o tetracampeonato do Estudiantes. E o vice do Cruzeiro.

O caminho do clube pincharrata teve início antes da fase de grupos. Foi contra o Sporting Cristal, na preliminar (ou pré-Libertadores). E quase que acabou ali mesmo, pois os argentinos perderam na ida por 2 a 1, no Peru. Na volta, em La Plata, vitória por 1 a 0 e classificação pelo gol fora de casa.

No grupo 5, os adversários foram Deportivo Quito, Universitario de Sucre e... Cruzeiro! A estreia argentina foi contra os mineiros, com derrota por 3 a 0 em Belo Horizonte. Os argentinos se recuperaram a tempo, golearam os brasileiros por 4 a 0 em casa, na quarta rodada, e beliscaram o segundo lugar na última partida, ao empatarem sem gols com o Sucre, na Bolívia.

Com dez pontos e três vitórias, o Estudiantes chegou nas oitavas de final, que acabaram sem os mexicanos Chivas Guadalajara e San Luís. A pandemia de Gripe H1N1 teve início no México, em 2009, e os clubes retiraram-se ao não toparem fazer jogos únicos fora do país.

O pincharrata seguiu a vida e eliminou o Libertad com 3 a 0 em casa e 0 a 0 fora. Nas quartas, passou pelo Defensor com duas vitórias por 1 a 0, em Montevidéu e La Plata. Na semifinal, derrubou outro uruguaio, o Nacional, com 1 a 0 em casa e 2 a 1 fora.

O reencontro com o Cruzeiro deu-se após os mineiros baterem Universidad de Chile, São Paulo e Grêmio. A ida foi no Ciudad de La Plata, e terminou 0 a 0. A volta aconteceu no Mineirão, em Belo Horizonte, e o Estudiantes saiu perdendo aos sete minutos do segundo tempo. Tudo perdido? Não, pois Gastón Fernández empatou aos 12 e Mauro Boselli virou para 2 a 1 aos 27. O destino do título reencontrou a trilha de quatro décadas.

A campanha do Estudiantes:
16 jogos | 10 vitórias | 3 empates | 3 derrotas | 21 gols marcados | 8 gols sofridos


Foto Vanderlei Almeida/AFP/Getty Images