Boca Juniors Campeão da Libertadores 1978

Era mais simples criar uma hegemonia na Libertadores antigamente. Eram menos participantes, limitados a dois por país, e muitas camisas pesadas ficavam de fora por causa da geografia. Bastava liderar um grupo contra alguma nação de menos tradição e pronto, já se chegava na semifinal. Uma vez com o título, a equipe já começava a edição seguinte além da primeira fase, bastando apenas seis ou sete jogos para o bicampeonato e o começo da supremacia.

Foi o caso do Boca Juniors em 1978. A primeira conquista sul-americana um ano antes tirou um peso das costas do clube. A trajetória de seu segundo título foi muito mais tranquila. Até a estreia xeneize, 20 times brigaram por cinco vagas na fase semifinal. A melhor campanha foi do Alianza Lima, com 11 pontos. A disputa mais intensa foi entre River Plate e Independiente, que marcam oito pontos. A classificação ficou com a equipe de Buenos Aires no saldo de gols.

Dessa forma, o superclássico se fez presente na semifinal. a chave do Boca ainda foi composta pelo Atlético-MG. A estreia foi com empate sem gols com o River em casa, mas o clube se recuperou ao fazer 2 a 1 nos mineiros em Belo Horizonte. No returno, vitórias por 3 a 1 sobre o Atlético na Bombonera e por 2 a 0 sobre o arquirrival no Monumental de Nuñez deu ao Boca nova participação na final.

Seu adversário foi o Deportivo Cali, que na outra chave eliminou Alianza Lima e Cerro Porteño. A primeira partida foi marcada para o Estádio Pascual Guerrero, em Cali. E o Boca Juniors segurou um bom 0 a 0 na Colômbia.

Os gols foram guardados para a volta em Buenos Aires. La Bombonera viu um show azul e ouro. Hugo Perotti fez dois e Ernesto Mastrángelo e Carlos Salinas completaram a goleada por 4 a 0, que confirmou o bicampeonato do Boca. Foi uma pequena hegemonia antes de um longo hiato de títulos na Libertadores, quebrado somente na mágica década de 2000.

A campanha do Boca Juniors:
6 jogos | 4 vitórias | 2 empates | 0 derrotas | 11 gols marcados | 2 gols sofridos


Foto Arquivo/El Gráfico

Audax Rio Campeão Carioca Série A2 2021

A FERJ modificou profundamente a sua pirâmide de competições. Com três divisões até 2020, o Estado passou a contar com cinco a partir de 2021. A seletiva da primeira divisão foi desmembrada e tornou-se a Série A2, o segundo nível estadual.

Antes segunda e terceira divisões, as Séries B1 e B2 viraram terceiro e quarto níveis, respectivamente. E foi criada uma quinta divisão, a Série C. O primeiro campeão da segunda divisão neste novo formato foi o Audax Rio, em um campeonato relativamente curto, com dois turnos independentes e final entre seus campeões.

No primeiro, a Taça Santos Dumont, o Audax enfrentou seus adversários da chave B, marcando dez pontos em cinco jogos e ficando na liderança. Na semifinal, porém acabou eliminado pelo Americano. Mas o mata-mata foi cancelado, pois o Friburguense recuperou seis pontos que haviam sido retirados nos tribunais. Na nova semi, a Laranja Meritiense fez 3 a 0 no próprio Friburguense, e na final foi campeão empatando sem gols e vencendo por 5 a 4 o Artsul.

Na Taça Corcovado, contra os times do grupo oposto, o Audax liderou outra vez, agora somando 14 pontos. Na semifinal, valeu-se da vantagem do empate para eliminar o Artsul com 1 a 1 no placar. Mas na final, o time laranja levou 2 a 0 do Gonçalense e perdeu a primeira chance do acesso e do título.

Na final geral, contra o próprio Gonçalense, o Audax não repetiu a má atuação e venceu as duas partidas, por 2 a 1 fora de casa e por 3 a 1 em casa, conquistado o sua primeira taça de segundo nível e a única vaga de acesso.

A campanha do Audax Rio:
17 jogos | 10 vitórias | 5 empates | 2 derrotas | 30 gols marcados | 9 gols sofridos


Foto Divulgação/Audax Rio

Maracanã Campeão Cearense Série B 2021

O Ceará tem um novo campeão de acesso. É o Maracanã, da cidade de Maracanaú. Fundado em 2005, o clube conquistou seu segundo título da Série B cearense em 2021, nove anos depois do primeiro e um ano após vencer a terceira divisão.

Com apenas uma participação na elite estadual, em 2013, o time voltará em 2022. Dez equipes participaram da competição, que teve um regulamento bem simples: todos contra todos se enfrentando em turno único, com os dois primeiros garantindo o acesso e o líder também o título. E o Alviceleste fez uma ótima campanha nesse tiro curto, vencendo seis partidas e empatando duas das nove que disputou. 

A taça e o acesso foram obtidos com 20 pontos. A partida do título foi justamente contra o vice, o Iguatu. Na última rodada, o Maracanã das Indústrias bateu o adversário fora de casa por 3 a 1 e comemorou muito o bicampeonato.

A campanha do Maracanã:
9 jogos | 6 vitórias | 2 empates | 1 derrota | 14 gols marcados | 7 gols sofridos


Foto Divulgação/Prefeitura de Maracanaú

RB Bragantino Campeão Brasileiro Feminino Série A2 2021

O Brasileirão Feminino Série A2 chegou à sua quinta edição, a última com participantes qualificados via estaduais. Cada Estado brasileiro classificou um time, que juntaram-se aos quatro rebaixados da Série A1 do ano anterior e os cinco melhores do ranking de clubes masculino, totalizando 36. Para o futuro, a CBF decidiu aumentar a pirâmide com a criação da Série A3, que herdou esse sistema de vagas. A segunda divisão ficará enxugada em 16 equipes.

Mas ainda estamos em 2021. Dentre esses 16 classificados, quatro times conseguiram o objetivo maior do acesso. E só um ficou com a taça, o Bragantino. Ou Red Bull Bragantino. A parceria do clube de Bragança Paulista com a marca de energéticos começou em 2020. Foram feitas várias mudanças com o Massa Bruta, desde escudo, uniforme, diretoria e a criação do departamento de futebol feminino. A equipe de mulheres estreou no Paulistão, indo até a semifinal e garantindo a vaga na Série A2.

A primeira fase da competição nacional contou com seis grupos de seis times, e o Bragantino foi sorteado para o grupo D. Nas cinco partidas que disputou, cinco vitórias: 7 a 0 no Criciúma e 4 a 0 no Sport em casa, 2 a 0 no Fluminense fora, 7 a 0 no Atlético-GO em casa e 5 a 0 no Vila Nova-ES fora. Ao todo, 15 pontos, 25 gols marcadas e nenhum sofrido. Nas oitavas de final, as bragantinas enfrentaram o JC, do Amazonas, perdendo a ida no Norte por 1 a 0 e vencendo a volta em São Paulo por 4 a 0.

Nas quartas, dois confrontos difíceis contra o Athletico-PR. O Braga levou 4 a 2 na ida em Curitiba e fez 2 a 0 na volta no CT em Jarinu. Na disputa de pênaltis, vitória por 4 a 2 garantiu o acesso à elite. O próximo objetivo era o título. Na semifinal, elas passaram pelo Esmac, do Pará e que também subiu, empatando o primeiro jogo em Belém por 1 a 1 e vencendo o segundo em Jarinú por 2 a 0.

As bragantinas fizeram a final contra o Atlético-MG, que após subir eliminou o Cresspom (que também subiu), do Distrito Federal. A partida de ida aconteceu no Nabizão, em Bragança Paulista, e terminou com empate sem gols. A volta foi no Independência, em Belo Horizonte, e também terminou 0 a 0. Outra vez nos pênaltis, o Bragantino vencer por 4 a 2 e conquistou o título histórico.

A campanha do RB Bragantino:
13 jogos | 8 vitórias | 3 empates | 2 derrotas | 36 gols marcados | 6 gols sofridos


Foto Cristiane Mattos/Staff Images Woman/CBF

Boca Juniors Campeão da Libertadores 1977

Sem o título da Libertadores em 1976, era a hora de a Argentina reorganizar suas forças. Sem o Independiente e com Racing e Estudiantes longe dos melhores dias, coube a um clube super tradicional de Buenos Aires chegar à conquista em 1977. Embora multicampeão em terras portenhas, o Boca Juniors jamais havia levado a principal taça sul-americana, tendo batido na trave com o vice em 1963. Já passava da hora de vencer.

A equipe xeneize ficou no grupo 1, contra duas pedreiras: o rival River Plate e o Peñarol, além do Defensor, o outro uruguaio. Apear da dificuldade, o Boca passou a primeira fase com quatro vitórias e dois empates. Os pontos perdidos foram fora de casa, com os 0 a 0 contra Defensor e no clássico contra o River. Os demais resultados foram vitórias magras. Contra o Peñarol, duas vezes 1 a 0. Contra o Defensor, 2 a 0 em casa. Antes disso tudo teve a estreia, no superclássico em La Bombonera, com outro 1 a 0. Ao todo foram dez pontos para classificar à segunda fase.

A campanha continuou econômica na semifinal, contra o paraguaio Libertad e o colombiano Deportivo Cali: dois 1 a 0 nos paraguaios e dois 1 a 1 com os colombianos. A vaga na final veio com seis pontos e uma rodada antes do segundo empate - quando o Libertad derrotou o Deportivo e tirou as chances do clube da Colômbia.

O Cruzeiro apareceu do outro lado da decisão para defender o título, após eliminar o Internacional e a Portuguesa da Venezuela. Só que o Boca venceu o jogo de ida na Bombonera por 1 a 0, gol de Carlos Veglio aos três minutos do primeiro tempo. A segunda partida foi no Mineirão, em Belo Horizonte, e os cruzeirenses devolveram o 1 a 0.

No desempate, no Centenario de Montevidéu os times empataram por 0 a 0, que obrigou a Conmebol a utilizar pela primeira vez a disputa de pênaltis. E os xeneizes ganharam por 5 a 4, levando a primeira de suas seis Libertadores.

A campanha do Boca Juniors:
13 jogos | 7 vitórias | 5 empates | 1 derrota | 10 gols marcados | 3 gols sofridos


Foto Arquivo/El Gráfico

Cruzeiro Campeão da Libertadores 1976

O domínio castelhano na Libertadores foi longo, principalmente com a Argentina. Mas o Brasil quebraria essa história em 1976. Vice-campeão brasileiro de 1975, o Cruzeiro, garantiu vaga para sua terceira participação no torneio sul-americano. Nada foi capaz de parar a Raposa.

No grupo 3 da primeira fase, ao lado dos paraguaios Olimpia e Sportivo Luqueño e do próprio Internacional, o Cruzeiro começou a competição com históricos 5 a 4 sobre os gaúchos no Mineirão. Na sequência, a Raposa foi ao Paraguai e fez 3 a 1 sobre o Luqueño e 2 a 2 com o Olimpia. No returno, 4 a 1 sobre o Luqueño em Belo Horizonte e 2 a 0 sobre o Inter no Beira-Rio. A fase foi encerrada com goleada por 4 a 1 sobre o Olimpia, em casa. O Cruzeiro se classificou marcando 11 pontos.

Na fase semifinal, os adversários foram a LDU Quito, do Equador e o Alianza Lima, do Peru. A campanha recomeçou fora de casa, com 3 a 1 sobre os equatorianos e 4 a 0 sobre os peruanos. Quando então ocorreu uma tragédia: a morte do atacante Roberto Batata em um acidente de carro. De luto, os cruzeirenses homenagearam o colega com uma goleada de 7 a 1 sobre o Alianza, no Mineirão. A vaga na final foi confirmada com 4 a 1 sobre a LDU.

O adversário na decisão foi o River Plate, que superou na semi o Independiente e o Peñarol. A ida foi no Mineirão, e o Cruzeiro goleou os argentinos por 4 a 1. A volta foi no Monumental de Nuñez, mas a Raposa perdeu por 2 a 1.

Assim, restou fazer uma partida extra no Chile, no Nacional de Santiago. Lá, os mineiros fizeram dois gols mas cederam o empate em seguida. Até que, aos 43 minutos do segundo tempo, o Cruzeiro teve uma falta frontal. Nelinho estava pronto para bater, quando Joãozinho se intrometeu e colocou a bola no ângulo. A vitória por 3 a 2 fez da Raposa campeã da Libertadores de 1976 com justiça, consagrando o elenco de Raul, Nelinho, Piazza, Palhinha e Jairzinho.

A campanha do Cruzeiro:
13 jogos | 11 vitórias | 1 empate | 1 derrota | 46 gols marcados | 17 gols sofridos


Foto Célio Apolinário/Placar

Independiente Campeão da Libertadores 1975

A quadrilogia vencedora do Independiente teve seu último ato em 1975. As coisas nesta Libertadores aconteceram nos mesmos moldes do segundo e do terceiro ato, com o time começando a campanha diretamente na segunda fase.

A melhor participação na fase de grupos foi do Universitario. O time peruano anotou dez pontos. No mais, é digna de registro a disputa entre os argentinos. Em uma rara edição sem clubes de Buenos Aires, Rosario Central e Newell's Old Boys ficaram empatados com oito pontos. A classificação ficou com a equipe canalha, que superou a dos leprosos no saldo de gols (3 a 1).

A semifinal teve início com o Independiente enfrentando exatamente o Central. No Gigante de Arroyito, derrota por 2 a 0. A situação piorou quando o time levou outro 2 a 0, do Cruzeiro em Belo Horizonte. Zerado, o time rojo precisava vencer seus dois jogos em casa e torcer para que o Central também derrotasse os mineiros (que haviam vencido os rosarinos no Brasil). Isso tudo se o saldo de gols favorecesse. Na Doble Visera, o Independiente devolveu os 2 a 0 no Central. Em Rosario, o dono da casa aplicou 3 a 1 nos brasileiros.

Ambos ficaram com quatro pontos, contra dois dos rojos. O saldo até ali era de menos um, contra um dos brasileiros e zero dos compatriotas. Ou seja, a vitória sobre o Cruzeiro precisava ser por três gols de diferença. E assim foi, com um 3 a 0 que positivou o saldo para um e negativou o dos cruzeirenses para menos um, que o Independiente chegou à quarta final seguida.

A decisão foi em três jogos contra o Unión Española, do Chile, que eliminou Universitario e LDU Quito. O primeiro foi no Nacional de Santiago, com derrota por 1 a 0. O segundo foi em Avellaneda, com vitória por 3 a 1. O hexa do Indpendiente veio na terceira partida, no Defensores del Chaco, em Assunção, ao fazer 2 a 0 nos chilenos. Sinal da perda de fôlego do elenco e do fim de um ciclo, foi o título com campanha mais irregular.

A campanha do Independiente:
7 jogos | 4 vitórias | 0 empates | 3 derrotas | 10 gols marcados | 6 gols sofridos


Foto Arquivo/El Gráfico