Flamengo Campeão da Libertadores 1981

A Libertadores de 1981 teve o Brasil representando um de seus melhores esquadrões da época, o Flamengo. Oriundos do título do Brasileirão de 1980, o clube carioca estreava na competição já como favorito. O time de Zico, Júnior, Leandro e Adílio encantava o público desde o ano anterior.

O Fla ficou no grupo 3, ao lado do Atlético-MG e dos paraguaios Olimpia e Cerro Porteño. A estreia foi no Mineirão, e o Flamengo arrancou empate de 2 a 2 com o Atlético. Na sequência, o Rubro-negro recebeu os times do Paraguai no Maracanã, vencendo o Cerro Porteño por 5 a 2 e empatando com o Olimpia em 1 a 1. O returno começou também no Rio, e Flamengo e Atlético repetiram os 2 a 2. A fase de grupos se encerrou com dois jogos em Assunção, vitória de 4 a 2 sobre o Cerro e empate sem gols com o Olimpia.

Cariocas e mineiros encerraram a fase com oito pontos, mas somente um time poderia avançar. Sem o saldo de gols nas regras de desempate, foi preciso marcar uma partida extra  - polêmica até hoje - em campo neutro, que foi o Serra Dourada em Goiânia. O placar foi 0 a 0, mas o Flamengo foi declarado vencedor, pois aos 37 minutos o Atlético ficou com apenas seis jogadores, devido a expulsões de cinco jogadores pelo árbitro José Roberto Wright.

O Rubro-negro foi à semifinal e ficou em grupo com Deportivo Cali, da Colômbia, e Jorge Wilstermann, da Bolívia. O Fla fez uma fase perfeita, vencendo fora de casa o Cali por 1 a 0 e o Wilstermann por 2 a 1. No Maracanã, 3 a 0 nos colombianos e 4 a 1 nos bolivianos, classificaram o time para a final com 100% de aproveitamento.

A adversário foi o Cobreloa, do Chile, que deixou para trás os uruguaios Nacional e Peñarol. A ida foi no Rio de Janeiro, e o Flamengo venceu por 2 a 1. A volta foi no Nacional de Santiago, mas o Rubro- não resistiu à hostilidade chilena e perdeu por 1 a 0.

Assim, a partida de desempate foi acionada no Centenário em Montevidéu, em uma incomum segunda-feira de novembro. No campo neutro, o talento brasileiro se sobressaiu e a vitória por 2 a 0 rendeu ao Flamengo o título da Libertadores de 1981, consagrando a maior geração de craques que vestiu sua camisa.

A campanha do Flamengo:
14 jogos | 8 vitórias | 5 empates | 1 derrota | 28 gols marcados | 13 gols sofridos


Foto Arquivo/Placar

Nacional Campeão da Libertadores 1980

A Libertadores entra nos anos 80 sem mudança em relação à década anterior. O regulamento do momento ainda duraria mais alguns anos. Outro fato sem alteração foi o interesse das equipes no título, sobretudo as da Argentina e as do Uruguai. Longe do topo desde 1971, os uruguaios voltariam a vencer em 1980 com o Nacional, justamente o último vencedor do país.

Vice da Liguilla Pré-Libertadores uruguaia, o Decano estreou na competição no grupo 2, ao lado do campeão Defensor e dos bolivianos The Strongest e Oriente Petrolero. Franco favorito à classificação, o clube fez uma primeira fase tranquila, de cinco vitórias em seis jogos. A única derrota foi na altitude da La Paz, por 3 a 0 para o Strongest.

Esse resultado adverso foi compensado com 3 a 0 a favor sobre o Defensor fora de casa, e com os 5 a 0 sobre o Petrolero em Montevidéu. Ainda assim, a vaga na semifinal só foi garantida na última rodada, ao fazer 2 a 0 no confronto direto com o carrasco boliviano do primeiro turno e somar dez pontos na tabela.

Na segunda fase, o Nacional ficou na chave junto do então campeão Olimpia e do chileno O'Higgins. E o time encaminhou bem sua situação ao vencer as duas primeiras partidas por 1 a 0, em Assunção e em Santiago. Na terceira, 1 a 1 com os paraguaios em casa adiou a vaga na final. Ela foi confirmada no último jogo, com 2 a 0 sobre os chilenos no Centenário.

Em sua quarta final de Libertadores na história, foi a primeira vez que o Nacional enfrentou um clube brasileiro: o Internacional, que na sua tentativa de trazer o título de volta ao Brasil bateru na semi o América de Cali e o Vélez Sarsfield. A primeira partida aconteceu no Beira-Rio, em Porto Alegre, e El Bolso voltou das terras gaúchas com um bom, porém perigoso, empate sem gols.

Estava proibido perder em Montevidéu na volta. E a tradição fez a diferença no Estádio Centenario. Aos 34 minutos do primeiro tempo, o ídolo Waldemar Victorino fez 1 a 0 e decretou a segunda conquista sul-americana do Nacional.

A campanha do Nacional:
12 jogos | 9 vitórias | 2 empates | 1 derrota | 20 gols marcados | 5 gols sofridos


Foto Arquivo/Nacional

Olimpia Campeão da Libertadores 1979

Em 18 anos de Libertadores, o título circulou por somente três países: Argentina, Brasil e Uruguai. Embora com muitos times tradicionais oriundos dos outros locais, era complicado quebrar essa barreira. Até que, em 1979, o Olimpia chegou para colocar o Paraguai ao lado do trio forte da América do Sul. Primeiro vice da história, o Decano conquistou o torneio com uma bela jornada, de ponta a ponta.

No grupo 2 da primeira fase, junto ao compatriota Sol de América e dos bolivianos Bolívar e Jorge Wilstermann, o Olimpia não teve dificuldades para liderar. Venceu cinco das seis partidas e somou dez pontos. Sua única derrota foi na altitude de La Paz, por 2 a 1 para o Bolívar. De resto, vitórias categóricas, como os 4 a 2 sobre o Wilstermann e os 3 a 0 sobre o algoz boliviano do primeiro turno, ambos em casa.

O clube obteve a segunda melhor campanha entre os 20 da fase inicial, perdendo no saldo de gols para o Guarani. E o time brasileiro foi um dos adversários dos paraguaios na semifinal, assim como o Palestino, do Chile. Em Assunção, o Decano derrotou o clube de Campinas por 2 a 1. Depois, em Santiago, 2 a 0 nos chilenos. Na volta em casa, 3 a 0 no Palestino encaminhou a classificação.

Bastava secar o Guarani na rodada de folga. E deu certo, pois a equipe brasileira ficou no 2 a 2 em casa com a chilena. No último jogo, sobrou o empate por 1 a 1 no Brinco de Ouro. Com sete pontos, o Olimpia chegava em sua segunda final de Libertadores.

O adversário do time paraguaio na decisão foi o Boca Juniors, que estava atrás do tri seguido e havia batido Indepediente e Peñarol. A partida de ida foi jogada no Defensores del Chaco, em Assunção, e o Olimpia conseguiu uma ótima vantagem de 2 a 0, gols de Osvaldo Aquino e Miguel Piazza. A volta foi em La Bombonera, e era só não perder para ficar com o título inédito. Foi o que aconteceu: empate por 0 a 0 na Argentina e o Decano começava a fazer por merecer um outro apelido futuro: Rey de Copas.

A campanha do Olimpia:
12 jogos | 9 vitórias | 2 empates | 1 derrota | 23 gols marcados | 7 gols sofridos


Foto Arquivo/ABC Color

Boca Juniors Campeão da Libertadores 1978

Era mais simples criar uma hegemonia na Libertadores antigamente. Eram menos participantes, limitados a dois por país, e muitas camisas pesadas ficavam de fora por causa da geografia. Bastava liderar um grupo contra alguma nação de menos tradição e pronto, já se chegava na semifinal. Uma vez com o título, a equipe já começava a edição seguinte além da primeira fase, bastando apenas seis ou sete jogos para o bicampeonato e o começo da supremacia.

Foi o caso do Boca Juniors em 1978. A primeira conquista sul-americana um ano antes tirou um peso das costas do clube. A trajetória de seu segundo título foi muito mais tranquila. Até a estreia xeneize, 20 times brigaram por cinco vagas na fase semifinal. A melhor campanha foi do Alianza Lima, com 11 pontos. A disputa mais intensa foi entre River Plate e Independiente, que marcam oito pontos. A classificação ficou com a equipe de Buenos Aires no saldo de gols.

Dessa forma, o superclássico se fez presente na semifinal. a chave do Boca ainda foi composta pelo Atlético-MG. A estreia foi com empate sem gols com o River em casa, mas o clube se recuperou ao fazer 2 a 1 nos mineiros em Belo Horizonte. No returno, vitórias por 3 a 1 sobre o Atlético na Bombonera e por 2 a 0 sobre o arquirrival no Monumental de Nuñez deu ao Boca nova participação na final.

Seu adversário foi o Deportivo Cali, que na outra chave eliminou Alianza Lima e Cerro Porteño. A primeira partida foi marcada para o Estádio Pascual Guerrero, em Cali. E o Boca Juniors segurou um bom 0 a 0 na Colômbia.

Os gols foram guardados para a volta em Buenos Aires. La Bombonera viu um show azul e ouro. Hugo Perotti fez dois e Ernesto Mastrángelo e Carlos Salinas completaram a goleada por 4 a 0, que confirmou o bicampeonato do Boca. Foi uma pequena hegemonia antes de um longo hiato de títulos na Libertadores, quebrado somente na mágica década de 2000.

A campanha do Boca Juniors:
6 jogos | 4 vitórias | 2 empates | 0 derrotas | 11 gols marcados | 2 gols sofridos


Foto Arquivo/El Gráfico

Audax Rio Campeão Carioca Série A2 2021

A FERJ modificou profundamente a sua pirâmide de competições. Com três divisões até 2020, o Estado passou a contar com cinco a partir de 2021. A seletiva da primeira divisão foi desmembrada e tornou-se a Série A2, o segundo nível estadual.

Antes segunda e terceira divisões, as Séries B1 e B2 viraram terceiro e quarto níveis, respectivamente. E foi criada uma quinta divisão, a Série C. O primeiro campeão da segunda divisão neste novo formato foi o Audax Rio, em um campeonato relativamente curto, com dois turnos independentes e final entre seus campeões.

No primeiro, a Taça Santos Dumont, o Audax enfrentou seus adversários da chave B, marcando dez pontos em cinco jogos e ficando na liderança. Na semifinal, porém acabou eliminado pelo Americano. Mas o mata-mata foi cancelado, pois o Friburguense recuperou seis pontos que haviam sido retirados nos tribunais. Na nova semi, a Laranja Meritiense fez 3 a 0 no próprio Friburguense, e na final foi campeão empatando sem gols e vencendo por 5 a 4 o Artsul.

Na Taça Corcovado, contra os times do grupo oposto, o Audax liderou outra vez, agora somando 14 pontos. Na semifinal, valeu-se da vantagem do empate para eliminar o Artsul com 1 a 1 no placar. Mas na final, o time laranja levou 2 a 0 do Gonçalense e perdeu a primeira chance do acesso e do título.

Na final geral, contra o próprio Gonçalense, o Audax não repetiu a má atuação e venceu as duas partidas, por 2 a 1 fora de casa e por 3 a 1 em casa, conquistado o sua primeira taça de segundo nível e a única vaga de acesso.

A campanha do Audax Rio:
17 jogos | 10 vitórias | 5 empates | 2 derrotas | 30 gols marcados | 9 gols sofridos


Foto Divulgação/Audax Rio

Maracanã Campeão Cearense Série B 2021

O Ceará tem um novo campeão de acesso. É o Maracanã, da cidade de Maracanaú. Fundado em 2005, o clube conquistou seu segundo título da Série B cearense em 2021, nove anos depois do primeiro e um ano após vencer a terceira divisão.

Com apenas uma participação na elite estadual, em 2013, o time voltará em 2022. Dez equipes participaram da competição, que teve um regulamento bem simples: todos contra todos se enfrentando em turno único, com os dois primeiros garantindo o acesso e o líder também o título. E o Alviceleste fez uma ótima campanha nesse tiro curto, vencendo seis partidas e empatando duas das nove que disputou. 

A taça e o acesso foram obtidos com 20 pontos. A partida do título foi justamente contra o vice, o Iguatu. Na última rodada, o Maracanã das Indústrias bateu o adversário fora de casa por 3 a 1 e comemorou muito o bicampeonato.

A campanha do Maracanã:
9 jogos | 6 vitórias | 2 empates | 1 derrota | 14 gols marcados | 7 gols sofridos


Foto Divulgação/Prefeitura de Maracanaú

RB Bragantino Campeão Brasileiro Feminino Série A2 2021

O Brasileirão Feminino Série A2 chegou à sua quinta edição, a última com participantes qualificados via estaduais. Cada Estado brasileiro classificou um time, que juntaram-se aos quatro rebaixados da Série A1 do ano anterior e os cinco melhores do ranking de clubes masculino, totalizando 36. Para o futuro, a CBF decidiu aumentar a pirâmide com a criação da Série A3, que herdou esse sistema de vagas. A segunda divisão ficará enxugada em 16 equipes.

Mas ainda estamos em 2021. Dentre esses 16 classificados, quatro times conseguiram o objetivo maior do acesso. E só um ficou com a taça, o Bragantino. Ou Red Bull Bragantino. A parceria do clube de Bragança Paulista com a marca de energéticos começou em 2020. Foram feitas várias mudanças com o Massa Bruta, desde escudo, uniforme, diretoria e a criação do departamento de futebol feminino. A equipe de mulheres estreou no Paulistão, indo até a semifinal e garantindo a vaga na Série A2.

A primeira fase da competição nacional contou com seis grupos de seis times, e o Bragantino foi sorteado para o grupo D. Nas cinco partidas que disputou, cinco vitórias: 7 a 0 no Criciúma e 4 a 0 no Sport em casa, 2 a 0 no Fluminense fora, 7 a 0 no Atlético-GO em casa e 5 a 0 no Vila Nova-ES fora. Ao todo, 15 pontos, 25 gols marcadas e nenhum sofrido. Nas oitavas de final, as bragantinas enfrentaram o JC, do Amazonas, perdendo a ida no Norte por 1 a 0 e vencendo a volta em São Paulo por 4 a 0.

Nas quartas, dois confrontos difíceis contra o Athletico-PR. O Braga levou 4 a 2 na ida em Curitiba e fez 2 a 0 na volta no CT em Jarinu. Na disputa de pênaltis, vitória por 4 a 2 garantiu o acesso à elite. O próximo objetivo era o título. Na semifinal, elas passaram pelo Esmac, do Pará e que também subiu, empatando o primeiro jogo em Belém por 1 a 1 e vencendo o segundo em Jarinú por 2 a 0.

As bragantinas fizeram a final contra o Atlético-MG, que após subir eliminou o Cresspom (que também subiu), do Distrito Federal. A partida de ida aconteceu no Nabizão, em Bragança Paulista, e terminou com empate sem gols. A volta foi no Independência, em Belo Horizonte, e também terminou 0 a 0. Outra vez nos pênaltis, o Bragantino vencer por 4 a 2 e conquistou o título histórico.

A campanha do RB Bragantino:
13 jogos | 8 vitórias | 3 empates | 2 derrotas | 36 gols marcados | 6 gols sofridos


Foto Cristiane Mattos/Staff Images Woman/CBF