Trem Campeão Amapaense 2021

O Amapá foi o 24º Estado brasileiro a definir seu campeão em 2021. O Trem, clube fundado no bairro de mesmo nome em Macapá, levou o sexto título de sua história, acabando com uma fila de dez anos sem conquistas. Sete equipes participaram do Amapazão, disputado em grupo e turno únicos na primeira fase, com os quatro melhores avançando à semifinal.

Mas a Locomotiva começou muito mal a competição, levando 5 a 0 do Independente na estreia. Foi a única derrota do time em todo o certame. A recuperação veio a partir da quarta rodada. Depois de uma folga e um empate por 1 a 1 com o São Paulo-AP, o Trem venceu o Ypiranga-AP por 2 a 0, deixando a lanterna rumo à zona de classificação.

Nas demais três partidas, 1 a 1 com o Santos-AP, 4 a 2 no Macapá e 3 a 0 no Santana. Com 11 pontos, o clube fechou a primeira fase em terceiro lugar. Na semifinal, o rubro-negro eliminou o São Paulo com empate por 0 a 0 na ida e vitória por 3 a 1 na volta. 

A final foi contra o Santos, com empates por 0 a 0 e por 2 a 2 levarando o título a ser definido nos pênaltis. E o Trem se deu melhor, venceu por 5 a 3 e recuperou a hegemonia estadual. Todas as partidas da competição foram realizadas no Estádio Zerão, em Macapá.

Semifinal depois da final

Antes de ser derrotado para o Trem na final, o Santos precisou bater dois adversários na semifinal. Primeiro o Independente, depois o Ypiranga, em mais uma confusa disputa no tribunal. O que aconteceu foi que o Independente jogou a primeira semi sob efeito suspensivo, pois o time havia perdido nove pontos no TJD-AP.

Mas o STJD derrubou a liminar e confirmou a punição, alçando o Ypiranga ao seu lugar e anulando a primeira semifinal. A questão é que a FAF já havia feito a final, porém sem homologar seu resultado. O Santos refez a semi contra o Ypiranga e voltou a se classificar, mas a FAF resolveu homologar a primeira decisão. No fim das contas, uma das semifinais foi jogadas depois da final.

A campanha do Trem:
10 jogos | 4 vitórias | 5 empates | 1 derrota | 16 gols marcados | 12 gols sofridos


Foto Rosivaldo Nascimento

Independiente Campeão da Libertadores 1984

Nunca a Argentina estava há tanto tempo sem vencer a Libertadores. Desde o título de 1978 do Boca Juniors até 1983, o país pegou somente um vice, em 1979. Mas um clube voltaria de seu descanso para dar a última demonstração de força na maior competição sul-americana. Nove anos depois de obter o inalcançável tetra consecutivo, o Independiente conquistou mais uma taça, a sétima e derradeira.

Campeão metropolitano, o Rojo entrou no grupo 1 da primeira fase, enfrentando Estudiantes e os paraguaios Olimpia e Sportivo Luqueño. Depois da estreia com empate por 1 a 1 contra os compatriotas em La Plata, o time foi ao Paraguai e voltou com uma vitória e uma derrota: 1 a 0 sobre o Luqueño e 1 a 0 para o Olimpia.

No returno, as vitórias em casa (2 a 0 no Luqueño, 4 a 1 no Estudiantes e 3 a 2 no Olimpia) deixaram o Independiente quase classificado, com nove pontos. Mas o decano paraguaio chegava para seu último jogo com sete. E eles venceriam o Estudiantes por 1 a 0 na Argentina, igualando a pontuação roja.

Mas para o alívio de meia Avellaneda, faltou saldo aos paraguaios, 6 a 3. Classificação garantida, o Independiente foi à segunda fase contra Nacional do Uruguai e Universidad Católica. A campanha na semi foi mais tranquila, com a equipe arrancando dois empates fora de casa (1 a 1 no Uruguai e 0 a 0 no Chile) e vencendo suas partidas na Doble Visera (2 a 0 na Católica e 1 a 0 no Nacional), o clube argentino garantiu sua sétima final na história. Uruguaios e chilenos até desistiram de fazer o último jogo, transformado em mero amistoso na chave.

Na decisão, o Independiente enfrentou o Grêmio, que bateu Flamengo e ULA Mérida na fase anterior. Em duas partidas duríssimas, o Rojo se fez valer da sua mística para impedir o segundo título brasileiro. A ida foi disputada em Porto Alegre, no Estádio Olímpico, e os argentinos conseguiram a vantagem mínima, vencendo por 1 a 0. O gol, que seria o da conquista, foi marcado por Jorge Burruchaga.

A volta foi na Doble Visera, em Avellaneda, e o Independiente segurou o 0 a 0 que valeu o hepta. Uma façanha jamais igualada, um momento que nunca mais seria repetido pelo Rey de Copas argentino.

A campanha do Independiente:
12 jogos | 7 vitórias | 4 empates | 1 derrota | 16 gols marcados | 7 gols sofridos


Foto Arquivo/El Gráfico

Grêmio Campeão da Libertadores 1983

O futebol brasileiro formou ótimos times na década de 80. O Flamengo venceu a Libertadores de 1981 e ficou próximo de repetir em 1982. Só que perdeu na fase semifinal para o Peñarol. Neste mesmo ano o Grêmio fez sua estreia, mas caiu na fase de grupos, também para os uruguaios. O vice no Brasileirão da mesma temporada colocou o clube gaúcho novamente na competição sul-americana, em 1983.

O Tricolor ficou no grupo 2, junto com o próprio Flamengo, além dos bolivianos Bolívar e Blooming. A estreia foi com empate em 1 a 1 com o Flamengo, no Olímpico. Nos cinco jogos seguintes, o time emendou vitórias: na Bolívia, 2 a 0 sobre o Blooming e 2 a 1 sobre o Bolívar. Em Porto Alegre, outro 2 a 0 sobre o Blooming 3 a 1 sobre o Bolívar. Já classificada, a equipe encerrou a fase com ótimos 3 a 1 sobre o Flamengo, no Maracanã. Com 11 pontos, o Grêmio teve a melhor campanha entre os 20 clubes da primeira fase.

Na fase semifinal, o Tricolor enfrentou o Estudiantes e o América de Cali, começando com vitória sobre os argentinos por 2 a 1, em casa. Na Colômbia, derrota por 1 a 0 para o América. Na volta contra os colombianos em Porto Alegre, 2 a 1 a favor.

O Grêmio encerrou a segunda fase na emblemática Batalha de La Plata, onde os gaúchos enfrentaram um Estudiantes hostil e violento, cedendo de propósito o empate por 3 a 3 em troca de tranquilidade na volta para casa. Esse resultado deixou o Tricolor na dependência de um tropeço argentino contra o América. E a partida na Colômbia terminou sem gols, colocando o Grêmio na sua primeira final de Libertadores.

A decisão foi no reencontro com o Peñarol, que defendia a taça depois de eliminar o rival Nacional e o venezuelano Atlético San Cristóbal. Apesar da maior tradição uruguaia, o Grêmio não se deixou levar por novos temores. No Centenario, em Montevidéu, o Imortal conseguiu um bom empate por 1 a 1, com seu gol marcado pelo meia Tita.

A volta foi no Olímpico, em Porto Alegre. Caio e César fizeram os gols da vitória que deu a primeira Libertadores aos gremistas. Entre os dois lances o Peñarol fez o seu gol e tentou atrapalhar os planos, mas o 2 a 1 encerrou ali a questão.

A campanha do Grêmio:
12 jogos | 8 vitórias | 3 empates | 1 derrota | 23 gols marcados | 12 gols sofridos


Foto Lemyr Martins/Placar

Peñarol Campeão da Libertadores 1982

Depois de uma década gloriosa e outra perdida, o Peñarol ansiava por tempos melhores. Tricampeão da Libertadores nos anos 60, o clube viu na década de 70 o Nacional se aproximar na supremacia local com um bicampeonato. A situação iria voltar à normalidade pelos lados carboneros em 1982.

Sem o rival para atrapalhar, o Peñarol ficou no grupo 2 da primeira fase, junto do Defensor, do São Paulo e do Grêmio. Não foi problema nenhum para a experiente equipe eliminar os adversários, que juntos ainda não somavam a metade da tradição aurinegra na competição.

Foram quatro vitórias e um empate nas seis partidas da chave, com destaque para os 3 a 0 sobre o Defensor na estreia, em casa, e o 1 a 0 sobre o São Paulo no returno, no Morumbi. A classificação veio nessa partida, com uma rodada de antecedência. Tanto que o time se permitiu levar 3 a 1 do Grêmio no último jogo, em Porto Alegre.

Com nove pontos, o Peñarol seguiu rumo à semifinal, onde encarou Flamengo e River Plate. A força uruguaia foi demonstrada já primeira partida, no Centenario, ao vencer por 1 a 0 o Flamengo. Depois, 3 a 0 sobre o River em pleno Monumental de Nuñez. Mais duas vitórias, por 2 a 1 sobre os argentinos, em casa, e por 1 a 0 sobre os brasileiros, no Maracanã, deram aos carboneros o 100% de aproveitamento e o retorno à final depois de 12 anos.

O adversário do Peñarol na decisão foi o Cobreloa, um novato de apenas cinco anos de existência, mas que já havia dado trabalho ao Flamengo um ano antes na Libertadores. Após passar por Olimpia e Deportes Tolima na semi, a equipe chilena também iria tentar frustrar os planos do Peñarol. Mas camisa pesa. O primeiro jogo foi em Montevidéu, no Centenario, e terminou empatado por 0 a 0.

A segunda parada foi no Nacional de Santiago, com todas as torcidas do Chile unidas em prol do Cobreloa. Tudo encaminhava-se para outro empate sem gols, e a consequente partida extra. Até que o ídolo de uma nova era do Peñarol, Fernando Morena, tirou da cartola o gol do título, fazendo 1 a 0 aos 44 minutos do segundo tempo. Festa do tetra fora de casa, acabando com a fila de 16 anos na América do Sul.

A campanha do Peñarol:
12 jogos | 9 vitórias | 2 empates | 1 derrota | 16 gols marcados | 6 gols sofridos


Foto Arquivo/Peñarol

Flamengo Campeão da Libertadores 1981

A Libertadores de 1981 teve o Brasil representando um de seus melhores esquadrões da época, o Flamengo. Oriundos do título do Brasileirão de 1980, o clube carioca estreava na competição já como favorito. O time de Zico, Júnior, Leandro e Adílio encantava o público desde o ano anterior.

O Fla ficou no grupo 3, ao lado do Atlético-MG e dos paraguaios Olimpia e Cerro Porteño. A estreia foi no Mineirão, e o Flamengo arrancou empate de 2 a 2 com o Atlético. Na sequência, o Rubro-negro recebeu os times do Paraguai no Maracanã, vencendo o Cerro Porteño por 5 a 2 e empatando com o Olimpia em 1 a 1. O returno começou também no Rio, e Flamengo e Atlético repetiram os 2 a 2. A fase de grupos se encerrou com dois jogos em Assunção, vitória de 4 a 2 sobre o Cerro e empate sem gols com o Olimpia.

Cariocas e mineiros encerraram a fase com oito pontos, mas somente um time poderia avançar. Sem o saldo de gols nas regras de desempate, foi preciso marcar uma partida extra  - polêmica até hoje - em campo neutro, que foi o Serra Dourada em Goiânia. O placar foi 0 a 0, mas o Flamengo foi declarado vencedor, pois aos 37 minutos o Atlético ficou com apenas seis jogadores, devido a expulsões de cinco jogadores pelo árbitro José Roberto Wright.

O Rubro-negro foi à semifinal e ficou em grupo com Deportivo Cali, da Colômbia, e Jorge Wilstermann, da Bolívia. O Fla fez uma fase perfeita, vencendo fora de casa o Cali por 1 a 0 e o Wilstermann por 2 a 1. No Maracanã, 3 a 0 nos colombianos e 4 a 1 nos bolivianos, classificaram o time para a final com 100% de aproveitamento.

A adversário foi o Cobreloa, do Chile, que deixou para trás os uruguaios Nacional e Peñarol. A ida foi no Rio de Janeiro, e o Flamengo venceu por 2 a 1. A volta foi no Nacional de Santiago, mas o Rubro- não resistiu à hostilidade chilena e perdeu por 1 a 0.

Assim, a partida de desempate foi acionada no Centenário em Montevidéu, em uma incomum segunda-feira de novembro. No campo neutro, o talento brasileiro se sobressaiu e a vitória por 2 a 0 rendeu ao Flamengo o título da Libertadores de 1981, consagrando a maior geração de craques que vestiu sua camisa.

A campanha do Flamengo:
14 jogos | 8 vitórias | 5 empates | 1 derrota | 28 gols marcados | 13 gols sofridos


Foto Arquivo/Placar

Nacional Campeão da Libertadores 1980

A Libertadores entra nos anos 80 sem mudança em relação à década anterior. O regulamento do momento ainda duraria mais alguns anos. Outro fato sem alteração foi o interesse das equipes no título, sobretudo as da Argentina e as do Uruguai. Longe do topo desde 1971, os uruguaios voltariam a vencer em 1980 com o Nacional, justamente o último vencedor do país.

Vice da Liguilla Pré-Libertadores uruguaia, o Decano estreou na competição no grupo 2, ao lado do campeão Defensor e dos bolivianos The Strongest e Oriente Petrolero. Franco favorito à classificação, o clube fez uma primeira fase tranquila, de cinco vitórias em seis jogos. A única derrota foi na altitude da La Paz, por 3 a 0 para o Strongest.

Esse resultado adverso foi compensado com 3 a 0 a favor sobre o Defensor fora de casa, e com os 5 a 0 sobre o Petrolero em Montevidéu. Ainda assim, a vaga na semifinal só foi garantida na última rodada, ao fazer 2 a 0 no confronto direto com o carrasco boliviano do primeiro turno e somar dez pontos na tabela.

Na segunda fase, o Nacional ficou na chave junto do então campeão Olimpia e do chileno O'Higgins. E o time encaminhou bem sua situação ao vencer as duas primeiras partidas por 1 a 0, em Assunção e em Santiago. Na terceira, 1 a 1 com os paraguaios em casa adiou a vaga na final. Ela foi confirmada no último jogo, com 2 a 0 sobre os chilenos no Centenário.

Em sua quarta final de Libertadores na história, foi a primeira vez que o Nacional enfrentou um clube brasileiro: o Internacional, que na sua tentativa de trazer o título de volta ao Brasil bateru na semi o América de Cali e o Vélez Sarsfield. A primeira partida aconteceu no Beira-Rio, em Porto Alegre, e El Bolso voltou das terras gaúchas com um bom, porém perigoso, empate sem gols.

Estava proibido perder em Montevidéu na volta. E a tradição fez a diferença no Estádio Centenario. Aos 34 minutos do primeiro tempo, o ídolo Waldemar Victorino fez 1 a 0 e decretou a segunda conquista sul-americana do Nacional.

A campanha do Nacional:
12 jogos | 9 vitórias | 2 empates | 1 derrota | 20 gols marcados | 5 gols sofridos


Foto Arquivo/Nacional

Olimpia Campeão da Libertadores 1979

Em 18 anos de Libertadores, o título circulou por somente três países: Argentina, Brasil e Uruguai. Embora com muitos times tradicionais oriundos dos outros locais, era complicado quebrar essa barreira. Até que, em 1979, o Olimpia chegou para colocar o Paraguai ao lado do trio forte da América do Sul. Primeiro vice da história, o Decano conquistou o torneio com uma bela jornada, de ponta a ponta.

No grupo 2 da primeira fase, junto ao compatriota Sol de América e dos bolivianos Bolívar e Jorge Wilstermann, o Olimpia não teve dificuldades para liderar. Venceu cinco das seis partidas e somou dez pontos. Sua única derrota foi na altitude de La Paz, por 2 a 1 para o Bolívar. De resto, vitórias categóricas, como os 4 a 2 sobre o Wilstermann e os 3 a 0 sobre o algoz boliviano do primeiro turno, ambos em casa.

O clube obteve a segunda melhor campanha entre os 20 da fase inicial, perdendo no saldo de gols para o Guarani. E o time brasileiro foi um dos adversários dos paraguaios na semifinal, assim como o Palestino, do Chile. Em Assunção, o Decano derrotou o clube de Campinas por 2 a 1. Depois, em Santiago, 2 a 0 nos chilenos. Na volta em casa, 3 a 0 no Palestino encaminhou a classificação.

Bastava secar o Guarani na rodada de folga. E deu certo, pois a equipe brasileira ficou no 2 a 2 em casa com a chilena. No último jogo, sobrou o empate por 1 a 1 no Brinco de Ouro. Com sete pontos, o Olimpia chegava em sua segunda final de Libertadores.

O adversário do time paraguaio na decisão foi o Boca Juniors, que estava atrás do tri seguido e havia batido Indepediente e Peñarol. A partida de ida foi jogada no Defensores del Chaco, em Assunção, e o Olimpia conseguiu uma ótima vantagem de 2 a 0, gols de Osvaldo Aquino e Miguel Piazza. A volta foi em La Bombonera, e era só não perder para ficar com o título inédito. Foi o que aconteceu: empate por 0 a 0 na Argentina e o Decano começava a fazer por merecer um outro apelido futuro: Rey de Copas.

A campanha do Olimpia:
12 jogos | 9 vitórias | 2 empates | 1 derrota | 23 gols marcados | 7 gols sofridos


Foto Arquivo/ABC Color