Villa Nova-MG Campeão Mineiro Módulo II 2021

Uma das principais força do interior mineiro, o Villa Nova, de Nova Lima, está de volta à primeira divisão do estadual. O clube sagrou-se bicampeão do Módulo II, equivalente ao segundo nível, obtendo um título que não conquistava há 26 anos e corrigindo seu percurso após o rebaixamento em 2020.

Na campanha de 2021, o Leão do Bonfim precisou passar por duas fases, a primeira contra 11 adversários e a segunda contra três. Na etapa inicial, o time venceu seis e empatou quatro das 11 partidas que fez, somando 22 pontos. O alvirrubro ficou na vice-liderança, com apenas um ponto a menos em relação ao líder Nacional de Muriaé.

Quatro times avançaram ao quadrangular final, disputado em dois turnos. O Villa seguiu sua trajetória com quase nenhum erro, e conseguiu acesso e título na última rodada, ao derrotar o Democrata de Governador Valadares (que foi o outro clube a subir) por 3 a 1 no Castor Cifuentes, estádio também conhecido como Alçapão do Bonfim. Nesta fase, a equipe venceu três e empatou dois jogos de seis.

A campanha do Villa Nova-MG:
17 jogos | 9 vitórias | 6 empates | 2 derrotas | 24 gols marcados | 12 gols sofridos


Foto Cristiane Mattos/FMF

Rio Branco-AC Campeão Acreano 2021

O campeão voltou no Acre. O Rio Branco agora é dono de 48 títulos estaduais, mais que todos os demais vencedores somados (que dá 46). A conquista acontece três anos após a última, em 2018. No Acreanão 2021, noves equipes estiveram na disputa. No primeiro turno, todas se enfrentaram uma vez, o campeão se garantiu na final e os quatro melhores no segundo turno. Então, esses quatro times duelaram entre si mais uma vez, com o campeão também indo à decisão.

Na primeira fase, o Estrelão fez uma campanha para o gasto, com três vitórias e dois empates em oito partidas e ficando apenas na quarta posição, com 11 pontos. O clube alvirrubro ficou apenas um acima do Vasco, com quem disputou essa última vaga no returno, e nove atrás do Humaitá, o vencedor do turno.

Na fase seguinte, o Rio Branco acordou e venceu os três jogos que fez, indo à final após derrotar o Galvez por 3 a 1. Nos dois encontros decisivos contra o Humaitá, o Estrelão sofreu, mas o peso da camisa fez diferença. Ambos aconteceram na Arena da Floresta. Na ida, derrota por 1 a 0. Na volta, o Rio Branco devolveu o resultado, segurou o empate na prorrogação, e venceu por 4 a 2 nos pênaltis.

A campanha do Rio Branco-AC:
13 jogos | 7 vitórias | 2 empates | 4 derrotas | 24 gols marcados | 13 gols sofridos


Foto Sérgio Vale/AC24Horas

Olimpia Campeão da Libertadores 1990

A Libertadores entra nos grandiosos anos 90 com sua estabilidade recuperada. O que não colaboravam eram os países. Detentor do título de 1989, a Colômbia não indicou ninguém para a edição de 1990. O motivo? O campeonato local foi encerrado sem campeão devido ao assassinato de um árbitro durante a fase final.

As acusações da época recaíram sobre o Cartel de Medellín e as motivações davam conta de que o crime foi cometido em retaliação a um gol anulado do Independiente. Pressionada, a federação cancelou o restante da competição e só o Atlético Nacional pôde defender sua taça no ano seguinte.

Com 18 times na primeira fase, a vida seguiu com as velhas forças de sempre. Vice do momento, o Olimpia estava disposto a subir mais um degrau na escada, e a sua campanha pelo bicampeonato começou diante do rival Cerro Porteño, do Vasco e do Grêmio, no grupo 5. Os resultados foram super equilibrados e as distâncias entre as equipes ao fim das seis rodadas foi se só dois pontos. Com sete, o Decano paraguaio classificou-se na liderança, acima de Cerro e Vasco. Foram três vitórias e um empate na largada.

Nas oitavas de final, o Olimpia iria enfrentar o terceiro colocado da chave 2, mas esta foi a que ficou desfalcada dos colombianos, portanto os paraguaios foram já às quartas. Contra a Universidad Católica, o clube venceu a ida em Assunção por 2 a 0 e empatou sensacionalmente a volta na Chile por 4 a 4.

Na semifinal, surgiu a chance da revanche contra o Atlético Nacional. O clima na Colômbia dominada pelo narcotráfico era tenso, e a Conmebol marcou a ida para o Nacional de Santiago, no Chile, onde o Olimpia venceu por 2 a 1. No Defensores del Chaco, o Atlético fez 3 a 2 e forçou os pênaltis. Depois de 12 cobranças, só três entraram e o Decano foi à decisão ao vencer por 2 a 1.

O Olimpia enfrentou na derradeira o Barcelona de Guayaquil, que colocou o Equador pela primeira vez em uma final após bater o uruguaio Progreso, o Emelec e o River Plate. A ida aconteceu no Defensores del Chaco, em Assunção, e o paraguaios abriram vantagem ao fazerem 2 a 0, gols de Raúl Amarilla e Adriano Samaniego. A volta foi no Monumental de Guayaquil, e o Olimpia confirmou seu segundo título com outro gol de Amarilla e o empate por 1 a 1.

A campanha do Olimpia:
12 jogos | 6 vitórias | 3 empates | 3 derrotas | 22 gols marcados | 17 gols sofridos


Foto Arquivo/ABC Color

Atlético Nacional Campeão da Libertadores 1989

Depois de 16 anos de estabilidade, a Libertadores viveu um caos em 1988 com o novo regulamento. A equação difícil de entender foi desfeita a partir de 1989. O desejo da Conmebol e das dez federações era o de ver mais times lutando pelo título nas fases agudas. Então, resolveu-se classificar ao mata-mata três equipes por grupo ao invés de duas. Assim, essas 15 poderiam juntar-se ao campeão logo nas oitavas de final e formar um chaveamento perfeito logo de cara.

Em campo, o continente veria a força dos narcodólares fazer-se presente naquele ano. Vindo da Colômbia e patrocinado por Pablo Escobar, o Atlético Nacional faturou o primeiro título sul-americano do país. Para os adversários, o sucesso só foi possível devido às ameaças e subornos a árbitros e dirigentes. O fato é que aquele time foi a base de uma das melhores seleções colombianas da história. 

No grupo 3 da primeira fase, os verdolagas fizeram uma campanha segura, com duas vitórias, três empates e uma derrota, marcando sete pontos ao todo. Na vice-liderança, ficou três pontos atrás do Millonarios e três na frente do Deportivo Quito. O Emelec foi o outro equatoriano na chave.

Nas oitavas, o Atlético enfrentou o Racing, o qual eliminou com vitória por 2 a 0 em Medellín e derrota por 2 a 1 em Avellaneda. Nas quartas, novamente contra o Millonarios, a classificação veio com 1 a 0 na ida em casa e empate por 1 a 1 na volta fora. Na semifinal, nenhum problema para eliminar o uruguaio Danubio: 0 a 0 em Montevidéu e 6 a 0 em Medellín. Só faltava mais uma etapa.

Do outro lado, o Olimpia chegava para a decisão depois de passar por Boca Juniors, Sol de América e Internacional. A primeira partida aconteceu no Defensores del Chaco, em Assunção, e terminou ruim para o clube colombiano, que perdeu por 2 a 0.

O segundo jogo foi no Atanasio Girardot em Medellín, e o Nacional precisava devolver a diferença para levar aos pênaltis, já que desde o ano anterior havia caído a regra do desempate em campo neutro. Fidel Miño e Albeiro Usuriaga foram os responsáveis pelos 2 a 0 que igualaram o confronto. Nas penalidades, René Higuita contribuiu com um gol e algumas defesas. Ao fim de 18 cobranças, o Atlético Nacional foi campeão ao vencer por 5 a 4.

A campanha do Atlético Nacional:
14 jogos | 6 vitórias | 5 empates | 3 derrotas | 21 gols marcados | 12 gols sofridos


Foto Arquivo/Atlético Nacional

Nacional Campeão da Libertadores 1988

A Libertadores mudou de regulamento em 1988. Para aumentar o número de times depois da primeira fase, a Conmebol passou a classificar dois por grupo. A quantidade total de clubes permaneceu em 21, com o campeão anterior entrando desta vez na terceira fase e os outros 20 ainda sendo divididos em cinco chaves binacionais.

A fórmula durou apenas nesta edição, por causa de uma bizarrice: o mata-mata começava com dez equipes, sobrando cinco para a fase seguinte, que se juntaram ao Peñarol. Daqui, sobravam três times para a semifinal. Então, para fechar quatro, a única solução encontrada foi puxar também melhor perdedora desta etapa de seis. Isso se revelou num problema na hora da final.

Final esta que acabou vencida pelo Nacional, na última vez que o Uruguai comemorou uma Libertadores. Antes, a equipe precisou passar pelo grupo 3 da primeira fase, contra América de Cali, Millonarios e Montevideo Wanderers. Em seis jogos, o Decano obteve três vitórias, dois empates e uma derrota, de 6 a 1 para o Millonarios, em Bogotá. Antes, o clube havia aplicado 4 a 1 no mesmo adversário colombiano. Com oito pontos, o time ficou em segundo lugar, um ponto distante do América.

Na segunda fase, o Bolso eliminou a Universidad Católica no gol fora de casa, com os empates por 1 a 1 em Santiago e por 0 a 0 em Montevidéu. Na sequência, contra o Newell's Old Boys, o Nacional avançou com empate por 1 a 1 na Argentina e vitória por 2 a 1 no Uruguai. Na semifinal, foi a vez bater o América de Cali, com vitória por 1 a 0 em casa e empate por 1 a 1 fora.

Na decisão depois de oito anos, o adversário do Nacional foi o Newell's Old Boys. Aquele mesmo, que tinha sido superado duas partidas antes. Pois foi o clube argentino o melhor perdedor da terceira fase, superando Peñarol e Oriente Petrolero. Na semi, a equipe se recuperou eliminando o San Lorenzo. A ida da final foi disputa no Gigante de Arroyito, em Rosário, e o time uruguaio não segurou a pressão, perdendo por 1 a 0.

Disposto a não passar a vergonha de perder o título para um rival que havia derrotado nas quartas, o Nacional foi com tudo para a volta, no Centenario, em Montevidéu. Com gols de Ernesto Varga, Santiago Ostolaza e Hugo De León, o Decano fez 3 a 0 e levou o tricampeonato.

A campanha do Nacional:
14 jogos | 6 vitórias | 6 empates | 2 derrotas | 17 gols marcados | 12 gols sofridos


Foto Arquivo/El País

Peñarol Campeão da Libertadores 1987

Algumas histórias que o futebol produz chegam a beirar o cúmulo do absurdo. A da final da Libertadores de 1987 é uma delas. Imagine um time que, depois de dois vices, chega à terceira final seguida da competição, vence na ida, mantém a vantagem na volta, vai ao jogo extra com o benefício do empate mas, quando parecia que o título enfim viria, leva o gol da derrota no último minuto da prorrogação e fica com outro vice? Foi o caso do América de Cali, que nessa trilogia do desastre sofreu o revés mais doído. 

Alheio à tristeza, o Peñarol sentiria o gosto do topo pela quinta e última vez. Foi o último ano da Libertadores com o regulamento que classificava apenas o líder de cada grupo à fase seguinte. Os carboneros ficaram na chave 5, ao lado do pequeno Progreso e dos peruanos Alianza Lima e San Agustín.

Não foi difícil para os uruguaios abocanharem a vaga na semifinal, com dez pontos, quatro vitórias e dois empates. Foram quatro de vantagem sobre o Alianza, que em dezembro daquele mesmo ano passaria pela tragédia de perder quase todo o elenco e comissão técnica num acidente aéreo.

O Peñarol seguiu à segunda fase para enfrentar Independiente e River Plate. E não poderia ter início melhor com os 3 a 0 em casa sobre a equipe de Avellaneda. Depois, empate sem gols, também em Montevidéu, com o River. A ida antecipada à final veio na terceira partida: 4 a 2 sobre o Independiente na Doble Visera. No fim, a derrota por 1 a 0 para o River em Buenos Aires não fez diferença para o clube, que somou cinco pontos.

O América de Cali apareceu para a famigerada decisão depois de bater Cobreloa e Barcelona de Guayaquil no triangular. O primeiro jogo, no Pascual Guerrero, terminou com 2 a 0 aos colombianos. No segundo, o Peñarol venceu por 2 a 1, de virada a três minutos do fim e gols de Diego Aguirre e Jorge Villar.

Na partida extra, no Nacional de Santiago, o saldo de gols dava a vantagem do empate ao América. O resultado zerado perdurou até os 15 minutos do segundo tempo da prorrogação, quando Aguirre deu o golpe que mudou o título de lado. Os uruguaios venceram o penta por 1 a 0 e os colombianos ganharam para sempre a fama de azarados.

A campanha do Peñarol:
13 jogos | 8 vitórias | 3 empates | 2 derrotas | 20 gols marcados | 10 gols sofridos


Foto Arquivo/El País

River Plate Campeão da Libertadores 1986

Às vezes, a mística e a força de uma camiseta demoram a aparecer na Libertadores. Um dos principais exemplos disso é o River Plate, que demorou 26 anos para chegar ao seu primeiro título de Libertadores. Antes, o clube amargou dois vices.

Em comum, a estranha coincidência do número seis: as duas finais tinham sido em 1966 e 1976. Pois bem, o ano era 1986 e o Millonario estava novamente na maior competição sul-americana. O seis entrava mais uma vez na vida da equipe, mas o desfecho da história seria feliz desta vez.

Na primeira fase, o River ficou no grupo 1, ao lado do Boca Juniors, do Peñarol e do Montevideo Wanderers. Nem teve graça: o time venceu cinco partidas e empatou uma, somando 11 pontos e classificando-se com sobras, com cinco de vantagem sobre o arquirrival Boca e o Wanderers. O destaque negativo foi o Peñarol, que só marcou um pontinho a afundou na lanterna.

Na semifinal, o clube millonario enfrentou o Argentinos Juniors e o Barcelona de Guayaquil. Mas a disputa ficou restrita ao seu compatriota. Os dois empataram sem gols na estreia, e o River seguiu a campanha fazendo 3 a 0 fora de casa e 4 a 1 em casa sobre o Barcelona.

Podendo confirmar a vaga na final, a equipe perdeu por 2 a 0 para o Argentinos, em pleno Monumental de Nuñez. Os colorados ainda derrotaram os equatorianos na última rodada, no que deixou os hermanos empatados com sete pontos, forçando um jogo de desempate, que acabou 0 a 0. As goleadas fizeram a diferença a favor do River Plate, que passou à decisão por 4 a 2 no saldo de gols.

Do outro lado, o América de Cali era novamente o adversário. Após eliminar Olimpia e Bolívar, o time colombiano chegaria à parte dois de seu tri-vice. A ida foi jogada no Pascual Guerrero, em Cali, e o River venceu por 2 a 1, gols marcados por Juan Funes e Norberto Alonso.

Com a boa vantagem, 86 mil pessoas lotaram o Monumental para ver um dos maiores clubes da Argentina enfim quebrar o tabu na Libertadores. Funes voltou a marcar, e a vitória por 1 a 0 deu o primeiro título continental ao River Plate.

A campanha do River Plate:
13 jogos | 9 vitórias | 3 empates | 1 derrota | 23 gols marcados | 8 gols sofridos


Foto Arquivo/El Gráfico