Avaí Campeão Brasileiro Série C 1998

A situação da Série C em 1998 mudou novamente. A competição ganhou um participante a mais, totalizando 65, e um regulamento diferente, com menos grupos. Foram 11 chaves, sendo dez com seis equipes e uma com cinco. Foi a última temporada que permitiu inscrições livres, abdicando do critério técnico dos estaduais. E foi pela primeira vez que um clube da região Sul apareceu rumo ao título, o Avaí, que um ano antes já havia quebrado a fila no Catarinense.

Em meio aos grupos regionalizados, o time de Florianópolis ficou no 11. A estreia avaiana foi fora de casa, empate por 2 a 2 contra a Chapecoense. Depois, recebeu o 15 de Novembro na Ressacada e venceu por 3 a 1. Nos jogos seguintes, enfrentou o Pelotas na Boca do Lobo e perdeu por 3 a 1, recebeu o Brasil de Pelotas em casa e venceu por 1 a 0, e fez 3 a 2 no Tubarão também em casa.

No returno, começou perdendo para o Tubarão fora de casa, por 2 a 1. Na sequência, goleou o Pelotas por 4 a 1 na Ressacada, perdeu por 2 a 0 para o Brasil de Pelotas no Bento Freitas, venceu por 1 a 0 o 15 de Novembro em Campo Bom e enfiou 6 a 0 na Chapecoense em Florianópolis. Ao fim da primeira fase, o Leão da Ilha se classificou primeiro lugar, com 19 pontos.

Na segunda fase, o adversário foi o Caxias. Perdeu a ida por 3 a 2 no Centenário, mas venceu a volta 2 a 0 na Ressacada e avançou mais um passo. Nas oitavas de final, o Avaí encontrou o Santo André. Abriu vantagem de 4 a 0 na ida em casa e segurou empate por 1 a 1 na volta fora. As quartas foram contra o Rio Branco-SP, e o Leão se classificou com vitória por 2 a 0 em Florianópolis e empate por 1 a 1 em Americana.

Tudo isso culminou no quadrangular final, diante de Anapolina, Itabaiana e São Caetano. A trajetória recomeçou em casa contra o São Caetano, e o Avaí venceu por 2 a 1. Depois, foi até Goiás e empatou por 3 a 3 com a Anapolina. Na virada do turno, empatou por 1 a 1 com a Itabaiana na Ressacada. Na abertura do returno, fez 2 a 1 na Itabaiana em Sergipe. E no empate por 0 a 0 com a Anapolina em casa o Avaí comemorou o acesso para a Série B, porém adiou a chance do título.

Para ser campeão na última rodada, seria necessário empatar ou vencer o São Caetano no Anacleto Campanella. Ou até perder, desde que a Itabaiana não vencesse a Anapolina. E a segunda combinação foi a que aconteceu, pois o Avaí foi superado por 1 a 0 (o que deu o acesso e o vice aos paulista) e os sergipanos levaram 5 a 0 dos goianos. Até hoje, a Série C de 1998 é a maior conquista da história avaiana, que desde então nunca desceu da segunda divisão.

A campanha do Avaí:
22 jogos | 10 vitórias | 7 empates | 5 derrotas | 43 gols marcados | 28 gols sofridos


Foto Reinaldo Marques/Placar

Sampaio Corrêa Campeão Brasileiro Série C 1997

A Série C não teve grandes mudança no regulamento para 1997. No entanto, o número de participantes cresceu, arredondado para 64. Isto facilitou na divisão dos grupos, agora todas as 16 chaves teriam quatro times. E a grande força da competição nesta temporada veio do Nordeste. Embalado pelo título maranhense, uma das formações mais importantes da história do Sampaio Corrêa viria a vencer na terceira divisão.

Na primeira fase, a Bolívia Querida ficou no grupo 2, com Santa Rosa-PA, River e 4 de Julho. Em sua estreia, o Sampaio enfrentou o Santa Rosa e segurou um empate por 0 a 0 no Pará. Na sequência, duas vitórias por 1 a 0, contra o River em São Luís e contra o 4 de Julho no Piauí. No returno, bateu o River em Teresina por 2 a 1, venceu o 4 de Julho no Maranhão por 4 a 2 (o que confirmou a classificação) e goleou o Santa Rosa por 4 a 0, garantindo o primeiro lugar da chave.

A partir da segunda fase até as quartas de final, a disputa foi via mata-mata. O adversário do Tricolor na segunda fase foi o Quixadá. A primeira partida aconteceu em São Luís, e terminou com um empate por 1 a 1. Na segunda partida no Ceará, o Tubarão venceu por 1 a 0 e avançou.

Nas oitavas de final, o Sampaio reencontrou o Santa Rosa-PA. No ida no Pará, empate em 0 a 0. Na volta no Castelão, vitória por 3 a 2. Nas quartas, a Bolívia Querida encarou o Ferroviário. Na partida de ida em Fortaleza, vitória por 1 0. Na partida de volta em São Luís, mesmo podendo empatar, o Tricolor maranhense goleou por 4 a 0 e se classificou para o quadrangular final.

O Sampaio Corrêa foi um dos quatro remanescentes ao lado de Francana, Tupi e Juventus-SP. O Tricolor iniciou a caminhada pelo acesso no interior paulista, contra a Francana e arrancou um empate em 1 a 1. Nas duas partidas em São Luís, o Tubarão venceu o Tupi por 3 a 1 e empatou com o Juventus em 1 a 1. No returno, o começo foi com empate em 2 a 2 diante do Juventus em São Paulo. Depois, o Sampaio foi a Juiz de Fora encarar o Tupi e venceu por 1 a 0.

Para garantir o acesso e o título, mais de 65 mil pessoas foram ao Castelão apoiar o time contra o Francana. Um empate garantiria a promoção, porém, o título só seria confirmado em caso de vitória. Diante de sua torcida, o Sampaio venceu por 3 a 1, garantiu o acesso e, de quebra, foi campeão invicto da Série C de 1997. A conquista garantiu ao clube ficar na segunda divisão durante cinco temporada, até 2002.

A campanha do Sampaio Corrêa:
18 jogos | 12 vitórias | 6 empates | 0 derrotas | 33 gols marcados | 11 gols sofridos


Foto Biaman Prado/Placar

Vila Nova Campeão Brasileiro Série C 1996

A Série C de 1996 foi pequena perto do que houve na temporada anterior. Os 107 times foram reduzidos para 58. O inchaço foi desfeito, mas a competição continuou a permitir qualquer inscrição, sem um critério técnico. Com participações frustradas nos dois anos anteriores, mas com um título goiano recente, o Vila Nova entrou na competição disposto a trilhar o mesmo caminho do seu maior rival, que seria semifinalista da Série A.

A competição começou estranha. Os clubes foram divididos em 16 grupos irregulares. Um deles teve apenas duas equipes, outros tiveram até cinco. O Vila Nova ficou no grupo 9, com mais dois oponentes, o Anápolis e o Uberlândia. A estreia foi na segunda rodada, empate em 1 a 1 com o Anápolis em casa. Na sequência, venceu por 2 a 1 o Uberlândia em Minas Gerais. Na volta contra os mineiros, outro 1 a 1 em Goiânia.

A campanha foi encerrada na penúltima rodada, com vitória por 1 a 0 sobre o Anápolis fora de casa, o que deu a classificação sem depender do resultado que faltava na chave. O Tigre ficou na liderança com oito pontos.

Para o mata-mata tivemos 32 classificados. O Vila enfrentou na segunda fase o Gurupi, o qual venceu por 3 a 0 no Tocantins e por 4 a 0 no Serra Dourada. As oitavas de final foram contra o Fluminense de Feira, e o time colorado venceu por 2 a 0 no Joia da Princesa e por 3 a 1 no Serra Dourada. Nas quartas, foi a vez de encarar o Nacional-AM, com mais duas vitórias, por 1 a 0 em Manaus e por 3 a 0 em Goiânia.

A semifinal valeu também o acesso, e o Vila Nova enfrentou o Porto-PE. A ida foi em Caruaru, e terminou 0 a 0. A falta de gols na primeira partida foi compensada na volta em Goiânia, com vitória de 5 a 3 para o Tigre. A comemoração pela volta à segunda divisão foi pequena, pois havia uma final a disputar.

A decisão foi contra o Botafogo-SP. O primeiro jogo foi no Serra Dourada, e o Vila Nova abriu uma leve vantagem ao vencer por 2 a 1, gols de Ryuler e Sabino. Seria preciso segurar a pressão em Ribeirão Preto, no Palma Travassos (o Estádio Santa Cruz passava por uma troca de gramado). A tensão ficou presente durante toda a partida, pois nenhum gol saía, nem o do alívio goiano, nem o que forçava os pênaltis para os paulistas. Já nos acréscimos do segundo tempo, aos 48 minutos, veio o gol do título novamente com o atacante Sabino. O Vila Nova chegou assim a sua primeira conquista nacional, além da vaga na Série B, que o clube ocupou pelo ano seguinte e em mais outros dez.

A campanha do Vila Nova:
14 jogos | 11 vitórias | 3 empates | 0 derrotas | 29 gols marcados | 8 gols sofridos


Foto Arquivo/Vila Nova

XV de Piracicaba Campeão Brasileiro Série C 1995

Sem as interrupções de outrora, a Série C chegou ao ápice da loucura em 1995. O critério técnico de classificação pelos estaduais ainda existia, mas ele ficou completamente escondido. Naquele ano, a CBF resolveu habilitar qualquer time para a disputa. Tendo jogadores, técnico, estádio e uniforme, já bastava para entrar.

O resultado foi que 107 times (!) participaram da terceira divisão, um recorde nas competições nacionais. O campeão foi um tanto improvável. O XV de Piracicaba vinha de um rebaixamento no Campeonato Paulista e não era favorito, mas mesmo assim entrou de cabeça no torneio, sob a batuta do técnico Oswaldo Alvarez, o Vadão.

As centenas de clubes foram divididas em 32 grupos, com três ou quatro times. O XV ficou no grupo 29, junto com o Democrata de Sete Lagoas e o Paulista de Jundiaí. Sua estreia foi fora de casa, empate em 2 a 2 com o Paulista. Na sequência, em casa, venceu o Democrata por 2 a 0 e perdeu para o Paulista por 1 a 0. Na última rodada, perdeu em Minas Gerais para o Democrata por 1 a 0.

Mas para alívio do Nhô Quim a classificação veio antecipada, fora de campo, com as vitórias do time de Jundiaí sobre o time de Sete Lagoas. A combinação de resultados o ajudou a ficar em segundo lugar com apenas quatro pontos, contra dez do adversário estadual.

A coisa melhora no mata-mata. Na segunda fase, o adversário foi a Inter de Limeira. Na ida, vitória por 1 a 0 no Barão de Serra Negra. Na volta, empate em 0 a 0 em Limeira. Na terceira fase foi a vez de encarar o Barra, time carioca. Em dois jogos, vitórias por 4 a 0 em Piracicaba e por 1 a 0 no Rio de Janeiro. Nas oitavas de final, dois confrontos contra o Brasil de Pelotas. O primeiro, 1 a 1 no Bento Freitas, e o segundo, 2 a 0 no Barão.

Nas quartas, o XV ficou frente a frente com o Joinville. Perdeu por 1 a 0 em Santa Catarina, e venceu pelo mesmo placar em Piracicaba. Nos pênaltis, vitória dos paulistas por 4 a 2. Na semifinal, a batalha pelo acesso foi contra o Gama. A ida foi no Barão, com vitória do XV por 2 a 0. A volta foi no Distrito Federal, no Bezerrão, onde o time candango tentou, mas não passou do 1 a 0. Nhô Quim resistiu bravamente a pressão e voltou da capital federal comemorando o acesso para a Série B.

A final da "interminável" competição foi contra o Volta Redonda. A primeira partida foi no Barão de Serra Negra e, assim como foi durante todo o mata-mata, o XV abriu uma vantagem boa ao fazer 2 a 0. A tarefa na segunda partida seria novamente segurar o adversário, agora no Raulino de Oliveira. Mas o XV de Piracicaba foi além e venceu novamente, por 1 a 0, gol do zagueiro Biluca no fim do primeiro tempo. Direto do Rio de Janeiro, a festa pelo título da Série C de 1995 estava completa. E até hoje esta conquista é a maior da história do clube, afastado desde 2002 do grande cenário nacional.

A campanha do XV de Piracicaba:
16 jogos | 9 vitórias | 2 empates | 4 derrotas | 19 gols marcados | 7 gols sofridos


Foto Arquivo/Placar

Novorizontino Campeão Brasileiro Série C 1994

Com idas e vindas, a Série C custava a fixar-se no calendário do futebol brasileiro. Após a disputa de 1992, a edição de 1993 foi cancelada devido ao inchaço do Brasileirão naquele ano (de 20 para 32 times), que inviabilizou também a Série B. Em seu lugar a CBF realizou uma seletiva, que classificou 16 equipes para a segunda divisão de 1994.

E foi nesta temporada que a terceira divisão finalmente fincou seus pés. Dentre os 42 participantes, qualificados pelos estaduais, estava o Novorizontino. Já em baixa, com dívidas, mas que conseguiu montar um time competitivo para a disputa.

Na primeira fase os times foram divididos em 11 grupos (nove com quatro times, dois com três). O time aurinegro atuou no grupo 9, junto com Atlético Sorocaba, Esportivo de Passos e Matsubara. A estreia foi positiva, com vitória por 2 a 1 sobre o Esportivo em Minas Gerais. Na sequência, fez 2 a 1 no Matsubara, 5 a 0 no Atlético Sorocaba e 2 a 1 no Esportivo, todos no Estádio Jorge Ismael de Biasi. Com a classificação antecipada, ainda fez 5 a 4 no Matsubara do Paraná, e empatou em 0 a 0 com o Atlético Sorocaba, os dois fora de casa. Com 11 pontos, o Tigre do Vale liderou a chave.

Superando a si próprio, o Novorizontino avançava ao mata-mata. Enfrentou o União Bandeirante na segunda fase, e passou com empate em 0 a 0 no Paraná e vitória por 3 a 2 em Novo Horizonte. Nas oitavas de final encarou o Taguatinga, o qual venceu por 3 a 1 no Distrito Federal e empatou em 1 a 1 no Jorjão.

Nas quartas foi a vez de enfrentar o Ituano. O aurinegro perdeu a primeira partida da Série C na ida em Itu, por 1 a 0. Precisou reverter com um 3 a 0 em Novo Horizonte para se classificar à semifinal. O último estágio antes do acesso foi contra o Uberlândia. O Novorizontino abriu vantagem em casa, ao vencer por 2 a 0, e carimbou a vaga na final no Parque do Sabiá, ao empatar em 1 a 1. Desta forma, o time paulista também se colocava na Série B do ano seguinte.

Contra a Ferroviária, a primeira partida da decisão foi na Fonte Luminosa, em Araraquara. Com um gol do lateral Marildo, o Tigre do Vale venceu por 1 a 0 e levou a vantagem para Novo Horizonte. E a grande campanha foi coroada uma goleada na segunda partida, por 5 a 0, gols de Geraldo, Alessandro Cambalhota, Marildo, Dênis e Luís Carlos Goiano. A Série C de 1994 foi o primeiro título da história do Novorizontino, e deu fôlego ao clube por mais alguns anos. Em 1996, afastou-se da Série B e do Campeonato Paulista por problemas financeiros, e em 1999 decretou falência. Em 2010, empresários e ex-jogadores usaram de seu escudo, cores e uniforme para fundar o Grêmio Novorizontino.

A campanha do Novorizontino:
16 jogos | 11 vitórias | 4 empates | 1 derrota | 35 gols marcados | 13 gols sofridos


Foto Arquivo/Novorizontino