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Boca Juniors Campeão da Libertadores 2003

Após uma pequena interrupção no trabalho, o Boca Juniors recuperou o caminho da hegemonia na Libertadores. Carlos Bianchi deixou o comando do clube em 2001, depois da derrota no Mundial Interclubes, e fez um ano sabático em 2002. Nessa temporada, a equipe não conquistou títulos. Ele voltou em 2003, e junto reapareceram as glórias.

No grupo 7 da primeira fase, o Boca enfrentou Independiente Medellín, Barcelona de Guayaquil e Colo-Colo. O time venceu as três partidas do turno, porém acabou surpreendido por dois empates e uma derrota - para os colombianos - no returno, encerrando a chave na vice-liderança, com 11 pontos.

A combinação dos resultados proporcionou um histórico confronto com o Paysandu nas oitavas de final. A ida foi em Buenos Aires, e os brasileiros surpreenderam ao vencerem por 1 a 0 em plena La Bombonera. Mas o que uma camisa pesada não faz... Na volta, em Belém, os argentinos aplicaram 4 a 2 e acabaram com o sonho dos paraenses.

Nas quartas, foi a vez de encarar o Cobreloa. O primeiro jogo foi em Calama, no Chile, e o Boca venceu por 2 a 1, de virada. A segunda partida aconteceu em Buenos Aires, e novo 2 a 1 classificou o clube portenho. A semifinal foi de mais tranquilidade aos xeneizes, que passaram pelo América de Cali com duas vitórias: por 2 a 0 na Bombonera e por 4 a 0 na Colômbia.

Um reencontro de 40 anos marcou a decisão da Libertadores 2003. O Boca Juniors chegava para acertar uma conta do passado com o Santos, que foi à final depois de eliminar Nacional do Uruguai, Cruz Azul e Independiente Medellín. Os tempos não eram mais de Pelé, mas sim de Marcelo Delgado, que marcou os dois gols da vitória por 2 a 0 na ida, em La Bombonera.

A volta foi no Morumbi, em São Paulo, e os hermanos aumentram a vantagem com outro gol de Delgado e mais dois de Carlos Tévez e Rolando Schiavi. Por 3 a 1, o Boca levava para casa sua quinta conquista sul-americana.

A campanha do Boca Juniors:
14 jogos | 10 vitórias | 2 empates | 2 derrotas | 29 gols marcados | 13 gols sofridos


Foto Marcelo Ferrelli/Gazeta Press

Olimpia Campeão da Libertadores 2002

Uma Libertadores vista como um dos maiores pecados já cometidos pelos deuses do futebol. Em 2002, a maior competição da América do Sul quase viu a zebra pintar todo o continente, mas no fim quem brilhou mesmo foi uma das camisas mais pesadas da história do torneio. No ano do centenário, o Olimpia superou todas as forças possíveis para levar o terceiro título.

No grupo 8 da primeira fase, o Decano paraguaio enfrentou Universidad Católica, Flamengo e Once Caldas. Adversários difíceis, mas o clube conseguiu superar bem as seis partidas. Venceu três e empatou duas, liderando a chave com 11 pontos, superando os chilenos por um, os colombianos por dois e os brasileiros por sete.

Nas oitavas de final, o Olimpia encarou o Cobreloa, ganhando os dois jogos: 2 a 0 em Calama, no Chile, 2 a 1 no Defensores del Chaco. Nas quartas, o clube paraguaio segurou o Boca Juniors, buscando o empate por 1 a 1 na Bombonera, na ida, e vencendo por 1 a 0 no Paraguai, na volta.

Na semifinal, bateu o Grêmio com certa dificuldade, após fazer 3 a 2 no primeiro jogo, em casa, levar 1 a 0 na segunda partida, fora, e vencer por 5 a 4 nos pênaltis.

Na final, o Olimpia enfrentou o São Caetano, clube brasileiro que estava apenas na segunda participação de Libertadores, além de estar só no terceiro ano na primeira divisão nacional. Eles chegaram lá depois de passar por Universidad Católica, Peñarol e América do México. E quase houve o crime. A ida foi no Defensores del Chaco, em Assunção, e os brasileiros venceram por 1 a 0.

A volta aconteceu no Pacaembu, em São Paulo, e o São Caetano saiu na frente do placar no primeiro tempo. O Olimpia renasceu no segundo tempo e virou para 2 a 1, com gols de Gastón Córdoba e Richart Báez. Nos pênaltis, os paraguaios estavam com o emocional mais equilibrado e venceram por 4 a 2. Mauro Caballero converteu a cobrança do tricampeonato.

A campanha do Olimpia:
14 jogos | 8 vitórias | 3 empates | 3 derrotas | 19 gols marcados | 12 gols sofridos


Foto Arquivo/Olimpia

Boca Juniors Campeão da Libertadores 2001

A Libertadores entrou no século 21 com uma história consolidada. Muitos clubes tornaram-se gigantes na América do Sul durante a sua disputa. E quando se tem uma camisa pesada, não importa o tempo que se fica adormecido. Esse é o caso do Boca Juniors, que esperou  22 anos para voltar a comemorar o título. Mas, quando saiu da fila, foi para criar uma das principais dinastias já vistas na competição.

Em 2001, o Boca defendeu a taça e andou rumo ao tetra a partir do grupo 8 da primeira fase. Em uma chave fácil contra Cobreloa, Deportivo Cali e Oriente Petrolero, a dificuldade foi zero. Com cinco vitórias, os xeneizes ficaram com a classificação antecipada, com 15 pontos, cinco a mais que o vice chileno.

Nas oitavas de final, o time argentino passou pelo Júnior Barranquilla, depois de vencer a ida por 3 a 2, na Colômbia, e empatar a volta por 1 a 1, na Bombonera. Nas quartas, foi a vez de derrubar o Vasco com duas vitórias, por 1 a 0 no Rio de Janeiro e por 3 a 0 na Argentina.

A semifinal foi contra o Palmeiras, na reedição da final do ano anterior. E tal como antes, empates por 2 a 2 em Buenos Aires e em São Paulo levaram o confronto aos pênaltis. Mais uma vez, Óscar Córdoba apareceu com defesas, e o Boca venceu por 3 a 2 para chegar em mais uma decisão.

A final da Libertadores trouxe uma surpresa. O Cruz Azul, do México, tornou-se o primeiro finalista de fora da América do Sul, chegando lá após passar por Cerro Porteño, River Plate e Rosario Central. A partida de ida aconteceu no Estádio Azteca, na Cidade do México, e o Boca Juniors conseguiu uma pequena vantagem de 1 a 0, gol marcado pelo reserva  Marcelo Delgado.

O jogo de volta foi marcado para La Bombonera, em Buenos Aires. Os mexicanos resistiram bem a pressão argentina e devolveram a diferença fazendo outro 1 a 0 no placar. Mais uma vez, os pênaltis selariam o destino xeneize. E ele, Córdoba, voltou a aparecer com suas defesas para garantir a vitória por 3 a 1 e o tetra azul y oro.

A campanha do Boca Juniors:
14 jogos | 9 vitórias | 3 empates | 2 derrotas | 20 gols marcados | 13 gols sofridos


Foto Arquivo/Diario Olé

Boca Juniors Campeão da Libertadores 2000

Na virada do milênio, a Libertadores passou pela sua mudança mais profunda. A Conmebol aumentou o números de equipes participantes de 21 para 32. Ou melhor, de 23 para 34. Poucos lembram, mas antes de existir a fase preliminar, dois clubes do México e dois da Venezuela disputavam um quadrangular antes da competição de fato, em busca de dois lugares na fase de grupos.

Isso continuou para 2000, porém os outros países subiram de duas para três vagas. Brasil e Argentina, para quatro. E o detentor do título completava a lista. Assim, o Brasil contou com o recorde à época de cinco participantes.

A primeira fase passou a contar com oito grupos sortidos ao invés dos cinco binacionais, e com o campeão anterior entrando logo no começo. Azar ou não, o Palmeiras foi o primeiro a defender a taça nesse formato. Quase deu certo, não fosse pelo melhor Boca Juniors da história, numa história de domínio que iniciou ali e perdurou por mais de meia década.

No grupo 2, o clube xeneize dominou com tranqulidade Peñarol, Universidad Católica e o boliviano Blooming, vencendo quatro jogos e empatando um entre os seis que disputou. Com 13 pontos, colocou quatro de vantagem sobre os uruguaios. Embalado por grandes partidas e uma goleada por 6 a 1 sobre o Blooming na quarta rodada, o Boca seguiu ao mata-mata.

Nas oitavas, eliminou o El Nacional com empate por 0 a 0 no Equador e vitória por 5 a 3 em La Bombonera. Nas quartas, disputou o clássico com o River Plate, perdendo a ida no Monumental por 2 a 1 mas vencendo a volta em casa por 3 a 0. Na semifinal, os xeneizes sofreram porém bateram o América do México com goleada por 4 a 1 na Argentina e derrota por 3 a 1 no Azteca.

Na final, os comandados de Carlos Bianchi encararam o Palmeiras, que superou Peñarol, Atlas e Corinthians. A ida foi na Bombonera. Rodolfo Arruabarrena marcou duas vezes, mas os brasileiros buscaram o 2 a 2 e deixaram a volta em aberto.

No Morumbi, em São Paulo, empate sem gols levou aos pênaltis. Então, Óscar Córdoba brilhou com duas defesas, o Boca Juniors venceu por 4 a 2 e levou o tricampeonato depois de 22 anos. Bianchi mostrava de vez a todos que entendia de Libertadores.

A campanha do Boca Juniors:
14 jogos | 7 vitórias | 4 empates | 3 derrotas | 30 gols marcados | 16 gols sofridos


Foto Arquivo/Gazeta Press

Palmeiras Campeão da Libertadores 1999

Encerrando a melhor década brasileira na Libertadores até aquele momento, em 1999, o Palmeiras exorcizou os fantasmas dos vices de 1961 e 1968 e levou sua primeira taça na competição. O time conseguiu o título na última edição que contou com 21 clubes, cinco chaves binacionais e o vencedor anterior entrando já no mata-mata.

No grupo 3 da primeira fase, o Verdão jogou contra Corinthians e os paraguaios Olimpia e Cerro Porteño. A estreia foi no Dérbi, no Morumbi, com vitória por 1 a 0. Na sequência, em Assunção, vitória por 5 a 2 sobre o Cerro e derrota por 4 a 2 para o Olimpia. No returno, 1 a 1 com o Olimpia, no Palestra Itália, derrota por 2 a 1 no segundo clássico, no Morumbi, e 2 a 1 no Cerro, também em casa. Com dez pontos, o alviverde ficou em segundo lugar, dois pontos atrás do Corinthians.

As oitavas de final foram contra o Vasco, e o atual campeão não foi páreo após 1 a 1 no Palestra e 4 a 2 em pleno São Januário. Nas quartas, mais dois clássicos com o Corinthians no Morumbi. No primeiro, o Palmeiras venceu 2 a 0. No segundo, o rival devolveu o placar e levou o confronto aos pênaltis. Ali começou a história de "santidade" do goleiro Marcos, que defendeu duas cobranças e ajudou o Palmeiras a eliminar seu maior rival  por 4 a 2.

A semifinal foi contra o River Plate, que complicou ao derrotar os brasileiros por 1 a 0 na ida, no Monumental de Nuñez. Mas o Verdão reverteu com superioridade na volta, no Palestra Itália, fazendo 3 a 0 e se classificando para a final.

A decisão foi contra o Deportivo Cali, que eliminou Colo-Colo, Bella Vista e Cerro Porteño. O primeiro jogo foi no Pascual Guerrero, mas o Palmeiras não resistiu e sofreu 1 a 0. O Palestra Itália recebeu a segunda partida. Evair abriu o placar de pênalti, mas o empate veio em seguida. Oséas fez 2 a 1 a 15 minutos do fim e levou a final aos pênaltis.

Zinho desperdiçou a primeira cobrança, porém Marcos defendeu a quarta batida e os colombianos atiraram e a quinta para fora. Por 4 a 3, o Palmeiras sagrava-se campeão da Libertadores e completava a década de ouro do clube.

A campanha do Palmeiras:
14 jogos | 7 vitórias | 2 empates | 5 derrotas | 24 gols marcados | 18 gols sofridos


Foto Robson Fernandes/Estadão Conteúdo

Vasco Campeão da Libertadores 1998

O ano de 1998 foi de perda na final da Copa do Mundo com o Brasil, mas nos clubes as coisas estiveram boas. O Vasco vinha de um título brasileiro incontestável no ano anterior, e voltava para a Libertadores justamente no seu centenário.

O time carioca participou ao lado do Grêmio e dos mexicanos do América e do Chivas. Inclusive, foi nesta edição que ocorreu a estreia do México na competição, passando por uma fase preliminar com os venezuelanos nos meses anteriores.

Apesar do alto nível do elenco, as coisas começaram ruins para o cruz-maltino: derrotas por 1 a 0 para o Grêmio, no Olímpico, e para o Chivas, em Guadalajara, além do empate por 1 a 1 com o América, no Azteca. A arrancada veio no returno em São Januário, onde fez 3 a 0 no Grêmio, 2 a 0 no Chivas e voltou a marcar 1 a 1 com o América. Com oito pontos, o Vasco terminou na vice-liderança, quatro pontos a menos que os gaúchos.

Nas oitavas de final, o clube carioca encarou o terceiro brasileiro do torneio, o Cruzeiro, beneficiado pelo título da temporada passada. O cruz-maltino fez 2 a 1 no Rio de Janeiro e segurou o 0 a 0 no Mineirão. Nas quartas, reencontro com o Grêmio, e em Porto Alegre a equipe conseguiu empate por 1 a 1 na ida. A volta foi em São Januário, e vitória por 1 a 0 colocou o time na semifinal.

A semifinal foi contra o River Plate. Em casa, o Vasco abriu vantagem ao vencer por 1 a 0. No Monumental de Nuñez, empate por 1 a 1, com o golaço em cobrança de falta perfeita de Juninho Pernambucano, quase do meio de campo. A vaga para a final estava na mão.

O adversário foi o Barcelona de Guayaquil, que tinha batido Colo-Colo, Bolívar e Cerro Porteño. São Januário recebeu mais de 36 mil pessoas para ver Donizete e Luizão marcarem os gols da vitória por 2 a 0, que encaminhou a conquista.

No Monumental do Equador a dupla voltou a marcar, calando os 72 mil torcedores adversários, o Vasco venceu por 2 a 1 e comemorou o título da Libertadores de 1998, o mais importante da história cruz-maltina, no ano do centenário e 50 anos depois da primeira conquista continental, que inspirou a criação da disputa atual.

A campanha do Vasco:
14 jogos | 7 vitórias | 5 empates | 2 derrotas | 17 gols marcados | 8 gols sofridos


Foto Edison Vara/Placar

Cruzeiro Campeão da Libertadores 1997

A segunda metade dos anos 90 marcou o maior domínio brasileiro visto na Libertadores até então. Foram quatro títulos em cinco edições entre 1995 e 1999. A jornada iniciada pelo Grêmio só foi quebrada em 1996, com o River Plate. Dali para frente o país emendou três taças, começando pelo Cruzeiro em 1997.

O clube quebraria uma fila de 21 anos no torneio, o qual garantiu sua vaga ao vencer a Copa do Brasil do ano anterior. Ao lado do Grêmio e dos peruanos Alianza Lima e Sporting Cristal, a Raposa ficou no grupo 4.

Mas o começo do clube mineiro foi péssimo: derrotas por 2 a 1 para o Grêmio, em pleno Mineirão, e mais duas por 1 a 0 para o Alianza e o Cristal, em Lima. A recuperação cruzeirense aconteceu a tempo com três vitórias no returno, por 1 a 0 sobre o Grêmio no Olímpico, por 2 a 0 sobre o Alianza Lima e 2 a 1 sobre o Sporting Cristal, as duas no Mineirão. Com nove pontos, o time ficou em segundo lugar, três pontos atrás dos gaúchos e um à frente do Cristal.

E quem pensa que as coisas seriam mais fáceis no mata-mata se enganou. O Cruzeiro enfrenou o El Nacional, do Equador, nas oitavas de final. Perdeu por 1 a 0 em Quito e fez 2 a 1 em Belo Horizonte, se classificando ao vencer por 5 a 3 nos pênaltis.

Nas quartas, em novos encontros com o Grêmio, a Raposa venceu por 2 a 0 no Mineirão e perdeu por 2 a 1 no Olímpico. A semifinal foi contra o Colo Colo. No Mineirão, vitória simples por 1 a 0. Em Santiago, o time chileno aplicou 3 a 2 e o Cruzeiro precisou novamente dos pênaltis, vencendo por 4 a 1.

Na final, o reencontro com o Sporting Cristal, que eliminou Vélez Sarsfield, Bolívar e Racing. A partida de ida foi em Lima, e o time treinado por Paulo Autuori segurou o 0 a 0 no placar. Foi o único jogo sem derrota que o Cruzeiro teve como visitante em toda a competição.

A volta foi em Belo Horizonte, e 95 mil torcedores viram no Mineirão o time de Dida, Palhinha, Ricardinho e Marcelo Ramos conseguir a vitória por 1 a 0, gol marcado por Elivélton. Mesmo com os problemas e as críticas, o Cruzeiro conquistava o bicampeonato da Libertadores.

A campanha do Cruzeiro:
14 jogos | 7 vitórias | 1 empate | 6 derrotas | 15 gols marcados | 12 gols sofridos


Foto Eugênio Sávio/Placar

River Plate Campeão da Libertadores 1996

Em todos os anos terminados com seis, o River Plate tem motivos para comemorar ou para lamentar na Libertadores. E quando 1996 chegou, todos já se perguntavam se o clube faturaria o bicampeonato ou ficaria com o tri-vice. No fim das contas, o primeiro cenário foi o que se concretizou.

O River começou a campanha no grupo 5 da primeira fase, contra San Lorenzo e os venezuelanos Minervén e Caracas. E não foi difícil para dominar os fracos adversários da Venezuela: quatro vitórias, incluindo as goleadas por 4 a 1 sobre o Minervén, fora, e por 5 a 0 sobre o Caracas, em casa. Entre elas, bastou empatar duas vezes com o rival de Buenos Aires para garantir a liderança da chave, com 14 pontos. A tranquilidade deu lugar a momentos de emoção no mata-mata.

Nas oitavas de final, o time millonario perdeu a ida por 2 a 1 para o Sporting Cristal, no Peru. A desvantagem foi pulverizada na volta com a vitória por 5 a 2 no Monumental de Nuñez. Nas quartas, o River Plate voltou a encontrar com o San Lorenzo. O primeiro jogo aconteceu no Nuevo Gasómetro, na capital argentina, e os visitantes venceram por 2 a 1. Na segunda partida, em casa, o River abriu o placar mas não matou o confronto. Mas o máximo que o adversário fez foi empatar em 1 a 1, ameaçando pouco a classificação millonaria.

Na semifinal, foi a vez de enfrentar a Universidad de Chile. Na ida, em Santiago, o River Plate buscou o empate por 2 a 2 nos minutos finais. Na volta, em Buenos Aires, vitória simples por 1 a 0 garantiu a vaga na decisão.

E assim como dez anos antes, o oponente do River na final da Libertadores foi o América de Cali. Os colombianos também chegaram lá ao passarem por Minervén, Junior Barranquilla e Grêmio. A primeira partida foi disputada no Pascual Guerrero, na Colômbia. E deu América, vencendo por 1 a 0.

A  desvantagem argentina era curta, então o River Plate foi com tudo para o segundo jogo, no Monumental. Com dois gols de Hernán Crespo, o clube millonario aplicou 2 a 0, fez a síndrome do vice do pessoal de Cali falar mais alto e levou o segundo título da Libertadores.

A campanha do River Plate:
14 jogos | 8 vitórias | 4 empates | 2 derrotas | 28 gols marcados | 12 gols sofridos


Foto Arquivo/River Plate

Grêmio Campeão da Libertadores 1995

A década de 90 foi a da redenção dos brasileiros na Libertadores. Depois de títulos isolados do Santos nos anos 60, do Cruzeiro nos 70 e de Flamengo e Grêmio nos 80, o São Paulo reinaugurou a consolidação tupiniquim no continente com o bicampeonato de 1992 e 1993.

A continuidade foi dada em 1995, com o Grêmio, que buscou a reconquista depois de 12 anos. De novidade no regulamento, só a mudança de dois para três pontos atribuídos às vitórias, seguindo a tendência mundial.

A campanha gremista começou no grupo 4, contra Palmeiras e os equatorianos Emelec e El Nacional. Após a única derrota na primeira fase, quando levou 3 a 2 do Palmeiras fora de casa, na estreia, o Tricolor conseguiu três vitórias e dois empates, somou 11 pontos e classificou-se em segundo, com dois a menos que os paulistas.

Nas oitavas de final, o Grêmio encarou o Olimpia do Paraguai. A vaga foi encaminhada logo na ida, com os 3 a 0 no Defensores del Chaco. Em Porto Alegre, outra vitória, por 2 a 0, embalou a equipe rumo às quartas, onde tivemos dois históricos reencontros com o Palmeiras.

O primeiro jogo foi no Olímpico: simplesmente 5 a 0 para o Imortal, obtido depois da memorável briga entre Dinho (ajudado por Danrlei) e Válber. A segunda partida foi no Palestra Itália, num quase épico. O gol de Jardel, que abriu o placar na ocasião, tornou-se o salvador da classificação do Grêmio, porque os palmeirenses iriam virar e chegar em 5 a 1, algo inimaginável até para eles.

A semifinal marcou outro reencontro, com o Emelec. No Equador, o Tricolor segurou o 0 a 0. Em Porto Alegre, a vitória por 2 a 0 e colocou o clube gremista na terceira final de Libertadores na história.

O adversário na decisão foi o Atlético Nacional, que chegou lá eliminando Peñarol, Millonarios e River Plate. A ida foi no Olímpico, e as atuações perfeitas de Paulo Nunes e Jardel deram ao Grêmio o triunfo por 3 a 1 e uma boa vantagem. A volta foi em Medellín, no Atanasio Girardot, e o Grêmio para ser bicampeão teve que aguentar 73 minutos de pressão colombiana, pois sofreu um gol aos 12 do primeiro tempo. O empate por 1 a 1 finalmente veio aos 40 do segundo tempo, com Dinho cobrando pênalti.

A campanha do Grêmio:
14 jogos | 8 vitórias | 4 empates | 2 derrotas | 29 gols marcados | 14 gols sofridos


Foto José Doval/Agência RBS

Vélez Sarsfield Campeão da Libertadores 1994

Toda grande história de hegemonia tem um momento de apogeu e outro de declínio. Foi assim com o São Paulo dos anos 90, que em oito meses de diferença foi da euforia do bicampeonato mundial à frustração do vice na Libertadores quando buscava o tri seguido. Foi praticamente o ponto final para o exitoso grupo comandado por Telê Santana.

Por outro lado, aquele 1994 veria o surgimento de outro comandante, que viria a se tornar no maior campeão da principal competição sul-americana: Carlos Bianchi. À frente do Vélez Sarsfield, o técnico levaria o primeiro de quatro títulos naquele ano.

El Fortín começou sua campanha contra Boca Juniors, Palmeiras e Cruzeiro. Em seis jogos no grupo 2, o time venceu três e empatou dois, garantindo o primeiro lugar com oito pontos. A única derrota aconteceu na última partida, quando, já classificado, levou 4 a 1 dos palmeirenses.

Nas oitavas de final, contra o Defensor, do Uruguai, empatou por 1 a 1 em Montevidéu e por 0 a 0 em Buenos Aires. Nos pênaltis, a equipe argentina venceu por 4 a 3. Nas quartas, o adversário foi o Minervén, da Venezuela. O primeiro jogo foi na longínqua Cidade Guayana, e o Fortín voltou de lá com outro empate por 0 a 0. Na segunda partida, no José Amalfitani, os portenhos ganharam por 2 a 0.

Na semifinal, confrontos duríssimos contra o Junior Barranquilla. No primeiro, na Colômbia, derrota por 2 a 1. No segundo, na Argentina, o mesmo resultado foi devolvido, e o Vélez passou de novo nos pênaltis, por 5 a 4.

O último obstáculo azul na Libertadores era o São Paulo, que havia batido Palmeiras, Unión Española e Olimpia. O favoritismo era brasileiro, mas o clube argentino tinha o heroísmo de José Luis Chilavert. Exímio goleiro e batedor de pênalti, o paraguaio já fora personagem nas fases anteriores, com defesas importantes e duas cobranças convertidas.

Tudo o que o Vélez precisou na final. Na ida, no José Amalfitani, vitória por 1 a 0, gol marcado por Omar Asad. Na volta, no Morumbi, o São Paulo devolveu o 1 a 0. Nas penalidades, Chilavert defendeu a primeira cobrança adversária, de Palhinha, acertou a segunda da sua equipe, e o Vélez Sarsfield levou sua única Liberadores por 5 a 3.

A campanha do Vélez Sarsfield:
14 jogos | 6 vitórias | 5 empates | 3 derrotas | 15 gols marcados | 12 gols sofridos


Foto Arquivo/Vélez Sarsfield

São Paulo Campeão da Libertadores 1993

O São Paulo conquistou com autoridade a América do Sul e o mundo em 1992. Em 1993, o time treinado por Telê Santana manteve o alto nível e partiu rumo ao bicampeonato. Como era o campeão do momento na Libertadores, o o Tricolor ganhou o direito de estrear diretamente nas oitavas de final. Assim, aguardou na fase de grupos quem seria seu adversário no mata-mata.

Os times brasileiros na primeira fase foram Flamengo e Internacional. Os adversários do grupo 4 vieram da Colômbia: América de Cali e Atlético Nacional. Mas mesmo com três vagas de classificação, apenas o time carioca avançou, na liderança. O clube gaúcho não venceu nenhum dos seis jogos e ficou na última posição.

A estreia do São Paulo nas oitavas foi contra a sua vítima da final de um ano antes, o Newell's Old Boys. A ida foi em Rosario, e o time argentino surpreendeu ao fazer 2 a 0. Apesar da desvantagem relativamente grande, o Tricolor não sentiu dificuldades na volta, e a goleada de 4 a 0 colocou os paulistas nas quartas de final.

O confronto seguinte foi contra o Flamengo. A partida de ida aconteceu no Maracanã, e terminou empatada por 1 a 1. A volta foi disputada no Morumbi, e a vitória por 2 a 0 e garantiu mais uma classificação ao São Paulo. A semifinal foi contra o Cerro Porteño. O primeiro jogo foi em São Paulo, e o Tricolor largou na frente com simples 1 a 0 no placar. No Defensores del Chaco, em Assunção, o São Paulo segurou a pressão paraguaia e o placar em 0 a 0 e se classificou para a final.

A decisão foi contra a Universidad Católica, do Chile, que havia eliminado Atlético Nacional, Barcelona de Guayaquil e América de Cali . O primeiro jogo foi no Morumbi. Com atuação de gala de Raí e Müller, a goleada de 5 a 1 tornou-se na maior em um jogo de final na história, até hoje.

Com a margem de quatro gols, o São Paulo foi até o Nacional de Santiago e cumpriu o protocolo contra os chilenos, que até fizeram dois gols em 15 minutos, mas ficaram só nisto. A derrota por 2 a 0 não diminuiu a festa tricolor, bicampeão da Libertadores.

A campanha do São Paulo:
8 jogos | 4 vitórias | 2 empates | 2 derrotas | 13 gols marcados | 6 gols sofridos


Foto Nelson Coelho/Placar

São Paulo Campeão da Libertadores 1992

O Brasil encarou um período de nove anos de seca na Libertadores. Entre 1984 e 1991, o melhor resultado foi o vice-campeonato do Grêmio em 1984. O país só voltaria ao topo da América do Sul em 1992, com o São Paulo.

O clube já fazia história desde 1991, quando foi campeão brasileiro. O time dirigido por Telê Santana entrou na Libertadores de 1992 disposto a superar a campanha de 1974, quando também foi vice. Mas a história iria muito além, com duas conquistas seguidas e dois Mundiais.

O Tricolor entrou no torneio juntamente com o Criciúma, e ambos ficaram no grupo 2, com os bolivianos San José e Bolívar. Apesar da força, o time são-paulino começou mal, perdendo por 3 a 0 para o Criciúma em Santa Catarina. Na pressão, o time foi para a altitude da Bolívia, e voltou de lá com 3 a 0 sobre o San José e 1 a 1 com o Bolívar. No returno, o São Paulo se acertou e fez 4 a 0 no Criciúma, 1 a 1 com o San José e 2 a 0 no Bolívar, as três partidas no Morumbi. A equipe se classificou em segundo, com oito pontos, um a menos que o líder catarinense.

O embalo são-paulino aumentou no mata-mata. Nas oitavas de final, eliminou o Nacional do Uruguai, com duas vitórias: 1 a 0 no Centenario e 2 a 0 no Morumbi. Nas quartas, mais uma vez o Criciúma. Na ida, 1 a 0 em São Paulo, e na volta, empate em 1 a 1 no Heriberto Hülse. Na semifinal, o adversário foi o Barcelona de Guayaquil. O primeiro jogo foi no Morumbi e o Tricolor encaminhou a situação vencendo por 3 a 0. No Equador, o time perdeu por 2 a 0, mas segurou a pressão e se garantiu na final.

A decisão foi contra o Newell's Old Boys, que havia batido o Defensor, o San Lorenzo e o América de Cali. A primeira partida foi no Gigante de Arroyito, em Rosario, e o São Paulo foi derrotado por 1 a 0. Na segunda partida, mais de 105 mil torcedores no Morumbi acompanharam o Tricolor devolver o placar mínimo, com gol de Raí no segundo tempo.

Nos pênaltis, Raí, Ivan e Cafu converteram as cobranças são-paulinas, enquanto Ronaldão perdeu a sua. Zetti defendeu três, o São Paulo venceu por 3 a 2 conquistou a primeira de três Libertadores, para explosão de alegria e invasão de campo da torcida.

A campanha do São Paulo:
14 jogos | 8 vitórias | 3 empates | 3 derrotas | 22 gols marcados | 11 gols sofridos


Foto Arquivo/Gazeta Press

Colo-Colo Campeão da Libertadores 1991

No maior deserto de títulos de argentinos e brasileiros na Libertadores até hoje (de 1987 a 1991), o Chile levou sua única conquista na edição de 1991. Com a maior torcida do país, o Colo-Colo teve o gosto de levantar a taça com uma bela campanha, de ponta a ponta.

El Cacique estrearam no grupo 2 da primeira, enfrentando o compatriota Deportes Concepción e os equatorianos LDU Quito e Barcelona de Guayaquil. Sem perder, o time conseguiu três vitórias e três empates na chave. Com nove pontos, o Colo-Colo garantiu a liderança, livrando três de LDU e Concepción.

No mata-mata, o caminho dos chilenos seguiu diante do peruano Universitario, nas oitavas de final. Na ida, em Lima, empate sem gols. Na volta, em Santiago, vitória por 2 a 1 e vaga nas quartas. Nesta fase, o clube albo enfrentou o Nacional do Uruguai. Atuando em seu Estádio Monumental, no primeiro jogo, os jogadores não tomaram conhecimento dos uruguaios, golearam por 4 a 0 e praticamente encaminharam um lugar na semifinal. Tanto que, na segunda partida, em Montevidéu, o Colo-Colo se deu ao luxo de perder por 2 a 0.

A parada mais complicada foi na semi, contra o Boca Juniors. A ida aconteceu em La Bombonera, e os argentinos venceram por 1 a 0. A pressão da volta foi grande, e o Colo-Colo conseguiu reverter a desvantagem ao vencer em Santiago por 3 a 1, com todos os gols ocorrendo no segundo tempo.

A final foi definida entre Colo-Colo e Olimpia, que partiu rumo à ela pela terceira vez seguida após eliminar o também paraguaio Colegiales, o rival Cerro Porteño e o Atlético Nacional (de novo!). Mas a busca pelo tri foi sumariamente complicadada depois da primeira partida, no Defensores del Chaco, quando o Cacique conseguiu segurar o 0 a 0 e levar tudo para o Chile.

E jogando no Monumental David Arellano, o Colo-Colo chegou ao histórico título com categóricos 3 a 0, dois gols de Luis Pérez e outro de Leonel Herrera. A grande fase com Brasil e Argentina longe da taça da Libertadores viu a derrocada do Uruguai e uma (falha) ascensão de Colômbia, Paraguai e Chile.

A campanha do Colo-Colo:
14 jogos | 7 vitórias | 5 empates | 2 derrotas | 22 gols marcados | 8 gols sofridos


Foto Arquivo/CDI Copesa

Olimpia Campeão da Libertadores 1990

A Libertadores entra nos grandiosos anos 90 com sua estabilidade recuperada. O que não colaboravam eram os países. Detentor do título de 1989, a Colômbia não indicou ninguém para a edição de 1990. O motivo? O campeonato local foi encerrado sem campeão devido ao assassinato de um árbitro durante a fase final.

As acusações da época recaíram sobre o Cartel de Medellín e as motivações davam conta de que o crime foi cometido em retaliação a um gol anulado do Independiente. Pressionada, a federação cancelou o restante da competição e só o Atlético Nacional pôde defender sua taça no ano seguinte.

Com 18 times na primeira fase, a vida seguiu com as velhas forças de sempre. Vice do momento, o Olimpia estava disposto a subir mais um degrau na escada, e a sua campanha pelo bicampeonato começou diante do rival Cerro Porteño, do Vasco e do Grêmio, no grupo 5. Os resultados foram super equilibrados e as distâncias entre as equipes ao fim das seis rodadas foi se só dois pontos. Com sete, o Decano paraguaio classificou-se na liderança, acima de Cerro e Vasco. Foram três vitórias e um empate na largada.

Nas oitavas de final, o Olimpia iria enfrentar o terceiro colocado da chave 2, mas esta foi a que ficou desfalcada dos colombianos, portanto os paraguaios foram já às quartas. Contra a Universidad Católica, o clube venceu a ida em Assunção por 2 a 0 e empatou sensacionalmente a volta na Chile por 4 a 4.

Na semifinal, surgiu a chance da revanche contra o Atlético Nacional. O clima na Colômbia dominada pelo narcotráfico era tenso, e a Conmebol marcou a ida para o Nacional de Santiago, no Chile, onde o Olimpia venceu por 2 a 1. No Defensores del Chaco, o Atlético fez 3 a 2 e forçou os pênaltis. Depois de 12 cobranças, só três entraram e o Decano foi à decisão ao vencer por 2 a 1.

O Olimpia enfrentou na derradeira o Barcelona de Guayaquil, que colocou o Equador pela primeira vez em uma final após bater o uruguaio Progreso, o Emelec e o River Plate. A ida aconteceu no Defensores del Chaco, em Assunção, e o paraguaios abriram vantagem ao fazerem 2 a 0, gols de Raúl Amarilla e Adriano Samaniego. A volta foi no Monumental de Guayaquil, e o Olimpia confirmou seu segundo título com outro gol de Amarilla e o empate por 1 a 1.

A campanha do Olimpia:
12 jogos | 6 vitórias | 3 empates | 3 derrotas | 22 gols marcados | 17 gols sofridos


Foto Arquivo/ABC Color

Atlético Nacional Campeão da Libertadores 1989

Depois de 16 anos de estabilidade, a Libertadores viveu um caos em 1988 com o novo regulamento. A equação difícil de entender foi desfeita a partir de 1989. O desejo da Conmebol e das dez federações era o de ver mais times lutando pelo título nas fases agudas. Então, resolveu-se classificar ao mata-mata três equipes por grupo ao invés de duas. Assim, essas 15 poderiam juntar-se ao campeão logo nas oitavas de final e formar um chaveamento perfeito logo de cara.

Em campo, o continente veria a força dos narcodólares fazer-se presente naquele ano. Vindo da Colômbia e patrocinado por Pablo Escobar, o Atlético Nacional faturou o primeiro título sul-americano do país. Para os adversários, o sucesso só foi possível devido às ameaças e subornos a árbitros e dirigentes. O fato é que aquele time foi a base de uma das melhores seleções colombianas da história. 

No grupo 3 da primeira fase, os verdolagas fizeram uma campanha segura, com duas vitórias, três empates e uma derrota, marcando sete pontos ao todo. Na vice-liderança, ficou três pontos atrás do Millonarios e três na frente do Deportivo Quito. O Emelec foi o outro equatoriano na chave.

Nas oitavas, o Atlético enfrentou o Racing, o qual eliminou com vitória por 2 a 0 em Medellín e derrota por 2 a 1 em Avellaneda. Nas quartas, novamente contra o Millonarios, a classificação veio com 1 a 0 na ida em casa e empate por 1 a 1 na volta fora. Na semifinal, nenhum problema para eliminar o uruguaio Danubio: 0 a 0 em Montevidéu e 6 a 0 em Medellín. Só faltava mais uma etapa.

Do outro lado, o Olimpia chegava para a decisão depois de passar por Boca Juniors, Sol de América e Internacional. A primeira partida aconteceu no Defensores del Chaco, em Assunção, e terminou ruim para o clube colombiano, que perdeu por 2 a 0.

O segundo jogo foi no Atanasio Girardot em Medellín, e o Nacional precisava devolver a diferença para levar aos pênaltis, já que desde o ano anterior havia caído a regra do desempate em campo neutro. Fidel Miño e Albeiro Usuriaga foram os responsáveis pelos 2 a 0 que igualaram o confronto. Nas penalidades, René Higuita contribuiu com um gol e algumas defesas. Ao fim de 18 cobranças, o Atlético Nacional foi campeão ao vencer por 5 a 4.

A campanha do Atlético Nacional:
14 jogos | 6 vitórias | 5 empates | 3 derrotas | 21 gols marcados | 12 gols sofridos


Foto Arquivo/Atlético Nacional

Nacional Campeão da Libertadores 1988

A Libertadores mudou de regulamento em 1988. Para aumentar o número de times depois da primeira fase, a Conmebol passou a classificar dois por grupo. A quantidade total de clubes permaneceu em 21, com o campeão anterior entrando desta vez na terceira fase e os outros 20 ainda sendo divididos em cinco chaves binacionais.

A fórmula durou apenas nesta edição, por causa de uma bizarrice: o mata-mata começava com dez equipes, sobrando cinco para a fase seguinte, que se juntaram ao Peñarol. Daqui, sobravam três times para a semifinal. Então, para fechar quatro, a única solução encontrada foi puxar também melhor perdedora desta etapa de seis. Isso se revelou num problema na hora da final.

Final esta que acabou vencida pelo Nacional, na última vez que o Uruguai comemorou uma Libertadores. Antes, a equipe precisou passar pelo grupo 3 da primeira fase, contra América de Cali, Millonarios e Montevideo Wanderers. Em seis jogos, o Decano obteve três vitórias, dois empates e uma derrota, de 6 a 1 para o Millonarios, em Bogotá. Antes, o clube havia aplicado 4 a 1 no mesmo adversário colombiano. Com oito pontos, o time ficou em segundo lugar, um ponto distante do América.

Na segunda fase, o Bolso eliminou a Universidad Católica no gol fora de casa, com os empates por 1 a 1 em Santiago e por 0 a 0 em Montevidéu. Na sequência, contra o Newell's Old Boys, o Nacional avançou com empate por 1 a 1 na Argentina e vitória por 2 a 1 no Uruguai. Na semifinal, foi a vez bater o América de Cali, com vitória por 1 a 0 em casa e empate por 1 a 1 fora.

Na decisão depois de oito anos, o adversário do Nacional foi o Newell's Old Boys. Aquele mesmo, que tinha sido superado duas partidas antes. Pois foi o clube argentino o melhor perdedor da terceira fase, superando Peñarol e Oriente Petrolero. Na semi, a equipe se recuperou eliminando o San Lorenzo. A ida da final foi disputa no Gigante de Arroyito, em Rosário, e o time uruguaio não segurou a pressão, perdendo por 1 a 0.

Disposto a não passar a vergonha de perder o título para um rival que havia derrotado nas quartas, o Nacional foi com tudo para a volta, no Centenario, em Montevidéu. Com gols de Ernesto Varga, Santiago Ostolaza e Hugo De León, o Decano fez 3 a 0 e levou o tricampeonato.

A campanha do Nacional:
14 jogos | 6 vitórias | 6 empates | 2 derrotas | 17 gols marcados | 12 gols sofridos


Foto Arquivo/El País

Peñarol Campeão da Libertadores 1987

Algumas histórias que o futebol produz chegam a beirar o cúmulo do absurdo. A da final da Libertadores de 1987 é uma delas. Imagine um time que, depois de dois vices, chega à terceira final seguida da competição, vence na ida, mantém a vantagem na volta, vai ao jogo extra com o benefício do empate mas, quando parecia que o título enfim viria, leva o gol da derrota no último minuto da prorrogação e fica com outro vice? Foi o caso do América de Cali, que nessa trilogia do desastre sofreu o revés mais doído. 

Alheio à tristeza, o Peñarol sentiria o gosto do topo pela quinta e última vez. Foi o último ano da Libertadores com o regulamento que classificava apenas o líder de cada grupo à fase seguinte. Os carboneros ficaram na chave 5, ao lado do pequeno Progreso e dos peruanos Alianza Lima e San Agustín.

Não foi difícil para os uruguaios abocanharem a vaga na semifinal, com dez pontos, quatro vitórias e dois empates. Foram quatro de vantagem sobre o Alianza, que em dezembro daquele mesmo ano passaria pela tragédia de perder quase todo o elenco e comissão técnica num acidente aéreo.

O Peñarol seguiu à segunda fase para enfrentar Independiente e River Plate. E não poderia ter início melhor com os 3 a 0 em casa sobre a equipe de Avellaneda. Depois, empate sem gols, também em Montevidéu, com o River. A ida antecipada à final veio na terceira partida: 4 a 2 sobre o Independiente na Doble Visera. No fim, a derrota por 1 a 0 para o River em Buenos Aires não fez diferença para o clube, que somou cinco pontos.

O América de Cali apareceu para a famigerada decisão depois de bater Cobreloa e Barcelona de Guayaquil no triangular. O primeiro jogo, no Pascual Guerrero, terminou com 2 a 0 aos colombianos. No segundo, o Peñarol venceu por 2 a 1, de virada a três minutos do fim e gols de Diego Aguirre e Jorge Villar.

Na partida extra, no Nacional de Santiago, o saldo de gols dava a vantagem do empate ao América. O resultado zerado perdurou até os 15 minutos do segundo tempo da prorrogação, quando Aguirre deu o golpe que mudou o título de lado. Os uruguaios venceram o penta por 1 a 0 e os colombianos ganharam para sempre a fama de azarados.

A campanha do Peñarol:
13 jogos | 8 vitórias | 3 empates | 2 derrotas | 20 gols marcados | 10 gols sofridos


Foto Arquivo/El País

River Plate Campeão da Libertadores 1986

Às vezes, a mística e a força de uma camiseta demoram a aparecer na Libertadores. Um dos principais exemplos disso é o River Plate, que demorou 26 anos para chegar ao seu primeiro título de Libertadores. Antes, o clube amargou dois vices.

Em comum, a estranha coincidência do número seis: as duas finais tinham sido em 1966 e 1976. Pois bem, o ano era 1986 e o Millonario estava novamente na maior competição sul-americana. O seis entrava mais uma vez na vida da equipe, mas o desfecho da história seria feliz desta vez.

Na primeira fase, o River ficou no grupo 1, ao lado do Boca Juniors, do Peñarol e do Montevideo Wanderers. Nem teve graça: o time venceu cinco partidas e empatou uma, somando 11 pontos e classificando-se com sobras, com cinco de vantagem sobre o arquirrival Boca e o Wanderers. O destaque negativo foi o Peñarol, que só marcou um pontinho a afundou na lanterna.

Na semifinal, o clube millonario enfrentou o Argentinos Juniors e o Barcelona de Guayaquil. Mas a disputa ficou restrita ao seu compatriota. Os dois empataram sem gols na estreia, e o River seguiu a campanha fazendo 3 a 0 fora de casa e 4 a 1 em casa sobre o Barcelona.

Podendo confirmar a vaga na final, a equipe perdeu por 2 a 0 para o Argentinos, em pleno Monumental de Nuñez. Os colorados ainda derrotaram os equatorianos na última rodada, no que deixou os hermanos empatados com sete pontos, forçando um jogo de desempate, que acabou 0 a 0. As goleadas fizeram a diferença a favor do River Plate, que passou à decisão por 4 a 2 no saldo de gols.

Do outro lado, o América de Cali era novamente o adversário. Após eliminar Olimpia e Bolívar, o time colombiano chegaria à parte dois de seu tri-vice. A ida foi jogada no Pascual Guerrero, em Cali, e o River venceu por 2 a 1, gols marcados por Juan Funes e Norberto Alonso.

Com a boa vantagem, 86 mil pessoas lotaram o Monumental para ver um dos maiores clubes da Argentina enfim quebrar o tabu na Libertadores. Funes voltou a marcar, e a vitória por 1 a 0 deu o primeiro título continental ao River Plate.

A campanha do River Plate:
13 jogos | 9 vitórias | 3 empates | 1 derrota | 23 gols marcados | 8 gols sofridos


Foto Arquivo/El Gráfico

Argentinos Juniors Campeão da Libertadores 1985

Ao longo dos anos, a Libertadores apresentou muitas surpresas. A maioria não chegou ao título, e poucas tiveram o privilégio de serem campeãs. E sem dúvidas, uma delas foi o Argentinos Juniors, clube de Buenos Aires, do bairro de La Paternal, que não teve medo dos gigantes na edição de 1985.

Nesta época, o Bicho Colorado aproveitava-se do dinheiro da venda de uma joia do futebol, Diego Maradona, para formar uma das melhores equipes de sua história, comandada pelo técnico José Yudica. Campeão argentino pela primeira vez em 1984, o time estreou em copas internacionais. Na primeira fase, contra o conterrâneo Ferro Carril e os brasileiros Fluminense e Vasco, a classificação veio com boas doses de emoção.

A disputa foi especialmente com o Ferro, ponto a ponto, gol a gol. No fim, os dois clubes somaram nove pontos e quatro gols de saldo. Mas os colorados marcaram nove vezes, contra sete do adversário. Entre as quatro vitórias obtidas na chave, o destaque fica para as duas em solo brasileiro, por 2 a 1 sobre o Vasco e por 1 a 0 sobre o Fluminense, ambas no Maracanã.

Na semifinal, o Argentinos enfrentou o Independiente e o boliviano Blooming. Na estreia, empate por 2 a 2 em casa com os então campeões. Na sequência, contra o time da Bolívia, 1 a 1 fora e vitória por 2 a 0 em Buenos Aires. Na última partida, o time colorado conseguiu a classificação fazendo 2 a 1 no Independiente, em Avellaneda. Foram oito pontos conquistados contra seis do rival.

A final foi contra o América de Cali, que começaria sua triste trilogia de vices após eliminar o Peñarol e o equatoriano El Nacional. O jogo de ida foi no Monumental de Nuñez, em Buenos Aires, e acabou com vitória por 1 a 0 dos Argentinos, gol de Emilio Commisso. A volta aconteceu em Cali, no Pascual Guerrero, e o América devolveu o 1 a 0, forçando a partida extra.

No Defensores del Chaco, em Assunção, Commisso voltou a marcar, mas os colombianos fizeram 1 a 1 e levaram o confronto aos pênaltis. Nas cobranças, Enrique Vidallé brilhou ao defender a última do América, e Mario Videla foi responsável por fazer 5 a 4 e dar o maior título da história do Argentinos Juniors.

A campanha do Argentinos Juniors:
13 jogos | 7 vitórias | 4 empates | 2 derrotas | 17 gols marcados | 11 gols sofridos


Foto Arquivo/El Gráfico

Independiente Campeão da Libertadores 1984

Nunca a Argentina estava há tanto tempo sem vencer a Libertadores. Desde o título de 1978 do Boca Juniors até 1983, o país pegou somente um vice, em 1979. Mas um clube voltaria de seu descanso para dar a última demonstração de força na maior competição sul-americana. Nove anos depois de obter o inalcançável tetra consecutivo, o Independiente conquistou mais uma taça, a sétima e derradeira.

Campeão metropolitano, o Rojo entrou no grupo 1 da primeira fase, enfrentando Estudiantes e os paraguaios Olimpia e Sportivo Luqueño. Depois da estreia com empate por 1 a 1 contra os compatriotas em La Plata, o time foi ao Paraguai e voltou com uma vitória e uma derrota: 1 a 0 sobre o Luqueño e 1 a 0 para o Olimpia.

No returno, as vitórias em casa (2 a 0 no Luqueño, 4 a 1 no Estudiantes e 3 a 2 no Olimpia) deixaram o Independiente quase classificado, com nove pontos. Mas o decano paraguaio chegava para seu último jogo com sete. E eles venceriam o Estudiantes por 1 a 0 na Argentina, igualando a pontuação roja.

Mas para o alívio de meia Avellaneda, faltou saldo aos paraguaios, 6 a 3. Classificação garantida, o Independiente foi à segunda fase contra Nacional do Uruguai e Universidad Católica. A campanha na semi foi mais tranquila, com a equipe arrancando dois empates fora de casa (1 a 1 no Uruguai e 0 a 0 no Chile) e vencendo suas partidas na Doble Visera (2 a 0 na Católica e 1 a 0 no Nacional), o clube argentino garantiu sua sétima final na história. Uruguaios e chilenos até desistiram de fazer o último jogo, transformado em mero amistoso na chave.

Na decisão, o Independiente enfrentou o Grêmio, que bateu Flamengo e ULA Mérida na fase anterior. Em duas partidas duríssimas, o Rojo se fez valer da sua mística para impedir o segundo título brasileiro. A ida foi disputada em Porto Alegre, no Estádio Olímpico, e os argentinos conseguiram a vantagem mínima, vencendo por 1 a 0. O gol, que seria o da conquista, foi marcado por Jorge Burruchaga.

A volta foi na Doble Visera, em Avellaneda, e o Independiente segurou o 0 a 0 que valeu o hepta. Uma façanha jamais igualada, um momento que nunca mais seria repetido pelo Rey de Copas argentino.

A campanha do Independiente:
12 jogos | 7 vitórias | 4 empates | 1 derrota | 16 gols marcados | 7 gols sofridos


Foto Arquivo/El Gráfico