Se faltou pouco para que o Mundial de 2022 fosse o último de uma era, de 2023 não passou. O fim do formato criado em 2005 foi confirmado pela FIFA em meio a construção da nova competição, a partir de 2025, com 32 times e quadrienal. Mas não foi apenas isso. Paralelamente ao novo Mundial, a entidade máxima do futebol anunciou, já a partir de 2024 e em modo anual, a Copa Intercontinental.
Não, você não leu errado. A FIFA criou um segundo campeonato de clubes com o mesmo nome da histórica competição que deu origem à tudo que veio depois de 1960. O regulamento é simples, embora com diferenças ao que se viu desde 2005: aqui o campeão europeu entra já na decisão, contra o vencedor de um mata-mata entre Oceania, Ásia e Africa de um lado e as Américas do outro. Outra diferença é a ausência do país-sede. Só as finais (mata-mata e geral) têm campo neutro.
Mas antes, o último Mundial de Clubes clássico. Para 2023, a FIFA escolheu a Arábia Saudita como anfitriã. E foi nas terras (ou seriam areias?) do Oriente Médio que o Manchester City escreveu a história pela primeira vez na competição e levou o título. Sob o comando de Pep Guardiola - vencedor outrora por Barcelona e Bayern de Munique -, o time inglês chegou lá pelo título da Liga dos Campeões, obtido em cima da Internazionale.
O principal oponente do clube europeu também estreou no Mundial. Do Brasil, o Fluminense venceu a Libertadores após bater o Boca Juniors na decisão.. Os outros participantes foram: Al-Ahly, outra vez campeão africano; Urawa Red Diamonds, vencedor asiático; León, o mexicano que recuorpou o posto do país na Concacaf; Auckland City, quase sempre campeão na Oceania; e Al-Ittihad, sendo o anfitrião vencedor da liga saudita.
Na primeira rodada, o Al-Ittihad bateu o Auckland por 3 a 0. Nas quartas, o Urawa aplicou 1 a 0 no Leon, e o Al-Ahly eliminou o dono da casa ao vencer por 3 a 1. Na primeira semifinal, o Fluminense derrotou o adversário egípcio por 2 a 0. Na segunda semi, o Manchester City fez 3 a 0 no oponente japonês. Na disputa do terceiro lugar, o Al-Ahly derrotou o Urawa por 4 a 2.
A decisão aconteceu em 22 de dezembro, depois de três edições seguidas em fevereiro do ano seguinte. O palco foi o Estádio King Abdullah, em Jeddah. Não demorou mais do que 40 segundos para os citizens abrirem vantagem sobre o Fluminense, com o gol de Julian Álvarez. Os outros tentos saíram aos poucos, com o brasileiro Nino anotando contra aos 27 minutos do primeiro tempo, Phil Foden aos 27 da segunda etapa e outro de Álvarez aos 43.
A goleada por 4 a 0 e o título para o City escancarou ainda mais o abismo que se abriu entre o futebol praticado na Europa e na América do Sul. São 11 conquistas consecutivas para o Velho Continente.