Corinthians Campeão Brasileiro 1998

O Campeonato Brasileiro viu em 1998 surgir mais uma hegemonia, com o Corinthians. Com jogadores como Marcelinho Carioca, Rincón, Edílson e Vampeta, o time paulista levou o título brasileiro de cabo a rabo. A competição naquele ano "emagreceu", voltando a ter 24 participantes. E o regulamento voltou a ser o de dois anos antes, a única diferença é que o mata-mata passou a ser em melhor de três jogos, ao invés do tradicional ida e volta. Na parte de baixo, os quatro últimos lugares foram destinados ao rebaixamento.

O Brasileirão foi dominado pelos times paulistas. O Corinthians disputou ponto a ponto a liderança da fase inicial com o Palmeiras. Ao final das 23 rodadas, melhor para o Timão, que marcou 46 pontos, com 14 vitórias, quatro empates e cinco derrotas. O seu rival verde encerrou com um ponto a menos. As outras vagas foram de Coritiba, Santos, Sport, Portuguesa, Cruzeiro e Grêmio.

Nas quartas de final, o Corinthians enfrentou o Grêmio. No Olímpico, o Alvinegro conseguiu vantagem ótima de 1 a 0. Mas no Pacaembu, os gaúchos reverteram a situação ao vencer por 2 a 0. Assim, o Corinthians precisava vencer o desempate, pois não tinha saldo de gols a seu favor. E conseguiu, por 1 a 0, na capital paulista.

A semifinal foi marcada pelo clássico com o Santos. No jogo da Vila Belmiro, o Timão não resistiu e perdeu de virada por 2 a 1. No Pacaembu, o Corinthians venceu por 2 a 0 e forçou o terceiro jogo, no mesmo estádio. Dessa vez com a vantagem do saldo de gols, o time corinthiano se classificou para a final com o empate em 1 a 1.

O adversário do Corinthians na decisão foi o Cruzeiro. A primeira partida foi no Mineirão, e o Alvinegro conseguiu buscar fora de casa um empate em 2 a 2. Com a terceira partida já confirmada, o Timão mandou os dois jogos seguintes no Morumbi. Na segunda partida, outro empate em 1 a 1. Na terceira e última, o Corinthians foi ao ataque para não depender do regulamento, e debaixo de muita chuva, venceu a partida por 2 a 0, gols de Edílson e Marcelinho no segundo tempo. Com o resultado, o time comemorou com a Fiel o bicampeonato nacional.

A campanha do Corinthians:
32 jogos | 18 vitórias | 7 empates | 7 derrotas | 57 gols marcados | 38 gols sofridos


Foto Alexandre Battibugli/Placar

Vasco Campeão Brasileiro 1997

O Brasileirão de 1997 teve um aumento de dois times após a polêmica do ano anterior. Foram 26 clubes lutando pelas oito vagas de classificação e contra as quatro do rebaixamento. Salvo pela caneta em 1996, o Fluminense não escapou da degola no ano seguinte. O único time punido de fato no "Caso Ivens Mendes" foi o Athletico-PR, que começou o torneio com menos cinco pontos. Na parte de cima da tabela, o Vasco foi totalmente o oposto do seu rival carioca. Liderado por Edmundo e seus 29 gols, o Cruz-maltino arrancou para o tricampeonato.

A primeira fase do Campeonato Brasileiro de 1997 foi igual a da edição anterior. Os clubes se enfrentaram todos contra todos em turno único. O time da Colina ficou toda a competição entre os melhores, e encerrou a fase na primeira posição, com 17 vitórias, três empates e cinco derrotas em 25 jogos.

O Vasco fez 54 pontos, três a mais que o vice-líder Internacional, o principal adversário na fase inicial. Na sequência, os times classificados foram: Atlético-MG, Portuguesa, Flamengo, Santos, Palmeiras e Juventude. Líder em seis rodadas no começo, o Paraná ficou sem fôlego e acabou eliminado em 13º lugar.

Os oito times classificados foram divididos em dois grupos na segunda fase, com vaga somente para o líder de cada na final. Melhor campanha, o Cruz-maltino ficou no grupo 1, ao lado de Portuguesa, Flamengo e Juventude. Foram seis rodadas de atuações de luxo do Vasco, que encerrou a fase classificado com quatro vitórias e dois empates.

A partida que carimbou a vaga vascaína na final foi um 4 a 1 sobre o Flamengo no Maracanã, com três gols marcados por Edmundo, que quebrou o recorde da artilharia. No outro grupo, o Palmeiras cresceu sobre os adversários e também conseguiu a classificação invicta.

Vasco e Palmeiras fizeram a final do Brasileiro de 1997. Entre os dois jogos, uma polêmica. Edmundo havia recebido o terceiro cartão amarelo (e a suspensão automática) no jogo de ida no Morumbi. Mas foi orientado a forçar outro cartão, e foi expulso (o que também o deixaria fora do próximo jogo). Essa expulsão possibilitou um julgamento no STJD, e o jogador obteve um efeito suspensivo, podendo jogar o jogo de volta no Maracanã. Em 180 minutos de confronto, nenhum gol foi visto, e com a vantagem de dois empates, o Vasco faturou seu terceiro título brasileiro.

A campanha do Vasco:
33 jogos | 21 vitórias | 7 empates | 5 derrotas | 69 gols marcados | 37 gols sofridos


Foto Alexandre Battibugli/Placar

Grêmio Campeão Brasileiro 1996

Em 1996, a CBF resolveu apostar no simples e reuniu os 24 participantes do Campeonato Brasileiro em uma tabela única com um turno só, com oito vagas para o mata-mata e duas para o rebaixamento para a segunda divisão. Mas como nem tudo são flores, a entidade precisou intervir no regulamento por conta de escândalo.

O motivo foi o "Caso Ivens Mendes", que levantou a possibilidade de os resultados de alguns jogos da Copa do Brasil daquele ano terem sido manipulados. Gravações provaram que os presidentes de Corinthians e Athletico-PR trataram de valores e resultados de partidas com Ivens. Para não ter que tirar pontos desses times e alterar a tabela final do campeonato, foi cancelado o rebaixamento, e Fluminense e Bragantino acabaram salvos.

À margem desse assunto, o Grêmio vinha empilhando títulos na década de 90, mas faltava o Brasileirão. Em 1996 ele chegou. Sempre frequentando o G-8, o Tricolor foi líder da competição apenas uma rodada, a 19ª. Os times que brigaram de fato pela primeira posição da fase inicial foram Palmeiras, Guarani e Cruzeiro. Ao final das 23 rodadas, melhor para o time mineiro, que fez 44 pontos.

O Grêmio encerrou em sexto lugar, com 38 pontos, 11 vitórias, cinco empates e sete derrotas. Completaram o grupo de classificados Athletico-PR, Atlético-MG, Goiás e Portuguesa. Times que haviam liderado o torneio no início foram eliminados, o Internacional (9º) e o São Paulo (11º).

No mata-mata, o time gremista cruzou com o terceiro colocado, o Palmeiras. A ida das quartas de final foi no Olímpico, e o Tricolor abriu vantagem de 3 a 1. No Morumbi, o Grêmio colocou o regulamento embaixo do braço e perdeu pelo placar que podia, 1 a 0. A semifinal foi contra a surpresa do ano, o Goiás. No Serra Dourada, o Grêmio encaminhou sua situação ao vencer por 3 a 1, mas em Porto Alegre houve um susto, pois os gaúchos ficaram duas vezes atrás do resultado. No fim deu tudo certo com o empate em 2 a 2.

A final do Brasileiro foi contra a Portuguesa. Na primeira partida em São Paulo, o Imortal fez o que pode jogando 60 minutos com um homem a menos, mas perdeu por 2 a 0. Precisando devolver o placar no Olímpico, o Grêmio abriu o placar na segunda partida logo com três minutos, com Paulo Nunes. O tempo passava e nada do outro gol sair, até que o predestinado Aílton saiu do banco de reservas para marcar o gol do título a seis minutos do fim. Festa em Porto Alegre, Grêmio bicampeão brasileiro.

A campanha do Grêmio:
29 jogos | 14 vitórias | 6 empates | 9 derrotas | 52 gols marcados | 34 gols sofridos


Foto Edison Vara/Placar

Botafogo Campeão Brasileiro 1995

Poucas coisas mudaram no futebol brasileiro de 1994 para 1995. Mas houve uma mudança significativa: as vitórias deixavam de valer dois pontos e passavam a valer três. A regra entrou em vigor no Brasileirão daquele ano, que manteve o número de 24 equipes. Entre elas, uma entrou na competição sem muito alarde, mas foi crescendo aos poucos, se tornou favorita e faturou o título após 27 anos sem uma conquista nacional. Era o Botafogo de Túlio e Donizete.

O regulamento do Campeonato Brasileiro de 1995 dividiu os participantes em dois grupos na disputa de dois turnos. No primeiro turno, os jogos foram dentro de cada grupo. No segundo turno, os grupos se cruzaram. As vagas para a semifinal ficaram destinadas aos líderes de cada grupo em cada turno.

O Alvinegro ficou no grupo 1, e começou o torneio de maneira tímida, encerrando o turno apenas na quinta posição, com cinco vitórias, três empates e três derrotas em 11 jogos, marcando 18 pontos, sete a menos que o classificado Cruzeiro.

As coisas no Fogão começaram a andar mesmo no returno, quando em 12 partidas conseguiu oito vitórias, três empates e uma derrota, conseguindo assim a liderança do grupo com 27 pontos e uma vaga na semifinal. Do outro grupo, Fluminense e Santos foram os classificados.

Os times se mantiveram nos grupos para a formação do mata-mata. Enquanto Santos e Fluminense faziam dois jogaços (4 a 1 ao Fluminense na ida e 5 a 2 ao Santos na volta), o Botafogo enfrentava o Cruzeiro. Depois de conseguir empatar em 1 a 1 no Mineirão, o Alvinegro segurou um 0 a 0 no Maracanã, garantindo a vaga na final por ter melhor campanha geral.

A final foi contra o Santos, relembrando os confrontos da década de 1960. O Botafogo faz a primeira partida no Maracanã, e obtém vantagem de 2 a 1 no confronto. A segunda partida foi no Pacaembu, e é cercada de polêmicas até hoje, por causa da arbitragem.

Os dois gols do jogo foram irregulares. O Botafogo abriu o placar em impedimento não marcado, e o Santos empatou com toque de mão não visto. De quebra, o time paulista teve um gol mal anulado no segundo tempo. No fim, o jogo terminou em 1 a 1, e o título ficou com o Fogão bicampeão, premiando o faro artilheiro e consolidando a idolatria de Túlio Maravilha no Glorioso.

A campanha do Botafogo:
27 jogos | 14 vitórias | 9 empates | 4 derrotas | 46 gols marcados | 25 gols sofridos


Foto Alexandre Battibugli/Placar

Palmeiras Campeão Brasileiro 1994

O Brasileirão desinchou para o ano de 1994, e contou com a participação de 24 equipes. O timaço que o Palmeiras formou na época seguiu forte, e se credenciou para vencer o campeonato pela oitava vez. A competição foi dividida em três fases e uma repescagem paralela, de onde saíram os dois rebaixados daquele ano.

Na primeira fase, os 24 times foram divididos em quatro grupos, com jogos dentro de cada grupo, em dois turnos. Classificaram para a fase seguinte os quatro primeiros de cada grupo, sendo que os líderes ganhavam na segunda fase um ponto extra. Os dois últimos colocados de cada grupo foram para a repescagem.

O Alviverde foi sorteado para o grupo 4, e foi quase perfeito. Em dez jogos, foram nove vitórias e um empate, e a liderança folgada com 19 pontos, dez a mais que o vice Fluminense. Tranquilo, o Palmeiras foi para a segunda fase com o seu ponto de bonificação. Lá, os 16 classificados foram divididos em dois grupos com dois turnos, sendo no primeiro os jogos dentro das chaves, e no segundo um grupo enfrentando outro.

As vagas para o mata-mata foram para os vencedores de cada turno em cada grupo, além dos dois mais bem colocados no geral. O Verdão ficou no grupo 2, e conseguiu sua classificação já no turno, após ter quatro vitórias, dois empates e uma derrota em sete partidas, marcando 11 pontos.

No returno, o Palmeiras puxou o freio de mão, fazendo duas vitórias, dois empates e quatro derrotas, terminando na sétima posição com seis pontos, sete a menos que o líder e também classificado Botafogo. Do outro grupo, avançaram Corinthians e Guarani como líderes. São Paulo e Bahia obtiveram suas vagas pelo índice técnico. E Bragantino e Atlético-MG foram campeão e vice da repescagem, em um grupo de oito com jogos em dois turnos.

O mata-mata foi formado, e o Alviverde enfrentou o Bahia nas quartas de final. Na Fonte Nova, o Palmeiras abriu vantagem de 2 a 1, e no Pacaembu o resultado se repetiu. Na semifinal, o confronto foi contra o Guarani. Em São Paulo, o Palmeiras frustrou os planos campineiros com a vitória por 3 a 1. E no Brinco de Ouro, o 2 a 1 palmeirense proporcionou na final o Derby Paulista.

Os dois jogos da final entre Palmeiras e Corinthians foram no Pacaembu, com o time verde tendo vantagem de jogar por saldo de gols igual, porque teve melhor campanha. Mas nem foi necessária essa muleta do regulamento, pois o Verdão abriu 3 a 1 já no primeiro jogo. No segundo jogo, o Corinthians até tentou estragar a festa marcando o gol primeiro, mas o Palmeiras empatou no finalzinho, gol de Rivaldo. Assim, o Alviverde somou o oitavo título nacional a sua galeria.

A campanha do Palmeiras:
31 jogos | 20 vitórias | 6 empates | 5 derrotas | 58 gols marcados | 30 gols sofridos


Foto Masao Goto Filho/Estadão Conteúdo

Palmeiras Campeão Brasileiro 1993

Após quatro anos de edições bem definidas do Brasileiro, em 1993 a competição inchou. Do ano anterior, nenhum clube foi rebaixado e 12 conseguiram o acesso. Assim, os participantes pularam de 20 para 32. O regulamento do Campeonato Brasileiro foi um tanto injusto. As 32 equipes foram divididas em quatro grupos. Nos grupos 1 e 2 ficaram os times mais fortes e tradicionais, se classificando os três primeiros lugares, e sem rebaixamento.

Já nos grupos 3 e 4 ficaram os times de menos tradição, e haviam duas vagas para os líderes irem a uma repescagem, enquanto quatro seriam rebaixadas por grupo. Nas quatro linhas, após quebrar um tabu de 17 anos sem títulos no estadual, o Palmeiras entrou como um dos principais favoritos para faturar a competição nacional.

Os times na primeira fase se enfrentavam em dois turnos dentro do próprio grupo. O Verdão ficou no grupo 2 e, ao final de 14 jogos, terminou classificado na liderança com dez vitórias, dois empates e duas derrotas. Com 22 pontos, ficou dois a frente do vice Santos e quatro a frente do terceiro lugar Guarani. Seis times avançaram dos grupos 1 e 2. Dos quatro classificados dos grupo 3 e 4, duas sobreviveram a repescagem. Essas oito equipes foram divididas em dois grupos na segunda fase.

O Alviverde ficou no grupo 2, contra Guarani, São Paulo e Remo. Fazendo dez pontos, com quatro vitórias e dois empates, o Palmeiras se classificou para a final de maneira invicta. No outro grupo, o Vitória (vindo da repescagem) surpreendeu a todos e garantiu a outra vaga.

A máquina verde, com jogadores como Evair, Edmundo, Roberto Carlos e Zinho, enfrentou o Vitória na Fonte Nova pela partida de ida da final. Um gol solitário de Edílson garantiu a o triunfo do Palmeiras e a vantagem ainda maior no confronto. A partida de volta foi no Morumbi, e os baianos nem tiveram chance. Em 23 minutos, o Verdão sacramentou o resultado de 2 a 0, e depois deixou o tempo passar para poder comemorar, 20 anos depois, o sétimo título brasileiro.

A campanha do Palmeiras:
22 jogos | 16 vitórias | 4 empates | 2 derrotas | 40 gols marcados | 17 gols sofridos


Foto Arquivo/Gazeta Press