Santos Campeão Brasileiro 2004

O Campeonato Brasileiro de 2004 manteve quase todo o regulamento do ano anterior. Os 24 participantes seguiram no enfrentamento em dois turnos, apenas o número de rebaixados subiu de dois para quatro. E esta edição foi mais emocionante que a antecessora, com o campeão sendo definido somente na última rodada. O Santos de Robinho dominou na maioria das rodadas e levou a oitava taça para o litoral paulista.

O Peixe estreou no Brasileirão com derrota para o Paraná por 3 a 2, em Curitiba. Na segunda rodada veio a primeira vitória, sobre o Botafogo por 2 a 0, na Vila Belmiro. Com um começo trepidante, o Alvinegro trocou de técnico na sétima rodada, após derrota em casa para o Palmeiras por 4 a 0. 

Vanderlei Luxemburgo desembarcou em Santos e arrumou o time. Na 15ª rodada, o time venceu o Flamengo por 2 a 0 na Vila Belmiro, e assumiu a liderança pela primeira vez. Na 16ª, perdeu por 1 a 0 para o Fluminense no Maracanã e foi ultrapassado pelo Palmeiras. No jogo seguinte, o primeiro lugar foi retomado com a goleada de 5 a 2 sobre o Criciúma, em casa.

O turno terminou com o Peixe em primeiro, mas na 25ª rodada uma derrota derrota para o Botafogo por 2 a 0 em Caio Martins o tirou outra vez da ponta, superado novamente pelo Palmeiras. Na rodada seguinte, o Santos faz 4 a 1 no Figueirense, em Mogi Mirim, e volta para a liderança. A grande briga do campeonato começou mesmo na 33ª rodada, quando o Peixe perdeu para o Internacional por 2 a 1 no Beira-Rio, e o Athletico-PR assumiu a primeira colocação.

Na 38ª partida, o Santos empatou em 1 a 1 com o Flamengo no Maracanã e recuperou a frente. Nessa mesma rodada ocorreu a morte em campo do jogador Serginho, do São Caetano. Na 40ª rodada, outra troca de posição com o Athletico-PR, após empate santista em 1 a 1 com o Criciúma em Santa Catarina.

O primeiro lugar do Santos só foi conquistado em definitivo na penúltima rodada, com a vitória fora de casa por 3 a 0 sobre o São Caetano. Na última rodada, o título foi confirmado com a vitória sobre por 2 a 1 sobre o Vasco, no Benedito Teixeira, em São José do Rio Preto. O Alvinegro encerrou 2004 com 89 pontos em 46 jogos, com 27 vitórias, oito empates, 11 derrotas e 103 gols marcados, o recorde absoluto de ataque em uma edição de Brasileiro, até hoje nunca superado.

A campanha do Santos:
46 jogos | 27 vitórias | 8 empates | 11 derrotas | 103 gols marcados | 58 gols sofridos


Foto Djalma Vassão/Gazeta Press

Cruzeiro Campeão Brasileiro 2003

Muita gente passou décadas pedindo um campeonato nacional na forma de pontos corridos. E em 2003 a CBF os atendeu, ao acabar com qualquer confronto de mata-mata no regulamento. Os 24 participantes daquele ano tiveram que disputar dois turnos inteiros, em 46 rodadas, com o time que conquistasse mais pontos se tornando o campeão.

Vencendo somente Copas do Brasil e (sete anos antes da unificação dos títulos) a Taça Brasil de 1966, o Cruzeiro montou uma equipe quase imbatível, com jogadores como Alex, Aristizábal, Maicon, Luisão e Maldonado. O time treinado por Vanderlei Luxemburgo entrou como um dos favoritos e embalado pelo tetra na Copa do Brasil.

A Raposa estreou no Brasileirão em Belo Horizonte, empatando em 2 a 2 com o São Caetano. A primeira vitória veio na rodada seguinte, fora de casa, contra o São Paulo por 4 a 2. A liderança foi assumida pela primeira vez na quarta rodada, na vitória por 4 a 3 sobre o Coritiba no Couto Pereira. Na sexta partida, um empate em 1 a 1 com o Guarani em Campinas tirou a equipe Celeste do primeiro lugar, colocando no lugar o Internacional.

Na oitava rodada, a vitória fora de casa sobre o Santos por 2 a 0 deu a liderança novamente ao Cruzeiro. A primeira derrota só aconteceu na décima rodada, por 2 a 1 para o Vitória no Barradão. Na 16ª rodada, o líder mudou mais uma vez com a derrota cruzeirense para o Figueirense por 1 a 0,  em Florianópolis. 

O Santos tomou a ponta, mas a Raposa a recuperou na partida seguinte ao vencer o Fortaleza no Mineirão por 2 a 0. O turno encerrou com o Cruzeiro em primeiro, e assim ele permaneceu até a rodada 28, quando a derrota fora de casa por 1 a 0 para o Goiás colocou outra vez o Santos na liderança. O primeiro lugar cruzeirense foi conquistado em definitivo na 29ª rodada, quando venceu por 4 a 1 o Guarani, em Belo Horizonte.

Empilhando vitórias e gols, o Cruzeiro chegou ao título histórico na 44ª rodada, ao vencer o Paysandu por 2 a 1, no Mineirão. A Raposa ainda fecharia a competição com goleadas de 5 a 2 sobre o Fluminense, em casa, e de 7 a 0 sobre o Bahia, fora. No final, o Cruzeiro fez incríveis 100 pontos em 46 jogos, com 31 vitórias, sete empates, oito derrotas e 102 gols marcados. Pela primeira vez uma equipe superou 100 gols em uma só edição do Campeonato Brasileiro. Em grande estilo, o Raposa quebrou 37 anos de jejum e levou o bicampeonato.

A campanha do Cruzeiro:
46 jogos | 31 vitórias | 7 empates | 8 derrotas | 102 gols marcados | 47 gols sofridos


Foto Alexandre Mota/O Tempo

Santos Campeão Brasileiro 2002

O Campeonato Brasileiro de 2002 foi o último em que o regulamento contou um sistema de mata-mata e uma final. Foram 26 os participantes da competição, que para variar, contou com polêmica antes do início. Figueirense e Caxias disputaram no tribunal uma das vagas na primeira divisão. O time gaúcho tentou jogar novamente o fim da partida contra o Figueirense, na última rodada do quadrangular final da Série B de 2001.

Tudo porque torcedores do time catarinense invadiram o gramado antes do fim do segundo tempo, o que fez com que o árbitro encerrasse antes do fim. No entanto, o resultado final do confronto foi mantido e o Figueirense ratificou o acesso. Resolvida a questão, o torcedor viu em campo surgir uma geração jovem de craques no time do Santos. Robinho, Diego, Elano e Alberto ajudaram o time paulista a quebrar 34 anos de jejum de taças nacionais.

Mas a garotada santista demorou a embalar, chegando até a frequentar a 19ª posição nas primeiras rodadas. A classificação só foi obtida no último jogo. Apesar da derrota por 3 a 2 para o São Caetano, um revés do Coritiba para o Gama ajudou o Alvinegro Praiano na tabela.

O Santos ficou em oitavo lugar, com 11 vitórias, seis empates e oito derrotas, fazendo 39 pontos em 25 rodadas. Foram 13 pontos a menos que o líder da fase, o São Paulo. São Caetano, Corinthians, Juventude, Grêmio, Atlético-MG e Fluminense foram os demais classificados. Embaixo, Palmeiras e Botafogo foram os times grandes rebaixados.

Nas quartas de final, o Peixe enfrentou justamente o São Paulo. Na Vila Belmiro, o Santos se mostrou amadurecido e abriu vantagem de 3 a 1 sobre a melhor campanha até então. E no Morumbi, o time voltou a vencer, de virada, por 2 a 1. Na semifinal, o adversário foi o Grêmio. Em atuação de luxo, o Santos fez 3 a 0 em casa na partida de ida. No Olímpico, os gaúchos até tentaram, mas o Santos perdeu apenas por 1 a 0 e se classificou para a final.

A última final da história do Brasileiro foi o clássico entre Santos e Corinthians, ambas as partidas no Morumbi. No jogo de ida, o Peixe não deu chance ao rival e venceu por 2 a 0. O jogo de volta foi um dos mais movimentados em finais. Robinho deu as famosas "pedaladas" e foi o protagonista da vitória de virada por 3 a 2, com o último sendo marcado nos acréscimos da etapa final. Assim, o Santos conquistou seu sétimo título nacional, o último da era do mata-mata.

A campanha do Santos:
31 jogos | 16 vitórias | 6 empates | 9 derrotas | 59 gols marcados | 41 gols sofridos


Foto Renato Pizzutto/Placar

Athletico-PR Campeão Brasileiro 2001

O Brasileirão de 2001 voltou para as mãos da CBF, mas não deu continuidade aos resultados finais de 1999. Depois das disputas judiciais que quase impediram a realização do Campeonato de 2000, a CBF decidiu manter na Série A os 25 clubes que disputaram o Módulo Azul da Copa João Havelange, convidando ainda o Paraná e o Botafogo-SP, para que não houvesse tratamento diferenciado entre os clubes rebaixados em 1999.

A CBF também decidiu incluir o São Caetano, vice-campeão da Copa João Havelange. O Remo (15º lugar em 2000) tentou sua inclusão, mas não houve tempo para entrar com o recurso na Justiça. No fim, 28 times entraram na elite brasileira.

O Campeonato Brasileiro teve o seu regulamento normal da época retomado, com uma fase única e oito vagas para o mata-mata, e quatro para o rebaixamento. Vindo de várias boas campanhas anteriores, o Athletico-PR entrou na competição sem muito alarde mas, com a equipe entrosada pelo técnico Geninho, foi passando pelos adversários.

Depois de 27 rodadas, o Furacão se classificou na segunda posição da tabela, com 15 vitórias, seis empates e seis derrotas, marcando 51 pontos. Terminou oito pontos atrás do líder São Caetano, e empatado com o terceiro lugar Fluminense. Também passaram de fase Atlético-MG, Grêmio, Ponte Preta, São Paulo e Bahia.

O mata-mata teve uma pequena alteração, e as quartas de final e a semifinal foram feitas em partida única. O Rubro-Negro enfrentou o São Paulo no primeiro confronto, na Arena da Baixada. Em jogo disputado, o Athletico-PR se classificou com vitória por 2 a 1. Na semifinal, o adversário foi o Fluminense. Em outra partida dramática em Curitiba, o Furacão venceu por 3 a 2, de virada, com o último gol aos 44 minutos do segundo tempo.

Na final, as duas melhores campanhas se enfrentaram, Athletico-PR e São Caetano. Embalado, o time paranaense fez o jogo de ida na Arena da Baixada, e não tomou conhecimento do rival, vencendo de virada por 4 a 2. Com esta vantagem o time foi ao Anacleto Campanella, no ABC Paulista, e segurou a força do São Caetano, conseguindo vencer por 1 a 0 e faturando seu primeiro título brasileiro na história. Com seis gols na fase inicial, o atacante Alex Mineiro assumiu o protagonismo nas finais, marcou oito gols em quatro partidas, e encerrou o ano como o craque do campeonato.

A campanha do Athletico-PR:
31 jogos | 19 vitórias | 6 empates | 6 derrotas | 68 gols marcados | 45 gols sofridos


Foto Alexandre Battibugli/Placar

Vasco Campeão Brasileiro 2000

O Brasileirão de 2000 começou e terminou com problemas. Por não ter aceitado o rebaixamento à Série B em 1999, o Gama entrou com uma ação na Justiça Comum exigindo sua permanência. Devido ao conflito de decisões entre STJD (contra o Gama) e a Justiça Comum (a favor), a CBF ficou impedida de publicar o regulamento. Um acordo com o Clube dos 13 foi a solução, e definiu que ela organizaria o campeonato. Porém, uma liminar obtida pelo Gama determinou sua inclusão nesse torneio.

Com o temor de uma série de liminares de outros clubes, optou-se pela unificação das três divisões em um único certame. O C13 dividiu a competição em Módulo Azul, com Fluminense, Bahia (que disputariam a Série B daquele ano), Juventude (rebaixado em 1999) e América-MG (que disputou a Série B em 1999 sem conseguir o acesso), Módulo Amarelo (segunda divisão), com times das séries B e C, e Módulos Verde e Branco (terceira divisão), com times oriundos dos estaduais. Este campeonato recebeu o nome de Copa João Havelange.

O regulamento do último torneio nacional do século 20 previa que qualquer time poderia ser campeão. Foram 25 times no Módulo Azul, com 12 vagas para a fase final, 36 times no Módulo Amarelo, com três vagas para o mata-mata, e 55 times nos Módulos Verde e Branco, com uma vaga classificatória. O Vasco, liderado por Romário, ficou na primeira divisão, que foi disputada de maneira semelhante aos anos anteriores, com um grupo único em um turno de jogos.

Ao final da primeira fase, o Cruz-maltino encerrou classificado no quinto lugar, com 39 pontos em 24 rodadas. Foram 11 vitórias, seis empates e sete derrotas. A equipe ficou seis pontos distante do líder Cruzeiro "campeão" do Módulo Azul. No Módulo Amarelo, o vencedor foi o Paraná, vencendo o São Caetano na final. E nos Módulos Verde e Branco, o desconhecido Malutrom, do Paraná, foi o campeão. Assim, 16 times se reuniram no mata-mata, feito no clássico ida e volta.

O Vasco enfrentou nas oitavas de final o Bahia, 12º na primeira divisão. Em duas partidas concorridas, o time da Colina empatou na Fonte Nova em 3 a 3 e venceu em São Januário por 3 a 2. Nas quartas de final, o adversário vascaíno foi o Paraná. A vitória por 3 a 1 em Curitiba possibilitou ao Vasco perder no Rio de Janeiro por 1 a 0. Embalado, o time carioca enfrentou na semifinal o Cruzeiro. Após empate em 2 a 2 em São Januário, o Vasco venceu por 3 a 1 no Mineirão, se classificando para a final.

Enquanto isso, o São Caetano surpreendia o país, chegando na decisão pelo outro lado da chave. O jogo de ida foi em São Paulo, no Palestra Itália, e acabou 1 a 1. O jogo de volta, em São Januário, ficou marcado pela queda de parte do alambrado, causando cerca de 150 feridos. Houve a suspensão desta partida e marcação de uma nova partida, já em 2001. Recomeçando do início, no Maracanã, Romário e Juninho Pernambucano deram show, e o Vasco venceu por 3 a 1, calando a zebra. E o Gigante da Colina entrou no século 21 celebrando o tetracampeonato.

A campanha do Vasco:
32 jogos | 15 vitórias | 9 empates | 8 derrotas | 54 gols marcados | 49 gols sofridos


Foto Eduardo Monteiro/Placar

Corinthians Campeão Brasileiro 1999

O último Brasileirão do milênio precisou ter mais uma confusão básica fora dos gramados. O rebaixamento naquele ano foi definido pela média de pontos dos últimos dois campeonatos. Durante a competição, o Botafogo ganhou três pontos pelo tribunal, relativos à uma punição sofrida pelo São Paulo. Esses pontos extras afetaram na contagem final das médias, que colocou o Gama como último rebaixado. Sem a influência do STJD, o Botafogo sofreria com a queda.

O clube do Distrito Federal não aceitou a decisão e recorreu à Justiça comum. As disputas judiciais estenderam-se por meses e a CBF acabou proibida de organizar o Campeonato Brasileiro do ano seguinte, e nenhum rebaixamento foi de fato consumado. Sem culpa nenhuma nessa polêmica, o Corinthians melhorou ainda mais seu time, com as adições de Luizão e Dida à equipe do ano anterior, e se credenciou para conquistar o terceiro título.

O restante do regulamento de 1999 foi igual ao da temporada anterior. Os 22 participantes se enfrentaram em 21 rodadas. O Alvinegro repetiu a dose e foi o líder da fase inicial, com 14 vitórias, dois empates e cinco derrotas, marcando 44 pontos. A disputa corinthiana pelo primeiro lugar foi com o Cruzeiro, que ficou na vice-liderança. Os outros classificados foram: Vasco, Ponte Preta, São Paulo, Vitória, Atlético-MG e Guarani. O mata-mata foi mantido com o sucesso da melhor de três jogos.

Nas quartas de final, o Timão enfrentou o Guarani, e começou o confronto empatando em 0 a 0 no Brinco de Ouro. Nos dois jogos seguintes na capital, o Corinthians venceu por 2 a 0 e confirmou a classificação ao empatar em 1 a 1.

Na semifinal, o confronto foi contra o São Paulo, com todos os jogos no Morumbi. No primeiro, o Corinthians venceu como visitante, por 3 a 2. No segundo, foi o mandante, e a classificação foi antecipada com a vitória por 2 a 1. Depois, foi só esperar a definição do outro finalista, com o Atlético-MG eliminado o Vitória na terceira partida.

O Corinthians iniciou a final de 1999 no mesmo Mineirão do ano anterior. Em jogo dificílimo, o Timão sofreu um gol com 15 segundos, e acabou perdendo por 3 a 2. Precisando vencer as próximas partidas, o time foi ao Morumbi e reverteu a vantagem ao fazer 2 a 0 na segunda partida, os dois gols de Luizão, que ainda foi expulso. Sem o artilheiro, o Corinthians segurou empate sem gols no terceiro jogo. Outra vez sob chuva, o Alvinegro comemorou o tricampeonato, e o segundo título seguido.

A campanha do Corinthians:
29 jogos | 18 vitórias | 5 empates | 6 derrotas | 61 gols marcados | 38 gols sofridos


Foto Alexandre Battibugli/Placar