Internacional Campeão da Recopa Sul-Americana 2007

A Recopa Sul-America deixou de ser disputada após a edição de 1998/99. Como não havia mais Supercopa, a Copa Conmebol também deixaria de existir e as Copas Mercosul e Merconorte geravam campeões diferentes, ficou inviável a disputa. Isto foi até 2002, quando as "Mercos" foram reunidas na novíssima Copa Sul-Americana, que também trouxe de volta os critérios da Conmebol. Com a confederação tendo uma segunda competição clara novamente, a Recopa iniciou sua segunda era em 2003.

Na primeira edição do retorno, o Olimpia bateu o San Lorenzo em Los Angeles. Em 2004, o peruano Cienciano superou o Boca Juniors nos pênaltis em Fort Lauderdale. Em 2005, o Boca Juniors venceu contra o Once Caldas, quando a disputa passou a ser definitivamente em ida e volta. O Brasil voltou em 2006, mas o São Paulo perdeu a taça para o Boca Juniors.

O país só voltaria a vencer uma Recopa em 2007. O Internacional passava pelo melhor momento de sua história, era o campeão mundial e da Libertadores. Encarou na disputa o mexicano Pachuca, o único clube de fora da América do Sul a vencer um torneio 100% Conmebol (no caso, a Sul-Americana de 2006).

A ida do torneio foi jogada no Estádio Hidalgo, em Pachuca del Soto. O Colorado fez uma boa apresentação no México, saiu na frente com gol de Alexandre Pato, mas acabou sofrendo a virada faltando dez minutos para acabar. A derrota por 2 a 1 não foi o fim do mundo, levando em conta que existia a regra do gol fora de casa.

Na volta, mais de 46 mil colorados encheram o Beira-Rio na chuvosa noite de 7 de junho. E demorou 30 minutos de partida para que o Inter desmontasse a vantagem do Pachuca. Alex abriu o placar cobrando pênalti. Aos cinco minutos do segundo tempo, Pinga ampliou a contagem. Aos 19, Alexandre Pato fez o terceiro gol colorado. Tudo já era festa quando, aos 32 minutos, o zagueiro Aquivaldo Mosquera fechou o placar fazendo contra. Com os 4 a 0 no placar, o Internacional comemorou muito o título inédito da Recopa.


Foto Edison Vara/Placar

Cruzeiro Campeão da Recopa Sul-Americana 1998

A primeira era da Recopa Sul-America estava próxima do fim. Depois do título gremista em 1996, a Conmebol organizou só mais duas edições antes da paralisação. Em 1997, dois argentinos na partida realizada em Kobe. Vélez Sarsfield e River Plate empataram por 1 a 1 no tempo normal, e nos pênaltis a equipe do Liniers venceu por 4 a 2.

A edição de 1998 deveria ter ocorrido como as anteriores, com jogo único no Japão, mas Cruzeiro, River Plate e Conmebol não conseguiram acertar uma data para a disputa. O ano passou, as duas equipes até se enfrentaram pela Copa Mercosul, mas nada foi decidido.

Então chegamos em 1999. Coincidentemente, brasileiros e argentinos ficaram novamente no mesmo grupo da Mercosul. Assim, para não deixar passar mais um cavalo encilhado, a Conmebol utilizou os dois confrontos para definir o campeão da Recopa equivalente a 1998. Os jogos aconteceram entre agosto e setembro. Não se confunda: as partidas foram em 1999, mas valeram por 1998.

A ida foi em Belo Horizonte, no Mineirão. Com tranquilidade, o Cruzeiro conseguiu abrir uma boa vantagem, vencendo por 2 a 0, gols de Müller e Geovanni. A volta foi em Buenos Aires, no Monumental de Nuñez. Pouco mais de 20 mil argentinos se animaram a ver um River Plate quase eliminado na Mercosul e que precisava devolver três gols. A trinca foi marcada, mas pela Raposa.

Aos 18 minutos do primeiro tempo, Geovanni recebeu lançamento de Marcos Paulo, arrancou pelo lado esquerdo e fez um lindo gol por cobertura, sem chances para o goleiro Bonano. Aos 37 minutos do segundo tempo, o meia Paulo Isidoro sofreu pênalti. Marcelo Ramos cobrou no meio do gol, marcando o segundo cruzeirense. O terceiro gol saiu aos 47 minutos, com o lateral Gustavo entrando pela direita e chutando cruzado.

O 3 a 0 no placar consumou a primeira conquista da Recopa para o Cruzeiro, que assim superou os vices seguidos de 1992 e 1993. E após 1998/99, a competição entrou em recesso. Sem Copa Conmebol, e com Mercosul e Merconorte dividindo o confederação, não havia mais adversário para confrontar com o vencedor da Libertadores até 2002.


Foto Arquivo/Jornal Hoje em Dia

Grêmio Campeão da Recopa Sul-Americana 1996

A Recopa Sul-Americana teve uma boa época quando jogada em campos japoneses. O clima parecido com o do Mundial, o som contínuo das cornetas que ecoavam da arquibancada... Depois do bicampeonato do São Paulo, a edição de 1995 não contou com brasileiros, mas viu uma grande partida entre argentinos. Vélez Sarsfield e Independiente se enfrentaram no Estádio Olímpico de Tóquio. No mesmo lugar onde cinco meses antes vencer o Milan, na disputa mundial, o Vélez acabou derrotado pelo rival de Avellaneda.

Para a Recopa de 1996, o Independiente permaneceu na disputa graças ao bicampeonato na Supercopa. Pela Libertadores, o representante voltou a ser do Brasil: o Grêmio. O torneio voltou para o Universiade Memorial, em Kobe.

O time gaúcho deu poucas margens para um possível segundo título dos argentinos. O primeiro gol do Tricolor saiu aos 18 minutos do primeiro tempo, com Jardel cabeceando com precisão cruzamento do lateral Roger. Aos 22, o Independiente empatou com um pênalti bem batido por Burruchaga. Aos 51 minutos, o Grêmio voltou a ficar na frente com Carlos Miguel, que aproveitou falha do goleiro Mondragón para acertar o gol quase vazio.

No segundo tempo, o Tricolor assumiu de vez o controle do jogo. Aos 23 minutos, o zagueiro Adílson assinalou o terceiro gol em cobrança de pênalti. O gol que confirmou o título foi marcado aos 35 minutos, após arrancada pela esquerda, onde Carlos Miguel cruzou a bola na área. Ela encontrou Paulo Nunes próximo da segunda trave, que finalizou para consolidar os 4 a 1 e o título inédito para o Grêmio.

Diretamente do Japão, outra conquista para uma época das mais lembradas pelo torcedor gremista. Entre 1994 e 1997. A equipe treinada por Luiz Felipe Scolari (em uma das raríssimas vezes que ele usou terno durante uma partida) conseguiu sete títulos nesse período, sendo a Recopa de 1996 o quarto deles.


Foto Ricardo Alfieri/Placar

São Paulo Campeão da Recopa Sul-Americana 1994

Vencedor da Recopa Sul-Americana de 1993, o São Paulo teve uma temporada inesquecível. Além da taça já citada, o clube conseguiu também Mundial, Libertadores e Supercopa. Sim, o Tricolor obteve a façanha ser campeão das duas competições qualificadoras à Recopa. A primeira, goleando em casa e controlando fora a Universidad Católica. A segunda, nos pênaltis contra o Flamengo. Então, o título da Recopa de 1994 seria automático? A reposta é: não.

Diferentemente de 1991, quando o Olimpia ganhou sem jogar devido às duas competições de 1990, desta vez havia um terceiro torneio. A Copa Conmebol teve sua segunda edição em 1993, com o Botafogo levando o troféu nos pênaltis contra o Peñarol. Para não ver novamente uma equipe ser campeã sem entrar em campo, a entidade-mor do futebol sul-americano resolveu eleger o time carioca para a segunda vaga em 1994.

E desta vez, os problemas de calendário estavam contornados, já que a competição retornou à partida única no Japão. Mais de 30 mil pessoas acompanharam ao jogo, disputado em 3 de abril no Estádio Universiade Memorial, em Kobe.

Mesmo tendo uma equipe superior, o São Paulo custou a superar o Botafogo. O primeiro gol até saiu cedo, logo aos 12 minutos do primeiro tempo, com o meia Leonardo após duas tentativas: goleiro rival Wagner salvou na primeira, mas ficou batido no rebote. A partida seguiu lá e cá até o empate dos cariocas, aos 23 minutos do segundo tempo, com Roberto Cavalo anotando em cobrança de pênalti.

Só depois disso é que o Tricolor despertou, marcando o segundo gol aos 28 minutos, com Guilherme aproveitando escanteio cobrado por Juninho Paulista. Aos 42 minutos, depois de algumas tentativas frustadas do Botafogo, o time paulista sacramentou a vitória com Euller, que chutou para o gol aberto uma bola antes perdida por Guilherme - na trave - e por Juninho - bloqueado pela defesa. Com 3 a 1 no placar, o São Paulo chegou ao bicampeonato da Recopa Sul-Americana, a quinta conquista seguida em âmbito internacional.


Foto Arquivo/Placar/São Paulo

São Paulo Campeão da Recopa Sul-Americana 1993

Há 50 anos, a Conmebol resolveu que precisava de uma segunda competição para acomodar aqueles times que chegavam perto, mas não alcançavam a Libertadores. Nascia então a primeira versão da Recopa Sul-Americana, nos mesmos moldes da Recopa Europeia.

"La Copa Ganadores de Copa" de 1970 reuniu oito clubes vencedores de copas nacionais (Brasil e Colômbia não entraram). O boliviano Mariscal Santa Cruz (hoje extinto) foi o campeão batendo o El Nacional, do Equador. Esta competição foi um fracasso, tanto que só quatro países ficaram para 1971. Assim, a Conmebol nunca deu o caráter oficial ao torneio vencido pelo América de Quito, e a ideia acabou engavetada.

Somente em 1988 que a América do Sul voltou a ter seu segundo campeonato: a Supercopa da Libertadores. Junto com ela, a Conmebol teve uma outra ideia, de juntar os vencedores da Libertadores e da competição criada em um terceiro certame, agora nos moldes da Supercopa Europeia. Eis a segunda versão da Recopa Sul-Americana, com uma nova proposta: ser rápida e rasteira, com apenas um ou dois jogos entre os campeões do ano anterior.

A primeira edição foi em 1989, entre Racing e Nacional do Uruguai, que foi campeão vencendo em Montevidéu e empatando em Avellaneda. A edição de 1990 foi em partida única, em Miami, e o Boca Juniors bateu o Atlético Nacional. Em 1991, um problema: o Olimpia vencera tudo na temporada anterior. Sem um segundo time para encarar, o clube paraguaio foi campeão automático. Em 1992 foi a vez do Brasil estrear, com o Cruzeiro. Contra o Colo Colo na cidade do Kobe, no Japão, os mineiros quase levaram, perdendo para os chilenos nos pênaltis.

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Então a Recopa Sul-Americana chega a 1993. E em sua quinta edição, ela obrigatoriamente ficou no Brasil. O Cruzeiro retornou para a segunda disputa seguida devido ao bicampeonato na Supercopa. Seu adversário foi o São Paulo, campeão da Libertadores de 1992.

Quatro anos depois do pontapé inicial, a competição voltou a ser feita em partidas de ida e volta. Muito por conta de problemas com o calendário. Não havia jeito de mandar os times em uma viagem de 30 horas ao Japão para fazer apenas um jogo. Eram muitas competições paralelas envolvendo mineiros e paulistas naquele 1993.

Assim, a Conmebol fez um acordo com a CBF e utilizou a partida que os dois clubes fizeram no Brasileirão daquele ano para executar a ida da decisão. Ela foi disputada durante um domingo de setembro, no Morumbi. O resultado foi 0 a 0, e quase nada ficou para a lembrança na posteridade.

Três dias depois aconteceu a volta, no Mineirão. O jogo foi igualmente sonolento, e o zero continuou no placar. Restou então a disputa de pênaltis. O Cruzeiro abriu a série com erro de Paulo Roberto, enquanto Dinho acertou o primeiro ao São Paulo. Depois, Ronaldo (aquele mesmo) errou a segunda cobrança cruzeirense, e Cafu permitiu dois gols de vantagem. Na terceira série, Luís Fernando Flores acertou o primeiro dos mineiros, e Válber anotou o terceiro são-paulino.

Continuando, Ademir deu esperança ao Cruzeiro fazendo o segundo gol. Mas Ronaldão estava lá para acertar a quarta batida do São Paulo, a que colocou ponto final em tudo. Por 4 a 2, o time treinado por Telê Santana tornou-se o primeiro brasileiro a conquistar a Recopa, dando início a uma hegemonia de dez (talvez 11) taças.


Foto Arquivo/São Paulo

Fortaleza Campeão da Copa do Nordeste 2019

A Copa do Nordeste chega a 2019 com mudanças no formato. A fase preliminar com oito times permaneceu intacta, ocorrendo inclusive antes do término de 2018 - o que colocou o Sampaio Corrêa na surreal condição de começar a edição futura antes de ser campeão da outra. O que mudaram foi a fase de grupos, que passou ser realizada com duas chaves cruzadas de oito equipes (ou seja, os times de uma enfrentando os da outra), e o mata-mata, onde quartas e semifinal passaram a ser em partida única. 

Sempre há um risco em cruzar os grupos: uma chave marcar mais pontos que a outra e gerar desequilíbrio. E foi o que aconteceu. Nenhum clube do grupo A superou a pontuação dos classificados do B. Quarto lugar da chave A, o Náutico fez 15 pontos, enquanto o líder da chave B, o Fortaleza, fez 13. Mas o mais bizarro foi ver o Bahia eliminado com 12 pontos no grupo B, enquanto o rival Vitória avançou com apenas sete no grupo A (nenhuma vitória, sete empates e uma derrota).

Voltando a falar do Fortaleza... O clube foi o que menos sofreu com a discrepância entre as chaves. O Leão do Pici venceu três jogos, empatou quatro e perdeu um. E mesmo terminando em primeiro, encarou uma sequência negativa. Depois da estreia com ótima vitória por 3 a 1 sobre o Náutico fora de casa, o Tricolor ficou três rodadas sem vencer, empatando sem gols com o CSA em casa, perdendo por 1 a 0 para o Botafogo-PB em João Pessoa e empatando por 2 a 2 com o Bahia no Castelão.

As vitórias voltaram no quinto jogo, com 4 a 0 sobre o Confiança em casa. Por fim, empates por 1 a 1, no Clássico-Rei com o Ceará e com o Moto Club no Maranhão, e vitória por 1 a 0 sobre o ABC, que classificou a equipe. Nas quartas de final, o Fortaleza enfrentou o Vitória no Castelão e goleou por 4 a 0. Na semifinal, contra o Santa Cruz em casa, vitória por 1 a 0 e vaga inédita na final.

A decisão foi contra o Botafogo-PB, justamente o clube que impôs a única derrota do Leão. A ida foi no Castelão, e o Fortaleza cobrou-se vencendo por 1 a 0. A volta foi no Almeidão, em João Pessoa. Agora vacinado, nova vitória por 1 a 0 consagrou com o título o time treinado por Rogério Ceni. E os dois gols da final foram marcados por Wellington Paulista, o capitão ergueu a primeira Copa do Nordeste para o Fortaleza.

A campanha do Fortaleza:
12 jogos | 7 vitórias | 4 empates | 1 derrota | 19 gols marcados | 6 gols sofridos


Foto Alexandre Carniato/AGIF

Sampaio Corrêa Campeão da Copa do Nordeste 2018

Consolidada no calendário mais uma vez, a Copa do Nordeste apresentou mudanças para a edição de 2018. Dos 20 clubes participantes, só 12 garantiram vaga direta na fase de grupos. Os outros oito tiveram que disputar uma inédita preliminar ainda em 2017, para no fim sobrar 16 equipes, que foram divididas em quatro chaves.

Um dos times que entrou direto na competição foi o Sampaio Corrêa, então campeão maranhense. O Estado só entrou na disputa em 2015, mas o time já tinha as experiências de levar um título da antiga Copa Norte, em 1998, e de participar da prima Copa Verde, em 2014. Mas era chegada a hora de desbancar os favoritos e conquistar a taça por sua região de fato.

O Sampaio sempre correu por fora na disputa, porém foi avançando as fases com segurança. No grupo D da primeira fase, estreou com com empate por 1 a 1 com o CSA fora de casa. Na sequência do turno, duas vitórias em casa: 4 a 0 sobre o Salgueiro e 1 a 0 sobre o Ceará.

No returno, sua única derrota foi para o time cearense, por 2 a 1 no Castelão de Fortaleza. Fechando a conta, dois empates por 0 a 0, com o Salgueiro em Pernambuco e contra o CSA em São Luís. A Bolívia Querida terminou a fase na segunda posição, com nove pontos. Apesar do abuso de empates, a equipe jamais correu risco de ficar eliminada. 

Nas quartas de final, o adversário foi o Vitória. Na ida no Castelão, um surpreendente 3 a 0 para os tricolores. Na volta no Barradão, 0 a 0 e classificação. Então foi a vez de enfrentar o ABC, em uma improvável semifinal. Na primeira partida no Maranhão, vitória por 1 a 0. Na segunda partida em Natal, empate por 1 a 1 e nova apoteose.

A final foi contra o então campeão, o Bahia. A ida foi Castelão e acabou com vitória por 1 a 0, gol marcado logo primeiro minuto de jogo, com Uilliam Barros. E este foi o único, nos 179 minutos restantes de confronto a rede não balançou mais. A volta foi na Fonte Nova, e lá o Sampaio Corrêa segurou bravamente o 0 a 0, sob completo bombardeio baiano à meta maranhense.

O título inédito da Copa do Nordeste simbolizou uma correção histórica de 21 anos. Um erro que foi causado pelo preterimento de dois Estados por parte da Liga do Nordeste e da CBF: Maranhão e Piauí. E foram necessários somente três anos para que um clube de algum destes locais chegasse ao topo.

A campanha do Sampaio Corrêa:
12 jogos | 5 vitórias | 6 empates | 1 derrota | 13 gols marcados | 4 gols sofridos


Foto Lucas Almeida/Sampaio Corrêa