Todos os campeões do Brasileirão de Aspirantes

O Brasileirão de Aspirantes é mais uma competição nacional de categoria de base. Campeonato sub-23, a CBF o fez surgir em 2017 para fortalecer ainda mais os ciclos olímpicos do futebol masculino do Brasil. Os clubes não são obrigados a formarem equipes para participar, e quem entra geralmente deixa essa tarefa para os times B ou de transição. Com isso, a possibilidade de clubes de menor expressão chegaram longe aumentam. A seguir, confira todos os campeões de aspirantes.

Foto Gil Gomes/CBF

Foto Lucas Figueiredo/CBF

Foto Xandy Rodrigues/CBF

Foto Thais Magalhães/CBF

Foto Ricardo Matsukawa/Staff Images/CBF

Foto Lucas Figueiredo/CBF

Criciúma Campeão Catarinense Série B 2022

Em Santa Catarina, o Criciúma corrigiu seu percurso com a conquista de um título improvável: o da Série B do Catarinense. Em 2021, o clube foi rebaixado na primeira divisão pela primeira vez na história. E o título da segunda divisão veio logo na sequência, em 2022. O resultado não poderia ter sido outro, dado a diferença de estrutura e elenco comparado com os demais.

A competição teve a participação de dez equipes, que se enfrentaram em turno único. As oito melhores passaram ao mata-mata. Na primeira fase e em meio à disputa da Série B do Brasileirão, o Tigre confirmou o favoritismo. 

Em nove jogos, o time conseguiu cinco vitórias e três empates, que lhe deixou classificado na liderança, com 18 pontos. Nas quartas de final, o clube carvoeiro passou pelo Guarani de Palhoça, após vencer a ida por 3 a 1 fora e a volta por 2 a 1 em casa. A semifinal foi contra o Nação, de Canoinhas. No primeiro jogo, vitória por 2 a 1 fora. Na segunda partida, vitória por 3 a 1 em casa e acesso garantido.

A final foi jogada contra o Atlético-SC, que superou Metropolitano e Inter de Lages. A ida aconteceu em  Palhoça e terminou empata por 0 a 0. A volta foi no Heriberto Hülse, e o Criciúma foi campeão ao ganhar por 1 a 0.

A campanha do Criciúma:
15 jogos | 10 vitórias | 4 empates | 1 derrota | 25 gols marcados | 9 gols sofridos


Foto Divulgação/FCF

América-RN Campeão Brasileiro Série D 2022

É sempre bom de ver quando um clube tradicional começa a se reconstruir. No Brasil, isso já aconteceu com vários. Em comum a todos, o processo começou pelo Brasileirão Série D. Em 2022, chegou a vez do América-RN conseguir sua reafirmação no cenário nacional. Sem estar em uma divisão fixa desde 2016, o time potiguar enfim conseguiu superar a barreira das quartas de final, na sexta tentativa, e ficar com o acesso à terceira divisão. Melhor ainda, chegou pela primeira vez a um título nacional.

O regulamento da Série D de 2022 foi o mesmo da temporada anterior: 64 equipes divididas em oito grupos na primeira fase, com 32 vagas no mata-mata. O América ficou no grupo 3, em uma chave nordestina junto com Crato, Globo, São Paulo Crystal, Icasa, Afogados, Sousa e Retrô. Na estreia, o Mecão venceu o Sousa por 2 a 1 em casa.

Em 14 jogos, foram seis vitórias, seis empates e duas derrotas, com 24 pontos somados. A classificação alvirrubra só aconteceu na última rodada, com outra vitória por 2 a 1 sobre o Sousa, desta vez fora. O time ficou na segunda colocação, com nove pontos a menos que o Retrô, um a mais que o Sousa e dois a mais que o Afogados.

Na segunda fase, o América enfrentou o Jacuipense. Na ida, venceu por 1 a 0 no interior da Bahia. Na volta, o 0 a 0 na Arena das Dunas classificou o Mecão. Nas oitavas de final, o adversário foi o Moto Club. O primeiro jogo foi disputado em Natal, com vitória potiguar por 2 a 1. A segunda partida foi no Maranhão, e o América voltou a vencer por 1 a 0.

As quartas valendo o acesso foi contra o Caxias. A ida aconteceu no Rio Grande do Sul, no Centenário, e o Mecão acabou derrotado por 1 a 0. A volta foi no Rio Grande do Norte, na Arena das Dunas. O América saiu perdendo já no segundo tempo, e nem mesmo o empate salvaria o clube. A virada salvadora ocorreu quase no fim da partida. Por 3 a 1, o alvirrubro estava de volta à Série C. A semifinal foi contra o São Bernardo, e o América avançou com vitórias por 2 a 0 em casa e por 1 a 0 fora.

A final foi contra o Pouso Alegre, clube mineiro que tirou o Amazonas na semi. A ida foi na Arena das Dunas, e o América abriu vantagem de 2 a 0, gols de Téssio e Wallace Pernambucano. A volta foi no interior de Minas Gerais, no Manduzão. O adversário até venceu a partida, mas o 1 a 0 contra serviu para a conquista inédita do América-RN.

A campanha do América-RN:
24 jogos | 13 vitórias | 7 empates | 4 derrotas | 32 gols marcados | 11 gols sofridos


Foto Canindé Pereira/América-RN

Corinthians Campeão Brasileiro Feminino 2022

De novo, de novo e de novo. O Corinthians é mais uma vez campeão do Brasileirão Feminino. Num campeonato marcado pelas quebras de recordes de público, o equipe chegou ao tetracampeonato, numa jornada que teve início em 2018 e foi retomada sem interrupções em 2020.

Mas em 2022 houve mais competitividade das adversárias. Reflexo do crescimento cada vez maior do investimento dos outros clubes no futebol feminino. Ainda assim, na hora de decidir, a tradição da camisa e a mão do técnico Arthur Elias valeram mais.

O regulamento da competição foi o mesmo das últimas temporadas, com 16 times que se enfrentaram em turno único, oito vagas no mata-mata e quatro rebaixamentos. E a campanha do Timão começou com vitória por 2 a 1 sobre o Bragantino em casa. A invencibilidade teve mais seis vitórias e três empates até a primeira e única derrota no Brasileirão, na 11ª rodada, por 2 a 0 para o Palmeiras fora.

O Corinthians ficou na quarta colocação da primeira fase, com 32 pontos, cinco a menos que Palmeiras, três a menos que o São Paulo e um a menos que o Internacional. As outras vagas nas quartas de final ficaram com Real Brasília, Flamengo, Ferroviária e Grêmio.

O adversário do Timão nas quartas foi o Real Brasília. A ida aconteceu no Distrito Federal, com vitória corinthiana por 2 a 0. A volta foi na Neo Química Arena, com novo triunfo por 1 a 0. A semifinal foi jogada contra o Palmeiras. No primeiro jogo, em casa, o Corinthians venceu por 2 a 1. A segunda partida ocorreu no Allianz Parque, e as corinthianas carimbaram a vaga na decisão por 4 a 0.

A final foi contra o Internacional, que eliminou Flamengo e São Paulo. Já o Corinthians estava na sua sexta decisão consecutiva. A ida foi disputada no Beira-Rio, em Porto Alegre, para mais de 36 mil torcedores. As coloradas marcaram um gol no primeiro tempo, porém Jheniffer fez 1 a 1 no segundo.

A volta aconteceu na Neo Química Arena, em São Paulo, para mais de 41 mil torcedores - novo recorde nacional. O Internacional mais uma vez abriu o placar, mas não soube segurar a vantagem. Ainda no primeiro tempo, Jaqueline e Diany viraram o jogo. No segundo, Victória e Jheniffer completaram o resultado em 4 a 1. Um gol para cada título brasileiro.

A campanha do Corinthians:
21 jogos | 14 vitórias | 6 empates | 1 derrota | 49 gols marcados | 15 gols sofridos


Foto Cristiane Mattos/Staff Images Woman/CBF

Corinthians Campeão do Torneio Rio-São Paulo 1950

O primeiro Torneio Rio-São Paulo, em 1933, foi bem-sucedido. Tanto que houve uma tentativa se de fazer uma nova edição em 1934. Mais curta que a de antes, ela teria uma primeira fase com um grupo paulista e outro carioca, e um hexagonal final com as três melhores equipes de cada lado. Mas a competição acabou cancelada após a debandada de alguns clubes da FBF, como Palestra Itália, Corinthians e Vasco, que voltaram à CBD após esta admitir o profissionalismo do futebol.
Uma novo projeto para o certame foi executado em 1940, desta vez pela CBD, que na época já tinha absorvido praticamente toda a FBF. Durou oito rodadas, quando os times paulistas abandonaram a competição. No momento da paralisação, Flamengo e Fluminense eram os líderes e ambos se intitularam campeões, porém os resultados jamais foram homologados.
Em 1942, houve mais uma tentativa de um torneio entre paulistas e cariocas, a Quinela de Ouro. Disputada inteiramente no Pacaembu, teve cinco participantes num pentagonal de turno único e acabou com o Corinthians vencedor. Mas também não houve a oficialização como Rio-SP.
Somente em 1950 que o Torneio Rio-São Paulo voltaria a vingar. Desta vez por meio das mãos da Federação Metropolitana (atual FERJ) e da Federação Paulista de Futebol, que uniram as forças.

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Foram quase 17 anos de intervalo entre a primeira e a segunda edição do Torneio Rio-São Paulo. Entre dezembro de 1949 e fevereiro de 1950 teve início a nova disputa, repaginada, com oito clubes que se enfrentaram em turno único. O tiro curto do campeonato ficou caracterizado como uma transição de uma temporada para outra.
Era a oportunidade perfeita para que algum clube pudesse conquistar um título rápido ou quebrar algum jejum. Como o Corinthians, que passou quase toda a década de 1940 sem levantar taças. Os últimos títulos foram o Paulistão de 1941 e a Quinela de Ouro de 1942. No estadual de 1949, a equipe foi apenas a quinta colocada. Mas a campanha do Timão começou ruim, com uma goleada por 6 a 2 sofrida para o Flamengo.
Para compensar, o Corinthians emendou cinco vitórias consecutivas: 4 a 1 sobre o São Paulo, 3 a 2 sobre o Palmeiras (desde 1942 o novo nome do Palestra Itália), 2 a 1 sobre o Vasco, 3 a 1 sobre o Fluminense e 5 a 3 sobre a Portuguesa. Assim, a equipe chegou para a última partida na liderança com dez pontos, empatada com o Vasco. Todavia o time vascaíno já havia feito todos os sete jogos.
Para que o Timão fosse campeão, bastava um empate contra o Botafogo, que àquela altura não brigava por mais nada. E diante de 45 mil torcedores no Pacaembu, o Corinthians conseguiu o ponto que faltava. Com o 1 a 1 no placar, o alvinegro paulista chegou aos 11 pontos e conquistou seu primeiro de cinco títulos no Torneio Rio São-Paulo.
A conquista corinthiana só foi possível por meio à base de esforço dos jogadores. O principal deles, o atacante Baltazar. Com nove gols, o Cabecinha de Ouro foi o artilheiro do campeonato. Na decisão contra o Botafogo, o gol do título foi marcado pelo atacante Noronha.

A campanha do Corinthians:
7 jogos | 5 vitórias | 1 empate | 1 derrota | 20 gols marcados | 15 gols sofridos


Foto Arquivo/Corinthians

Palmeiras Campeão do Torneio Rio-São Paulo 1933

O futebol chegou no Brasil ao fim do século 19 e logo tomou grandes proporções no cotidiano. Porém, como o país possui um território continental e no começo do século 20 as viagens longas eram caríssimas, a prática do esporte era praticamente restrita dentro dos estados. O máximo que dava para algum clube fazer era dar um pulo rápido em algum estado vizinho ou montar uma excursão de meses para mais longe.
Essa foi a realidade do futebol brasileiro por muitas décadas. Outro ponto importante da época era o amadorismo do esporte. Os jogadores trabalhavam e não podiam passar muito tempo longe dos empregos.
As coisas só passaram a mudar no início dos anos 1930, quando começou o movimento de profissionalização do futebol nacional. Em 1933, os primeiros clubes que adotaram essa prática se desligaram da CBD e fundaram a FBF - Federação Brasileira de Futebol.
Formada por times do Estado de São Paulo e do Distrito Federal do Rio do Janeiro, a entidade não era ligada à FIFA e ia na contramão da então concorrente pró-amadorismo. E para celebrar tal momento, ela passou a organizar naquele mesmo ano o primeiro campeonato profissional do Brasil, que também foi o pioneiro interestadual de tiro longo e de clubes: o Torneio Rio-São Paulo.
Tiro longo, porque já houve outras competições entre estados antes. Como a Taça Ioduran, que foi um confronto dos campeões paulista e carioca entre 1917 e 1919, e o Torneio dos Campeões de 1920, que somou o campeão gaúcho em um triangular. E de clubes, porque a CBD fazia desde 1922 o Campeonato Brasileiro de Seleções Estaduais.

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O Torneio Rio-São Paulo nasceu em 1933 para afirmar a posição profissional da FBF ante a ideia de amadorismo da CBD. A primeira edição da competição reuniu 12 times, sendo sete paulistas - Corinthians, Palestra Itália, Portuguesa, Santos, AA São Bento, São Paulo e Ypiranga - e cinco cariocas - America, Bangu, Bonsucesso, Fluminense e Vasco.
São Paulo entrou com a força máxima enquanto o Rio de Janeiro foi com dois desfalques: Botafogo e Flamengo, que optaram por permanecerem amadores. O regulamento definido foi o de pontos corridos em dois turnos, o que totalizou 22 partidas para cada participante.
A principal equipe paulista da época era o Palestra Itália, que fora campeão estadual em 1932 e viria a ser também em 1933. Nove anos antes da mudança de nome para Palmeiras, o clube possuía o melhor elenco do momento, com destaque para o zagueiro Junqueira e os atacantes Romeu Pelicciari e Gino Imparato. O resultado não podia ter sido outro se não o primeiro título regional.
E a campanha palestrina começou no jeito, com goleada por 5 a 1 sobre o Corinthians. O time emplacou quatro vitórias consecutivas logo de cara e se credenciou para a conquista sem grandes dificuldades. No primeiro turno, foram oito vitórias, um empate e duas derrotas.
O segundo turno caminhou igual, com mais nove vitórias, um empate e uma derrota. O ponto alto do Palestra na segunda metade do Rio-São Paulo foi também sobre o Corinthians: a histórica goleada por 8 a 0, que segue até a atualidade como a maior do clássico.
Ainda que a trajetória palestrina tenha sido quase perfeita, a disputa pelo título foi até a última rodada, pois o São Paulo também fez uma campanha forte. O que fez a diferença foram os dois triunfos verdes sobre o tricolor, por 3 a 2 no turno e por 1 a 0 no returno.
Os são-paulinos completaram as 22 partidas com 34 pontos somados, enquanto o Palestra tinha a mesma pontuação com um jogo a menos. Em 1933 não existia uma preocupação com o alinhamento da tabela. Na última rodada, o São Paulo precisava secar o Palestra Itália, que enfrentava o Fluminense. Não adiantou, pois o time alviverde venceu por 2 a 1 - gols de Gabardo e Dula -, chegou a 36 pontos e levou o primeiro de cinco títulos interestaduais.

A campanha do Palmeiras:
22 jogos | 12 vitórias | 2 empates | 3 derrotas | 67 gols marcados | 25 gols sofridos


Foto Arquivo/Palmeiras

Ceará Campeão Brasileiro Feminino Série A2 2022

Na sexta edição, o Brasileiro Feminino Série A2 de 2022 teve uma mudança muito importante. A CBF reduziu a competição para poder acomodar melhor a nova Série A3. Se em 2021 foram 36 participantes, para o ano seguinte o número caiu para 16. E o mais significativo: clubes fixos, sem precisarem dos estaduais para se classificar.

O critério para a escolha dos times foi simples: os quatro rebaixados da Série A1 da temporada passada mais aqueles que encerraram entre o 5º e o 16º lugares da Série A2. O regulamento também foi simplificado, com a divisão de quatro grupos de quatro equipes em dois turnos e o mata-mata na sequência, concedendo quatro vagas de acesso. Para o rebaixamento, os quatro piores times independentemente da chave.

O título ficou com o Ceará, que levou o Nordeste pela primeira vez a um título nacional feminino. Na primeira fase, as Meninas do Vozão ficaram no grupo B, junto com o rival Fortaleza, o União Desportiva-AL e o Botafogo-PB. Em seis jogos, a equipe conseguiu quatro vitórias e dois empates, que garantiram a classificação com 14 pontos e na liderança, com seis a mais que as tricolores. Entre as vitórias, destaque para a goleada por 5 a 0 em cima das paraibanas em João Pessoa.

Nas quartas de final, o Ceará enfrentou o JC, do Amazonas. A primeira partida foi em Manaus, e as cearenses venceram por 4 a 2. O segundo jogo aconteceu no Estádio Franzé Morais, e o Vozão conseguiu o acesso à Série A1 depois de vencerem por 4 a 1. A semifinal foi contra o Real Ariquemes (que também subiu). A ida ocorreu em casa, com vitória cearense por 1 a 0. A volta foi jogada em Rondônia, e o Ceará confirmou seu lugar na final depois de empatar por 2 a 2.

A final foi disputa contra o Athletico-PR, que também subiu e passou na semi pelo Bahia (o quarto clube a subir). O primeiro jogo foi realizado na Arena da Baixada, em Curitiba. Diante de 28 mil torcedores, as cearenses não conseguiram segurar o adversário e perderam por 2 a 0.

A segunda partida foi jogada no Presidente Vargas, em Fortaleza. Com gols de Flávia Pissaia e Jullyana Morais, as cearenses fizeram 2 a 0 e levaram a partida ao pênaltis. Nas cobranças, a goleira Thaís Helena brilhou com duas defesas e as Meninas do Vozão conquistou o título ao vencer por 3 a 1.

A campanha do Ceará:
12 jogos | 8 vitórias | 3 empates | 1 derrota | 29 gols marcados | 11 gols sofridos


Foto Kely Pereira/Staff Images Woman/CBF