América-MG Campeão Brasileiro Série C 2009

A grande revolução da Série C ocorreu em 2009. Os 63/64 participantes das temporadas anteriores foram condensados em 20: os times entre o 5º e o 20º lugares da disputa anterior mais os quatro rebaixados da segunda divisão. Estes clubes foram divididos em quatro grupos. A mudança tornou viável a criação da Série D, que passou a receber os times de bom desempenho nos estaduais. E obviamente, a Série C começou a contar com o rebaixamento das equipes lanternas de cada chave.

O primeiro campeão desta nova era foi um velho conhecido, que aos poucos remava para deixar a crise. No intervalo entre 2004 e 2007, o América-MG foi da Série B para o Módulo II estadual. A retomada começou com a vaga na terceira divisão em 2008, e a continuidade para o ano seguinte.

Na primeira fase, o América ficou no grupo 3, ao lado de Mixto, Gama, Boa Esporte (na época, Ituiutaba) e Guaratinguetá. O começo foi com duas vitórias em casa por 2 a 0, sobre Gama e Guaratinguetá. Na sequência, fora de casa, empatou sem gols com o rival mineiro e venceu por 1 a 0 o time mato-grossense. No returno, vitórias no Independência, por 2 a 0 sobre o ex-Ituiutaba e por 5 a 1 sobre o Mixto e derrotas por 2 a 0 no interior paulista e em Brasília. O Coelho terminou a fase classificado na liderança, com 16 pontos.

No novo formato de Série C, a segunda fase já valia o acesso. Nas quartas de final, o América enfrentou o Brasil de Pelotas. A ida foi no Bento Freitas e terminou com empate por 0 a 0. A volta foi no Independência lotado, que viu o Coelho obter a vaga na Série B com vitória por 3 a 1.

Na semifinal, um reencontro com o Guaratinguetá. O primeiro jogo foi no Dário Rodrigues Leite, com derrota por 2 a 1. No segundo jogo em Belo Horizonte, o América devolveu o placar. Nos pênaltis, vitória por 7 a 6 e vaga na final.

A última disputa foi contra o ASA, na decisão. A primeira partida, mais uma vez, foi fora de casa, no Coracy da Mata, em Arapiraca. Com uma atuação de gala, o time de Evanílson, Wellington Paulo, Irênio e Bruno Mineiro (e o "Filho do Vento" Euller no banco de reservas) aplicou 3 a 1 no time alagoano e encaminhou o título.

A confirmação da conquista do Coelho veio na segunda partida, no Independência, com a vitória por 1 a 0 obtida com gol do artilheiro Bruno Mineiro nos acréscimos.  12 anos depois de ter vencido a Série B, o América-MG voltava à sua disputa por meio do título da Série C.

A campanha do América-MG:
14 jogos | 9 vitórias | 2 empates | 3 derrotas | 29 gols marcados | 17 gols sofridos


Foto Pedro Vilela/Futura Press

Atlético-GO Campeão Brasileiro Série C 2008

A Série C de 2008 foi a última antes da grande reformulação que a CBF provocou na competição. No terceiro ano seguido em que o mesmo regulamento imperou, 63 times em 16 grupos brigaram por quatro vagas de acesso e outras 16 de permanência para o torneio do ano seguinte, que seria enxugado para abrir caminho à criação da quarta divisão.

Novamente, tivemos uma enxurrada de clubes grandes recomeçando. Guarani e Paysandu repetiram a dose, com o primeiro garantindo o acesso e o segundo a vaga fixa, bem como o América-MG. Já Santa Cruz, Remo e Paulista passaram longe do sucesso. Em meio a esse frenesi, o Atlético-GO dava continuidade ao recrescimento, chegando ao bicampeonato.

Na primeira fase, o Dragão jogou no grupo 9 contra Mixto, Operário-MS e Águia Negra. Com quatro vitórias e dois empates, o time goiano fez 14 pontos e ficou na liderança. Na segunda fase, o Atlético ficou no grupo 5, novamente com o Mixto, além de Itumbiara e Dom Pedro II-DF. A máquina de fazer gols continuou funcionando, com vitórias por 4 a 1 fora e por 7 a 1 em casa sobre o Itumbiara, e também com um 6 a 4 sobre o Dom Pedro no Antônio Accioly. Com 15 pontos, cinco vitórias e só uma derrota, o time rubro-negro tornou a ser líder da sua chave.

Na terceira fase, no grupo 3, o Dragão enfrentou o Mixto pela quinta e sexta vezes, e também o Duque de Caxias e o Guaratinguetá. Desta vez a briga foi mais dura, pois o time ficou empatado em pontos com cariocas e paulistas. As vitórias em casa por 4 a 1 sobre o Mixto e por 3 a 0 sobre o Duque ajudaram no saldo de gols, que deu a primeira posição os goianos.

Chegado o octogonal final, contra Rio Branco-AC, Confiança, Brasil de Pelotas, Águia de Marabá, Duque de Caxias, Campinense e Guarani em busca do acesso e do título. Cada vez mais embalado, o Atlético continuou aplicando suas goleadas: em casa, por 4 a 0 sobre o Águia na segunda rodada, por 5 a 1 sobre o Duque na quarta rodada, por 6 a 0 sobre o Confiança na quinta rodada, e por 5 a 0 sobre o Rio Branco na nona rodada, e fora, por 3 a 0 sobre o Guarani na sétima rodada.

O acesso ocorreu na 11ª rodada, após o empate por 2 a 2 com o Duque de Caxias no Rio de Janeiro. No jogo seguinte, a vitória por 2 a 0 sobre o Brasil de Pelotas no Serra Dourada confirmou o título para o Dragão. Com 29 pontos, nove vitórias, dois empates e três derrotas, o Atlético-GO foi o primeiro a ser bicampeão da Série C.

A campanha do Atlético-GO:
32 jogos | 21 vitórias | 5 empates | 6 derrotas | 84 gols marcados | 30 gols sofridos


Foto Carlos Costa/Placar

Bragantino Campeão Brasileiro Série C 2007

Em 2007, houve um fato raro na disputa da Série C: o regulamento da temporada anterior foi repetido. As 64 equipes seguiram divididas em 16 grupos, com 32 classificados avançando em mais oito chaves, e depois, 16 sobreviventes avançando para outras quatro. No fim, oito times no octogonal final.

A competição contou novamente com presenças expressivas, como Paysandu, Guarani e Bahia. Enquanto o paraense foi o antepenúltimo colocado da primeira fase e o paulista caiu na segunda fase, o baiano teve melhor sorte e desta vez obteve o acesso. Mas o campeão foi outro time de expressão, famoso da década de 90 que buscava a retomada, o Bragantino.

Na primeira fase, o Braga foi sorteado para o grupo 13. A estreia foi com derrota de 1 a 0 para o CENE no MS, mas depois foram quatro vitórias - 4 a 1 no Sertãozinho, 2 a 0 no Águia Negra e 2 a 0 no CENE em Bragança Paulista, e 2 a 1 no Sertãozinho fora - e um empate. Líder com 13 pontos, o time avançou para a segunda fase, para a chave 7.

Nesta fase, o time paulista fez uma campanha apenas regular, vencendo três jogos - 1 a 0 no Democrata de Valadares e 2 a 1 no Esportivo-RS em casa, e 2 a 1 no Roma Apucarana fora - e perdendo os outros três. Com nove pontos, se classificou em segundo lugar pelo número de vitórias, uma a mais que o adversário paranaense.

Na terceira fase, o Bragantino ficou no grupo 4. Sofrendo mais que na outra fase, a equipe fez apenas sete pontos. Venceu o America-RJ por 3 a 2 e a Ulbra por 2 a 0 no Marcelo Stéfani, empatou com o CRAC por 0 a 0 em Goiás e perdeu os demais jogos - 2 a 1 para o CRAC em casa, 1 a 0 para a Ulbra no RS e 2 a 1 para o America no RJ. O saldo de gols salvou o time, classificado na vice-liderança.

A fase voltou a melhorar no octogonal final, onde o Bragantino encarou novamente o CRAC, além de Nacional de Patos-PB, Barras-PI, Atlético-GO, ABC, Bahia e Vila Nova. A disputa foi acirrada, mas o time paulista assumiu sua posição na zona de classificação desde o começo, liderando a maioria das rodadas. O acesso foi confirmado na 13ª rodada, com vitória por 3 a 1 sobre o Barras em Bragança.

O título veio na rodada final, quando a derrota por 2 a 1 para o ABC em Natal combinou com a derrota do Bahia para o CRAC. Com 26 pontos, sete vitórias, cinco empates e duas derrotas, o Bragantino conquistava mais um título nacional. Desde então, o clube não deixou mais o cenário nacional, alternando entre a Série B e a Série C.

A campanha do Bragantino:
32 jogos | 16 vitórias | 7 empates | 9 derrotas | 46 gols marcados | 32 gols sofridos


Foto Silvio Loureiro

Criciúma Campeão Brasileiro Série C 2006

A Série C de 2006 contou com algumas presenças ilustres em meio aos 64 participantes. Bahia, Vitória e Criciúma vieram de rebaixamento na Série B do ano anterior e precisaram cumprir um "estágio" na terceira divisão. E entre os três, o Criciúma foi o mais competente ao conseguir o título, enquanto entre os baianos somente o Vitória subiu.

Na primeira fase, as equipes foram divididas em 16 grupos. O Criciúma ficou no grupo 16, junto com Marcílio Dias, Novo Hamburgo e Brasil de Pelotas. A única derrota do time nesta fase foi na estreia, por 3 a 2 para o Brasil em Pelotas. Na sequência, venceu por 3 a 2 o Marcílio Dias em casa e empatou por 3 a 3 com o Novo Hamburgo fora. No returno, mais três vitórias: 6 a 0 no Novo Hamburgo e 4 a 0 no Brasil, ambos no Heriberto Hülse; e 2 a 1 no Marcílio Dias em Itajaí. Com 13 pontos, o Tigre ficou na vice-liderança da chave

 Os 32 classificados para a segunda fase ficaram em oito grupos, com o time carvoeiro sendo sorteado para o grupo 7, ao lado de Cabofriense, Joinville e Noroeste. Desta vez, a campanha do Criciúma em casa foi mais fraca, com vitória por 4 a 1 sobre a Cabofriense, empate por 1 a 1 com o Noroeste e derrota por 1 a 0 para o Joinville. O desempenho fora compensou, com vitórias por 1 a 0 sobre os paulistas em Bauru e por 3 a 1 sobre os cariocas em Cabo Frio. O único acidente foi a derrota por 5 a 1 para o Joinville na segunda rodada, que jogou o Tigre para mais um segundo lugar, com 10 pontos.

Para a terceira fase houve nova divisão de grupos, e os 16 sobreviventes ficaram em quatro chaves. O Criciúma foi escolhido para o grupo 4, frente a J.Malucelli, América-MG e Barueri. Nesta fase o time tricolor ficou invicto no Heriberto Hülse, vencendo por 2 a 0 Bareurei e América-MG, e empatando por 0 a 0 com o J.Malucelli. Fora de casa, venceu os paranaense por 1 a 0, e perdeu para os mineiros por 3 a 2 e para os paulistas por 1 a 0. Mais uma vez, o Tigre avançava em segundo, com 10 pontos.

No octogonal final, o Criciúma lutou pelo acesso contra Treze, Brasil de Pelotas, Bahia, Ferroviário, Barueri, Vitória e Ipatinga. Foi então que o futebol do time catarinense cresceu de vez, fazendo 31 pontos, nove vitórias, quatro empates e só uma derrota em 14 partidas. O acesso foi conquistado na 11ª rodada, após empate por 2 a 2 contra o Barueri em casa.

O título foi confirmado na 13ª rodada, com uma histórica goleada por 6 a 0 sobre o Vitória no Heriberto Hülse. A conquista consolidou o Criciúma como o time catarinense mais vencedor fora do Estado, com três títulos nacionais.

A campanha do Criciúma:
32 jogos | 19 vitórias | 7 empates | 6 derrotas | 64 gols marcados | 33 gols sofridos


Foto Edmar Melo/Futura Press

Remo Campeão Brasileiro Série C 2005

Poucas coisas mudaram na Série C em 2005. O número de participantes foi levemente aumentado, para 63. A competição misturou times novos e promissores com outros tradicionais buscando se reerguer. Nesta segunda categoria se encontrou o Remo, rebaixado da Série B que teve a chance imediata da redenção.

A primeira fase foi dividida em 16 grupos, com o Remo ficando no grupo 3. A estreia do clube foi em Roraima, em empate por 2 a 2 contra o São Raimundo-RR. No primeiro jogo em casa, venceu o Abaeté por 2 a 1. Na sequência, fez 3 a 2 sobre o São José-AP no Mangueirão. No returno, empate por 1 a 1 com o São José em Macapá, venceu por 2 a 1 o Abaeté em Belém e terminou com goleada por 4 a 0 sobre o São Raimundo também na capital paraense. Com 14 pontos, o Leão Azul se classificou na liderança da chave.

Na segunda fase o Remo teve um susto contra o Tocantinópolis, pois foi derrotado por 2 a 0 na ida no Tocantins. Na volta no Mangueirão, teve que correr dobrado para fazer 4 a 1 e reverter o confronto. Na oitavas de final houve o reencontro com o Abaeté, e com classificação igualmente suada. Os dois jogos foram em Belém, e o Remo apenas empatou por 1 a 1 na primeira partida. O alívio veio na segunda partida, vencida por 3 a 2.

Nas quartas, contra o Nacional-AM, vitória por 2 a 0 em Manaus e derrota por 1 a 0 no Mangueirão. Apesar de alguns resultados adversos o Leão Azul chegou ao quadrangular final, enfrentando América-RN, Ipatinga e Novo Hamburgo. Na estreia contra o time gaúcho, vitória por 1 a 0 em Belém. Depois, em dois jogos fora de casa, derrotas por 1 a 0 para mineiros e potiguares. A virada aconteceu no returno, quando venceu o América por 2 a 0 e empatou com o Ipatinga por 2 a 2, ambos no Mangueirão.

O Remo chegou à ultima rodada em terceiro lugar do grupo, com sete pontos, contra de nove do time potiguar e oito do time mineiro. O time então precisaria vencer o Novo Hamburgo no Rio Grande do Sul para confirmar o acesso e ainda torcer por empate na outra partida para ser campeão.

A combinação mágica aconteceu. O time azulino fez 2 a 1 no Sul e Ipatinga e América não passaram do 0 a 0. Com dez pontos, o Remo superou o potiguar no saldo de gols e faturou seu primeiro título nacional. Mas a volta à Série B não durou muito, pois o time paraense foi rebaixado em 2007 e desde então não conseguiu o sonhado regresso.

A campanha do Remo:
18 jogos | 10 vitórias | 4 empates | 4 derrotas | 31 gols marcados | 19 gols sofridos


Foto Carlos Silva/Imapress