Mostrando postagens com marcador Copa do Mundo. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Copa do Mundo. Mostrar todas as postagens

França Campeã da Copa do Mundo 1998

A Copa do Mundo sofreu mais um aumento no número de seleções em 1998. Passou de 24 para 32. E a honra de sediar a primeira competição no novo formato coube a França. E a seleção francesa, em total sintonia com o seu torcedor e que desde 1985 não participava da competição, chegou desbancando todos os favoritos rumo ao seu primeiro título.
A primeira fase da França foi suave. Estreou vencendo a África do Sul por 3 a 0, depois goleou a Arábia Saudita por 4 a 0, e fechou o grupo derrotando a Dinamarca por 2 a 1. Foram nove pontos e a liderança do grupo C. Nesse meio tempo, o craque do time Zidane foi suspenso por duas partidas, devido uma expulsão na segunda rodada.
Nas oitavas de final, Les Bleus enfrentaram o Paraguai. Este foi o jogo mais difícil dos franceses. Nada de gols no tempo normal, e a prorrogação se encaminhava para o fim. Até que o zagueiro Blanc furou a defesa adversária a deu a vitória de 1 a 0 à França. Aos 114 minutos de confronto, o primeiro gol de ouro da história das Copas.
Mais dificuldade ocorreu nas quartas de final, contra a Itália, já com Zidane de volta. Desta vez o 0 a 0 imperou até o fim. A disputa foi para os pênaltis, e o time francês se classificou com vitória por 4 a 3. A semifinal foi contra a sensação do Mundial, a Croácia. A França saiu perdendo, mas encontrou em campo um herói improvável. O lateral Thuram nunca havia marcado um gol pela seleção. E justamente ele foi o autor dos gols da virada. A vitória por 2 a 1 colocou Les Bleus na primeira final em sua história.
No novíssimo Stade de France, na cidade de Saint-Denis - na região metropolitana de Paris -, a França encarou o Brasil na decisão. E se por um lado os brasileiros se lembram mais da convulsão de Ronaldo antes do jogo e da apatia em campo, sobretudo no primeiro tempo, os franceses tem a lembrança da atuação da vida de Zidane. Dois gols de cabeça (que nunca foi sua especialidade) dele praticamente decidiram a Copa do Mundo. Petit ainda deu o golpe de misericórdia nos acréscimos do segundo tempo.
A vitória de 3 a 0 deu à França o primeiro título mundial, consagrando a geração liderada por Zidane, Desailly, Djorkaeff e Barthez. O capitão francês em quase toda a Copa foi Blanc, mas ele foi expulso na semifinal e ficou de fora da final. Então, a honra de erguer a taça coube ao volante Deschamps.

A campanha da França:
7 jogos | 6 vitórias | 1 empate | 0 derrotas | 15 gols marcados | 2 gols sofridos


Foto Bob Thomas/Getty Images

Brasil Campeão da Copa do Mundo 1994

Foram 24 anos de fila e algumas frustrações entre a Copa do Mundo de 1970 até a de 1994. Mas a sorte voltou a sorrir para o Brasil no Mundial realizado nos Estados Unidos, o último com 24 seleções. A seleção treinada pelo técnico Carlos Alberto Parreira não tinha um futebol tido como bonito, por outro lado era pragmático e eficiente, um time que jogava pelo resultado positivo e nada mais. A principal liderança técnica era Romário, servido no ataque por Bebeto, Zinho e Mazinho. Mais atrás, Dunga, Mauro Silva, Aldair e Taffarel cuidavam do trabalho burocrático na defesa.
O caminho para o tetra começou a ser aberto na vitória por 2 a 0 sobre a Rússia, e seguiu com os 3 a 0 sobre Camarões e o empate em 1 a 1 com a Suécia. Com sete pontos, a Seleção Brasileira garantiu a liderança do grupo B com sete pontos. A dupla Romário e Bebeto já cumpria com o dever quando caiu de vez nas graças do torcedor, nas oitavas de final contra o Estados Unidos. Foi o camisa 11 quem deu o passe para o gol do camisa 7 na vitória por 1 a 0.
Nas quartas, na sempre lembrada partida contra a Holanda, a dupla já havia guardado seus gols quando o time cedeu o empate, tudo no segundo tempo. A vitória só veio na bola parada, com uma forte cobrança de falta do lateral Branco e o providencial "desvio de coluna" de Romário da trajetória da bola. Por 3 a 2, a Seleção foi para a semifinal, onde reencontrou a Suécia. E coube ao Baixinho decidir desta vez, ao pular mais alto que os zagueiros suecos e marcar de cabeça o gol da vitória por 1 a 0.
A final marcou outro reencontro, agora com a Itália. O mesmo país que sofreu nas mãos do Brasil no tri de 1970 e que acabou com o sonho da geração de 1982 seria o oponente pelo tetra no Rose Bowl em Los Angeles (Pasadena). O jogo foi tenso, com as duas seleções perdendo chances. Em 120 minutos de futebol, 0 a 0 no placar.
Pela primeira vez a Copa do Mundo seria decidida nos pênaltis. Márcio Santos errou, mas Romário, Branco e Dunga converteram para o Brasil. Para a Itália, Baresi mandou para fora, Albertini e Evani marcaram e Taffarel pegou a cobrança de Massaro. A cobrança final dos italianos foi de Baggio, o anti-herói que atirou a bola fora do estádio. Com o 3 a 2 a favor, o Brasil se tornou o primeiro tetracampeão do mundo. E o capitão de 1994 foi Dunga, que viria a se tornar um símbolo de raça daquela geração de atletas.

A campanha do Brasil:
7 jogos | 5 vitórias | 2 empates | 0 derrotas | 11 gols marcados | 3 gols sofridos


Foto Peter Robinson/Empics/PA Images/Getty Images

Alemanha Campeã da Copa do Mundo 1990

Muita gente diz que a Copa do Mundo de 1990 foi a mais fraca da história, tecnicamente falando. Realmente, ela teve a menor média de gols entre as 21 edições (2,21). Mas dizer que este Mundial foi ruim próximo a um alemão não é legal, pois foi nela que a Alemanha em processo de reunificação chegou na realização do sonho do tricampeonato.
Disputada na Itália, a Copa de 1990 demorou a engrenar para algumas seleções, como a Argentina, que perdeu para a surpresa Camarões na estreia e só embalou depois de derrotar o Brasil nas oitavas de final. A Alemanha - ainda Ocidental - foi bem desde o início: na estreia goleou a Iugoslávia por 4 a 1, e depois fez 5 a 1 nos Emirados Árabes. Na última rodada da primeira fase, mesmo o empate em 1 a 1 cedido para a Colômbia nos acréscimos do segundo tempo tirou a liderança do grupo D das mãos alemães, com cinco pontos. Este foi o último Mundial com a vitória valendo dois pontos.
Nas oitavas de final, a Alemanha enfrentou a sempre complicada Holanda - então vencedora da Eurocopa -, e a vitória por 2 a 1 veio somente no segundo tempo. Nas quartas, a vez de encarar a Tchecoslováquia. A Alemanha se classificou de maneira simples, vencendo por 1 a 0, gol de pênalti de Mätthaus. A semifinal foi contra a Inglaterra, em uma partida bem truncada. Os alemães cederam o empate em 1 a 1 nos 120 minutos, mas nos pênaltis venceram por 4 a 3, com a estrela do goleiro Illgner brilhando ao defender uma cobrança inglesa e garantir a classificação à final.
A Alemanha voltou a encontrar a Argentina, um replay do que havia ocorrido na decisão quatro anos antes. E os alemães pisaram no gramado do Olímpico de Roma dispostos a inverter o resultado da final anterior. A partida foi tensa, e parecia que ia se encaminhar para um empate sem gols.
Até que a arbitragem deu pênalti de Sensini sobre Völler aos 38 minutos da etapa final. Até hoje os argentinos juram que não houve nada no lance apitado pelo árbitro. Brehme cobrou forte e alto e marcou o gol do título. Assim, a Alemanha conquistava o tricampeonato mundial, com o 1 a 0 no placar. Depois de 16 anos, dois vices e uma queda de muro, o time do capitão-artilheiro Mätthaus, Klinsmann, Brehme e Völler era coroado.

A campanha da Alemanha:
7 jogos | 5 vitórias | 2 empates | 0 derrotas | 15 gols marcados | 5 gols sofridos


Foto Bongarts/Getty Images

Argentina Campeã da Copa do Mundo 1986

Uma Copa do Mundo ganha pela genialidade de um craque, que carregou sua seleção nas costas. Assim foi com a Argentina de 1986 que, liderada por Maradona, chegou ao bicampeonato. A competição seria disputada na Colômbia, mas o país desistiu quatro anos antes.
Então a FIFA escolheu o México, que se tornou o primeiro a sediar o Mundial por duas vezes, reaproveitando boa parte da estrutura usada em 1970. E depois da experiência na Copa anterior, a FIFA retornou com o mata-mata na fase final, classificando os dois primeiros de cada grupo e os quatro melhores terceiros colocados.
A Argentina estreou na Copa com boa vitória por 3 a 1 sobre a Coreia do Sul. A campanha seguiu com empate em 1 a 1 com os então campeões, a Itália. E encerrou na fase de grupos com 2 a 0 sobre a Bulgária. Os argentinos terminaram a primeira fase na liderança do grupo A, com cinco pontos. Nas oitavas de final, o clássico contra o Uruguai e a vitória albiceleste por 1 a 0.
Nas quartas, uma das partidas mais lembradas na história das Copas do Mundo. Contra a Inglaterra, brilhou a estrela de Maradona. Primeiro, dividindo a bola com o goleiro pelo alto. Com a mão esquerda, o atacante "cabeceou" para marcar o primeiro gol. Depois de "La Mano de Dios", o gol mais bonito de todos. Maradona dominou a bola antes do meio-campo e arrancou pela ponta-direita, driblando seis jogadores ingleses por mais de 60 metros até marcar o segundo gol. A vitória por 2 a 1 colocou a Argentina na semifinal. Contra a Bélgica, vitória por 2 a 0 com outros dois gols do craque.
A final do Mundial foi entre Argentina e Alemanha no Estádio Azteca, na Cidade do México. A primeira das três decisões entre as duas seleções. A Argentina começou bem e marcou dois gols em 55 minutos, com o zagueiro Brown e o atacante Valdano. A Alemanha reagiu e empatou o jogo faltando dez minutos para o final.
Mas a sorte estava do lado argentino naquele dia, e o meia Burruchaga fez o gol do título aos 38 minutos do segundo tempo. A vitória por 3 a 2 concedeu à Argentina o bicampeonato da Copa do Mundo. Uma Copa da total consagração de Maradona, capitão da seleção e ídolo de uma era do futebol.

A campanha da Argentina:
7 jogos | 6 vitórias | 1 empate | 0 derrotas | 14 gols marcados | 5 gols sofridos


Foto David Cannon/CA/Getty Images

Itália Campeã da Copa do Mundo 1982

Uma Copa do Mundo em que o peso da camisa fez a diferença. A Itália custou a engrenar no Mundial de 1982, na Espanha. Mas quando a bola começou a se entender com os jogadores, a Azzurra arrancou rumo ao seu terceiro título, 44 anos depois do bicampeonato.
Dois anos antes, o futebol italiano passou por uma profunda crise, motiva pelos escândalos de corrupção e compra de resultados, inclusive com alguns dos convocados envolvidos. Por isso, seleção e imprensa não conviviam bem em solo espanhol. Os italianos atendiam apenas a mídia estrangeira.
A campanha italiana na Copa começou preocupante. Na primeira fase foram três empates: 0 a 0 com a Polônia, 1 a 1 com o Peru e 1 a 1 com Camarões. Com apenas três pontos e na vice-liderança, a Itália só avançou de fase por causa dos gols marcados, dois contra um dos africanos. O Mundial de 1982 foi o primeiro na história com 24 seleções, divididas em seis grupos.
Com 12 classificadas para a segunda fase, houve uma divisão entre mais quatro grupos. E a Azzurra enfrentou Argentina e Brasil. Contra os argentinos, finalmente a primeira vitória, por 2 a 1. Na rodada seguinte, os italianos folgaram e viram o Brasil vencer a Argentina por 3 a 1.
A última rodada classificaria ou Itália ou Brasil. Enquanto os brasileiros encantavam a todos com seu futebol e podiam jogar pelo empate, os italianos precisavam vencer. E aí apareceu o jogador que fez a diferença. Paolo Rossi brilhou com três gols, e a Itália aliada com sua tradição venceu por 3 a 2 e seguiu para a semifinal. Agora embalada, a Azzurra reencontrou a Polônia na semifinal e se classificou com vitória por 2 a 0, mais dois gols de Rossi.
A final foi contra a Alemanha, no Santiago Bernabéu, em Madri. O primeiro tempo foi tenso, com a Itália perdendo um pênalti pelos pés de Antonio Cabrini. As coisas só aliviaram no segundo tempo, quando Paolo Rossi abriu o placar, se consagrando como o artilheiro da Copa. Na sequência, Marco Tardelli e Alessandro Altobelli aumentaram a vantagem.
Os alemães chegaram a descontar para 3 a 1, nada que afetasse a festa dos italianos. O tricampeonato mundial recolocou a Itália entre as potências do futebol, consagrou Rossi como ídolo de um país, e encerrou com chave de ouro a carreira do goleiro Dino Zoff, capitão da seleção aos 42 anos de idade.

A campanha da Itália:
7 jogos | 4 vitórias | 3 empates | 0 derrotas | 12 gols marcados | 6 gols sofridos


Foto Bob Thomas/Getty Images

Argentina Campeã da Copa do Mundo 1978

A Copa do Mundo 1978 nunca saiu do imaginário dos torcedores, principalmente dos argentinos. Após diversas tentativas frustradas, a Argentina enfim ganhava o direito de ser o país-sede do Mundial, que seria o último a ser realizado com 16 seleções. Em meio a uma imensa pressão política e popular, a seleção albiceleste era uma das candidatas ao título, e aquela era a chance de ouro para o país enfim vencer uma Copa.
Cabeça-de-chave, a Argentina fez toda a primeira fase no Estádio Monumental, em Buenos Aires. Venceu a Hungria por 2 a 1 e a França pelo mesmo placar. O ponto fora da curva foi a derrota para a Itália por 1 a 0, o que deixou os argentinos na segunda posição do grupo A com quatro pontos.
Desta maneira, a seleção teve cair na estrada e jogar a segunda fase em Rosario, no Gigante de Arroyito. A estreia foi boa, vitória sobre a Polônia por 2 a 0. O grande jogão foi na segunda rodada, empate com o Brasil por 0 a 0. E como os brasileiros haviam feito 3 a 0 no Peru anteriormente, a Argentina não dependia apenas dela para avançar à final. Em uma época em que a FIFA não se preocupava com casamentos de resultados, ela não fazia a última rodada em horários simultâneos.
O Brasil entrou em campo de tarde e venceu a Polônia por 3 a 1. Assim os argentinos já sabiam que, de noite, deveriam anotar pelo menos quatro no Peru para ficar na liderança do grupo. E conseguiram mais, golearam por 6 a 0. Até hoje, algumas pessoas estimam que jogadores peruanos (sobretudo o goleiro Quiroga) receberam mala preta do Regime Militar argentino. Com ou sem suspeita, a Argentina fez cinco pontos e oito gols de saldo (contra cinco gols do Brasil), indo para a final.
A decisão foi contra a Holanda, que já não era tão encantadora, no Monumental de Nuñez. O tempo normal foi duríssimo. O artilheiro Mario Kempes abriu o placar no primeiro tempo, mas os holandeses empataram a oito minutos do fim. A definição foi na prorrogação. No último lance do primeiro tempo, Kempes marcou o segundo gol do jogo e o seu sexto na Copa do Mundo.
E faltando cinco minutos para o fim definitivo, Daniel Bertoni fez 3 a 1 e deu o golpe de misericórdia. A Argentina, empurrada por mais de 71 mil compatriotas, se tornava campeã mundial pela primeira vez. A geração de Kempes, Ardilles, Luque, Fillol e o capitão Daniel Passarella finalmente estava consagrada.

A campanha da Argentina:
7 jogos | 5 vitórias | 1 empate | 1 derrota | 15 gols marcados | 4 gols sofridos


Foto Paul Popper/Popperfoto/Getty Images

Alemanha Campeã da Copa do Mundo 1974

A Copa do Mundo de 1974 representou um novo marco para o futebol. A começar pelo novo troféu, a Taça FIFA, em substituição a brasileira Taça Jules Rimet. Também houve a instituição de um novo regulamento abolindo o mata-mata, os oito classificados da primeira fase seriam repartidos em mais dois grupos.
E o mais importante, a presença de novas potências do esporte, como a Holanda e seu Carrossel, e a Polônia também com um jogo bonito. Mas o peso da camisa ainda faria a diferença, a Alemanha vinha batendo na trave nos dois Mundiais anteriores. Desta vez como país-sede, ninguém conseguiu tirar os alemães do caminho do bicampeonato, nem mesmo os holandeses.
A caminhada da Alemanha Ocidental começou contra o Chile, vitória por 1 a 0. Depois contra a Austrália, vitória por 3 a 0 que já classificou os alemães. A última rodada reuniu o emblemático confronto contra a Alemanha Oriental, mas os ocidentais não conseguiram vencer. A derrota por 1 a 0 deixou a Alemanha Ocidental na vice-liderança do grupo A com quatro pontos, contra cinco dos orientais.
Na segunda fase, a Alemanha ficou no grupo 2. Contra a Iugoslávia e a Suécia, vitórias por 2 a 0 e por 4 a 2. A rodada final definiria o classificado para a final. Contra a Polônia, uma vitória simples por 1 a 0 colocou a Alemanha - líder com seis pontos - na final.
O adversário alemão foi a Holanda, que mesmo voltando 36 anos depois a um Mundial, eliminou Uruguai, Brasil e Argentina com o chamado "Futebol Total", em que os jogadores não guardavam posição e confundiam a marcação adversária. A decisão foi disputada no Estádio Olímpico de Munique. A Alemanha não começou bem a partida, e logo no segundo minuto os holandeses abriram o placar de pênalti. Mas os alemães não caíram na estratégia adversária e conseguiram o empate logo aos 25 minutos, com Paul Breitner batendo outro pênalti.
E aos 43 minutos, Gerd Müller recebeu a bola pela ponta-direita, girou e bateu no canto do goleiro rival. A Alemanha virou para 2 a 1 e segurou a Holanda durante todo o o segundo tempo. E diante de mais de 75 mil torcedores, os alemães conquistavam o bicampeonato mundial. O capitão era a lenda Franz Beckenbauer, líder de uma equipe com craques como os próprios Gerd Müller e Breitner, além de Sepp Maier, Wolfgang Overath e Uli Hoeness.

A campanha da Alemanha:
7 jogos | 6 vitórias | 0 empates | 1 derrota | 13 gols marcados | 4 gols sofridos


Foto Imago Images/Werek

Brasil Campeão da Copa do Mundo 1970

Para muita gente, aquele Brasil de 1970 foi o maior time de futebol de todos os tempos. E de fato, reunia um esquadrão no 11 titular: Félix; Carlos Alberto Torres, Brito, Piazza e Everaldo; Clodoaldo, Gérson, Jairzinho e Rivellino; Tostão e Pelé. Estes atletas, comandados por Zagallo, foram os responsáveis por trazer o tri da Copa do Mundo e a posse definitiva da Taça Jules Rimet para terras brasileiras. O mundial foi o primeiro a ser realizado tanto fora da Europa quanto fora da América do Sul. Foi no México, na América do Norte.
A trajetória do Brasil no Mundial começou em Guadalajara, no Estádio Jalisco, contra a Tchecoslováquia, com uma goleada de virada por 4 a 1. Nesta estreia aconteceu o primeiro gol que Pelé não fez, chutando a bola do meio de campo. Na segunda rodada, uma das partidas mais lembradas na história das Copas, a vitória de 1 a 0 sobre a Inglaterra. A primeira fase se encerrou com vitória por 3 a 2 sobre a Romênia. Assim, os brasileiros se classificaram na liderança do grupo C, com seis pontos.
A campanha seguiu nas quartas de final, com outra convincente vitória por 4 a 2 sobre o Peru, comandado por Didi, que fora bicampeão como jogador pelo Brasil. A semifinal foi contra o Uruguai, em uma espécie de revanche por 1950. Os contornos do jogo foram parecidos, com os uruguaios marcando primeiro e os brasileiros virando para 3 a 1. Aqui, o outro gol que Pelé não fez, driblando o goleiro sem tocar na bola para depois só escorá-la para a meta, mas ela vai lentamente junto a trave, para fora.
Com um lindo futebol, o Brasil foi para a final contra a Itália. Depois de fazer todo o Mundial em Guadalajara, a seleção brasileira rumou para o Estádio Azteca, na Cidade do México. E foi de lá que o mundo viu talvez a maior apresentação coletiva de futebol na história. Pelé abriu o placar, e Boninsegna empatou ainda no primeiro tempo, mas foi só isso por parte dos italianos. Gérson desempatou no segundo tempo, e Jairzinho ampliou.
Faltando quatro minutos para o fim, um dos gols mais bonitos em Copas. Depois de uma roda de "bobinho" envolvendo quase todo o time brasileiro, Pelé jogou de lado para a bomba cruzada de Carlos Alberto Torres. Com o 4 a 1 no placar, o Brasil se sagrou tricampeão da Copa do Mundo e consolidou a maior seleção de sua história. A Taça Jules Rimet seria erguida por um capitão campeão pela última vez, e a honra coube a Carlos Alberto Torres.

A campanha do Brasil:
6 jogos | 6 vitórias | 0 empates | 0 derrotas | 19 gols marcados | 7 gols sofridos


Foto Imago Images/Werek

Inglaterra Campeã da Copa do Mundo 1966

A Copa do Mundo desembarcou no país de origem do futebol moderno apenas uma única vez. Foi em 1966, um Mundial na Inglaterra feito para ingleses. E a geração liderada por Bobby Charlton, Bobby Moore e Gordon Banks conseguiu, por ora, confirmar a máxima de que os inventores do esporte são de fato os melhores. Outras línguas dizem que a seleção dos Três Leões só venceu porque o Brasil estava desorganizado, porque Portugal era novato demais, porque a Itália viu a zebra acontecer ante a Coreia do Norte e porque aquela bola que não cruzou a linha do gol na final abalou a Alemanha.
A caminhada da Inglaterra rumo ao título começou com um empate sonolento e sem gols contra o Uruguai. Na sequência, duas vitórias por 2 a 0 sobre México e França deram a liderança do grupo A aos ingleses, com cinco pontos. Nas quartas de final, a Inglaterra enfrentou a Argentina e venceu por 1 a 0, em partida lembrada pela falha de comunicação entre um jogador argentino e o árbitro alemão, enquanto o jogador era expulso.
O jogo ficou paralisado por vários minutos pois o jogador não entendia a ordem do árbitro para sair do campo. Por isso, A FIFA inventaria quatro anos depois os cartões amarelo e vermelho. Sem culpa na história, a Inglaterra seguiu para a semifinal enfrentar Portugal, estreante e coqueluche do Mundial. A tradição teve mais força, e os ingleses venceram por 2 a 1.
A Inglaterra seguiu para a final contra a Alemanha Ocidental em Londres, no Wembley, onde quase toda a campanha da seleção foi jogada. A partida foi muito disputada nos 90 minutos. Os alemães marcaram primeiro, e Geoff Hurst empatou no primeiro tempo. Martin Peters virou o jogo, mas a Alemanha empatou aos 44 minutos do segundo tempo.
A maior polêmica da história veio na prorrogação. Hurst chutou forte, a bola bateu no travessão e quicou no gramado. O bandeirinha soviético Bakhramov viu o gol, mas a bola bateu em cima da linha, sem cruzar a meta. Outra vez sem culpa, a Inglaterra marcou o gol do título no último lance, novamente com Hurst. A vitória por 4 a 2 fechou com chave de ouro o sonho dos ingleses. Das mãos da Rainha, Bobby Moore recebeu a taça, a única que a Inglaterra tocou em toda a sua história.

A campanha da Inglaterra:
6 jogos | 5 vitórias | 1 empate | 0 derrotas | 11 gols marcados | 3 gols sofridos


Foto PA Images/Getty Images

Brasil Campeão da Copa do Mundo 1962

Uma Copa do Mundo que quase foi abalada pelo terremoto que assolou o Chile em 1960, com epicentro na cidade de Valdivia. Mas ela aconteceu, em 1962, com algumas sedes em relação às oito previstas: entre Santiago, Viña del Mar, Rancagua, Arica, Talca, Concepción, Talcahuano e Valdivia, só permaneceram as quatro primeiras.
E lá estava o Brasil com sua vaga automática de campeão, ainda melhor que o time de quatro antes, com Pelé mais experiente e cada vez mais afinado com Garrincha, Didi, Zagallo e Vavá. Era o grande favorito para levar o bicampeonato. E assim foi.
Apesar de tudo, o começo foi um pouco preocupante. A estreia foi com uma burocrática vitória de 2 a 0 sobre o México. Depois, a grande baixa brasileira na Copa. No empate sem gols com a Tchecoslováquia, Pelé se machucou ainda no primeiro tempo, e foi cortado do restante da competição. 
Amarildo entrou em seu lugar, e decidiu a classificação do Brasil com os dois gols na virada de 2 a 1 sobre a Espanha. Outro diferencial nesta partida foram os dois passos ao lado de Nilton Santos, que transformaram um pênalti em falta fora da área para os espanhóis, antes da virada. Com cinco pontos, o Brasil liderou o grupo C. 
Nas quartas de final, Garrincha assumiu o protagonismo e detonou a Inglaterra com dois gols na vitória por 3 a 1. Na semifinal, o time brasileiro enfrentou o Chile, dono da casa, que tentou, bateu e contou com a pressão da torcida que superlotou no Estádio Nacional de Santiago, mas que não foi páreo e acabou superado por 4 a 2 com outro show do Mané.
O Brasil se classificou para a final e reencontrou a Tchecoslováquia, no mesmo Nacional de Santiago. Os brasileiros tomaram um susto com os tchecos abrindo o placar aos 15 minutos do primeiro tempo. Mas Amarildo logo empatou aos 17. No segundo tempo,  Zito e Vavá trataram de dar a virada - aos 24 e aos 33 minutos - e a vitória por 3 a 1 para o Brasil, bicampeão do mundo.
Ao receber a taça, o zagueiro e capitão Mauro Ramos repetiu o gesto de Bellini quatro anos antes, e a ergueu sobre a sua cabeça, a oferecendo para seu torcedor.

A campanha do Brasil:
6 jogos | 5 vitórias | 1 empate | 0 derrotas | 14 gols marcados | 5 gols sofridos


Foto Arquivo/CBF

Brasil Campeão da Copa do Mundo 1958

Onde a hegemonia começou. Em 1958, o mundo enfim se curvaria ao talento do futebol brasileiro. E foi na Copa do Mundo na Suécia que o planeta viu o surgimento do maior jogador de futebol da história: Pelé, então com 17 anos, conquistou a todos e se tonaria o rei. Rodeado por Garrincha, Didi, Zagallo e Nilton Santos, entre outros, o garoto foi um dos destaques do primeiro título brasileiro.
A campanha do Brasil no Mundial começou com tranquilidade, uma vitória por 3 a 0 sobre a Áustria. Depois, empate em 0 a 0 com a Inglaterra, o primeiro resultado sem gols na história das Copas. Esta partida motivou o técnico Vicente Feola a fazer algumas mudanças no time titular. Mazola e Joel deram lugar a Pelé e Garrincha. Contra a União Soviética, a dupla estreou e ajudou na vitória por 2 a 0, gols de Vavá.
O Brasil acabou a primeira fase na liderança do grupo D, com cinco pontos. Nas quartas de final, o adversário foi o País de Gales. Em partida difícil, Pelé marcou pela primeira vez em Mundiais, e com o 1 a 0 a seleção avançou para a semifinal. E contra a França, o Brasil voltou a dar show. Goleada por 5 a 2 sobre os franceses, três gols de Pelé, mais um de Didi e outro de Vavá.
A final foi contra a dona da casa, a Suécia, no Estádio Rasunda de Estocolmo. Só que antes de outro show, o Brasil levou um susto com o gol sueco logo aos quatro minutos de jogo. Mas o time não se abalou e empatou já aos nove minutos, com Vavá, que seria também o responsável pela virada ainda no primeiro tempo.
Na etapa final, apareceu Pelé, que chapelou o zagueiro da Suécia e marcou o terceiro gol. Zagallo ampliou com o quarto gol, e os suecos descontaram faltando dez minutos. Pelé deixaria sua marca novamente no último minuto. Com outro 5 a 2, o Brasil enfim chegava ao seu primeiro título de Copa do Mundo, enterrando qualquer medo e complexo que a derrota de oito anos antes tinha deixado na Seleção Brasileira.
Na entrega da taça, o capitão Bellini criou um gesto que se tornaria o símbolo de todas conquistas de futebol dali para a frente. A pedido de fotógrafos, o zagueiro ergueu o troféu por cima de sua cabeça, exibindo-o para todo o estádio, todo o mundo. Atualmente, todo capitão ergue a taça quando seu time a conquista.

A campanha do Brasil:
6 jogos | 5 vitórias | 1 empate | 0 derrotas | 16 gols marcados | 4 gols sofridos


Foto Popperfoto/Getty Images

Alemanha Campeã da Copa do Mundo 1954

O mundo ainda estava se reconstruindo no ano de 1954. Mas isto não impediu que a Europa fosse palco de mais uma Copa do Mundo. O país-sede foi a Suíça, um dos poucos que conseguiu se manter neutro durante a II Guerra Mundial, e o local onde a FIFA transferiu sua sede, indo de Paris para Zurique.
Este Mundial marcou o retorno de várias seleções para suas atividades normais. Entre elas a Alemanha, agora Ocidental. Perdoado do banimento quatro anos antes, o time alemão não era considerado um dos mais fortes da competição, diferentemente da Hungria, tida na melhor geração de sua história.
Ambas foram sorteadas no mesmo grupo. Eram 16 países em quatro chaves, mas com a peculiaridade de jogaram somente duas rodadas, pois cada divisão tinha dois cabeças-de-chave e eram impedidos de se enfrentar, inviabilizando também o outro confronto. A Alemanha estreou contra a Turquia, a qual venceu por 4 a 1. A rodada final foi contra a Hungria, mas os alemães não resistiram ao poderio de Puskás e Kocsis, levando 8 a 3 nas costas.
O time acabou empatado com os turcos na vice-liderança do grupo B. Para a sorte da Alemanha não havia saldo de gols, então foi feito um jogo-desempate, vencido por 7 a 2. Nas quartas de final foi a vez de encarar a Iugoslávia, e uma vitória por 2 a 0 colocou a seleção alemã na semifinal. O adversário nesta fase foi a Áustria. E com uma bela atuação dos irmãos Ottmar e Fritz Walter, a Alemanha avançou para a final com sonoros 6 a 1.
O adversário? A Hungria, uma partida que a maioria da opiniões já davam como favas contadas. O estádio Wankdorf, em Berna, foi o palco de um dos jogos mais memoráveis da história. No primeiro tempo a Hungria parecia que faria dar a "lógica", e fez dois gols em oito minutos. Mas Morlock descontou aos dez e Rahn empatou aos 18.
E a partida se mostrava ruim para os húngaros, o gramado molhado por um temporal naquele dia prejudicava o seu toque de bola. Suas chuteiras pesavam de meio quilo para mais por causa da água, e tinham travas baixas. Já os alemães usavam calçados bem mais leves, secos por dentro e com travas mais altas, criados por uma certa marca com três listras.
Assim, sem escorregar, a Alemanha conseguiu neutralizar o jogo adversário, escorregando além do normal, e a virada veio a seis minutos do fim, pelos pés de Helmut Rahn. Por 3 a 2, estava sacramentado O Milagre de Berna, o primeiro título e o início da tradição alemã no futebol. O atacante Fritz Walter não fez gol, mas passou para a história como o primeiro capitão vencedor pela Nationalelf.

A campanha da Alemanha:
6 jogos | 5 vitórias | 0 empates | 1 derrota | 25 gols marcados | 14 gols sofridos


Foto Picture-Alliance/DPA

Uruguai Campeão da Copa do Mundo 1950

Depois de 12 anos de paralisação e atravessar toda a década de 1940 sem competição, a Copa do Mundo voltou a ser realizada em 1950. O Brasil era um dos candidatos a sede em 1942, e foi o único que manteve a proposta quando do retorno. A FIFA tentou antecipar a realização em um ano, mas voltou atrás e seguiu com o cronograma conhecido.
O mundo estava em reconstrução e muitos países sequer entraram nas Eliminatórias. Além disso, Alemanha e Japão estavam banidas pela participação na II Guerra Mundial. Inicialmente, 16 países estavam classificados para o Mundial. Mas Turquia, Escócia e Índia desistiram de participar. Seus substitutos, Portugal, França e Irlanda, também declinaram.
A competição ficou com 13 seleções e grupos mancos, dois com quatro países, um com três e outro com só dois. Neste último grupo, o Uruguai, um time esforçado que já lembrava com nostalgia do passado vencedor, com jogadores como Alcides Ghiggia e Obdulio Varela. A Celeste enfrentou apenas a Bolívia na primeira fase, e goleou por 8 a 0 em Recife. As partidas contra a Irlanda e França não aconteceram. Então, com esses dois pontinhos, o time uruguaio liderou o grupo D e avançou para o quadrangular final.
A Copa começou de fato para o Uruguai no quadrangular final. Enfrentou a Espanha em São Paulo, e buscou empate por 2 a 2. Na segunda rodada, virou de maneira sofrida contra a Suécia, 3 a 2 no Pacaembu. Enquanto isso, o Brasil fez 7 a 1 nos suecos e 6 a 1 nos espanhóis, e era o pleno favorito para vencer mais uma.
O Estádio Municipal - futuro Maracanã -, do Rio de Janeiro recebeu a partida final. Somente Uruguai e Brasil tinham chances de título, e os brasileiros jogavam pelo empate. A Celeste teve que enfrentar quase 200 mil torcedores, e foi aguentando a pressão. Não se abalou quando sofreu um gol no primeiro minuto do segundo tempo. O Uruguai se aproveitava dos contra-ataques e chegou ao empate com Juan Schiaffino, por volta dos 21 minutos.
O Brasil esbarrava na forte defesa uruguaia e se abria em busca de ter mais tranquilidade na partida. E em outro contra-ataque, aos 34 minutos, Ghiggia avançou pela ponta-direita e chutou firme no canto esquerdo do goleiro Barbosa. Com a virada heroica os uruguaios se seguraram ainda mais, e os brasileiros se desesperavam. O jogo terminou com 2 a 1, e sob o silêncio da arquibancada a Celeste conquistou o bicampeonato da Copa do Mundo, com a taça recebida pelas mãos do capitão Obdulio.

A campanha do Uruguai:
4 jogos | 3 vitórias | 1 empate | 0 derrotas | 15 gols marcados | 5 gols sofridos


Foto Keystone/Getty Images

Itália Campeã da Copa do Mundo 1938

Todos queriam estar na França em 1938. O país era o centro das atenções na primeira metade do século 20, e naquele ano recebeu a Copa do Mundo. Muito porque a FIFA optou por homenagear seu presidente, Jules Rimet, quebrando com o prometido sistema de rodízio entre continentes e realizando dois torneios seguidos na Europa.
Isto motivou a Argentina - candidata derrotada na eleição do país-sede - a liderar um boicote americano ao Mundial, que foi aderido por boa parte das seleções das América do Sul, do Norte e Central. Somente Brasil e Cuba marcaram presença representando o lado de cá do Atlântico. Mas o grande favorito era mesmo europeu. A Itália estava ainda mais forte do que o time vencedor quatro anos antes, e isto se confirmou nos gramados franceses.
Mais uma vez o regulamento era sem fase de grupos, indo de primeira para o mata-mata. A Azzurra estreou contra a Noruega, que fez jogo duro e levou para a prorrogação. Mas os italianos se classificaram com um gol marcado por Silvio Piola, vencendo por 2 a 1.
Nas quartas de final, a Itália enfrentou a França e não se intimidou com a pressão dos donos da casa. Venceu por 3 a 1, com outra atuação brilhante de Piola, autor de dois gols. A semifinal foi contra o Brasil, que segurou até onde foi possível, mas sofreu o revés no segundo tempo. Por 2 a 1, a Azzurra eliminou os brasileiros. Porém, muito na época se reclamou que o segundo gol italiano teria sido marcado em um pênalti inexistente.
A final foi entre Itália e Hungria, no Estádio Olympique de Colombes, em Paris. Partindo para o ataque desde o começo, os italianos conseguiram três gols no primeiro tempo, com Gino Colaussi aos seis e aos 35 minutos, e com Silvio Piola aos 16. Os húngaros marcaram aos oito minutos. No segundo tempo, Piola anotou o quarto tento italiano, enquanto a Hungria conseguiu o segundo.
Por 4 a 2, a Itália chegou ao bicampeonato mundial. E comandando a equipe italiana dentro de campo, o atacante Giuseppe Meazza foi o capitão da vez, recebendo a taça direto da tribuna de honra do estádio, um ato inédito em Copas do Mundo.

A campanha da Itália:
4 jogos | 4 vitórias | 0 empates | 0 derrotas | 11 gols marcados | 5 gols sofridos


Foto Staff/Getty Images

Itália Campeã da Copa do Mundo 1934

A segunda Copa do Mundo foi a primeira em solo europeu, em 1934. A honra de ser o país-sede coube à Itália, em uma forma prática que Benito Mussolini encontrou para fazer propaganda de seu regime totalitário. E a política já implicava fortemente no futebol. O Uruguai respondeu ao boicote da Europa quatro anos antes e não participou das Eliminatórias, se tornando a única campeã que não defendeu seu título.
Apenas Brasil, Argentina e Estados Unidos atravessaram o oceano (o México também havia ido, mas somente jogou - e perdeu - a repescagem da Concacaf). O Egito só precisou cruzar o Mar Mediterrâneo. A dona da casa pintava assim como a principal favorita, comandada pelo atacante Giuseppe Meazza, que viraria nome de estádio no futuro.
O Mundial foi todo disputado no formato mata-mata, desde oitavas de final. A estreia da Itália foi contra os amadores dos Estados Unidos, e a classificação veio com uma sapecada por 7 a 1. O caldo ficou mais grosso para a Azzurra nas quartas de final, contra a Espanha. O confronto, após duas prorrogações, terminou 1 a 1. Não existia disputa por pênaltis, portanto foi necessário fazer uma partida extra, no dia seguinte.
No desempate, Meazza marcou o gol da vitória por 1 a 0. A semifinal foi contra a Áustria, que era tida como a segunda seleção mais forte daquela Copa. O jogo foi considerado uma final antecipada, e os italianos garantiram a vaga na decisão com outra vitória por 1 a 0, gol marcado por Enrico Guaita.
A final foi na cidade de Roma, no Stadio Nazionale "del PNF". O adversário da Itália foi a Tchecoslováquia, que tentou engrossar a partida a todo o custo, apesar da nítida diferença na qualidade técnica. E os tchecos conseguiram sair na frente, já aos 26 minutos do segundo tempo. O que a lógica apontava para ser algo fácil, se tornou complicado para a Azzurra. Raimundo Orsi empatou a decisão faltando nove minutos para o fim, o que forçou uma prorrogação.
E foi no tempo extra, logo no quinto minuto, que Angelo Schiavio marcou o gol da virada e do título da Itália. O placar de 2 a 1 permaneceu até o apito final, e depois os italianos partiram para festa, consumada na entrega da taça para o capitão e goleiro Gianpiero Combi, o primeiro atleta em Copas a receber o troféu nesta condição.

A campanha da Itália:
5 jogos | 4 vitórias | 1 empate | 0 derrotas | 12 gols marcados | 3 gols sofridos


Foto PA Images/Getty Images

Uruguai Campeão da Copa do Mundo 1930

Até 1928, a competição de futebol dos Jogos Olímpicos era o principal título que uma seleção nacional poderia ter. Mas segundo as regras da época, apenas jogadores amadores podiam disputá-la. E em uma época que o profissionalismo estava crescente no futebol, era preciso um torneio novo que se ajustasse nas evoluções da modalidade, sem se prender nas amarras de uma tradição olímpica. Foi sob este argumento que - naquele mesmo ano - nasceu a Copa do Mundo, um campeonato idealizado pelo francês Jules Rimet, presidente da FIFA na época.
A primeira edição do Mundial foi marcada para ter início em 1930, e a partir disto ela seria disputada de quatro em quatro anos, alternado entre as edições das Olimpíadas. Vários países se candidatam para ser o anfitrião: Itália, Suécia, Holanda, Espanha, Hungria e Uruguai.
A FIFA optou pela última opção, seduzida pelo fato de a seleção uruguaia ser a melhor do mundo na época, bicampeã olímpica. Isto desagradou aos europeus, que sempre se consideraram o berço do futebol. Alegando dificuldades no deslocamento para a América do Sul, nenhum deles aceitou o convite para participar.
Foi então que entraram em jogo os dirigentes da FIFA. Jules Rimet convenceu a França, enquanto o vice-presidente Rodolphe Seeldrayers convenceu a Bélgica a atravessarem o Oceano Atlântico. O Rei Carol II, apaixonado por futebol, bancou todas as despesas da Romênia, inclusive garantiu a manutenção dos empregos e salários dos jogadores, ainda amadores.
Por fim, a Iugoslávia aceitou o convite por intervenção do Rei Alexandre I, que passou por cima do boicote dos croatas e montou uma seleção apenas com sérvios. Assim, a primeira Copa do Mundo foi formada com 13 seleções: sete da América do Sul, quatro da Europa e duas da América do Norte.

-------------------------------

O Uruguai tinha a seleção mais forte na década de 1920, vinha de dois títulos olímpicos e praticava o futebol mais bonito. Já pintava como o principal favorito a vencer a primeira Copa do Mundo, em 1930, e na própria casa. Seu principal oponente estava do outro lado do Rio da Prata, a Argentina, vice-campeã olímpica.
Quem vinha da Europa não assustava, já que as principais forças fizeram um boicote velado a competição. O time uruguaio era liderado por seu ataque, com Pedro Cea, Hector "Manco" Castro, Hector Scarone, Santos Iriarte e Pedro Petrone. Este último se machucou na estreia, mas foi muito bem substituído por Pelegrino Anselmo e Pablo Dorado. Além deles, o capitão José Nasazzi liderava na defesa.
A estreia uruguaia foi só na segunda rodada, pois seu grupo tinha três seleções e a folga foi já na primeira. O confronto de abertura foi contra o Peru, vencido por simples 1 a 0. A segunda partida foi a da definição da classificação, contra a Romênia. O Uruguai goleou por 4 a 0 e avançou na liderança do grupo C, com quatro pontos. Na semifinal, confronto contra a Iugoslávia e goleada de virada por 6 a 1 em atuação tranquila, apesar da reclamação iugoslava com a arbitragem. A final seria contra a grande rival, a Argentina.
A decisão do Mundial foi disputada no novíssimo Estádio Centenário de Montevidéu, que recebeu mais de 68 mil torcedores. A primeira Copa do Mundo não tinha um material oficial de jogo, cada seleção era responsável pelo seu. Por isso, houve um impasse quanto a bola que seria utilizada. Os uruguaios queriam a sua, e os argentinos a deles. Para resolver isto, cada tempo foi jogado com um bola diferente. Na primeira etapa foi usada a bola argentina.
O Uruguai abriu o placar com Dorado, mas a Argentina virou Carlos Peucelle e Guillermo Stábile. A etapa final foi jogada com a bola uruguaia. E a Celeste Olímpica tornou a virar a partida com naturalidade, gols de Cea, Iriarte e Castro. Com a vitória por 4 a 2, o Uruguai celebrou seu primeiro título mundial com muita festa no país todo. E diferentemente do que seria tradição futura, a taça foi entregue somente no vestiário, para o presidente da Associação Uruguaia de Futebol. Mas isto pouco importa diante do fato de o Uruguai ser o primeiro campeão mundial de futebol da história.

A campanha do Uruguai:
4 jogos | 4 vitórias | 0 empates | 0 derrotas | 15 gols marcados | 3 gols sofridos


Foto Popperfoto/Getty Images