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Independiente Campeão Mundial 1984

Poucos clubes de futebol no mundo dominam a arte de vencer copas, sejam elas nacionais ou internacionais. E quando falamos em times copeiros, a Argentina logo vem à cabeça de todos os pensadores sobre o assunto. Em 1984, o Independiente era o maior expoente desta categoria, hexacampeão da América do Sul, com quatro taças em sequência (1972-1975). Mas quando se tratava do Mundial não conseguia traduzir sua força, levando somente o título de 1973.

A campanha do sétimo título da Libertadores do time de Avellaneda foi com grandes vitórias sobre adversários fortes. Antes da final, o clube passou por Olimpia, Estudiantes, Nacional-URU e Universidad Católica. Na decisão, foi a vez de derrubar o então campeão Grêmio, vencendo fora de casa por 1 a 0 e empatando em casa por 0 a 0.

Ao mesmo tempo, o Liverpool seguia construindo sua identidade na Europa ao vencer pela quarta vez a Copa dos Campeões. O time inglês eliminou Athletic Bilbao, Benfica e Dínamo Bucareste antes de ser tetracampeão contra a Roma: empate por 1 a 1 e vitória nos pênaltis por 4 a 2.

O time de Kenny Dalglish e Ian Rush iria para a segunda presença na Copa Intercontinental, enquanto a equipe de Ricardo Bochini e Jorge Burruchaga partia rumo à sexta. A diferença entre títulos e participações se dá pela caótica década de 70, onde o Liverpool desistiu em 1977 e 1978 e o Independiente ficou sem poder jogar em 1975.

O Nacional de Tóquio recebeu portenhos e britânicos em 9 de dezembro. Depois de duas edições jogadas com tempo fechado, a de 1984 foi sob o sol, que esquentou um pouco o sempre rigoroso inverno japonês. A partida foi um pouco mais truncada que o normal, mas nada que descambasse para a violência. O Liverpool começou tendo mais controle, porém sem criar chances, e o Independiente preferiu postar-se para esperar os contra-ataques, conhecendo os seus limites.

A tática do Rojo funcionou, até um tanto cedo. Aos seis minutos de jogo, Burruchaga dividiu a bola no meio-campo e ela caiu nos pés de Claudio Marangoni, que lançou-a para José Percudani. O atacante saiu de trás da zaga inglesa, ficou cara a cara com Grobbelaar e tocou por cima do goleiro.

Depois do gol, o técnico José Pastoriza ordenou aos argentinos para segurar o jogo, entregando de vez a bola ao Liverpool. Os 84 minutos seguintes foram longos, mas o time inglês não teve força para superar a defesa hermana. Assim, o 1 a 0 sustentou-se até o fim, e o Independiente conseguiu seu segundo Mundial. Foi o último grande ato de um verdadeiro rei de copas, que recolheu-se para a história nas décadas seguintes.


Foto Arquivo/Independiente

Grêmio Campeão Mundial 1983

No dia 12 de abril de 1961, o astronauta soviético Yuri Gagarin foi o primeiro ser humano a viajar para o espaço, até a órbita da Terra. Na volta, ele declarou uma das mais famosas frases do século 20: "A Terra é azul". Nesta mesma época, a Copa Intercontinental recém havia passado pela sua primeira edição, e era preparada para a segunda. Nem se imaginava que, 22 anos depois, o desfecho da competição cruzaria com a aventura de Gagarin.

A popularidade do Mundial Interclubes só aumentava em 1983. Todos os europeus e sul-americanos queriam estar no Japão. Pela Copa dos Campeões da UEFA, o Hamburgo quebrava a sequência inglesa ao ser campeão pela primeira (e única) vez. Na campanha, o time alemão eliminou Dínamo de Kiev, Real Sociedad, e na final venceu o Juventus por 1 a 0. No comando técnico da equipe estava o austríaco Ernst Happel, que em 1970 conduziu o Feyenoord ao título mundial.

Um campeão inédito também comemorou na Libertadores. Em sua segunda presença, o Grêmio passou por Flamengo, América de Cali e Estudiantes antes de vencer o Peñarol na decisão. O Tricolor empatou a ida por 1 a 1 e venceu a volta por 2 a 1, tornando-se o quarto brasileiro a confirmar vaga no Mundial.

No dia 11 de dezembro, o Nacional de Tóquio recebeu Grêmio e Hamburgo sob um tempo nublado, mas o fato não atrapalhou a qualidade do jogo. O time gaúcho tomou a iniciativa no primeiro tempo, e criou as melhores chances até fazer o primeiro gol.

Aos 37 minutos do primeiro tempo, Paulo Cezar Caju lançou para Renato no campo de ataque. O ponta arrancou pelo lado direito, entortou o zagueiro Hieronymus dentro da área e chutou cruzado entre a trave esquerda e o goleiro Stein. No segundo tempo, o Grêmio manteve-se firme, mas os alemães conseguiram o empate quase no fim. Aos 40 minutos, Magath cobrou falta na cabeça de Jakobs, que escorou a bola para Schröder na pequena área. O volante só teve o trabalho de empurrar para a rede.

A disputa foi à prorrogação. No terceiro minuto, Caio cruzou pelo lado esquerdo para Tarciso, que não alcançou a bola. Ela sobrou para Renato, que limpou a marcação e bateu rasteiro no canto esquerdo do gol. A partir daí o time alemão cansou, e o Grêmio segurou o 2 a 1 que lhe deu o maior título da sua história.

Porto Alegre e o Rio Grande do Sul pararam para ver os campeões desfilarem na volta para casa. Renato Portaluppi ficou consagrado como o maior ídolo do Grêmio, e o clube confirmou a célebre afirmação de Gagarin: sim, a Terra é mesmo azul.


Foto Jurandir Silveira/Agência RBS

Peñarol Campeão Mundial 1982

A conquista do Flamengo em 1981 estabeleceu um recorde até então inédito na história dos Mundiais. Foi o quarto título consecutivo conquistado por uma equipe sul-americana, superando os triênios 61/62/63 e 66/67/68, ambos obtidos pelo lado sudaca, que dava um banho de desempenho na Europa: 12 a 8. E mesmo com o retorno do interesse europeu em competir, a Copa Intercontinental ficaria sob uma supremacia da América do Sul ainda por mais algumas temporadas.

A Copa dos Campeões da UEFA viveu sob um domínio inglês durante as primeiras edições do Mundial no Japão. Em 1982, o país conseguiu o sexto título seguido na competição, o primeiro com o Aston Villa, que na final derrubou o Bayern de Munique por 1 a 0. Antes de enfrentar os alemães, os Villans eliminaram o Dínamo de Kiev e o Anderlecht.

Na Libertadores, o Uruguai voltou a dar uma grande demonstração de força e tradição. Depois de passar por São Paulo, Grêmio, Flamengo e River Plate, o Peñarol conseguiu o tetracampeonato em emocionante decisão contra o Cobreloa: empatou sem gols em casa e venceu por 1 a 0 fora, marcando aos 44 minutos do segundo tempo. A quarta presença carbonera no Mundial acirrou ainda mais a rivalidade com o Nacional. Agora seria a vez do Peñarol vivenciar a situação que o outro lado uruguaio teve dois anos antes.

Peñarol e Aston Villa se encontraram em 12 de dezembro no Nacional de Tóquio. O tempo estava fechado, mas isto não atrapalhou os planos dos uruguaios, que desde os primeiros minutos dedicaram-se a encurralar os ingleses, que chegaram a assustar com uma bola no travessão quando o placar ainda estava zerado.

Aos 27 minutos do primeiro tempo, o brasileiro Jair Gonçalves abriu o marcador ao time sul-americano. Ele cobrou uma falta da intermediária, a bola tocou no travessão e caiu atrás da linha do gol. O domínio do Peñarol só aumentava conforme o relógio corria. O segundo gol foi amadurecendo até a etapa final. Aos 23 minutos, Venancio Ramos ganhou dividida no meio-campo e lançou a bola para Walkir Silva, que avançou sobre a zaga e chutou na saída do goleiro Rimmer, que espalmou fraco. O próprio Silva aproveitou o rebote para ampliar o escore.

A superioridade do Peñarol foi mantida até o apito final, e o placar de 2 a 0 confirmou o tri mundial do clube, que acabou com 16 anos de fila. A conquista também isolou o Carbonero na liderança de títulos, superando os bis do Santos, da Internazionale e, sobretudo, do Nacional. A rivalidade uruguaia passava por um momento mágico em sua história.


Foto Arquivo/Peñarol

Flamengo Campeão Mundial 1981

Sucesso. Esta foi a palavra usada para definir a primeira edição da Copa Intercontinental no Japão. O público local abraçou o torneio, adotando Nacional e Nottingham Forest durante a estadia dos clubes no país. O apoio da Toyota definitivamente resolveu o problema que ameaçava a existência da competição. Mesmo os europeus, que antes viam prejuízo em jogá-la, passaram a lucrar mesmo com uma eventual derrota.

Para o ano de 1981, o planejamento foi repetido em tudo. A diferença é que, enfim, o Mundial voltaria a acontecer dentro do ano certo. Na Copa dos Campeões da UEFA, o Liverpool conseguiu o tricampeonato depois de eliminar equipes como CSKA Sofia e Bayern de Munique, além do Real Madrid na decisão. Os ingleses aplicaram 1 a 0 nos espanhóis e repetiram os feitos de 1977 e 1978. Nestes dois anos, um Mundial foi disputado pelo vice europeu e o outro sequer aconteceu. Mas os tempos eram outros, e o Liverpool viu no torneio a chance ideal para expandir sua marca, e também de mostrar a superioridade do futebol britânico.

Na Libertadores, uma nova força do futebol brasileiro surgiu. Logo na estreia, o Flamengo bateu adversários como Atlético-MG, Olimpia e Deportivo Cali. Na final, contra o Cobreloa, foi campeão em três partidas: venceu por 2 a 1 na ida, perdeu por 1 a 0 na volta, e venceu por 2 a 0 no desempate. A equipe de Zico, Júnior e Nunes foi a terceira a vencer a competição sul-americana e a primeira a comparecer no novo formato do Mundial.

Duas escolas diferentes de futebol se enfrentaram no Nacional de Tóquio, em 13 de dezembro. O Liverpool não seguiu o exemplo do compatriota da edição anterior e mandou o time completo ao jogo. O Flamengo, confiava na qualidade de seus craques. Porém, um possível equilíbrio no confronto não foi possível de se ver.

O rubro-negro tomou conta do jogo desde os primeiros minutos. Aos 12 minutos do primeiro tempo, Zico lançou para Nunes, livre da marcação defensiva. O atacante tocou na saída do goleiro Grobeelaar e abriu o placar. O gol desmontou o time inglês, e o Fla assumiu de vez o comando. Aos 34 minutos, Tita sofreu falta próximo à área. Zico bateu, Grobeelaar rebateu, e Adílio aproveitou o rebote para fazer o segundo. O baile carioca seguiu aos 41 minutos, quando Nunes recebeu outro passe de Zico e chutou cruzado no canto direito do goleiro.

Com 3 a 0 já na primeira etapa, o Flamengo dedicou-se a administrar o resultado no tempo seguinte, colocando o Liverpool na roda. Uma atuação inesquecível para os flamenguistas, que madrugaram para comemorar o título mundial, o maior da história do clube. Na volta ao Rio de Janeiro, o Fla ainda achou tempo para vencer o Vasco na final estadual, antecipando o Carnaval da sua torcida.


Foto Arquivo/Agência Jornal do Brasil/Placar

Nacional Campeão Mundial 1980

A década de 80 foi marcada por muitas transformações no mundo. No futebol não foi diferente, visto que as fronteiras esportivas entre os países foi diminuindo ano após ano. A Copa Intercontinental também passou por uma profunda reformulação, em 1980.

Depois das disputas capengas dos anos 70, UEFA e Conmebol precisavam chegar em um consenso para que o Mundial não morresse. A ideia escolhida foi a de realizar o torneio em partida única em campo neutro. Em um primeiro momento, Nova York foi o local escolhido. Mas era preciso que houvesse apoio financeiro, e nenhuma empresa dos Estados Unidos embarcou no projeto.

Até que entrou na história a Toyota, montadora de carros do Japão. Ela propôs que o Mundial fosse levado à Tóquio, e a organização seria feita a seis mãos. Em troca, a empresa bancaria todas as despesas dos clubes, além das premiações e a entrega de um carro para o craque da partida. O nome oficial da competição também seria alterado, para Copa Toyota (ou Copa Europeia/Sul-Americana). Os únicos trabalhos dos clubes seriam o de viajar e o de jogar.

Mas o principal inconveniente não estava resolvido. Como obrigar o campeão europeu a jogar sempre? A UEFA chegou a uma conclusão radical: passou a obrigar os clubes a assinarem um contrato, antes de entrarem na Copa dos Campeões, obrigando-os a disputar a competição se chegassem ao título. Caso não disputassem o Mundial, a quebra de contrato levaria à suspensão de competições europeias.

A mudança não foi bem digerida no Velho Continente. O Nottingham Forest conquistou o bicampeonato europeu, ao fazer 1 a 0 no Hamburgo, e foi ao Japão sob protesto: o técnico Brian Clough levou só 14 atletas para o torneio, alegando que o clube só faria aquele "amistoso" para cumprir o contrato. Na Libertadores, o Nacional do Uruguai também foi bi, depois de derrotar o Internacional na decisão, com 0 a 0 na ida e 1 a 0 na volta. Os uruguaios, ao contrário dos ingleses, foram empolgados para a Terra do Sol Nascente.

As negociações entre Conmebol, UEFA e Toyota foram longas, e o Mundial de 1980 foi jogado apenas no dia 11 de fevereiro de 1981. Foi a primeira de 22 finais no Estádio Nacional de Tóquio, que nesta primeira vez recebeu 62 mil torcedores. Ao meio-dia, a bola rolou no gramado queimado pelo frio. Como era de se esperar, o Nottingham se esforçou pouco, enquanto o Nacional deu o seu máximo. Logo aos dez minutos de jogo, Victorino recebeu cruzamento de Moreira e tocou rasteiro entre a zaga: 1 a 0 Bolso. O resultado persistiu até o fim, e a comemoração pelo segundo título varou a madrugada no Uruguai.


Foto Arquivo/Nacional

Olimpia Campeão Mundial 1979

Inúmeros problemas assolaram a realização do Mundial na década de 70. Como por exemplo, a disputa de 1977 acontecendo somente no ano seguinte e empurrando a edição de 1978 para o início de 1979. Só que o representante europeu de 78 seria o mesmo de 77, o Liverpool, bicampeão da Copa dos Campeões e totalmente desinteressado na Copa Intercontinental. E desta vez nem o vice Brugge aceitou o convite. Bicampeão da Libertadores em cima do Deportivo Cali, o Boca Juniors ficou sem a chance de repetir a dose também no Mundial.

Assim, as atenções passaram a ficar na edição de 1979 mesmo. A torcida de UEFA e Conmebol era de que tudo voltasse ao normal, e a Copa Europeia ficou nas mãos de outro time inglês: o Nottingham Forest, que na final venceu por 1 a 0 o Malmö, da Suécia. Mas o clube seguiu a onda dos vencedores anteriores e pulou fora do Mundial. Na Libertadores, o Olimpia desbancava o Boca Juniors na decisão, fazendo 2 a 0 na ida e empatando sem gols na volta. O time paraguaio aguardou por quatro meses pelo Mundial, até que o Malmö aceitasse o convite.

A Copa Intercontinental teve início em 18 de novembro, no Estádio Municipal de Malmö. O público que compareceu à ida é o pior da história dos Mundiais: exatos 4.811 torcedores. Sem pressão e com uma equipe superior à sueca, o Olimpia conseguiu a vitória sem muito problema. Aos 41 minutos do primeiro tempo, Evaristo Isasi fez 1 a 0 e garantiu a vantagem paraguaia.

A volta mundialista não aconteceu em 1979, por outra falta de espaço no calendário europeu. Só em 2 de março de 1980 é que a disputa foi retomada. O Defensores del Chaco, em Assunção, recebeu 47 mil pessoas, em um clima totalmente oposto ao da Suécia. O apoio foi fundamental ao Olimpia, que abriu o placar aos 39 da etapa inicial com Solalinde. No primeiro minuto do segundo tempo, Erlandsson assustou a todos ao empatar o jogo. O Decano manteve a calma, e aos 26 minutos o reserva Michelagnoli fez 2 a 1 e garantiu o título mundial ao clube paraguaio. Um feito jamais igualado.

O Mundial de 1979 foi mais um realizado a duras penas, sob muita insistência. Porém, a história estaria prestes a mudar na virada de década. Os times deixariam de atravessar o Oceano Atlântico e passariam a viajar pelo Pacífico. O motivo? Na busca pela salvação da Copa Intercontinental, UEFA e Conmebol firmaram uma parceria com a Toyota, que levou a disputa para o Japão a partir de 1980. O torneio em ida e volta, com o risco de desistências por medo de violência e por falta de atrativo financeiro, estava extinto.


Foto Arquivo/Olimpia

Boca Juniors Campeão Mundial 1977

Quantas coisas podem ser feitas em um período de 11 meses? E em cinco? Torcedores europeus e sul-americanos fizeram estas perguntas entre 1977 e 1978, durante a crise existencial da Copa Intercontinental. Se em 1974 e 1975 ela quase foi para o espaço, os anos seguintes não contribuíram em nada para a melhora da situação.

A Copa Europeia de 1977 terminou em maio com o primeiro título do Liverpool, que na final bateu o alemão Borussia Mönchengladbach. Nem houve tempo para apreensão na UEFA: os ingleses comunicaram desde o começo que não iriam jogar o Mundial. Assim como as desculpas de Ajax e Bayern, o clube foi alegou que sua agenda local conflitava com a do Mundial. Enquanto isto, em setembro, a Libertadores era decidida entre Boca Juniors e Cruzeiro. Após 1 a 0 para cada lado, o desempate acabou sem gols. Nos pênaltis, o time argentino fez 5 a 4 e chegou à sua primeira conquista continental.

A celeuma já estava grande com outra desistência, mas o Boca tentou negociar de todos os modos com o Liverpool, chegando inclusive a virar o ano com o plano. Tudo foi em vão. E com o tempo, surgiu o boato de que os ingleses desistiram em protesto à ditadura militar que comandava a Argentina. O jeito foi trazer mais uma vez o vice europeu, mas o Borussia não pareceu muito afim de topar. Mas os xeneizes ganharam pela insistência, sob a condição de que os alemães jogariam apenas quando o calendário estivesse disponível.

O Mundial começou a ser jogado em 21 de março de 1978, em La Bombonera. O desinteresse do Borussia era só fora de campo. Dentro, o Boca passou maus bocados diante dos 60 mil de público. Saiu na frente com Mastrángelo aos 16 minutos do primeiro tempo, mas levou a virada aos 24 e aos 29, de Hannes e Bonhof. Os argentinos melhoraram no segundo tempo e empataram em 2 a 2 aos seis minutos, com Ribolzi. Mas foi só o que aconteceu, e nada ficou encaminhado para a volta.

Cinco longos meses passaram-se, até que em 1º de agosto o Borussia conseguiu uma folga. A segunda partida foi no Wildpark, em Karlsruhe, com um bom público de 38 mil torcedores. Porém, pelo visto, o time alemão esqueceu do que estava buscando no Mundial. O time argentino passeou no primeiro tempo. Aos dois minutos, Felman abriu o placar. Aos 33, Mastrángelo ampliou. E aos 37, Salinas fechou os 3 a 0. No segundo tempo, foi só deixar o Boca deixar o tempo passar para depois comemorar seu primeiro título mundial.

O mais longo de todos os tempos: 11 meses de definição e cinco de disputa, e que selou as dúvidas do início deste texto: dá para ser o melhor time do mundo nestes períodos.


Foto Arquivo/Boca Juniors

Bayern de Munique Campeão Mundial 1976

A Copa Intercontinental atingiu o auge da crise entre 1974 e 1975. O calote dado pelo Bayern de Munique um ano antes bagunçou completamente o cronograma de UEFA e Conmebol, atrasando a edição de 1974 para abril de 1975. Assim, a solução foi fazer duas edições no mesmo ano.

Mas como azar pouco é bobagem, calhou de os campeões continentais repetirem: o Independiente foi hexa da Libertadores e o Bayern foi bi da Copa dos Campeões. Outra vez alegando problema de agenda, o time alemão declinou. E o vice não ajudou, pois o inglês Leeds United recusou o convite. Sem solução, a alternativa foi cancelar o Mundial de 1975.

Eis que chega 1976. O Bayern mantém o domínio europeu ao ser tri na final contra o Saint-Étienne, vencendo por 1 a 0. Obviamente, os alemães não se manifestaram sobre o Mundial, esperando a definição da Libertadores. Mas as notícias sul-americanas foram boas: o Cruzeiro foi campeão após três jogos contra o River Plate. No primeiro, vitória brasileira por 4 a 1; no segundo, derrota por 2 a 1; e no terceiro, vitória por 3 a 2.

Misteriosamente, os problemas de calendário sumiram, e o Bayern finalmente confirmou uma presença mundialista. Nos bastidores, o motivo pela aceitação da vaga só na terceira vez foi de que os brasileiros eram menos violentos que os argentinos, tanto jogadores quanto torcedores.

O ressurgimento do Mundial teve início em 23 de novembro, no Estádio Olímpico de Munique. Debaixo de muito frio e neve, apenas 22 mil torcedores compareceram à partida. O clima favoreceu o Bayern, que controlou todo o jogo contra o Cruzeiro. Nelinho, Palhinha, Joãozinho, Jairzinho e Dirceu Lopes não brilharam, e os alemães conseguiram dois gols no segundo tempo: aos 35 minutos, com Gerd Müller, e os 37, com Jupp Kappellmann. Os 2 a 0 deram uma grande tranquilidade ao Bayern.

O segundo jogo da decisão ocorreu em 21 de dezembro no Mineirão, em Belo Horizonte. Mais de 123 mil pessoas foram ao estádio e fizeram de tudo para empurrar o Cruzeiro. Os brasileiros tentaram de tudo, mas o time alemão era a base da seleção campeã da Copa do Mundo de 1974 mais a futura vice de 1982. Sepp Maier garantiu o bicho do Bayern com ótimas defesas e o 0 a 0 não deixou o placar naquela noite de quase Natal.

Com o regulamento embaixo do braço, o Bayern de Munique conquistou o Mundial pela primeira vez. Já para o Cruzeiro, sobrou somente o feito de colocar o Brasil na competição depois de 13 anos. E uma sina que teria um capítulo surreal 38 anos depois: ver alemães fazendo festa no Mineirão.


Foto Arquivo/Bayern de Munique

Atlético de Madrid Campeão Mundial 1974

O ano de 1974 foi marcante para a história do Mundial de Clubes. Primeiro, porque ocorreu mais uma tentativa de aproximação entre Conmebol, UEFA e FIFA. Durante a troca de comando na Suíça, de Stanley Rous por João Havelange, a nova direção tentou mais uma vez a inclusão das outras confederações na competição, mas as conversas de novo não avançaram. E como a prioridade de Havelange era a expansão da Copa do Mundo, as tratativas congelariam pelas próximas décadas.

Segundo, porque a disputa não aconteceu em 1974, e sim no ano seguinte, devido a mais um desgaste envolvendo o lado europeu. Em maio, a Copa dos Campeões teve a final entre Bayern de Munique e Atlético de Madrid. O time alemão foi campeão em dois jogos: 1 a 1 no primeiro e 4 a 0 no desempate. Até então, tudo bem. Em outubro foi a vez de a Libertadores ser decidida. O Independiente conseguiu o penta após três partidas contra o São Paulo na final: derrota por 2 a 1 na ida, vitória por 2 a 1 na volta e vitória por 2 a 0 no desempate.

Foi só a notícia do título argentino chegar na Alemanha que os problemas começaram. Com a desculpa de que lhe faltava datas para atuar, o Bayern anunciou sua desistência da Copa Intercontinental. Mas para os sul-americanos, ficou subentendido que o pretexto era outro. A recusa alemã aconteceu muito tarde, tanto que não houve tempo para o Atlético de Madrid topar o convite ainda em 1974, já que os espanhóis também estavam com a agenda lotada. Somente em 1975 foi possível realizar a edição do Mundial.

Finalmente, no dia 12 de março, Independiente e Atlético de Madrid deram início à disputa, na Doble Visera, em Avellaneda. Cerca de 60 mil torcedores comparecem no primeiro confronto. O Atleti possuía três sul-americanos em campo: os argentinos Heredia e Ayala, e o paraguaio Benegas. A presença deles contribuiu para a partida ser truncada e de poucas oportunidades. O time espanhol não resistiu à pressão, e perdeu por 1 a 0, gol de Balbuena aos 34 minutos do primeiro tempo. O campeão Independiente era o claro favorito no Mundial.

Porém, o Atlético de Madrid tinha seu valor e queria o título para compensar a perda europeia. No dia 10 de abril, o Vicente Calderón recebeu 65 mil pessoas prontas para a virada. Com dificuldades, elas aconteceu. Aos 34 minutos de partida, Irureta abriu o placar colchonero. Quando o terceiro jogo parecia a solução, aos 40 do segundo tempo, Ayala fez 2 a 0 e decretou o título mundial para o Atlético de Madrid, que conseguira ali uma façanha única: ser, ao mesmo tempo, o segundo do seu continente e o primeiro do mundo.


Foto Arquivo/AS Color

Independiente Campeão Mundial 1973

Problemas, problemas e mais problemas. Este foi o lema que regeu a Copa Intercontinental de 1973. A vitória do Ajax sobre o Independiente na edição de 1972 não somente não normalizar a relação entre europeus e sul-americanos, como tratou de azedá-la ainda mais UEFA e Conmebol tentavam a todo custo manter em pé o prestígio da sua competição, mas a colaboração parecia pequena.

O time holandês - temerário com o jogo violento argentino - voltou atrás na ideia de participar do Mundial imediatamente após a conquista. A decisão só seria mudada outra vez caso outro país conquistasse a Libertadores. A primeira parte da questão foi respondida quando o Ajax venceu o tri na Copa Europeia, derrotando a italiana Juventus por 1 a 0 na final. A segunda parte veio na decisão da Libertadores, e foi “infeliz”. Pois era o próprio Independiente o campeão (pela quarta vez), batendo o chileno Colo Colo em três jogos: 0 a 0 na ida, 1 a 1 na volta e 2 a 1 no desempate.

O Ajax cumpriu pela segunda vez com a promessa e abriu mão de sua vaga. A equipe alegou dificuldades econômicas, mas nas entrelinhas os dirigentes já sabiam o real motivo do declínio. O que restou foi convidar a Juventus. Porém, os incidentes de 1969 com o Milan ainda estavam fortes na memória dos italianos, e o clube de Turim a princípio não topou o convite. Mas fez uma contra-proposta para aceitá-lo: que o Mundial fosse disputado em partida única na Itália.

Então foi a vez de o Independiente reclamar. O time não queria perder a chance de jogar em casa, já que o rodízio apontava que a volta de 1973 seria na América do Sul. Só após muita negociação que o time argentino aceitou fazer um jogo único, assumindo um risco de não conseguir a vitória na Europa e acumular um quarto vice-campeonato.

O atraso causado pela costura do acordo entre Independiente e Juventus empurrou a disputa para o fim do ano. No dia 28 de novembro, o Estádio Olímpico de Roma recebeu a partida decisiva entre os dois clubes. O Mundial já estava em crise, e a organização não ajudou: numa quarta-feira à tarde e em campo neutro só pouco mais de 22 mil torcedores compareceram nos 72 mil lugares.

Os italianos dominaram na maioria do tempo, mas o gol não saiu. O meia Cuccureddu perdeu um pênalti durante o segundo tempo e o goleiro Santoro salvou várias finalizações. A sorte estava do lado dos Diablos Rojos. Aos 35 minutos da etapa final, o meia Bochini chutou forte na saída do goleiro Zoff, a bola desviou levemente no zagueiro Gentile, ganhou altura e parou dentro do gol. O 1 a 0 permaneceu até o fim, e o Independiente finalmente conseguiu seu grito de campeão mundial, depois de três vices frustrantes.


Foto Arquivo/Independiente

Ajax Campeão Mundial 1972

Embora meio esvaziado com a ausência do campeão europeu, o Mundial de 1971 fez tanto sucesso quanto os anteriores. Mais do que isso, a calma e a disputa exclusiva na bola ajudou a dar sobrevivência ao torneio. E a soma destes fatores levou ao Ajax repensar seu auto-veto em 1972.

Dito e feito: em 31 de maio, o time holandês derrotou por 2 a 0 a Internazionale na final da Copa dos Campeões e confirmou presença na Copa Intercontinental. Uma semana antes, na Libertadores, o Independiente chegava ao tricampeonato ao bater o peruano Universitario na decisão, com 0 a 0 na ida e 2 a 1 na volta. Nem mesmo o fato de um clube argentino ser o adversário diminuiu o receio do Ajax em atravessar o Oceano Atlântico. As confusões de Racing e Estudiantes ainda estavam vivas na memória de todos, mas aparentemente superadas.

A presença do Ajax no Mundial também trazia algo mais. A equipe era dona do melhor futebol praticado no momento. Comandada pelo técnico romeno Stefan Kovács e com Cruyff, Neeskens, Krol e mais dois terços da seleção da Holanda no time-base, colocava em jogo o conceito que ficou conhecido como "Carrossel", que chegaria no seu auge durante a Copa do Mundo de 1974: nenhum jogador de linha com posição fixa, posse de bola total e marcação feita por zona, diminuindo os espaços do oponente.

O Mundial teve início em 6 de setembro, na Doble Visera de Avellaneda. Diante de 60 mil argentinos, o Ajax sentiu a longa viagem. Além disto, os atletas do Independiente não aliviaram em campo. Caçado, Cryuff foi substituído aos 30 minutos do primeiro tempo. Antes das dores e hematomas, o craque abriu o placar aos cinco minutos. Na raça e com certa dose de violência, o time argentino em 1 a 1 aos 36 do segundo tempo com Francisco Sá. A rispidez sul-americana neste jogo não chegou nem perto da que houve entre 1967 e 1969, mas levou ao Ajax firmar um pacto, de vencer a competição na bola e - se necessário - no braço.

Em 28 de setembro, o Olímpico de Amsterdã sediou a segunda partida do Mundial. Não foi preciso o braço para a vitória, pois agora era o Independiente quem sentia a viagem. Neeskens fez 1 a 0 aos holandeses logo aos 12 minutos de jogo, e logo em seguida os argentinos caíram no carrossel. Sem forças para nada, restava esperar algum erro do Ajax. Mas isto não aconteceu. Posto em campo aos 16 do segundo tempo, Johnny Rep deitou e rolou na zaga cansada. Ele ampliou o placar aos 20 minutos, e finalizou os 3 a 0 aos 35. E confirmando a lógica, os "Filhos dos Deuses" comemoraram o primeiro Mundial na frente de mais de 45 mil torcedores.

Título ganho, confiança perdida: o Ajax não gostou da postura violenta do Independiente na partida da Argentina e, mesmo campeão, voltou a prometer que não retornaria mais a um Mundial.


Foto Arquivo/Ajax

Nacional Campeão Mundial 1971

Muito alívio para os organizadores do Mundial após a tranquilidade que foi a edição de 1970, sem maiores brigas entre os clubes e os jogadores. Tudo parecia voltar ao normal, exceto pela segunda tentativa da FIFA de incluir outras confederações na competição. Desta vez, o pedido partiu de Concacaf e CAF (a entidade africana), já que a AFC descontinuou seu torneio asiático. Em meio a Feyenoord e Estudiantes, UEFA e Conmebol descartaram mais uma vez a aliança.

A Copa Intercontinental de 1971 caminharia para acontecer igual as anteriores. Até o momento em que a Copa dos Campeões da Europa chegou na decisão. Temeroso por uma recaída na segurança sul-americana, o holandês Ajax prometeu recusar sua vaga caso fosse campeão. E foi exatamente o que ocorreu após a final contra o grego Panathinaikos, vencida por 2 a 0. Durante meses a UEFA tentou convencer os irredutíveis holandeses a disputar o Mundial, sem sucesso. Enquanto isto, a Libertadores trocava de mãos. O Nacional do Uruguai conseguiu sua primeira conquista ao derrubar o Estudiantes em três jogos: derrota por 1 a 0 na ida, e vitórias por 1 a 0 e 2 a 0 na volta e no desempate.

A recusa do Ajax em enfrentar o Nacional gerou um impasse de seis meses. A UEFA insistia em ver seu campeão no Intercontinental, do outro lado, a Conmebol levantava a hipótese de apontar o time uruguaio como vencedor por W.O.. A divergência entre as entidades quase cancelou o Mundial. Até que, no fim de 1971, a UEFA indicou à disputa o vice Panathinaikos.

Assim, em 15 de dezembro, a grande Atenas recebia a ida mundialista. Cerca de 60 mil espectadores foram ao Estádio Karaiskakis e viram dois times com vontade de ganhar, o Panathinaikos pelo pragmatismo e o Nacional pela raça. Filakouris abriu o placar ao time grego aos três minutos do segundo tempo, mas Artime empatou em 1 a 1 ao time uruguaio aos cinco. Com mais qualidade, porém com o atacante Morales expulso, o Nacional não conseguiu a virada, somente uma leve vantagem.

A volta aconteceu às portas de 1972, no dia 28 de dezembro, em Montevidéu. O Centenario recebeu cerca de 63 mil torcedores, que não se decepcionaram com El Bolso. Aos 34 minutos do primeiro tempo, Artime abriu o marcador. Depois, aos 29 do segundo tempo, ele novamente ampliou. Com total controle da partida, o Nacional fazia o tempo passar. Apenas aos 44 minutos da etapa final que o Panathinaikos chegou lá, com Filakouris. Antes do 2 a 1, o goleiro Manga garantia tranquilidade com suas defesas. E para alívio da organização, o Mundial estava temporariamente salvo com o título uruguaio, mas com o futuro ainda incerto.


Foto Arquivo/El País

Feyenoord Campeão Mundial 1970

As brigas no Mundial de 1969 lançaram muitas dúvidas em cima da realização da competição, e também da competência sul-americana. A Argentina saiu queimada pelos atos do Estudiantes, e o país quase perdeu a sede da Copa do Mundo de 1978. Para acalmar os ânimos, uma novo compromisso de que a violência não seria repetida pelos sudacas, seja qual clube o representasse.

O temor pelo futuro da Copa Intercontinental foi grande quando ocorreu a final da Copa Europeia. Isto porque o Celtic estava presente nela. Depois da derrota de 1967, eles prometeram que jamais voltariam à América do Sul. Mas o campeão foi o Feyenoord, da Holanda, que venceu a decisão por 2 a 1 na prorrogação, e assim o medo não se confirmou, por ora. Por ora, já que o time sul-americano no Mundial foi, pela terceira vez seguida, o Estudiantes. Os argentinos chegaram ao tri da Libertadores após derrotar o Peñarol na decisão: 1 a 0 na ida e 0 a 0 na volta.

O time holandês não foi considerado favorito ao título. O fato até ajudou a reduzir uma possível tensão, já que o time argentino, em teoria, não precisaria de nada além do futebol para ser campeão mundial. A disputa teve seu início no dia 26 de agosto, e outra vez La Bombonera era o estádio escolhido.

As previsões da época chegaram a se confirmar quando, aos seis e aos 12 minutos de jogo, Echecopar e Ramón Verón fizeram dois gols ao Estudiantes. Porém, o favoritismo não foi adiante, e aos 21 minutos Van Hanegem descontou para o Feyenoord. Os holandeses melhoraram ainda mais no segundo tempo, e aos 22 minutos Kindvall empatou a partida e silenciou mais de 50 mil torcedores. O 2 a 2 tornava tudo indefinido para a volta.

A segunda partida foi no dia 9 de setembro, no De Kuip, em Roterdã. Tudo aconteceu dentro da normalidade, as duas equipes atuando de igual para igual diante de 60 mil holandeses. O zero imperou no placar até o momento em que o técnico Ernst Happel trocou os atacantes: Moulijn por Van Daele, aos 16 minutos do segundo tempo. A estrela deu certo, e aos 18 minutos Van Daele (com seu indefectível óculos) fez 1 a 0 fez 1 a 0. O resultado permaneceria o mesmo até o fim do jogo, e o Estudiantes, exausto pela viagem, não teria forças para buscar o empate.

O título mundial do Feyenoord foi o prenúncio da chegada de uma nova ordem de jogo: o futebol total. A ideia ainda não estava muito clara em 1970, ao mesmo tempo em que a conquista holandesa era tratada como zebra. Mas o futuro, através do rival de Amsterdã e da seleção local, mostraria o tamanho da justiça feita em campo.


Foto Arquivo/Feyenoord

Milan Campeão Mundial 1969

O fim dos anos 60 chegou, a Copa Intercontinental completou sua primeira década cercado de dúvidas. O que era par ser um momento festivo e de glória, tornou-se um cenário de tensão e provocações. As diversas confusões entre 1967 e 1968 colocaram um receio nos clubes europeus em atuar na América do Sul. Mas ainda era o Mundial que estava em jogo, e clube nenhum queria deixar passar a oportunidade naquele 1969.

Campeão um ano antes, o agora temido Estudiantes entrava na disputa pelo bi. O time argentino conquistou sua segunda Libertadores com duas vitórias sobre o Nacional do Uruguai, por 1 a 0 e por 3 a 0. O representante da Europa também fazia um retorno, mas de seis anos. O Milan foi bicampeão da Copa dos Campeões com contundentes 4 a 1 sobre o Ajax na decisão. Derrotado em 1963 e vendo o rival ganhar em 1964 e 1965, o Rossonero queria o título mais do que tudo.

Respeitando o rodízio dos continentes, a competição começou em solo europeu. Assim, o San Siro, em Milão, foi o palco da partida de ida no dia 8 de outubro. Mais de 60 mil pessoas nas arquibancadas viram a equipe liderada pelo capitão Rivera reduzir muito as chances de um repeteco do Estudiantes. Aos oito minutos de jogo, Sormani já abria o placar. Aos 45, o argentino naturalizado francês Combin ampliou. E aos 26 do segundo tempo, Sormani fez o 3 a 0 final que deu uma tremenda vantagem ao Milan.

O jogo de volta foi no dia 22 de outubro, e o palco escolhido pelo Estudiantes foi mais uma vez La Bombonera, em Buenos Aires. Com três gols de desvantagem, os pincharratas não viram nenhuma perspectiva de reverter a situação por meios normais.

Já no aquecimento italiano, era possível ver o goleiro Poletti e o zagueiro Suárez acertando boladas nos adversários. Durante o jogo, o lateral Manera empurrou o goleiro Cudicini e mordeu o braço de Malatrasi. Suárez agrediu Combin e Prati, mas ele só foi expulso após atingir Rivera, o autor do gol do Milan aos 30 minutos do primeiro tempo. O Estudiantes virou para 2 a 1 aos 43 e 44 da primeira etapa - gols de Conigliaro e Suárez -, só que mesmo assim a apelação para a violência era a ordem.

No fim da partida, o Milan não conseguiu comemorar o título. Combin teve o nariz quebrado por Suárez e, deitado na maca, foi preso pela polícia. Ele também foi chutado por Poletti, que na sequência brigou com torcedores. Outros jogadores também foram presos, e Suárez foi banido de jogos internacionais por cinco anos. Mas o principal resultado da pancadaria foi a desmotivação dos times europeus, que colocaria em risco a existência do Mundial na década de 70.


Foto Arquivo/Milan

Estudiantes Campeão Mundial 1968

Argentinos e britânicos sempre são lembrados na história pela Guerra das Malvinas, em 1982. Mas 15 anos antes, eles já batalhavam ferozmente nos campos de futebol. O Mundial entre Racing e Celtic, em 1967, foi a primeira prova da influência da violência na disputa. Para 1968, Argentina e Reino Unido ficaram frente a frente de novo. Tentando evitar os incidentes de um ano antes, UEFA e Conmebol decidiram pela inclusão do saldo de gols como critério de desempate, antes do jogo extra.

A Copa Europeia saiu da Escócia e foi para a Inglaterra pelas mãos do Manchester United, que na decisão bateu o Benfica por 4 a 1. A Libertadores foi vencida pelo Estudiantes - até então um pequeno clube da cidade de La Plata -, sobre o Palmeiras na final: vitória por 2 a 1 na ida, derrota por 3 a 1 na volta, e vitória por 2 a 0 no desempate. Na teoria, o gigante United de Bobby Charlton, George Best e Matt Busby tinha tudo para ser campeão da Copa Intercontinental com sobras, mas o que se viu na prática foi nova demonstração de união entre os argentinos. Em muitos sentidos.

O primeiro jogo  foi no dia 25 de setembro, em La Bombonera de Buenos Aires. Lá, os ingleses tiveram que encarar a hostilidade de 11 Pincharratas e mais 66 mil torcedores. Antes mesmo de a bola rolar, uma bomba explodiu dentro do campo. Durante o jogo, o Estudiantes também não aliviou, apelando até mesmo para socos. Principalmente contra o atacante Stiles, expulso quando revidou uma das ações aos 34 minutos do segundo tempo. Bem antes, aos 27 da primeira etapa, Conigliaro marcou o gol da vitória argentina. Ao United, restou se defender de tudo e todos. O técnico Busby chegou a declarar que "segurar a bola na frente colocava em perigo a vida dos seus jogadores".

A volta aconteceu em 16 de outubro, no Old Trafford, em Manchester. Agora em casa e com mais de 63 mil torcedores a favor, o United entrou disposto a mudar completamente a história. Os Red Devils tomaram conta do ataque desde os primeiros minutos, mas não cuidaram da defesa. Logo aos seis minutos, Juan Ramón Verón (o pai), de cabeça, abriu o placar ao Estudiantes e calou o estádio. No gol argentino, Poletti segurou a pressão inglesa com várias defesas.

Precisando de três gols, o United passou a ficar nervoso. Aos 44 do segundo tempo, Best deu um murro em Medina e os dois foram expulsos. E a torcida, em revolta, atirou moedas contra o argentino. Aos 45, o United empatou com Morgan, mas o 1 a 1 era insuficiente para tirar o título do Estudiantes, que não pode dar volta olímpica por conta dos muitos objetos que a torcida insistia em atirar nos atletas. Apesar de tudo, o time pincharrata surpreendia o mundo, e ali deixava de vez a fama de clube pequeno.


Foto Arquivo/El Grafico

Racing Campeão Mundial 1967

O Mundial de 1967 foi o primeiro em que houve uma tentativa de aproximação entre UEFA, Conmebol e FIFA. A pedido de Concacaf e AFC, que estavam com competições continentais recém-criadas, o presidente Stanley Rous solicitou a incursão de ambas no torneio. Mas UEFA e Conmebol recusaram o negócio, na primeira de muitas negativas que dariam até a década seguinte.

Assim, a edição seguiu intacta, e com a presença de dois clubes estreantes. Pela Europa, o escocês Celtic faturou a Copa dos Campeões em decisão contra a Internazionale, de virada, por 2 a 1. Pela América do Sul, o argentino Racing conseguiu seu primeiro e único título de Libertadores em final contra o Nacional do Uruguai. Após dois empates sem gols na ida e na volta, 2 a 1 na partida extra deu o título à La Academia.

A disputa mundialista teve início no dia 18 de outubro, no Hampden Park, em Glasgow. A primeira partida entre Celtic e Racing foi um tanto truncada, com os jogadores de ambos times atuando de maneira mais dura em divididas e lances com falta. Com o apoio de mais de 83 mil torcedores, o time escocês conseguiu a vitória por 1 a 0, gol de McNeill no segundo tempo.

Em 1º de novembro, o Juan Perón de Avellaneda recebeu o segundo jogo, com incríveis 120 mil torcedores na arquibancada. Por muito pouco, o Celtic não mudou o curso da história, quando abriu o placar com Gemmell aos 23 minutos. O Racing empatou com Raffo aos 34 e as coisas começaram a mudar ali. Aos 3 minutos da etapa final, Cárdenas virou para 2 a 1 e garantiu o jogo extra. O Celtic saiu muito irritado da partida. Além de ter que aguentar provocações e invasão de jornalistas na cobrança de pênalti que originou o gol do time, o vestiário foi invadido por torcedores argentinos. Ainda, uma batalha entre torcedores argentinos e uruguaios eclodiu do lado de fora do estádio.

O desempate foi no Centenario, em Montevidéu, em 4 de novembro. Sob protesto, o Celtic atuou com o apoio de 60 mil uruguaios. Outros cinco mil eram argentinos que atravessaram o Rio da Prata. A partida foi muito tensa, pois os dois times baixaram o sarrafo em campo. O Racing fez o gol da vitória aos dez minutos do segundo tempo, com Cárdenas.

A tensão durante o 1 a 0 seguiu no pós-jogo. Os argentinos não puderam comemoram o título mundial no campo, já que raivosos uruguaios atiravam diversos objetos no campo. A taça foi entregue no vestiário. Já os escoceses voltaram à Europa com a promessa de jamais voltar a jogar na América do Sul. Todos os episódios de violência do segundo e terceiro jogos dariam início a um efeito dominó que seria visto nos anos seguintes.


Foto Arquivo/El Grafico

Peñarol Campeão Mundial 1966

Em seis temporadas de Mundial, ainda poucos clubes tinham tido o privilégio de participar. Só sete equipes receberam a chance até então. Este número não foi alterado para 1966, pois o torneio deste ano seria uma repetição da primeira edição, em 1960, entre Peñarol e Real Madrid.

O clube carbonero conseguiu seu terceiro passaporte para a Copa Intercontinental após uma dificílima final na Libertadores, contra o River Plate. Venceu a ida por 2 a 0, perdeu a volta por 3 a 2 e só foi campeão após a prorrogação do jogo extra, vencido por 4 a 2. Enquanto isto, os merengues conquistavam a sexta Copa Europeia e a segunda passagem ao Mundial. Na decisão, o Real virou sobre o Partizan, da Iugoslávia, fazendo 2 a 1.

Tal como a final anterior, Peñarol e Real Madrid começaram pela América do Sul. Em 12 de outubro, o Centenario de Montevidéu recebeu a partida de ida. Mesmo já tendo o título de 1961, o time uruguaio estava com os espanhóis atravessados na garganta, e a chance da revanche era real. Pois não deu outra. Derrotado seis anos antes, Spencer lavou a alma com dois gols neste jogo, aos 39 minutos do primeiro tempo e aos 34 minutos do segundo. Mais de 58 mil torcedores viram a vantagem ser construída.

Apesar dos 2 a 0 na ida, o Peñarol ainda precisava pensar em vencer também na volta, para evitar o desempate. No dia 26 de outubro, o Santiago Bernabéu recebeu mais de 71 mil pessoas para o segundo confronto. Poucos jogadores de 1960 seguiram no Real Madrid, enquanto no Peñarol a base era maior. Desta vez, o ataque charrua tinha um nome de peso, além de Spencer e Joya: Pedro Rocha. O trio fazia o impossível nos gramados sul-americanos, e repetiram tudo em Madri. Joya não marcou, mas ajudou a infernizar a defesa espanhola. Rocha abriu o placar aos 28 minutos do primeiro tempo, de pênalti. Aos 37, Spencer ampliou. Com outro 2 a 0, o Peñarol chegava ao bicampeonato mundial.

As disputas de 1960 e 1966 são lembradas com muito carinho por ambas torcidas, até hoje. Mas o que parecia ser uma estadia comum para os dois times, não foi como o imaginado. O Peñarol levaria 16 anos para ter uma nova participação mundialista. Já o Real Madrid, ainda mais: 32 anos. E refletindo o distanciamento estrutural entre Europa e América do Sul que só aumentou ao longo das últimas décadas no futebol, apenas o espanhol teve competência para manter o ritmo após um tabu tão longo.


Foto Arquivo/Peñarol

Internazionale Campeã Mundial 1965

A década de 60 chega na metade com a Copa Intercontinental ganhando muita força. Apesar de ela ocorrer com certa clandestinidade, o torneio continuou ganhando um alto status junto aos torcedores, principalmente os sul-americanos.

O ano de 1965 trouxe o replay da última dipsuta mundialista. A Internazionale conquistou o bicampeonato europeu com vitória por 1 a 0 sobre o Benfica. O clube ainda conseguiu algo raro na competição: foi campeão jogando no seu estádio, o San Siro. Um mês antes do título da Inter, o Independiente também conseguia sua segunda Libertadores, após bater o Peñarol em final com melhor de três: venceu por 1 a 0 na ida, perdeu por 3 a 1 na volta, e goleou por 4 a 1 no desempate.

De um lado, a consolidação. Do outro, a chance de uma revanche. Nerazzuris e rojos voltaram a campo pelo título mundial a partir do dia 8 de setembro. Desta vez, a ida foi em Milão. Cerca de 75 mil torcedores assistiram ao primeiro tira-teima entre as equipes. Jogando o melhor futebol da Europa, e quiçá do planeta, a Internazionale não deu nenhuma chance ao time argentino, nem mesmo de sonhar com uma vingança. Logo aos três minutos de partida, o espanhol Joaquín Peiró abriu o placar para a equipe italiana.

Desorientado com o gol sofrido cedo, o Independiente virou presa fácil em campo. Aos 22 minutos, Sandro Mazzola ampliou a contagem. Ainda houve espaço para mais, e aos 14 minutos do segundo tempo Mazzola marcou outra vez. O resultado de 3 a 0 encaminhava o bi italiano, mas os argentinos ainda tinham uma certa vantagem: vencer a volta por qualquer placar e forçar o desempate em casa, tal qual aconteceu ao contrário um ano antes.

La Doble Visera de Avellaneda recebeu o jogo de volta no dia 15 de setembro. A Internazionale entrou em campo com muita precaução, principalmente devido à fama de os argentinos serem mais violentos quando em desvantagem. Mas a partida transcorreu sem anormalidades. Quanto mais o tempo passava, mais difícil ficava a tarefa de reverter o quadro para o Independiente. Ao mesmo tempo, a Inter segurava a pressão com maestria. O 0 a 0 jamais sairia do placar deste jogo. Na frente de 80 mil argentinos frustados, O Mundial parou novamente nas mãos do time nerazzuri.

A merecida conquista do bicampeonato intercontinental da Inter foi o ponto mais alto de uma época muito feliz do clube. Além dos quatro títulos entre Mundial e Copa Europeia, o grupo de Mazzola, Peiró, Luis Suárez, Jair da Costa e Mario Corso conquistou também três Campeonatos Italianos, nas temporadas 1962/63, 1964/65 e 1965/66.


Foto Arquivo/Internazionale

Internazionale Campeã Mundial 1964

A quinta edição da Copa Intercontinental deu início a uma pequena rivalidade entre dois clubes de Itália e Argentina. Internazionale e Independiente despontaram como maiores forças de Europa e América do Sul ao mesmo tempo, protagonizando não somente uma, mas duas finais mundiais.

A Inter de Milão conquistou seu primeiro europeu depois de derrotar na final o Real Madrid, por 3 a 1. Já o Independiente tornou-se o primeiro argentino a vencer a Libertadores sobre o Nacional do Uruguai, com 0 a 0 na ida e 1 a 0 na volta. Os times já eram forças tradicionais em seus países, e estes títulos continentais foram os primeiros de uma história que seria contada pelos próximos dois anos.

O primeiro jogo do Mundial aconteceu no dia 9 de setembro, seguindo o rodízio das sedes, no antigo estádio de La Doble Visera, em Avellaneda. A partida foi truncada e de poucas oportunidades. A Internazionale não conseguiu superar o Independiente e seus 65 mil torcedores, e perdeu por 1 a 0. O gol argentino foi marcado pelo atacante Mario Rodríguez.

Perder por um ou por dez, isto não importava segundo as regras da época. Portanto, a Inter precisava vencer o segundo jogo pelo placar que fosse para conseguir a partida de desempate. No dia 23 de setembro, o San Siro (Giuseppe Meazza só seria homenageado em 1980) contou com mais de 50 mil tifosi para ajudar na tarefa. E o time nerazzuri conseguiu virar o confronto com uma pequena sobra. O ídolo Sandro Mazzola abriu o placar com oito minutos de jogo. Aos 39, Mario Corso ampliou e cravou o resultado final de 2 a 0.

A partida extra foi disputada em 26 de setembro, e pela primeira vez o palco dela seria neutro. O campo escolhido pela UEFA foi o Santiago Bernabéu, em Madri. Cerca de 45 mil pessoas assistiram mais uma partida tensa. A inversão da vantagem permitiu à Internazionale jogar por empates, um no tempo normal e outro na prorrogação. Sem vazar a defesa do Independiente nos 90 minutos, os demais 30 foram necessários para a definição. No fim, a Inter não precisou colocar o regulamento embaixo do braço: aos cinco minutos do segundo tempo, Corso marcou o gol da vitória por 1 a 0 e deu o título ao Nerazzuri.

Assim, uma breve freguesia tinha início no Mundial. Mas para dizer que nenhum argentino ficou triste, na casamata da Internazionale teve que ficou muito feliz. O técnico da equipe era Helenio Herrera. Nascido em Buenos Aires, ele ainda criança foi morar no Marrocos, onde tornou-se jogador. Depois fez sucesso na França, nação pela qual naturalizou-se e notabilizou-se como treinador.


Foto Arquivo/Internazionale

Santos Campeão Mundial 1963

Não existiu time melhor que o Santos na primeira metade dos anos 60. O clube de Pelé, Coutinho e Pepe era reverenciado por todos os lugares onde jogava. Com taças e mais taças empilhadas, o ápice se deu na conquista das duas Copas Intercontinentais, em sequência.

O Peixe chegou à segunda disputa após um novo título da Libertadores, com duas duras vitórias sobre o Boca Juniors, por 3 a 2 em casa e por 2 a 1 fora. Seu oponente no Mundial foi o Milan, inédito campeão da Copa dos Campeões Europeus. Os Rossoneros derrotaram o Benfica na decisão, de virada, por 2 a 1.

Se a conquista santista de 1962 foi tida com facilidade, a de 1963 passou longe disto. O primeiro jogo foi realizado no dia 16 de outubro, no Estádio San Siro, em Milão. Na arquibancada, 52 mil italianos contra o Santos. Em campo, mais nove. Os outros dois eram brasileiros mesmo. A dupla de ataque do Milan era composta por José Altafini (o Mazola) e Amarildo, ambos vencedores da Copa do Mundo com a seleção canarinho. Eles deram muito trabalho, principalmente o segundo, autor de dois gols.

O placar da ida foi uma complicada derrota por 4 a 2. Na ordem: o time italiano marcou duas vezes no primeiro tempo, Pelé descontou no começo do segundo, eles marcaram mais duas vezes na sequência, e o Rei descontou novamente, de pênalti, no fim do jogo. A participação dele no Mundial acabaria ainda na Itália. Entre a ida e a volta, o atacante lesionou-se.

Sem Pelé no ataque santista, o segundo jogo foi em 14 de novembro, em um Maracanã com mais de 132 mil pessoas. E o Milan quase estragou tudo marcando dois gols em sequência na primeira etapa (um do Altafini). Na raça, o Santos virou no segundo tempo, com dois gols de Pepe, um de Almir e outro de Lima. Até hoje, os milanistas criticam a arbitragem da partida, feita pelo argentino Juan Brozzi. Mas o fato é que o 4 a 2 a favor brasileiro forçou a partida extra.

O desempate aconteceu em 16 de novembro, também no Rio de Janeiro e também com um público enorme no Maracanã: 120 mil. Os dois times aturaram nervosos, até mesmo com certa violência em algumas jogadas, o que levou à expulsão de dois defensores, o rossonero Cesare Maldini e o alvinegro Ismael. Devido à tensão, os gols rarearam. O tento solitário foi marcado pelo zagueiro Dalmo, de pênalti, aos 31 minutos do primeiro tempo. No restante do tempo o Santos se segurou, soube controlar a pressão italiana e chegou ao bi mundial com a vitória por 1 a 0.


Foto Arquivo/Estadão