Em seis temporadas de Mundial, ainda poucos clubes tinham tido o privilégio de participar. Só sete equipes receberam a chance até então. Este número não foi alterado para 1966, pois o torneio deste ano seria uma repetição da primeira edição, em 1960, entre Peñarol e Real Madrid.
O clube carbonero conseguiu seu terceiro passaporte para a Copa Intercontinental após uma dificílima final na Libertadores, contra o River Plate. Venceu a ida por 2 a 0, perdeu a volta por 3 a 2 e só foi campeão após a prorrogação do jogo extra, vencido por 4 a 2. Enquanto isto, os merengues conquistavam a sexta Copa Europeia e a segunda passagem ao Mundial. Na decisão, o Real virou sobre o Partizan, da Iugoslávia, fazendo 2 a 1.
Tal como a final anterior, Peñarol e Real Madrid começaram pela América do Sul. Em 12 de outubro, o Centenario de Montevidéu recebeu a partida de ida. Mesmo já tendo o título de 1961, o time uruguaio estava com os espanhóis atravessados na garganta, e a chance da revanche era real. Pois não deu outra. Derrotado seis anos antes, Spencer lavou a alma com dois gols neste jogo, aos 39 minutos do primeiro tempo e aos 34 minutos do segundo. Mais de 58 mil torcedores viram a vantagem ser construída.
Apesar dos 2 a 0 na ida, o Peñarol ainda precisava pensar em vencer também na volta, para evitar o desempate. No dia 26 de outubro, o Santiago Bernabéu recebeu mais de 71 mil pessoas para o segundo confronto. Poucos jogadores de 1960 seguiram no Real Madrid, enquanto no Peñarol a base era maior. Desta vez, o ataque charrua tinha um nome de peso, além de Spencer e Joya: Pedro Rocha. O trio fazia o impossível nos gramados sul-americanos, e repetiram tudo em Madri. Joya não marcou, mas ajudou a infernizar a defesa espanhola. Rocha abriu o placar aos 28 minutos do primeiro tempo, de pênalti. Aos 37, Spencer ampliou. Com outro 2 a 0, o Peñarol chegava ao bicampeonato mundial.
As disputas de 1960 e 1966 são lembradas com muito carinho por ambas torcidas, até hoje. Mas o que parecia ser uma estadia comum para os dois times, não foi como o imaginado. O Peñarol levaria 16 anos para ter uma nova participação mundialista. Já o Real Madrid, ainda mais: 32 anos. E refletindo o distanciamento estrutural entre Europa e América do Sul que só aumentou ao longo das últimas décadas no futebol, apenas o espanhol teve competência para manter o ritmo após um tabu tão longo.
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