Flamengo Campeão da Copa do Brasil 2006

Quem aprende com um erro, não erra duas vezes. Foi assim que o Flamengo chegou ao bicampeonato da Copa do Brasil, em 2006. Dois anos após a derrota em casa para o Santo André, o rubro-negro corrigiu sua rota em uma final que será lembrada para sempre, com duas vitórias satisfatórias em cima de seu maior rival.

O Fla iniciou a campanha do título contra o ASA. O primeiro jogo foi disputado em Arapiraca, no interior de Alagoas, e ficou empatado por 1 a 1. Na segunda partida, no Maracanã, vitória rubro-negra por 2 a 1. Na segunda fase, o adversário foi o ABC, e o Flamengo avançou com vitórias por 1 a 0 em Natal, e por 4 a 0 no Rio de Janeiro.

O caminho seguiu nas oitavas de final, diante do Guarani. A primeira partida aconteceu no Maracanã, e o Fla conseguiu abrir excelente vantagem com uma goleada por 5 a 1. O segundo jogo foi no Brinco de Ouro, em Campinas, e os quatro gols de diferença permitiram ao Flamengo sair classificado mesmo com a derrota por 1 a 0 para os paulistas.

Nas quartas de final, foi a vez de jogar contra o Atlético-MG. Mais uma vez, a ida foi disputada no Rio de Janeiro, e mais uma vez o rubro-negro goleou para sair com boa frente, por 4 a 1. A volta foi realizada no Mineirão, e bastou ao Flamengo segurar o empate por 0 a 0 para chegar na semifinal.

Na semifinal, o adversário foi o Ipatinga, candidato a zebra da vez e comandado pelo técnico Ney Franco. A ida foi no interior de Minas Gerais, no Ipatingão, e ficou empatada por 1 a 1. A volta ocorreu no Maracanã, e o Fla conseguiu a classificação de maneira sofrida, com vitória de virada por 2 a 1. Esta fase aconteceu antes da Copa do Mundo de 2006, e o rubro-negro passava por má fase sob o comando de Waldemar Lemos.

Depois do Mundial, o Flamengo fez a final da Copa do Brasil com novidade no banco de reservas. Diante de maus resultados no Brasileirão, Waldemar foi demitido e para seu lugar veio exatamente Ney Franco. O adversário foi o Vasco, que derrotou Botafogo-PB, Iraty, Criciúma, Volta Redonda e Fluminense. As duas partidas foram no Maracanã. Na primeira, Obina e Luizão marcaram dois gols em dois minutos (15 e 17 do segundo tempo), e o rubro-negro venceu por 2 a 0. Na segunda fase, Juan acertou de fora da área e confirmou o segundo título flamenguista no triunfo por 1 a 0.

A campanha do Flamengo:
12 jogos | 8 vitórias | 3 empates | 1 derrota | 23 gols marcados | 7 gols sofridos


Foto Arquivo/Flamengo

Paulista Campeão da Copa do Brasil 2005

Os anos de 2004 e 2005 foram os da zebra na Copa do Brasil. Primeiro, o Santo André calou o Flamengo em pleno Maracanã. Depois, foi a vez do Paulista de Jundiaí, outro integrante da Série B do Brasileirão, bater nos grandes e faturar mais um título para o interior de São Paulo.

Em moldes semelhantes ao do vencedor anterior, mas com uma campanha cujo todos seus adversários estavam na Série A, a equipe do estreante técnico Vágner Mancini atingiu um impensável auge em sua história.

A incrível jornada do Galo do Japi rumo ao título começou diante do Juventude. Na ida, vitória por 1 a 0 no Estádio Jaime Cintra, em Jundiaí. Na volta, empate por 1 a 1 no Alfredo Jacobo, em Caxias do Sul. Na segunda fase, foi a vez de eliminar o Botafogo com dois empates, por 1 a 1 em casa, e por 2 a 2 no Maracanã, garantindo a vaga pelos gols fora de casa.

Nas oitavas de final, o Paulista encontrou o Internacional. A primeira partida aconteceu no Beira-Rio, e os jundiaienses acabaram derrotados por 1 a 0. No segundo jogo, o 1 a 0 foi devolvido no Jaime Cintra, e o Galo passou com vitória por 4 a 2 nos pênaltis. Nas quartas, a vítima foi o Figueirense, com o mesmo roteiro: derrota por 1 a 0 em Florianópolis, vitória pelo mesmo placar em Jundiaí, e classificação por 3 a 1 nas penalidades.

Na semifinal, o Paulista enfrentou o Cruzeiro. O primeiro jogo foi disputado no Jaime Cintra, e os donos da casa conquistaram o que foi até ali a vitória mais categórica da campanha, por 3 a 1. A segunda partida foi no Mineirão. Os cruzeirenses até tentaram a reação contra o Galo do Japi, que soube se segurar na vantagem e se classificou mesmo com a derrota por 3 a 2.

Na histórica final, o Paulista teve como adversário o Fluminense, que eliminou Campinense, Esportivo-RS, Grêmio, Treze e Ceará. A ida foi jogada no Jaime Cintra, e o Galo obteve a maior vitória da sua trajetória por 2 a 0, com gols de Márcio Mossoró e Léo, ambos no segundo tempo. A volta aconteceu em São Januário, pois o Maracanã foi fechado para reformas. E tudo o que o Paulista precisou fazer para ser campeão foi manter a ótima vantagem, segurando o empate por 0 a 0.

A campanha do Paulista:
12 jogos | 5 vitórias | 4 empates | 3 derrotas | 14 gols marcados | 10 gols sofridos


Foto Daryan Dornelles/Placar

Santo André Campeão da Copa do Brasil 2004

Nos primeiros 15 ou 16 anos de existência, a Copa do Brasil era muito mais propensa a zebras. Muitas delas atingiram semifinal, final ou até mesmo o título da competição. Em 2004, talvez tenha ocorrido o caso mais surpreendente. O Santo André, time paulista que à época participava da Série B do Brasileirão, levou a taça dentro do maior estádio do Brasil. E, antes, eliminando outra surpresa que veio do interior gaúcho.

O título do Ramalhão começou a ser desenhado no confronto contra o Novo Horizonte, de Goiás. Com a goleada por 5 a 0 na ida fora, não foi necessário disputar a volta em casa. Na segunda fase, foi a vez de enfrentar o Atlético-MG. No primeiro jogo, vitória por 3 a 0 no Bruno José Daniel, no ABC Paulista. Na segunda partida, os mineiros bem que tentaram reagir, mas o Santo André se segurou com a derrota por 2 a 0.

Nas oitavas de final, o adversário foi o Guarani. A ida foi no Brinco de Ouro, em Campinas, e o Ramalhão empatou por 1 a 1. A volta aconteceu no Bruno José Daniel, com novo empate, mas sem gols. Pelo tento anotado fora de casa, o Santo André avançou.

Nas quartas, a parada foi contra o Palmeiras, em duas partidas épicas. A primeira foi em casa, e terminou empatada por 3 a 3. O segundo jogo ocorreu no velho Palestra Itália, e o que se viu foi uma classificação emocionante: o Ramalhão largou na frente com Sandro Gaúcho, sofreu dois gols de virada, buscou o primeiro empate com Osmar, levou outros dois tentos e correu atrás de novo empate, por 4 a 4, com Sandro e Tássio. 

A semifinal era inimaginável, contra o 15 de Novembro, do Rio Grande do Sul, que havia eliminado o Vasco e passado por outros pequenos como Americano e Palmas. A ida foi no Pacaembu, em São Paulo, mas o Santo André acabou derrotado “em casa” por 4 a 3. Assim, foi preciso ter mais um ato de heroísmo. Em Porto Alegre, no Olímpico, o time comandado por Péricles Chamusca venceu por 3 a 1 e se classificou à final.

Na decisão, o Santo André encarou o Flamengo, que havia superado CRB, Tupi, Santa Cruz, Grêmio e Vitória. A ida foi disputada no Palestra Itália, em São Paulo, pois o Bruno José Daniel era muito pequeno. Com gols de Osmar e Romerito, o Ramalhão empatou por 2 a 2 com os cariocas. A volta foi no Maracanã, para quase 72 mil torcedores. Sem medo de nada, o Santo André foi ao ataque. Sandro Gaúcho abriu o placar aos sete do segundo tempo e Elvis fechou em 2 a 0 aos 22, sacramentando uma conquista histórica.

A campanha do Santo André:
11 jogos | 4 vitórias | 5 empates | 2 derrotas | 26 gols marcados | 17 gols sofridos


Foto Daryan Dornelles/Placar

Cruzeiro Campeão da Copa do Brasil 2003

Vencer um título nacional é muito difícil. Dois, então, muito mais. E se for dois no mesmo ano, é praticamente impossível. Não para o Cruzeiro, que em 2003 levou para casa as taças do Brasileirão (o primeiro em pontos corridos) e da Copa do Brasil, que somadas ao estadual configuraram a obtenção da tríplice coroa. A copa, inclusive, foi a quarta do clube mineiro, especialista do formato.

A façanha da Raposa só foi possível graças à combinação de nomes, no auge ou em ascensão: Alex, Deivid, Aristizábal, Gomes, Maicon e Luisão foram os pilares em campo. Fora dele, Vanderlei Luxemburgo estava no melhor momento da carreira.

A campanha do tetra do Cruzeiro começou diante do Rio Branco-ES. No Kleber Andrade, em Cariacica, o time mineiro venceu por 4 a 2 e eliminou a partida de volta. Na segunda fase, foi a vez de enfrentar o Coríntians-RN (a escrita é essa mesmo). Na ida, empate por 2 a 2 em Caicó, no interior potiguar. Na volta, goleada soberana por 7 a 0 no Mineirão.

O adversário da Raposa nas oitavas de final foi o Vila Nova. A primeira partida aconteceu em Belo Horizonte, com vitória azul por 2 a 0. O segundo jogo foi no Serra Dourada, em Goiânia, e o Cruzeiro voltou a triunfar, por 2 a 1. Nas quartas, dois confrontos contra o Vasco, com vitória por 2 a 1 no Mineirão, e empate por 1 a 1 em São Januário.

A semifinal foi contra o Goiás, e o primeiro jogo foi disputado no Serra Dourada. De maneira emocionante, o Cruzeiro venceu por 3 a 2 e fez vantagem. A segunda partida foi no Mineirão, e a Raposa voltou a vencer de maneira apertada, por 2 a 1, para chegar em outra final, a quinta de sua história.

Na decisão, o Cruzeiro encontrou o Flamengo, que passou por Botafogo-PB, Ceará, Remo, Vitória e Sport. A ida foi realizada no Maracanã, e foi de domínio cruzeirense. De letra, Alex abriu o placar para os mineiros, mas os cariocas marcaram 1 a 1 aos 48 minutos do segundo tempo. A volta ocorreu no Mineirão, e teve atuação de luxo da Raposa. No primeiro minuto de jogo, Deivid abriu o placar. Aos 15, Aristizábal fez o segundo. Aos 28, Luisão fez o terceiro e sacramentou o título do Cruzeiro. O Flamengo até descontou para 3 a 1, mas não diminuiu o show azul.

A campanha do Cruzeiro:
11 jogos | 8 vitórias | 3 empates | 0 derrotas | 29 gols marcados | 12 gols sofridos


Foto Arquivo/Paulo Euler

Corinthians Campeão da Copa do Brasil 2002

No ano do penta mundial, em 2002, a Copa do Brasil quase viu acontecer a maior zebra de todos os tempos do futebol nacional. Na ocasião, ela atendeu pelo nome Brasiliense Futebol Clube, clube fundado em 2000 e situado em Taguatinga, região administrativa do Distrito Federal. Foi por pouco, mas muito pouco, que a equipe não foi campeã da segunda maior competição brasileira com menos de dois anos de fundação.

No fim, o título acabou ficando mesmo com o Corinthians, que sagrou-se bicampeão. Resignado pelo vice em 2001, o clube paulista trouxe para o comando técnico um nome de peso: Carlos Alberto Parreira, que pela primeira vez desde 1982 não ia treinar uma seleção dentro da Copa do Mundo. Sorte corinthiana.

Na primeira fase, o Timão enfrentou o River, do Piauí, e venceu os dois jogos. Na ida, 2 a 1 em Teresina, no Estádio Albertão. Na volta, 2 a 0 no Pacaembu. Na segunda fase foi a vez de passar pelo Americano, do Rio de Janeiro, em uma só partida: 6 a 2 no Godofredo Cruz, em Campos dos Goytacazes, dispensando a necessidade da volta em São Paulo.

Nas oitavas de final, o adversário do Corinthians foi o Cruzeiro, em duas partidas complicadas. No primeiro jogo, no Morumbi, o time alvinegro apenas empatou por 2 a 2, ficando assim na dependência de ganhar fora de casa. E conseguiria fazer isso lá no Mineirão, por 3 a 2. Nas quartas, foi a vez de eliminar o Paraná, com vitória por 3 a 1 no Pacaembu e derrota por 1 a 0 em Curitiba.

Na semifinal, dois clássicos majestosos contra o São Paulo. Que na verdade eram quatro, pois eles também estavam na final do Torneio Rio-São Paulo. E deu Corinthians em ambas competições. Na Copa do Brasil, vitória por 2 a 0 na ida e derrota por 2 a 1 na volta, tudo dentro do Morumbi. Deivid foi o autor do gol que colocou o Timão na decisão nacional.

A final da Copa do Brasil 2002 foi entre Corinthians e Brasiliense. Os candangos assombraram o país ao superarem Vasco-AC, Náutico, Confiança, Fluminense e Atlético-MG. O primeiro jogo aconteceu no Morumbi, e o Timão venceu apertado, por 2 a 1. Os dois gols foram anotados por Deivid. A volta foi na Boca do Jacaré, em Taguatinga. O Brasiliense abriu o placar no primeiro tempo, e estava com a mão na taça devido a regra do gol fora de casa. Mas Deivid, de novo, marcou 1 a 1 no segundo tempo e deu o título ao Corinthians.

A campanha do Corinthians:
11 jogos | 7 vitórias | 2 empates | 2 derrotas | 24 gols marcados | 13 gols sofridos


Foto Daniel Augusto Jr./Agência Corinthians

Grêmio Campeão da Copa do Brasil 2001

Existe uma contradição na virada dos anos 2000: considera-se um novo milênio a partir de 2000, mas um novo século somente a partir de 2001. Também não há consenso sobre quando uma década é virada. De qualquer forma, o ano de 2001 já parecia bem distante de 1989, quando a Copa do Brasil foi criada.

Essa explicação toda é somente para dizer que foi só na entrada do século 21 que a competição encontrou o regulamento perfeito, e que seria o mais vezes utilizado na história: 64 participantes, divididos entre 54 classificados pelos estaduais e dez pelo recém-criado ranking da CBF. Mas o detalhe mais importante era que os participantes da Libertadores estavam de fora, numa tentativa de aliviar o calendário. E assim seria pelos 12 anos seguintes.

Mesmo com a concorrência menor, o título daquele ano caiu em mãos conhecidas. Pela quarta vez, o Grêmio chegou à conquista, sob o comando de um promissor técnico chamado Adenor Bacchi, o Tite. Todavia, o início não foi fácil. Na primeira fase, o tricolor gaúcho passou pelo Villa Nova-MG precisando reverter uma derrota por 3 a 2 na ida, fora de casa, com uma vitória por 4 a 1 no Estádio Olímpico.

Na segunda fase, o Imortal enfrentou o Santa Cruz e voltou a perder o primeiro jogo, em Recife, por 1 a 0. Na segunda partida, vitória por 3 a 1 em Porto Alegre. Nas oitavas de final, foi a vez de passar pelo Fluminense com vitória por 1 a 0 no Olímpico, e empate sem gols no Maracanã.

Nas quartas de final, dois jogos emocionantes contra o São Paulo. No primeiro, vitória por 2 a 1 em casa. No segundo, em uma quarta-feira à tarde devido ao apagão de 2001, novo triunfo por 4 a 3 no Morumbi. Na semifinal, o Grêmio eliminou o Coritiba com vitórias por 3 a 1 no Olímpico, e por 1 a 0 no Couto Pereira.

Na decisão, o Grêmio encarou o Corinthians. Era a revanche da final de 1995, que foi possível após os paulistas derrotarem Joinville, Goiânia, Flamengo-PI, Athletico-PR e Ponte Preta. A ida foi no Olímpico, e começou péssima para o tricolor, que levou dois gols em 51 minutos corridos. A reação com o empate por 2 a 2 veio aos 19 e aos 24 do segundo, com dois tentos de Luís Mário. A volta aconteceu no Morumbi, e foi um dos maiores passeios já vistos em finais. Com gols de Marinho, Zinho e Marcelinho Paraíba, o Grêmio venceu por 3 a 1 e ficou com o tetracampeonato.

A campanha do Grêmio:
12 jogos | 8 vitórias | 2 empates | 2 derrotas | 25 gols marcados | 14 gols sofridos


Foto Alexandre Battibugli/Placar