Nos primeiros 15 ou 16 anos de existência, a Copa do Brasil era muito mais propensa a zebras. Muitas delas atingiram semifinal, final ou até mesmo o título da competição. Em 2004, talvez tenha ocorrido o caso mais surpreendente. O Santo André, time paulista que à época participava da Série B do Brasileirão, levou a taça dentro do maior estádio do Brasil. E, antes, eliminando outra surpresa que veio do interior gaúcho.
O título do Ramalhão começou a ser desenhado no confronto contra o Novo Horizonte, de Goiás. Com a goleada por 5 a 0 na ida fora, não foi necessário disputar a volta em casa. Na segunda fase, foi a vez de enfrentar o Atlético-MG. No primeiro jogo, vitória por 3 a 0 no Bruno José Daniel, no ABC Paulista. Na segunda partida, os mineiros bem que tentaram reagir, mas o Santo André se segurou com a derrota por 2 a 0.
Nas oitavas de final, o adversário foi o Guarani. A ida foi no Brinco de Ouro, em Campinas, e o Ramalhão empatou por 1 a 1. A volta aconteceu no Bruno José Daniel, com novo empate, mas sem gols. Pelo tento anotado fora de casa, o Santo André avançou.
Nas quartas, a parada foi contra o Palmeiras, em duas partidas épicas. A primeira foi em casa, e terminou empatada por 3 a 3. O segundo jogo ocorreu no velho Palestra Itália, e o que se viu foi uma classificação emocionante: o Ramalhão largou na frente com Sandro Gaúcho, sofreu dois gols de virada, buscou o primeiro empate com Osmar, levou outros dois tentos e correu atrás de novo empate, por 4 a 4, com Sandro e Tássio.
A semifinal era inimaginável, contra o 15 de Novembro, do Rio Grande do Sul, que havia eliminado o Vasco e passado por outros pequenos como Americano e Palmas. A ida foi no Pacaembu, em São Paulo, mas o Santo André acabou derrotado “em casa” por 4 a 3. Assim, foi preciso ter mais um ato de heroísmo. Em Porto Alegre, no Olímpico, o time comandado por Péricles Chamusca venceu por 3 a 1 e se classificou à final.
Na decisão, o Santo André encarou o Flamengo, que havia superado CRB, Tupi, Santa Cruz, Grêmio e Vitória. A ida foi disputada no Palestra Itália, em São Paulo, pois o Bruno José Daniel era muito pequeno. Com gols de Osmar e Romerito, o Ramalhão empatou por 2 a 2 com os cariocas. A volta foi no Maracanã, para quase 72 mil torcedores. Sem medo de nada, o Santo André foi ao ataque. Sandro Gaúcho abriu o placar aos sete do segundo tempo e Elvis fechou em 2 a 0 aos 22, sacramentando uma conquista histórica.
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