Atlético-MG Campeão Brasileiro Série B 2006

A Série B de 2006 ficou marcada na história por ter sido a primeira no formato de pontos corridos, três anos depois que a primeira divisão. E a competição entrou no prumo, se estabilizando no número de 20 equipes. Pelo menos quatro delas já haviam conquistado a Série A no passado. Entre elas o Atlético-MG, que pela primeira vez jogaria a segunda divisão. Buscando apagar a péssima impressão do ano de 2005, o time entrou na competição disposto a ser campeão sem sufoco.

O Galo estreou na competição com empate em 1 a 1 com o Marília fora de casa. Na segunda rodada ocorreu a primeira vitória, de 3 a 1 sobre o Náutico no Mineirão. Não demorou muito para que o Atlético ocupasse as primeiras posições logo de cara. A primeira derrota aconteceu na sexta rodada, por 2 a 1 para o Ituano em casa, e o time passou por um momento complicado, só se recuperando na 13ª rodada, ao vencer o Gama por 4 a 2. O time virou o primeiro turno na sexta posição, enquanto o líder era o Sport.

A liderança foi conquistada pela primeira vez pelo Galo durante o segundo turno, na 29ª rodada, na vitória de 1 a 0 sobre o Brasiliense no Mineirão. Na 33ª partida, o time empatou em 1 a 1 com a Portuguesa no Canindé e caiu para vice. Mas no jogo seguinte voltou para a ponta ao fazer 3 a 0 no Paysandu em Belo Horizonte.

A equipe de Diego Alves, Eder Luís e Marinho conseguiu o acesso na 36ª rodada, com a vitória de 3 a 2 sobre o Coritiba no Couto Pereira. No jogo seguinte, contra o Ceará, o Galo venceu por 1 a 0 no Castelão e garantiu também o título. A última partida ficou reservada para o Atlético erguer a taça e dar a volta olímpica, no empate em 2 a 2 com o América-RN em Minas. A briga pelas outras vagas de acesso também foi boa.

Cinco times lutaram pelas três chances de subir. No final, Sport, Náutico e América-RN ficaram nas posições seguintes e deixaram para trás Paulista e Coritiba.  O Atlético-MG encerrou a Série B com 71 pontos, 20 vitórias, 11 empates e sete derrotas, marcando sete pontos a mais que o vice-campeão e dez a mais que o quinto colocado.

A campanha do Atlético-MG:
38 jogos | 20 vitórias | 11 empates | 7 derrotas | 70 gols marcados | 39 gols sofridos


Foto José Leomar/Placar

Grêmio Campeão Brasileiro Série B 2005

O Grêmio encontrou o fundo do poço em 2005, depois dos desastres nos dois anos anteriores, e o iminente rebaixamento no Brasileiro. Sem dinheiro, o time precisava do acesso urgentemente, pois o caso era sério, e uma possível licença das competições nunca foi descartada na época.

A saída era conseguir uma das duas vagas pela Série B, torneio onde o Tricolor já havia dado as caras em 1992, onde conseguiu uma classificação indolor, em nono lugar. Foram 22 times na segunda divisão, e o regulamento seguia os moldes da época, com turno único, oito classificados e seis rebaixados.

A campanha gremista não começou boa. A primeira rodada registrou derrota por 2 a 1 para o Gama fora de casa. No jogo seguinte veio a primeira vitória, um sofrido 4 a 3 sobre o Avaí em um Beira-Rio de portões fechados, fruto da punição ao clube ainda no fim de 2004. Até a nona rodada, o Tricolor alternou bons e péssimos resultados, como a vitória de 2 a 1 sobre o Paulista, recém vencedor da Copa do Brasil, no Olímpico, e a derrota por 4 a 0 para a Anapolina em Goiás. As coisas só melhoraram mesmo no 11º jogo, uma virada de 4 a 3 sobre o Ceará no Castelão. A passagem de fase veio na 18ª rodada, ao vencer a Portuguesa por 2 a 1 no Canindé.

O Grêmio encerrou a primeira fase em quarto lugar, com 35 pontos em 21 jogos, nove vitórias, oito empates e quatro derrotas. Na fase seguinte, grupo dividido com Santo André, Avaí e Santa Cruz. O time se classificou sem problemas, em segundo lugar com 12 pontos, um a menos que os pernambucanos e dois a mais que os paulistas.

No quadrangular final, Grêmio, Santa Cruz, Náutico e Portuguesa duelaram pelo acesso e pelo título. O Tricolor começou com pé direito, vencendo o Náutico no Olímpico por 1 a 0. Na sequência, dois empates fora de casa e por 1 a 1, com Santa Cruz e Portuguesa. Na quarta rodada, o Grêmio buscou empate de 2 a 2 com o time paulista. Depois, vitória de 2 a 0 sobre o Santa Cruz no Olímpico.

A última rodada foi fora de casa, e tudo estava em aberto. De um lado, o Santa Cruz venceu a Portuguesa e garantiu a primeira vaga. Do outro, Náutico e Grêmio empatavam, com pernambucanos perdendo um pênalti. Quando o árbitro marcou o segundo, a revolta gremista foi geral. Quatro jogadores expulsos, e o time no limite, não podendo perder.

Eis que surge o primeiro herói, o goleiro Galatto, que defendeu a nova penalidade. Na saída de bola, o segundo herói, Ânderson, pegou a defesa no Náutico aberta e fez o gol do acesso e do título. Com sete jogadores em campo, o Tricolor comprovava novamente a fama de Imortal e voltava para a primeira divisão. Esta partida se tornou conhecida como "Batalha dos Aflitos", por causa no nome do estádio em que se realizou. Um capítulo de orgulho para o torcedor do Grêmio.

A campanha do Grêmio:
33 jogos | 16 vitórias | 11 empates | 6 derrotas | 48 gols marcados | 34 gols sofridos


Foto Teófilo Pereira/Fone Mídia

Brasiliense Campeão Brasileiro Série B 2004

Fenômeno do futebol brasileiro do começo deste século, o Brasiliense foi o incontestável campeão da Série B de 2004, logo na sua segunda participação. Fundado em 2000, o time de Taguatinga (DF) foi vice candango logo no ano seguinte, que lhe valeu passagem para a Copa do Brasil de 2002, onde eliminou Fluminense e Atlético-MG e acabou vice do Corinthians. Depois, na Série C, foi campeão e ingressou na segunda divisão de 2003, onde chegou entre os oito finalistas. No ano seguinte, aí não teve pra ninguém.

O regulamento foi igual ao da temporada passada, 24 times em turno único, com oito classificados aos quadrangulares. Só o número de rebaixados mudou de dois para seis. O Brasiliense dominou completamente a competição. Iniciou com empate fora de casa em 1 a 1 com o Ituano, e logo na terceira rodada o Jacaré venceu o Londrina por 3 a 0 também fora de casa. A classificação foi carimbada nos 3 a 0 sobre o Santo André na Boca do Jacaré, na 21ª rodada.

O Brasiliense encerrou a primeira fase na liderança, com 46 pontos em 23 jogos, sendo 13 vitórias, sete empates e três derrotas. Junto com ele se classificaram Náutico, Bahia, Ituano, Fortaleza, Marília, Avaí e Santa Cruz. No quadrangular semifinal, o Brasiliense fez grupo equilibrado com Fortaleza, Ituano e Santa Cruz, se classificando no segundo lugar com oito pontos, mesma pontuação de cearenses e paulistas, e um ponto a menos que pernambucanos.

No quadrangular final, Brasiliense, Fortaleza, Avaí e Bahia disputaram as duas vagas. O Jacaré começou com pé direito, vencendo o Bahia em casa por 2 a 1. Na sequência, duas derrotas por 1 a 0 para Fortaleza e Avaí colocaram um ponto de interrogação no acesso do clube. Tudo desfeito na vitória por 2 a 0 sobre os catarinenses na Boca do Jacaré.

Na quinta rodada, o acesso inédito foi obtido com o 1 a 0 sobre o time catarinense em casa. Na rodada final, o Brasiliense confirmou o título na vitória de 3 a 2 sobre o Bahia na Fonte Nova. Campeão com 12 pontos, quatro a mais que o vice Fortaleza. Até hoje, a Série B de 2004 é a maior conquista do clube candango.

A campanha do Brasiliense:
35 jogos | 19 vitórias | 9 empates | 7 derrotas | 57 gols marcados | 33 gols sofridos


Foto Edson Ruiz/Placar

Palmeiras Campeão Brasileiro Série B 2003

A Série B de 2003 foi histórica. As presenças de Palmeiras e Botafogo aumentaram a exposição da competição na mídia, e ela começou a ser vista com melhores olhos, deixando de ser aquele fim de mundo dos anos 80 e 90. Os times vieram de péssimo Brasileirão em 2002 e tinham o único pensamento de retornar rapidamente para a elite. Em relação aos últimos anos, a Série B até que foi tranquila, sem viradas de mesa e tribunais.

O único problema foi o regulamento. A CBF tinha a intenção de fazer a segunda divisão também em pontos corridos, até divulgou tabela. Mas na última hora voltou atrás, pois vários clubes alegaram não ter condições financeiras de jogar as 46 partidas. O regulamento então voltou ao modelo anterior e a competição teve um mês de atraso.

No fim, os 24 times jogam em turno único, com os oito melhores se classificando para a segunda fase. Como foi de se esperar, Palmeiras e Botafogo dominaram o torneio do início ao fim. O time carioca liderou por 10 rodadas, e o Alviverde assumiu a ponta nas outras 13. A estreia palmeirense foi com empate em 1 a 1 fora de casa com o Brasiliense. A primeira vitória foi na quarta rodada, por 4 a 0 sobre o São Raimundo-AM no Palestra Itália. A classificação foi garantida na goleada de 5 a 1 sobre o União São João em casa, na 19ª rodada.

O Verdão terminou a primeira fase na liderança, com 47 pontos, 13 vitórias, oito empates e duas derrotas. Fez seis pontos a mais que o vice Botafogo. Na segunda fase, os oito classificados ficaram em dois grupos. O Palmeiras enfrentou Sport, Brasiliense e Santa Cruz, e fez uma campanha tranquila, com 15 pontos, cinco vitórias e só uma derrota. Se classificou com sobras, sete pontos a mais que o vice Sport.

No quadrangular final chegaram Palmeiras, Sport, Botafogo e Marília. O Verdão começou a fase final com empate com os cariocas no Caio Martins por 1 a 1. Depois, vitória por 1 a 0 sobre o Sport em casa, e duas vezes 2 a 0 sobre o Marília, no Bento de Abreu e no Palestra Itália.

O acesso e o título palmeirense vieram na quinta rodada, na vitória por 2 a 1 sobre o Sport na cidade de Garanhuns, já que a Ilha do Retiro estava interditada. Na última rodada, todos jogaram de cabelo verde na goleada de 4 a 1 sobre o Botafogo, para comemorar a conquista com a taça. O Palmeiras de Marcos, Magrão e Vágner Love voltava em grande estilo.

A campanha do Palmeiras:
35 jogos | 23 vitórias | 9 empates | 3 derrotas | 80 gols marcados | 36 gols sofridos


Foto Arquivo/Palmeiras

Criciúma Campeão Brasileiro Série B 2002

A Série B de 2002 foi mais uma competição que começou com indefinições. A polêmica começou em 2001, na partida entre Figueirense e Caxias. O time catarinense vencia por 1 a 0 e conquistava o acesso. Nisso, torcedores invadiram o gramado para comemoração antes do apito final. O time gaúcho alegou que o jogo não havia encerrado, e queria a remarcação da partida. A questão se arrastou nos tribunais da vida, mas o resultado foi mantido, o Figueirense subiu e o Caxias permaneceu na segunda divisão.

O campeonato teve o regulamento exatamente igual ao da Série A, com 26 clubes em grupo único, com os oito melhores se classificando ao mata-mata. E antes do início, um outro problema. O Malutrom comunicou desistência da competição, e no seu lugar entrou o Guarany de Sobral, terceiro lugar da Série C anterior. Um ano antes, o time paranaense havia escapado por pouco do rebaixamento, ao lado do Criciúma. O time carvoeiro teria uma história bem diferente naquela Série B.

Liderado por um cara chamado Paulo César, que passaria a se chamar Paulo Baier, o Tigre foi o melhor time da Série B, de cabo a rabo. A estreia foi com vitória em casa sobre o Paulista de Jundiaí por 2 a 0, e a classificação para a fase final foi confirmada com acachapantes 5 a 1 sobre o Sport no Heriberto Hülse, a quatro rodadas do fim. Ao final de 25 rodadas, o Criciúma terminou na liderança, com 51 pontos, 16 vitórias, três empates e seis derrotas. Também foram ao mata-mata, Sport, Fortaleza, Santa Cruz, Avaí, América-MG, Paulista e Remo.

Nas quartas de final, o Tigre enfrentou o time paraense, oitavo colocado. No Baenão, o Criciúma não resistiu e perdeu de virada por 2 a 1. A situação foi revertida no Heriberto Hülse, com a goleada por 4 a 0. Depois do Remo, o adversário foi o Santa Cruz. A semifinal foi aberta no Arruda, e o Criciúma venceu por 1 a 0. O acesso foi consumado com outra vitória por 3 a 0 em casa.

A final foi contra o Fortaleza. Na ida no Castelão, um susto, e a derrota por 2 a 0 deixou tudo com tons dramáticos. Foi na volta que apareceu o protagonismo de Paulo Baier. Precisando devolver o resultado, o então lateral-direito marcou três vezes e o Criciúma venceu por 4 a 1, conquistando assim o título da Série B de 2002, a segunda taça nacional do clube.

A campanha do Criciúma:
31 jogos | 20 vitórias | 3 empates | 8 derrotas | 58 gols marcados | 39 gols sofridos


Foto Cristiano Andujar/Placar

ABC Campeão Potiguar 2018

O ABC é o primeiro campeão estadual de 2018. E também é o maior campeão de todos. Aliás, o maior campeão do mundo. Conquistou o 55º título potiguar. É o clube do planeta com mais conquistas de um único campeonato. E o tricampeonato veio com tranquilidade. O Elefante venceu os dois turnos do estadual. O primeiro com seis vitórias e uma derrota, e o segundo com cinco vitórias e um empate.

O título veio um dia depois do empate do ABC com o Força e Luz por 1 a 1. Isto foi possível porque o América-RN perdeu para o Santa Cruz-RN e não pode mais alcançar o rival no returno. Ainda falta uma rodada para o término do Potiguar, mas a próxima partida promete ser apenas de festa e taça para o Alvinegro.


Foto Divulgação/Hugo Monte

Paysandu Campeão Brasileiro Série B 2001

A organização da Série B voltou para as mãos da CBF no ano de 2001. E devido ao Brasileirão ter se transformado em Copa João Havelange no anterior, tendo sua forma de disputa modificada, a intenção era respeitar os rebaixamentos e ascensões de 1999. Mas a competição quase foi para o espaço mais uma vez.

Diversos lobbys políticos fizeram com que a composição dos participantes fosse diferente, com clubes que não estavam nos planos assegurando a participação na Série A, como Fluminense, Bahia, América-MG e Botafogo-SP. Juventude e São Caetano estavam incluídos na Série B, mas também conseguiram nos bastidores a inclusão na primeira divisão. O Remo não teve a mesma sorte, mas tentou até o último instante uma vaga na elite, quase trancando o início das duas competições. No fim de tudo, a segunda divisão contou com 28 times.

O Paysandu foi um dos times com 1999 horrível, um dos rebaixados na Série B daquele ano. Mas em 2000 o clube se reestruturou, foi quarto colocado do Módulo Amarelo, e acabou recolocado na Série B em 2001. A competição contou com dois grupos de 14 times se enfrentando em dois turnos. O Papão ficou no grupo 1, com outras equipes do Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

O Alviceleste fez uma primeira fase quase perfeita, com a melhor campanha no geral. Liderou o grupo com 47 pontos em 26 jogos, sendo 12 vitórias, 11 empates e três derrotas. O time abriu sete pontos de vantagem para os outros classificados, Ceará, Náutico e CRB. Nas quartas de final da competição, o Paysandu encarou o União São João, quarto lugar do outro grupo. Dois empates sem gols, em Araras e em Belém, garantiram o Papão no quadrangular final, ao lado de Figueirense, Avaí e Caxias.

A fase final foi disputada em todos os sentidos. O Paysandu começou com empate com o Avaí na Ressacada, em 3 a 3. Depois, 0 a 0 com o Caxias na Curuzu e outro 3 a 3 com o Figueirense no Orlando Scarpelli. A primeira vitória veio no returno, por 3 a 0 em casa sobre o Figueirense. Na quinta rodada, o Paysandu quase garantiu o acesso, mas permitiu uma virada de 3 a 0 para 4 a 3 do Caxias no Centenário.

Todos os times chegavam na rodada final com seis pontos. E o Papão tratou de não dar chance ao azar, goleou o Avaí por 4 a 0 na Curuzu. Enquanto isso, o Figueirense fez só 1 a 0 no Caxias, em partida que só se encerrou meses depois no tribunal. Fora da polêmica, com nove pontos e melhor saldo de gols, o Paysandu se sagrou bicampeão da Série B.

A campanha do Paysandu:
34 jogos | 14 vitórias | 16 empates | 4 derrotas | 60 gols marcados | 36 gols sofridos


Foto Cristino Martins/O Liberal