Barcelona Campeão da Liga dos Campeões 2006

Na temporada em que completou 50 anos de existência, a Liga dos Campeões também foi decidida com fortes doses de emoção. Embora a final de 2006 não seja tão cultuada quanto a de 2005, a virada do Barcelona é digna das grandes histórias da competição: dois gols em quatro minutos - faltando dez para o fim -, com o segundo saindo dos pés de um atleta que jamais havia marcado com a camisa do clube.

Sob o comando de Frank Rijkaard e com Ronaldinho, Samuel Eto'o, Deco e Carles Puyol em campo, mais um trio de nomes Lionel Messi, Andrés Iniesta e Xavi no banco de reservas, o bicampeonato blaugrana - após 14 anos - teve início no grupo C da primeira fase. Diante de Panathinaikos, Udinese e Werder Bremen, a classificação foi tranquila, com 16 pontos, cinco vitórias e um empate em seis partidas. Tamanha facilidade permitiu ao Barça se classificar em primeiro já na quarta rodada, nos 5 a 0 sobre os gregos no Camp Nou.

A partir das oitavas de final, os catalães passaram a fazer um ótimo uso do regulamento. Contra o Chelsea, conseguiram vencer a ida fora por 2 a 1 e empatar a volta em casa por 1 a 1. Nas quartas, foi a vez de passar pelo Benfica em dinâmica parecida, porém invertida: empate sem gols em Portugal e vitória por 2 a 0 na Espanha. A semifinal foi contra o Milan, e o time blaugrana voltou a conquistar o triunfo fora - 1 a 0 no San Siro - para se garantir em casa - 0 a 0 no Camp Nou.

Depois de 12 anos, o Barcelona voltava à final da Liga dos Campeões. Seu adversário foi o Arsenal, que bateu Thun (Suíça), Sparta Praga, Real Madrid, Juventus e Villarreal. A partida aconteceu em Paris, no Stade de France, e começou com os ingleses largando na frente aos 37 minutos do primeiro tempo. A reação só começou aos 31 do segundo tempo, no empate de Eto'o.

A consagração veio aos 35, quando o lateral-direito reserva Belletti - que até ali nunca tinha feito um gol pelo Barça - acertou um chute cruzado pelo lado direito, quase sem ângulo, e fez 2 a 1. Num prenúncio do que estava por vir na virada da década, o clube catalão assegurou o bicampeonato europeu.

A campanha do Barcelona:
13 jogos | 9 vitórias | 4 empates | 0 derrotas | 24 gols marcados | 5 gols sofridos


Foto Laurence Griffiths/Getty Images

Liverpool Campeão da Liga dos Campeões 2005

Entre as mais de 60 finais de Liga dos Campeões já realizadas, a de 2005 é certamente a mais épica. O Liverpool - sem levar a taça desde 1984 - saiu da derrota quase certa por 3 a 0 nos primeiros 45 minutos para empatar no tempo seguinte e obter sua quinta conquista nos pênaltis. Nada igual foi visto antes ou depois.

Para chegar lá, os reds partiram do quarto lugar no inglês de 2004 e começaram a campanha na terceira preliminar, ao eliminarem o Grazer, da Áustria, com vitória por 2 a 0 fora e uma inesperada derrota por 1 a 0 em casa. 

Depois, no grupo A, o Liverpool enfrentou Monaco, Olympiacos e Deportivo La Coruña. Em seis jogos, foram só três vitórias e dez pontos. A classificação veio na última rodada, nos 3 a 1 sobre os gregos em Anfield - resultado que fez os ingleses ficarem na vice-liderança, à frente do próprio adversário ateniense pelo saldo de gols (3 a 0).

Nas oitavas de final, os reds eliminaram o Bayer Leverkusen com duas vitórias por 3 a 1 - antes em casa e depois fora. Nas quartas, foi a vez de passar pelo Juventus com 2 a 1 em Anfield e 0 a 0 na Itália. A semifinal foi contra o Chelsea, e a classificação para a decisão veio com empate sem gols na ida fora e triunfo por 1 a 0 na volta em casa.

A final foi no Estádio Olímpico Atatürk, na turca Istambul, contra o Milan, que superou Shakhtar Donetsk, Celtic, Manchester United, Internazionale e PSV Eindhoven. Antes do apito inicial, nenhum torcedor poderia imaginar o roteiro que ali iria se desenvolver.

No primeiro tempo, um massacre italiano no ataque, três gols sofridos e quase tudo perdido. A reação histórica veio no segundo tempo. Aos nove minutos, Steven Gerrard marcou o primeiro gol. Aos 11, Vladimír Smicer fez o segundo. O empate em 3 a 3 veio aos 16, com Xabi Alonso. Assim ficou até os pênaltis. Das cobranças milanistas, a primeira foi para fora, e a segunda e a quarta foram defendidas por Jerzy Dudek. Com mais cabeça, o Liverpool venceu por 3 a 2 e chegou ao penta europeu após 21 anos.

A campanha do Liverpool:
15 jogos | 8 vitórias | 4 empates | 3 derrotas | 20 gols marcados | 10 gols sofridos


Foto David Rawcliffe/Propaganda

Porto Campeão da Liga dos Campeões 2004

Em 2004, a Liga dos Campeões mudou o regulamento e reviveu um pouco de tempos passados, quando a competição era de imprevisibilidade pura. Na fórmula, a segunda fase de grupos foi abolida para dar lugar novamente às oitavas de final. Dessa forma, a quantidade de partidas para os clubes ficou menor. Já em campo, o que se viu foram os favoritos caírem antes da semifinal. Dos quatro sobreviventes, três nunca haviam levado a taça. E no fim, ela ficou com o único time que já sabia o seu gosto: o Porto.

Poucos além dos próprios torcedores acreditavam em uma conquista dos dragões no início. Tanto que o clube só era considerado a segunda força do grupo F, atrás do Real Madrid e à frente de Olympique Marselha e Partizan.

Em seis jogos, os portugueses venceram três, empataram dois, somaram 11 pontos e confirmaram os prognósticos: vice-liderança, três pontos atrás dos espanhóis e sete à frente dos franceses. A classificação veio na penúltima rodada, na vitória por 2 a 1 sobre o adversário da Sérvia. Este jogo foi um dos últimos no Estádio das Antas, que fechou as portas no fim de 2003 (e foi demolido em 2004).

Nas oitavas de final, o Porto já estava de casa nova, o Estádio do Dragão. E uma das primeiras vítimas foi o Manchester United, nos 2 a 1 da partida de ida da fase. A volta, no Old Trafford, terminou empatada por 1 a 1. Nas quartas de final, os portugueses passaram pelo Lyon: 2 a 0 em casa e 2 a 2 na França.

A semifinal chegou sem nenhum candidato ao título no começo, com Porto, Monaco, Chelsea e Deportivo La Coruña - este último o rival dos dragões. Na ida, empate sem gols em Portugal. Na volta fora, Derlei marcou de pênalti e o Porto venceu os espanhóis por 1 a 0.

A final foi contra o Monaco, que eliminou PSV Eindhoven, AEK Atenas, Lokomotiv Moscou, Real Madrid e Chelsea. Na Arena AufSchalke, na alemã Gelsenkirchen, o Porto fez prevalecer sua maior tradição e levou o bicampeonato. Aos 39 minutos do primeiro tempo, Carlos Alberto fez o primeiro gol. Aos 26 do segundo, Deco ampliou. Aos 30, Alenichev saiu da reserva para fechar o placar em 3 a 0.

A campanha do Porto:
13 jogos | 7 vitórias | 5 empates | 1 derrotas | 20 gols marcados | 12 gols sofridos


Foto Adam Davy/Empics/Getty Images

Milan Campeão da Liga dos Campeões 2003

Nove anos depois da última conquista, o Milan recuperou os bons tempos e levou para casa sua sexta taça da Liga dos Campeões da Europa, em 2003. Com um time bem estrelado e o recorde de 19 partidas, o clube superou forças tradicionais, emergentes e os rivais locais para ficar com o título.

Mas para chegar lá, o caminho foi longo e tortuoso. No italiano de 2002, o rossonero foi apenas o quarto colocado. Dessa forma, o início da campanha precisou ser antes da fase de grupos, na terceira preliminar. O adversário foi o Slovan Liberec, da República Tcheca. Na ida, 1 a 0 para o Milan no San Siro. Na volta, os tchecos fizeram 2 a 1 e a classificação à primeira fase só veio graças ao gol marcado fora de casa.

Quatro jogos depois, já no grupo G, os italianos apagaram a má impressão. A vaga na segunda etapa veio com 100% de vitórias até ali, nos 2 a 1 em casa sobre o Bayern de Munique. Depois, a equipe até perdeu para o Lens, da França, e o Deportivo La Coruña, da Espanha - os outros oponentes da chave. O Milan terminou líder com 12 pontos.

Na segunda fase, foi a vez de superar Lokomotiv Moscou, Borussia Dortmund e Real Madrid para garantir a ponta do grupo C. Outra vez com 12 pontos, quatro vitórias em seis partidas e confirmação na quarta rodada, no 1 a 0 sobre os russos fora de casa. Nas quartas de final, o Milan eliminou o Ajax depois de empatar por 0 a 0 em Amsterdã e vencer por 3 a 2 no San Siro.

A semifinal ficou marcada pelo "Derby della Madonnina" com a Internazionale. O primeiro jogo ficou sem gols. O segundo acabou empatado por 1 a 1, com o gol rossonero saindo dos pés de Andriy Shevchenko. Ambas partidas foram no San Siro, mas o gol fora valeu mesmo assim.

A final foi em outro clássico, com o Juventus. Eles passaram por Dínamo Kiev, Feyenoord, Basel, La Coruña, Barcelona e Real Madrid. A partida aconteceu no Old Trafford, em Manchester, e acabou 0 a 0. Nos pênaltis, Dida pegou três chutes ante dois erros milanistas. Shevchenko converteu a derradeira, e o Milan foi hexa com 3 a 2 no placar.

A campanha do Milan:
19 jogos | 10 vitórias | 4 empates | 5 derrotas | 23 gols marcados | 16 gols sofridos


Foto Arquivo/Milan

Guarani de Juazeiro Campeão Cearense Série B 2022

Com uma rodada de antecipação, o Guarani de Juazeiro ergueu a taça do Cearense Série B de 2022. A conquista coroa um trabalho de ressurgimento do clube, que em 2020 estava rebaixado à terceira divisão estadual. Em 2023, estará de volta à elite.

O título do Leão do Mercado veio após uma disputa entre dez times. Na primeira fase, todos se enfrentaram em turno único. Em nove jogos, o Guarani conseguiu quatro vitórias, um empate e quatro derrotas. Uma campanha bem irregular, mas suficiente para fazer a equipe avançar com a sexta e última vaga, com 13 pontos e superando Guarany de Sobral e Tiradentes pelo número de triunfos.

Na fase final, os classificados disputaram um pentagonal também em turno único. E o rubro-negro chegou ao tricampeonato com uma rodada de antecedência, no empate por 2 a 2 com o Barbalha fora de casa. Ao todo foram três vitórias e um empate em quatro partidas.

A campanha do Guarani de Juazeiro:
13 jogos | 7 vitórias | 2 empates | 4 derrotas | 16 gols marcados | 13 gols sofridos


Foto Antônio Josimar/Segundo Filmagens/FCF

Um milhão de acessos - marca histórica para o Edição dos Campeões

O Edição dos Campeões foi criado em janeiro de 2015 com o intuito de mais pessoas tivessem acesso ao trabalho pessoal do ADM que, frustrado com a Revista Placar não ter lançado a revista com os pôsteres de 2014, resolveu usar os conhecimentos em diagramação para fazer sua própria publicação impressa.

Com um retorno razoável, o blog deu sequência com os campeões de 2015, 2016 e 2017. Mas o engajamento aumentou mesmo após dois pôsteres em específico: da Chapecoense campeã da Sul-Americana e do Grêmio campeão da Copa do Brasil 2016.

Depois de uma intermitência em 2017, o ADM concluiu que era preciso manter o blog sempre ativo. Como não temos campeões todas as semanas, o passo dado foi para o passado. O começo foi os vencedores da Copa do Brasil. Depois, do Brasileirão e assim por diante.

Em 2018, o espaço foi aberto às seleções, a partir da Copa do Mundo. Em 2020, foi a vez dos times femininos, com o Brasileirão, e estrangeiros, com o Mundial. Em 2021, a expansão chegou às categorias de base. E no meio disso ainda apareceram os vices dos torneios mais importantes.

Pois, sete anos e sete meses depois, o Edição dos Campeões atinge a marca de 1 MILHÃO DE ACESSOS. A projeção feita nos 600 mil era de dez anos. Mas a curva de visitantes subiu tanto que o tempo acabou encurtado. Nada mal para quem começou apenas suprindo um buraco de uma coleção pessoal de fotos.

E não vai parar por aqui. Tem muito campeonato ainda para aparecer. Enquanto isso, fica o agradecimento a cada um que fez do Edição dos Campeões a referência que se tornou.

Democrata de Sete Lagoas Campeão Mineiro Módulo II 2022

Mais um Estado conheceu o campeão de acesso em 2022. É o Democrata de Sete Lagoas, que faturou seu segundo título na história do Módulo II de Minas Gerais. Depois de 14 anos, o clube estará de volta à elite mineira.

Para chegar até a conquista, o Jacaré precisou encarar uma competição de 12 times. Na primeira fase, todos se enfrentaram em turno único. Com uma campanha suficiente, de quatro vitórias e quatro empates em 11 partidas, o Democrata obteve a última vaga de classificação disponível, no sexto lugar, com 16 pontos. Na fase final, os seis classificados se enfrentaram num hexagonal de turno e returno.

Aí foi a vez de o Jacaré assumir o controle. Com seis vitórias e um empate em dez jogos, o clube alvirrubro atingiu os objetivos de acesso e título na última rodada, ao bater o Varginha por 5 a 1 na sua Arena do Jacaré. Com 18 pontos, o Democrata superou o outro clube que subiu, o Ipatinga, no saldo de gols e o terceiro colocado, o Betim, por um ponto.

A campanha do Democrata de Sete Lagoas:
21 jogos | 10 vitórias | 5 empates | 6 derrotas | 28 gols marcados | 18 gols sofridos


Foto Atila Kassius/Democrata SL