Cienciano Campeão da Copa Sul-Americana 2003

A Copa Sul-Americana ganhou um "upgrade" de 2002 para 2003. De 21 participantes, a competição saltou para 35. A Argentina passou de quatro para seis vagas e o Brasil enfim entrou na disputa, com 12 posições, todas definidas pelo ranking da Conmebol. Tantos brasileiros no torneio levou à formação de uma mini fase de grupos, com quatro triangulares. Destes, cada líder avançou às oitavas de final.

Ao mesmo tempo, Boca Juniors e River Plate tinham cadeiras cativas no mata-mata principal. Ao contrário, o San Lorenzo, defensor do título, teve de passar pela primeira fase. Mas nem Brasil nem Argentina sorriram no final. O campeão da segunda edição da Sul-Americana foi o Cienciano. Clube médio do Peru, "la furia roja" foi o primeiro (e único) do país a levantar uma taça continental até hoje.

Na primeira fase, o Cienciano eliminou o compatriota Alianza Lima, após vencer por 1 a 0 tanto em Cusco quanto na capital peruana. Nas oitavas, foi a vez de passar pela Universidad Catótica. Na ida, goleada por 4 a 0 em casa, no Estádio Inca Garcilaso de la Vega. Na volta, derrota por 3 a 1 no Chile.

O adversário nas quartas de final foi o Santos. O primeiro jogo foi na Vila Belmiro, e o Cienciano segurou um bom empate por 1 a 1. A segunda partida aconteceu na altitude de 3.300 metros de Cusco, e o clube peruano derrubou mais um gigante ao vencer por 2 a 1. A semifinal foi contra o Atlético Nacional, e o Cienciano venceu os dois jogos: 2 a 1 em Medellín e 1 a 0 no Peru.

A final foi contra o River Plate, que passou por Independiente, Libertad e São Paulo. A ida foi realizada no Monumental, em Buenos Aires. Giuliano Portilla abriu o placar para os peruanos aos 26 minutos do primeiro tempo. Os argentinos viraram para 2 a 1 no começo do segundo tempo, mas Germán Carty empatou aos 22 minutos e Portilla virou de novo aos 34. A cinco minutos do fim, o River empatou em 3 a 3 e deixou tudo em aberto para a volta.

A segunda partida foi na cidade de Arequipa, no Monumental de la UNSA, um estádio maior que o Inca Garcilaso. Todo o Peru apoiou o Cienciano. O gol do histórico título do rojo saiu aos 33 minutos do segundo tempo, com o zagueiro Carlos Lugo. Dá para dizer que esta vitória por 1 a 0 é a maior de todas para o futebol de clubes peruano.

A campanha do Cienciano:
10 jogos | 7 vitórias | 2 empates | 1 derrota | 17 gols marcados | 9 gols sofridos


Foto Arquivo/Cienciano

San Lorenzo Campeão da Copa Sul-Americana 2002

A Copa Conmebol durou até 1999, suplantada pelo aumento de times na Libertadores e o sucesso inicial das Copas Mercosul e Merconorte. Mas não demorou muito para que o modelo de dividir a América do Sul em duas - e quase sempre com os mesmos clubes da Libertadores nas disputas - ficasse insustentável. Pensando nisso, em 2002, a Conmebol resolveu extinguir as Mercos, reunir tudo e recriar no lugar a Copa Sul-Americana, nos moldes do torneio dos anos 90.

A verdade é que a entidade só ressuscitou mesmo a ideia, pois os critérios técnicos ficaram bagunçados. Cada país podia fazer o que bem entendesse: tinha vaga para os melhores times fora da Libertadores, para os melhores também dentro dela, via competições especiais, convidados... Só não teve brasileiros na edição de estreia. A demora da Conmebol em confirmar a Copa Sul-Americana fez com que a CBF fechasse o calendário do segundo semestre de 2002 somente com o Brasileirão.

Assim, o favoritismo pendeu para os clubes argentinos. Como o San Lorenzo, que foi o vencedor da Mercosul de 2001 e recebeu uma vaga na Sul-Americana por causa disso. "El ciclón" superou outros 20 participantes para ser o primeiro campeão do novo torneio, que foi disputado em mata-mata desde o início. Nas oitavas de final, passou fácil pelo Monagas, após vencer por 3 a 0 na Venezuela, e por 5 a 1 em Buenos Aires.

Nas quartas, o San Lorenzo enfrentou o Racing. Na ida, venceu por 3 a 1 no Nuevo Gasómetro. Na volta, perdeu por 2 a 0 em Avellaneda, tendo que fazer 4 a 3 nos pênaltis para passar de fase. A semifinal foi contra o Bolívar. Em La Paz, perder por 2 a 1, de virada. Na Argentina, o time azulgrana teve que suar para vencer por 4 a 2 e se classificar para final.

A decisão foi contra o Atlético Nacional, clube colombiano que eliminou América de Cali, Santiago Wanderers e Nacional do Uruguai. O primeiro jogo foi realizado em Medellín, no Atanasio Girardot. Em atuação de luxo, o San Lorenzo calou mais de 50 mil torcedores e goleou por 4 a 0, gols de Sebastián Saja (goleiro, de pênalti), Pablo Michelini, Leandro Romagnoli e Rodrigo Astudillo. A segunda partida foi no Nuevo Gasómerto, e o ciclón teve apenas que segurar o empate por 0 a 0 para ser campeão.

A campanha do San Lorenzo:
8 jogos | 5 vitórias | 1 empate | 2 derrotas | 20 gols marcados | 8 gols sofridos


Foto Juan Manuel Foglia/Olé

Talleres Campeão da Copa Conmebol 1999

Uma despedida discreta. Foi assim que a Copa Conmebol encerrou suas atividades em 1999. O sucesso das Copas Mercosul e Merconorte eclipsou o pouco que restava do prestígio da competição criada em 1999. Além disso, a expansão da Libertadores de 23 para 32 clubes a partir do ano 2000 ajudou muito para que a entidade sul-americana tomasse tal decisão.

O fato é que as federações nacionais já não davam tanta importância assim para a Copa Conmebol. O Uruguai até indicou seus dois representantes, mas ambos desistiram. O Brasil resolveu fazer as quatro vagas via regionais: Paraná (vice da Copa Sul, entrou no lugar do Grêmio), Vila Nova (vice da Copa Centro-Oeste, pegou o vácuo do Cruzeiro), São Raimundo-AM (campeão da Copa Norte) e CSA (semifinalista da Copa do Nordeste, se aproveitou das recusas de Vitória, Bahia e Sport).

Mas o último título foi argentino, do Talleres de Córdoba. E com fortes emoções. A trajetória começou nas oitavas, contra o Independiente Petrolero. Na ida, na Bolívia, foi goleado por 4 a 1. Na volta, na Argentina, fez 3 a 0 no tempo normal e 5 a 4 nos pênaltis.

Nas quartas, o albizaul eliminou o Paraná após vencer por 1 a 0 no Estádio Mario Kempes, perder pelo mesmo placar em Curitiba, e vencer por 3 a 1 nas penalidades. Na semifinal, o adversário foi o Deportes Concepción. O primeiro jogo acabou com vitória em Córdoba por 2 a 1. A segunda partida foi no Chile, e acabou empatada por 1 a 1.

A final mais alternativa de todos os tempos foi entre Talleres e CSA. Os alagoanos eliminaram Vila Nova, Estudiantes de Mérida e São Raimundo-AM. A ida aconteceu em Maceió, no Rei Pelé. Em péssima atuação, o time argentino levou 4 a 2. Manuel Santos Aguilar e Rodrigo Astudillo salvaram a pátria hermana com os dois gols.

A volta foi disputada no Mario Kempes, em Córdoba. Aos 39 minutos do primeiro tempo, Ricardo Silva abriu o placar. Aos 30 do segundo, Darío Gigena fez o segundo. Aos 45, Julián Maidana deu o número final de 3 a 0, que rendeu o título inédito e derradeiro para o Talleres, um clube de apenas média grandeza na América do Sul.

A campanha do Talleres:
8 jogos | 4 vitórias | 1 empate | 3 derrotas | 13 gols marcados | 11 gols sofridos


Foto Arquivo/Talleres

Santos Campeão da Copa Conmebol 1998

A Copa Conmebol entrava em suas últimas emoções em 1998. Num contexto de mudanças na entidade sul-americana, a competição foi mantida num primeiro momento. No mesmo ano, a Supercopa Libertadores foi extinta, abrindo espaço para as Copas Mercosul e Merconorte. Como estas duas tinham a audiência dos clubes como critério de classificação, qualquer potencial que a Copa Conmebol ainda pudesse ter murchou de vez.

Sem nada a ver com a história, o Santos conseguiu uma das vagas para o torneio depois de ficar em sétimo no Brasileirão e contar com as impossibilidades de Palmeiras (na Mercosul), Internacional (disse não), Flamengo (na Mercosul) e Portuguesa (disse não). As demais posições ficaram com Atlético-MG (Brasileiro), Sampaio Corrêa (Copa Norte) e América-RN (Copa do Nordeste).

A campanha do título inédito do Peixe começou contra o Once Caldas. Após fazer 2 a 1 na Vila Belmiro, o time perdeu pelo mesmo placar na Colômbia. Nos pênaltis, venceu por 3 a 2. Nas quartas, foi a vez de encarar a LDU Quito. Na ida, empate por 2 a 2 no Equador. Na volta, vitória por 3 a 0 na Vila.

A semifinal foi contra o Sampaio Corrêa. A primeira partida foi em Santos, mas os maranhenses seguraram o 0 a 0. O segundo jogo foi em São Luís, diante de quase 100 mil torcedores no Castelão. E o Sampaio marcou primeiro, aos 34 minutos. Aos 42, o Peixe empatou, virando ainda na etapa inicial e goleando por 5 a 1 no segundo tempo. Os gols foram de Lúcio, Argel, Eduardo Marques, Adiel e Viola.

A decisão foi disputada contra o Rosario Central, que superou Audax Italiano, Huracán Buceo e Atlético-MG. A Vila Belmiro recebeu o primeiro jogo. Foi nervoso, com cinco expulsões (duas brasileiras e três argentinas), mas o Santos abriu vantagem com vitória por 1 a 0, gol de Claudiomiro aos 28 do primeiro tempo.

O segundo jogo foi no Gigante de Arroyito. Também rolaram vermelhos na volta (um para cada lado), mas o Peixe segurou o 0 a 0 e tudo deu certo. A Copa Conmebol de 1998 representou o fim de 35 anos de tabu sem títulos internacionais (ou 30, se contarmos a Recopa Intercontinental de 1968).

A campanha do Santos:
8 jogos | 4 vitórias | 3 empates | 1 derrota | 14 gols marcados | 6 gols sofridos


Foto Daniel Augusto Jr./Agência Estado

Atlético-MG Campeão da Copa Conmebol 1997

O título da Copa Conmebol voltou para o Brasil em 1997. Foi por meio do Atlético-MG, cinco anos após a primeira conquista e dois anos após a inexplicável derrota para o Rosario Central. Neste ano, a CBF mudou parte da distribuição das vagas. Duas delas seguiram nas mãos dos melhores do Brasileirão fora da Libertadores e da Supercopa.

As outras duas vagas foram transferidas para os campeões das recém-criadas Copa do Nordeste e Copa Norte, numa maneira de fomentar o futebol das regiões e popularizar os torneios. Vitória e Rio Branco-AC foram os primeiros classificados. Pelo Brasileiro, a Portuguesa acompanhou o Galo.

E as oitavas de final da Conmebol marcou exatamente o encontro entre o Atlético com a Lusa. A classificação mineira foi encaminhada logo na ida, com a goleada por 4 a 1 no Canindé. Na volta, no Mineirão, empate por 0 a 0. Foi a vingança do alvinegro depois de ser eliminado pelos paulistas na semifinal do Brasileiro de 1996.

Nas quartas, o adversário do Galo foi o América de Cali. Na ida, na Colômbia, vitória por 2 a 1. Na volta, em Belo Horizonte, outro empate segurado, desta vez por 1 a 1. A semifinal contra o Universitario, do Peru, foi bem tranquila. Depois de fazer 2 a 0 em Lima na primeira partida, o Galo aumentou a vantagem aplicando 4 a 0 na segunda partida, em casa.

A final da Copa Conmebol foi contra o Lanús, defensor da taça e que eliminou Real Santa Cruz, Vitória e Colón. A ida foi disputada na Argentina, em La Fortaleza, Os hermanos até saíram na frente do placar. Mas o Atlético virou para 4 a 1 com tranquilidade, com gols de Bruno, Marques e Valdir Bigode, além de um contra de Juan Serrizuela. Mas a partida ficou mais marcada pela revolta local. Após o término, torcida e time cercaram a delegação atleticana e agrediram jogadores e comissão técnica.

A volta ocorreu no Mineirão. Administrando a vantagem, o Galo fez um gol com Jorginho logo aos 10 minutos do primeiro tempo. O Lanús só deu sinal de vida a três minutos do fim. Com o 1 a 1 no placar, o Atlético-MG ergueu sua segunda taça da Conmebol. É o único clube que conseguiu mais de uma vez a faturar a competição.

A campanha do Atlético-MG:
8 jogos | 5 vitórias | 3 empates | 0 derrotas | 18 gols marcados | 5 gols sofridos


Foto Paulo Filgueiras/EM/D.A Press

Lanús Campeão da Copa Conmebol 1996

Sem decolar de fato no interesse do torcedor sul-americano, a Copa Conmebol seguiu para sua quinta edição em 1996. Depois de ter enfim conhecido um vendedor que falava espanhol, a competição manteve em vigor todo o conjunto de regras implementado um ano antes. Do Brasil, os quatro representantes da vez foram: Vasco, Fluminense, Palmeiras e Bragantino.

Da Argentina, o campeão Rosario Central trouxe consigo a presença do Lanús, um clube médio localizado na cidade de mesmo nome, na grande Buenos Aires. Na segunda participação (a primeira foi em 1994), tinha como glórias máximas apenas algumas taças da segunda divisão nacional. Mas, apesar da experiência internacional quase zero, o "granate" chegou ao título que mudaria sua história.

A estreia do Lanús foi contra o Bolívar, nas oitavas de final. Perdeu na ida, em La Paz, por 1 a 0 e goleou na volta, em La Fortaleza, por 4 a 1. Nas quartas de final, foi a vez de enfrentar o Guaraní do Paraguai. O primeiro jogo foi em Assunção, com vitória granate por 2 a 0. A segunda partida foi na Argentina, com nova goleada, desta vez por 6 a 2.

A semifinal reuniu os dois clubes argentinos. Lanús e Rosario Central se enfrentaram pela primeira vez em La Fortaleza, a casa granate. Num dia de muita sorte, os mandantes venceram por 3 a 0 - dois deles marcados pelo adversário, contra. No Gigante de Arroyito, o Lanús voltou a vencer, por 3 a 1, e se colocou na decisão.

A final da Copa Conmebol foi disputa contra o Independiente Santa Fe, da Colômbia, que superou Unión Táchira, Bragantino e Vasco no mata-mata. A partida de ida foi realizada em La Fortaleza. O volante Oscar Mena abriu o placar aos 31 minutos do primeiro tempo. E o meia Ariel Ibagaza fechou o placar em 2 a 0 aos 31 do segundo. Uma ótima vantagem para levar à Bogotá, no El Campín.

Na Colômbia, o Lanús conseguiu sustentar o resultado que precisava. Sofreu um gol logo aos quatro minutos do primeiro tempo, mas a solidez da defesa garantiu o título histórico para os granates apesar do 1 a 0 contra. Dali em diante, o clube não recuou mais.

A campanha do Lanús:
8 jogos | 6 vitórias | 0 empates | 2 derrotas | 20 gols marcados | 6 gols sofridos


Foto Arquivo/Lanús

Rosario Central Campeão da Copa Conmebol 1995

A quarta edição da Copa Conmebol foi disputada em 1995, com a mesma fórmula dos anos anteriores. Só três coisas mudaram. A primeira mudança foi a perda de uma vaga por parte do Brasil, pois a Conmebol deixou de atribuir um lugar extra para o país do campeão anterior.

A segunda foi o impedimento de que clubes disputassem esta competição em paralelo com a Supercopa Libertadores. Portanto, o São Paulo, então detentor do título, ficou impedido de lutar pelo bi por já estar no outro torneio. quem representou o Brasil foram os times do Ceará, Corinthians, Atlético-MG e Guarani. A terceira mudança foi o destronamento do domínio brasileiro nas decisões.

O campeão da quarta Conmebol foi o argentino Rosario Central, que conquistou seu título máximo na história em alto estilo. Nas oitavas de final, os "canallas" (isso mesmo, canalhas) enfrentaram o Defensor, com vitórias por 3 a 1 no Uruguai e por 2 a 1 na Argentina. Nas quartas, foi a vez de passar pelo Cobreloa, com mais duas vitórias: 2 a 0 no Gigante de Arroyito e 3 a 1 no norte do Chile.

A campanha de 100% de aproveitamento continuou na semifinal, contra o paraguaio Colegiales. Na ida, 2 a 0 em Assunção. Na volta, 3 a 1 em Rosario. Na final, o clube amarelo e azul enfrentou o Atlético-MG, que buscava o segundo título depois de passar por Guarani, Mineros de Guayana e América de Cali. A primeira partida foi realizada no Mineirão. Irreconhecíveis no segundo tempo, os canallas sofreram uma dura goleada por 4 a 0 dos brasileiros. Tudo pareceu acabado logo na ida.

Mas restava a volta. O Gigante de Arroyito pulsou com seus 45 mil torcedores. Aos 23 minutos do primeiro tempo, Rubén Da Silva abriu o placar. Aos 39 e aos 40, Horacio Carbonari e Martín Cardetti marcaram gols em sequência. Só faltava um para forçar os pênaltis, e ele veio aos 43 do segundo tempo, outra vez com Carbonari.

Após a remontada histórica por 4 a 0, o Rosario Central conseguiu o título ao vencer por 4 a 3 nas penalidades. Uma batida atleticana foi por cima do gol, outra carimbou a trave esquerda. Da Silva foi responsável pela cobrança derradeira, que deu início à festa rosarina.

A campanha do Rosario Central:
8 jogos | 7 vitórias | 0 empates | 1 derrota | 19 gols marcados | 8 gols sofridos


Foto Arquivo/Rosario Central