Guarani Campeão Brasileiro Série B 1981

A Taça de Prata manteve parte de seu formato para 1981. Houve uma diminuição de 64 para 48 equipes, divididos em seis grupos de oito times cada, jogando em turno único. Em em meio a esses participantes, três de destacavam: o Coritiba, semifinalista da Série A de 1980, o Palmeiras, seis vezes campeão nacional até então, e o Guarani, campeão em 1978, contando com Careca e Jorge Mendonça. Eles fizeram campanha ruim nos estaduais do ano anterior, e tiveram que disputar a segunda divisão.

O Bugre ficou no grupo 4, ao lado dos paranaenses, e fizeram a lógica acontecer na primeira fase. O time de Campinas se classificou na liderança do grupo, com 11 pontos, cinco vitórias, um empate e uma derrota. Eram duas vagas por grupo, e o time paranaense ficou com a outra.

Na segunda fase, os 12 classificados ficaram em quatro grupos. Os líderes ficariam com a vaga na fase final da Taça de Ouro (a primeira divisão) do mesmo ano, enquanto os vices seguiriam para a semifinal. O Guarani ficou no grupo 3, ao lado do Palmeiras e do Americano do Rio de Janeiro. Em quatro jogos, foram duas vitórias e duas derrotas, totalizando quatro pontos. A pontuação foi insuficiente para ultrapassar o Palmeiras, que marcou cinco pontos e subiu imediatamente. Mas o Bugre ficou na vice-liderança, e permaneceu com chance de título da Taça de Prata.

Na semifinal, o adversário alviverde foi o Comercial do Mato Grosso do Sul. No Morenão, em Campo Grande, o Bugre venceu a ida por 2 a 1, e no Brinco de Ouro a vitória foi por 3 a 0. O acesso para a elite de 1982 já estava garantido, mas ainda havia a final.

O adversário foi a Anapolina, de Goiás. O primeiro jogo foi em Anápolis, e o Guarani encaminhou o título ao vencer por 4 a 2, dois gols marcados por Careca. O segundo jogo foi em Campinas, no Brinco de Ouro, e o empate em 1 a 1 confirmou o título da segunda divisão do Brasileirão para o time bugrino, a última conquista nacional do clube desde então.

A campanha do Guarani:
15 jogos | 10 vitórias | 2 empates | 3 derrotas | 32 gols marcados | 15 gols sofridos


Foto Manoel Motta/Placar

Londrina Campeão Brasileiro Série B 1980

Depois de oito anos sem ser disputada, o Brasileiro da Série B voltou à ativa em 1980, chamando-se "Taça de Prata". A recém criada CBF diminuiu o Brasileirão, e reformou a segunda divisão como uma maneira de acomodar os clubes que ficaram fora da elite. Esta competição teria os participantes qualificados pelo desempenho nos estaduais, e usaria metade do sistema de acesso e descenso. Quatro equipes subiriam para a primeira divisão ainda na mesma temporada, enquanto o campeão e o vice garantiriam o acesso para o ano seguinte.

Mas nenhum time seria rebaixado da Taça de Ouro, como era chamada a primeira divisão. A primeira Taça de Prata contou com a participação de 64 clubes, divididos em oito grupos, e se enfrentando em turno único dentro do próprio grupo. O Londrina vinha de um sexto lugar no Paranaense do ano anterior, e foi indicado para integrar o grupo 8.

Após as sete rodadas da primeira fase, o Tubarão ficou na terceira posição do grupo, com nove pontos, quatro vitórias, um empate e duas derrotas. Deixou para trás o rival da capital, o Athletico-PR, e ficou dois pontos atrás da Juventus-SP, que foi líder do grupo mas perdeu no play-off a vaga para a primeira divisão. O Londrina avançou para a segunda fase ao lado dela e do Comercial de Ribeirão Preto. Os 20 classificados foram distribuídos em quatro grupos de turno único, com vaga apenas para o líder de cada. 

O LEC caiu no grupo 3, contra Grêmio Maringá, Sampaio Corrêa, Anapolina e Bonsucesso, e passou por cima de todos eles, vencendo os quatro jogos e marcando oito pontos. A liderança invicta deu ao Tuba uma passagem para a semifinal. Jogando contra o Botafogo-SP, venceu as duas partidas, 2 a 1 em Ribeirão Preto e 1 a 0 no Estádio do Café, e conquistou o acesso para a Taça de Ouro de 1981.

A final foi contra o time do CSA de Alagoas. O primeiro jogo foi no Rei Pelé, em Maceió, e quase que terminou com vitória do Londrina. Com um jogador a menos, abriu o placar no segundo tempo, mas sofreu o empate de 1 a 1 a cinco minutos do fim. A decisão ficou para o Café, e o Tubarão não tomou conhecimento do adversário, goleando ao natural por 4 a 0. Sob o olhar de 36 mil torcedores, o Londrina se tornou campeão brasileiro da Série B, a única conquista nacional que o clube possui.

A campanha do Londrina:
15 jogos | 11 vitórias | 2 empates | 2 derrotas | 26 gols marcados | 12 gols sofridos


Foto Silas Monteiro/Placar

Sampaio Corrêa Campeão Brasileiro Série B 1972

O Brasileiro da Série B teve sua continuidade no ano de 1972, mas com várias mudanças. Começando pelo nome, que foi "corrigido" para Campeonato Nacional da Segunda Divisão. O número de 23 participantes até continuou igual, mas o número de grupos diminuiu para quatro.

E somente equipes do Nordeste do Brasil marcaram presença no torneio. Uma regra que permaneceu foi a do não acesso e descenso. Em campo, o Sampaio Corrêa havia acabado de quebrar sete anos de jejum no Maranhense, e entrava como favorito ao título.

A Bolívia Querida ficou no grupo 1, que contou com seis times. Passados dois turnos, o clube se classificou na liderança com 13 pontos em dez rodadas, sendo cinco vitórias, três empates e duas derrotas. De cada grupo, duas equipes passavam de fase, e ao lado do Sampaio o Tiradentes do Piauí garantiu a outra vaga do grupo. Na segunda fase, os oito classificados se separaram em outros dois grupos.

O Tubarão ficou no grupo 1, e enfrentou novamente o Tiradentes-PI, além do Itabaiana e o Atlético Alagoinhas da Bahia. A briga foi ferrenha com o time piauiense, os dois fizeram seis pontos nos seis jogos, venceram três e perderam o resto, e marcaram seis gols. Mas o Sampaio Corrêa sofreu três gols, enquanto o Tiradentes levou quatro. Assim, o time maranhense se classificou para a final. Do outro grupo, saiu o Campinense.

A final estava marcada para ser em jogo único, e um sorteio definiu o mando de campo. Deu Sampaio, e a partida foi no Nhozinho Santos, em São Luís. O jogo foi um teste de cardíaco para o torcedor boliviano, que viu seu time sair atrás no placar e conseguir o empate somente aos 44 minutos do segundo tempo, com o atacante Pelezinho.

Com o resultado de 1 a 1, a partida foi para a prorrogação e não houve gols nesse tempo extra. A solução foi decidir tudo nos pênaltis, que ocorreu de maneira diferente da tradicional. Um mesmo jogador faria as cinco cobranças da sua equipe.

O zagueiro Neguinho acertou todas para o Sampaio Corrêa, enquanto Ivan Lopes errou uma para o Campinense. Por 5 a 4, o Tubarão se sagrou campeão brasileiro da Série B pela única vez. Para o ano seguinte, a CBD uniu primeira e segunda divisões em uma competição só. A Segundona então foi extinta, retornando à atividade somente no ano de 1980.

A campanha do Sampaio Corrêa:
17 jogos | 7 vitórias | 3 empates | 7 derrotas | 19 gols marcados | 21 gols sofridos


Foto Arquivo/Sampaio Corrêa

Villa Nova-MG Campeão Brasileiro Série B 1971

Até 1970, o futebol brasileiro vivia majoritariamente dos campeonatos estaduais, e os clubes deixavam em segundo plano Taça Brasil, Robertão e Libertadores. A história começou a mudar em 1971, quando a CBD transformou sua competição no Campeonato Nacional.

Ela foi disputada sem a concorrência estadual pelos 20 principais times do Brasil na época. E antes dela inchar até abrigar todos os Estados, era necessário criar outro torneios para que muitos times não fechassem portas por quatro meses. Assim nasceu o Brasileirão da Série B, mas sem o sistema de rebaixamento e acesso - não havia conexão com a Série A.

A primeira edição do torneio foi no mesmo ano de 1971 e levou o nome oficial de "Campeonato Nacional de Clubes da Primeira Divisão" (você não leu errado, a Série A era a "Divisão Extra"). Os participantes eram oriundos de todos os Estados, desde os times de melhor posição no estadual sem o convite para a competição principal até aqueles das regiões que não foram contempladas com as vagas.

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A primeira disputa da segunda divisão contou com a participação de 23 clubes (19 na primeira fase e quatro entrando na sequência). Eles foram geograficamente divididos em cinco grupos, sendo grupos 1 e 4 com quatro clubes, grupos 2 e 5 com três, e grupo 3 com cinco membros. Apenas o líder de cada se classificava. O Villa Nova de Nova Lima, Minas Gerais, venceu um torneio seletivo contra Tupi de Juiz de Fora e Uberlândia e não participou desta fase, apenas esperou a definição dos cinco classificados.

Na segunda fase, esses times se juntaram aos quatro "sortudos", formando três grupos com dois times e um com três. O Leão do Bonfim ficou no grupo 2, contra o Central de Niterói, time do extinto Campeonato Fluminense. A estreia foi no Rio de Janeiro, e acabou com empate em 2 a 2. No Castor Cifuentes, a torcida empurrou o Alvirrubro para a vitória por 1 a 0 e a classificação para a fase seguinte.

O Villa Nova enfrentou na semifinal a Ponte Preta. A ida foi em Campinas, e o Leão foi superado por 1 a 0 dentro do Moisés Lucarelli. A volta foi, por opção do Villa, no Independência em Belo Horizonte. Com mais torcedores do que o campo em Nova Lima poderia comportar, o Alvirrubro devolveu o placar de 1 a 0, forçando uma partida extra também em Minas Gerais.

O terceiro jogo foi 1 a 1, e a definição foi para os pênaltis, onde o time mineiro venceu por 6 a 5 e se classificou para a final. O adversário foi o Remo, que havia eliminado o Itabaiana de Sergipe.

A primeira partida foi em Belém, no Baenão, e terminou com o Leão do Bonfim em desvantagem, perdendo por 1 a 0. Os villanovenses devolveram o resultado com juros na segunda partida, em Belo Horizonte, vencendo por 3 a 0. Mais um desempate foi preciso, e o Villa Nova conseguiu, de virada, vencer novamente por 2 a 1 e ficar com o primeiro título brasileiro da Série B, o maior de sua história. 

Mas, como não havia acesso, o Villa não participou do Brasileiro de 1972. Embora o vice Remo tenha recebido o convite da CBD, isso não aconteceu para o campeão, e o Leão ficou fora das competições nacionais no ano seguinte.

A campanha do Villa Nova-MG:
8 jogos | 4 vitórias | 2 empates | 2 derrotas | 9 gols marcados | 5 gols sofridos


Foto Arquivo/Villa Nova-MG

Paysandu Campeão da Copa dos Campeões 2002

A Copa dos Campeões teve um estrondoso sucesso nas duas primeiras edições, juntamente com os torneios regionais. Na temporada de 2002, essas competições assumiram o protagonismo do primeiro semestre, com os estaduais ficando exclusivamente paras as equipes pequenas. Em sua competição, a CBF aumentou o número de vagas de nove para 16 e o de sedes de duas para quatro, mantendo a vaga para a Libertadores ao campeão.

Mesmo sendo lucrativa, esta foi a última edição da copa, que foi extinta por falta de espaço no calendário de 2003, sendo suplantada pelo Brasileirão de pontos corridos. E esta edição foi especial para o Paysandu, que rumou para o maior título de sua história e a honra de ser o primeiro clube do Norte a ir para a maior competição da América do Sul.

Por causa do inchaço, a Copa dos Campeões teve uma fase de grupos. Cinco equipes vieram do Torneio Rio-SP, quatro da Copa Sul-Minas, três da Copa do Nordeste, uma da Copa Centro-Oeste, uma da Copa Norte, e a última vaga foi do campeão vigente, o Flamengo. O Papão ficou no grupo A, jogado todo no Mangueirão, em Belém. O Paysandu estreou contra o Corinthians, e empatou em 1 a 1. Na segunda rodada, novo empate sem gols com o Fluminense. Na última rodada, venceu o Náutico por 3 a 2 e se classificou na liderança com cinco pontos.

O Paysandu enfrentou nas quartas de final o Bahia, vice do grupo D. Venceu o confronto por 2 a 1 e foi para a semifinal. Contra o Palmeiras, o Papão jogou empurrado por sua torcida e se classificou para a final ao vencer por 3 a 1. A final seria em duas partidas contra o Cruzeiro, que passou pelo Flamengo.

O jogo de ida da final foi no Mangueirão, mas o Paysandu não conseguiu manter o embalo em casa e acabou derrotado por 2 a 1. O favoritismo era mineiro, e o jogo de volta foi em Fortaleza, no Castelão. As coisas melhoraram por lá, mesmo com o time bicolor largando atrás no placar. O atacante Vandick marcou três gols e o Paysandu venceu por 4 a 3, forçando a disputa de pênaltis.

Nas cobranças, o Cruzeiro se perdeu e errou as três primeiras. Já o Papão acertou as três e nem precisou cobrar as restantes. Por 3 a 0, o Paysandu se sagrou campeão dos campeões em 2002 e conseguiu ir para sua única Libertadores em 2003, onde chegou a derrotar o Boca Juniors em La Bombonera.

A campanha do Paysandu:
7 jogos | 4 vitórias | 2 empates | 1 derrota | 14 gols marcados | 10 gols sofridos


Foto José Leomar/Placar

Flamengo Campeão da Copa dos Campeões 2001

O primeiro semestre de 2001 foi ótimo para o Flamengo. Campeão carioca pela terceira vez seguida em cima do Vasco, com aquele gol de falta de Petkovic, se classificou para a Copa dos Campeões nas cidades de Maceió e João Pessoa. O regulamento da competição continuou quase o mesmo em relação ao ano de estreia. A vaga para a Libertadores era o seu atrativo, no hiato que sobrava no futebol brasileiro na época, entre o fim dos estaduais em junho, e o início do Brasileirão em agosto.

Os campeões do Centro-Oeste e do Norte, mais o vice do Nordeste participaram da fase preliminar, com São Raimundo-AM e Sport eliminando o Goiás. O mata-mata para valer começou após esta fase, e o Rubro-Negro enfrentou o Bahia, que era o campeão do Nordeste. A vitória por 4 a 2 na ida deixou a situação encaminhada para o Mengão, que tornou a vencer na volta, por 2 a 0.

Na semifinal, o Flamengo encarou o Cruzeiro, campeão da Sul-Minas. O empate sem gols no primeiro jogo parecia que iria tornar o confronto mais complicado. Mas no segundo jogo o Rubro-Negro descomplicou com a vitória por 3 a 0 e vaga na final. O São Paulo, campeão do Rio-SP que passou pelo Coritiba, vice da Sul-Minas, seria o oponente do Fla.

A única mudança em relação a 2000 foi vista na final. Ela deixou de ser em partida única para se tornar em ida e volta. O primeiro confronto foi no Almeidão, em João Pessoa. O Flamengo começou avassalador, fazendo 3 a 1 no primeiro tempo. Mas o São Paulo reagiu, encostou no placar, obrigando os cariocas a buscarem mais o ataque. No fim, acabou 5 a 3 para o Mengo.

E quem achou que o segundo jogo seria mais tranquilo, se enganou, pois a porteira no Rei Pelé, em Maceió, continuou aberta para os dois lados. Os paulistas tentaram reverter o resultado saindo na frente, mas sofreram a virada flamenguista na etapa final. Não satisfeito, o São Paulo virou outra vez no fim, vencendo por 3 a 2. No placar agregado, o Flamengo venceu por 8 a 6 e conquistou sua primeira e única Copa dos Campeões, além da passagem para a Libertadores de 2002.

A campanha do Flamengo:
6 jogos | 4 vitórias | 1 empate | 1 derrota | 16 gols marcados | 8 gols sofridos


Foto Rogério Pallatta/Placar