Palmeiras Campeão Brasileiro 1993

Após quatro anos de edições bem definidas do Brasileiro, em 1993 a competição inchou. Do ano anterior, nenhum clube foi rebaixado e 12 conseguiram o acesso. Assim, os participantes pularam de 20 para 32. O regulamento do Campeonato Brasileiro foi um tanto injusto. As 32 equipes foram divididas em quatro grupos. Nos grupos 1 e 2 ficaram os times mais fortes e tradicionais, se classificando os três primeiros lugares, e sem rebaixamento.

Já nos grupos 3 e 4 ficaram os times de menos tradição, e haviam duas vagas para os líderes irem a uma repescagem, enquanto quatro seriam rebaixadas por grupo. Nas quatro linhas, após quebrar um tabu de 17 anos sem títulos no estadual, o Palmeiras entrou como um dos principais favoritos para faturar a competição nacional.

Os times na primeira fase se enfrentavam em dois turnos dentro do próprio grupo. O Verdão ficou no grupo 2 e, ao final de 14 jogos, terminou classificado na liderança com dez vitórias, dois empates e duas derrotas. Com 22 pontos, ficou dois a frente do vice Santos e quatro a frente do terceiro lugar Guarani. Seis times avançaram dos grupos 1 e 2. Dos quatro classificados dos grupo 3 e 4, duas sobreviveram a repescagem. Essas oito equipes foram divididas em dois grupos na segunda fase.

O Alviverde ficou no grupo 2, contra Guarani, São Paulo e Remo. Fazendo dez pontos, com quatro vitórias e dois empates, o Palmeiras se classificou para a final de maneira invicta. No outro grupo, o Vitória (vindo da repescagem) surpreendeu a todos e garantiu a outra vaga.

A máquina verde, com jogadores como Evair, Edmundo, Roberto Carlos e Zinho, enfrentou o Vitória na Fonte Nova pela partida de ida da final. Um gol solitário de Edílson garantiu a o triunfo do Palmeiras e a vantagem ainda maior no confronto. A partida de volta foi no Morumbi, e os baianos nem tiveram chance. Em 23 minutos, o Verdão sacramentou o resultado de 2 a 0, e depois deixou o tempo passar para poder comemorar, 20 anos depois, o sétimo título brasileiro.

A campanha do Palmeiras:
22 jogos | 16 vitórias | 4 empates | 2 derrotas | 40 gols marcados | 17 gols sofridos


Foto Arquivo/Gazeta Press

Flamengo Campeão Brasileiro 1992

A última vez que o Campeonato Brasileiro ocorreu todo no primeiro semestre foi em 1992. E foi também um dos mais disputados, reunindo várias equipes em condições de vencer. O Flamengo, liderado por Júnior em seu último ano como jogador, foi o mais competente e conseguiu o quinto título nacional.

Fora de campo, a CBF resolveu mexer severamente no regulamento. O rebaixamento previsto de dois times não aconteceu, ao mesmo tempo que 12 equipes foram promovidas da segunda divisão. Tudo decidido antes do início da disputa. Na parte de cima da tabela, passaram a ser oito os classificados, e o mata-mata foi transformado em dois quadrangulares semifinais.

Mesclando experiência e juventude, o Flamengo fez uma primeira fase tranquila. Em 19 rodadas, foram oito vitórias, seis empates e cinco derrotas, com 22 pontos marcados. O Rubro-negro encerrou a fase na quarta posição, com quatro pontos a menos que o líder Vasco, e ainda atrás de Botafogo e Bragantino. Corinthians, São Paulo, Cruzeiro e Santos foram os outros times classificados da primeira fase.

Na segunda fase, essas oito equipes foram dividas em dois grupos, um com o 1º, 4º, 6º e 8º lugares, e outro com o 2º, 3º, 5º e 7º colocados. O Fla ficou no grupo 1, contra Vasco, São Paulo e Santos. O time flamenguista cresceu de produção, venceu três jogos, empatou um e perdeu dois. Com sete pontos, se classificou para a final, um ponto a mais que o rival e o time da capital paulista, e dois a mais que o time do litoral. No outro grupo, o Botafogo derrubou os adversários e proporcionou o clássico carioca na decisão.

Foi uma final cheia de polêmicas. O Flamengo venceu o primeiro jogo por 3 a 0 e encaminhou o título. A comemoração rubro-negra se estendeu em um churrasco na casa do atacante Gaúcho. Renato Gaúcho, do Botafogo, compareceu na festa e gerou a polêmica que resultou no seu afastamento da equipe perdedora.

A outra confusão, mais triste, foi no segundo jogo, quando horas antes de começar uma grade da arquibancada do Maracanã (lotado por 122 mil pessoas) cedeu, provocando a queda de centenas de pessoas para o anel inferior, e a morte de três torcedores. Em campo, o Botafogo precisava devolver os três gols por ter melhor campanha, mas o Flamengo nem se assustou e o jogo terminou 2 a 2, coroando mais uma conquista para o Fla.

A campanha do Flamengo:
27 jogos | 12 vitórias | 8 empates | 7 derrotas | 44 gols marcados | 31 gols sofridos


Foto Nelson Coelho/Placar

São Paulo Campeão Brasileiro 1991

Foram dois vices seguidos, até que o time do São Paulo conseguiu o tricampeonato brasileiro em 1991. Em campo com Raí, Cafu, Zetti e Müller, e no banco com Telê Santana, o Tricolor abriu caminho para se tornar o melhor time do mundo nos dois anos seguintes.

O Campeonato Brasileiro daquele foi um dos mais simples e com regulamento fácil de entender. Foram 20 times se enfrentando em grupo único, com os quatro melhores se classificando para a semifinal e os dois piores caindo para a segunda divisão. O Grêmio foi o primeiro entre os considerados grandes que sofreu com o rebaixamento.

Nas 19 rodadas da primeira fase, o Tricolor Paulista mostrou que não estava para brincadeira e disposto a superar os traumas anteriores. Foram 11 vitórias, quatro empates e quatro derrotas para a equipe, que somou 26 pontos ao todo. Terminou classificado na liderança do campeonato, com a mesma pontuação da grande surpresa caipira, o Bragantino, mas com duas vitórias a mais. Em terceiro lugar ficou o Fluminense, com 24 pontos, mesma pontuação que o quatro lugar Atlético-MG, em que o critério de vitórias também definiu a posição final.

Estes quatro times foram para a semifinal, e o São Paulo enfrentou o time de Minas Gerais no confronto. No Mineirão, o Tricolor arrancou um bom empate em 1 a 1, e no Morumbi, não saiu do 0 a 0 com o Atlético-MG. Por ter campanha melhor que o adversário, o São Paulo avançou para a final contra o Bragantino, que era o queridinho do país.

A pontuação cumulativa da semifinal fez com que o Tricolor perdesse a vantagem do saldo de gols igual, pois o Bragantino tinha feito três pontos, e o São Paulo somente dois. Assim, o mando de campo também foi alterado, com o jogo de ida sendo no Morumbi. O único gol de toda a final foi marcado no primeiro jogo, por Mário Tilico, e deu a vitória por 1 a 0 ao São Paulo.

Não podendo perder, o time foi até Bragança Paulista, no Marcelo Stéfani, e segurou o ímpeto do Bragantino ao manter o 0 a 0 no placar. Com o empate, a pequena torcida são-paulina no acanhado estádio fez a festa pelo tri brasileiro.

A campanha do São Paulo:
19 jogos | 11 vitórias | 4 empates | 4 derrotas | 26 gols marcados | 14 gols sofridos


Foto Nelson Coelho/Placar

Corinthians Campeão Brasileiro 1990

Foram muitos anos tentando e algumas batidas na trave. Mas em 1990 ninguém conseguiu tirar o título brasileiro das mãos do Corinthians, liderado por Tupãzinho, Ronaldo e Neto. O Campeonato Brasileiro passava por momentos de estabilidade fora de campo, porém nas quatro linhas, as médias de gols mais baixas foram registradas nessa época. Foram 20 times duelando pela taça naquele ano, e o regulamento foi diferente mais uma vez.

Na primeira fase, os times foram divididos em dois grupos. O Timão ficou no grupo 1 e enfrentou no primeiro turno as equipes do grupo 2. Em dez rodadas, fez seis vitórias, dois empates e duas derrotas. Marcou 14 pontos e ficou em segundo lugar, dois pontos a menos que o líder e classificado Atlético-MG.

No segundo turno e enfrentando os times do próprio grupo, o desempenho teve uma queda, e o Alvinegro acabou na nona posição com duas vitórias, quatro empates e três derrotas, fazendo oito pontos e terminando com três de distância para o líder Santos, que também se classificou. Assim, foi necessário obter a classificação pelo índice técnico, pois apenas os líderes dos grupos em cada turno tinham vaga garantida.

Juntando os dois grupos e as duas pontuações em uma tabela só, o Corinthians encerrou a fase em sétimo lugar, com oito vitórias, seis empates e cinco derrotas em 19 jogos. Com 22 pontos, conseguiu a última vaga pelo índice e ficou com três pontos a menos que o Grêmio, melhor campanha ao todo.

Nas quartas de final, o Timão cruzou com o segundo colocado geral, o Atlético-MG. Jogando no Pacaembu, o time corintiano venceu por 2 a 1, conseguindo a classificação no Mineirão com empate em 0 a 0. Na semifinal, o Corinthians enfrentou o Bahia, terceiro lugar e melhor índice técnico. Outra vez iniciando o confronto em casa, o Alvinegro conseguiu os mesmos resultados da fase anterior, vitória por 2 a 1 no Pacaembu e empate em 0 a 0 na Fonte Nova. A final foi contra o rival São Paulo, quarta campanha e segundo pelo índice.

O campo dos jogos de tornou neutro, o Morumbi. Como "mandante", o Corinthians conseguiu a mínima vantagem de 1 a 0 no jogo de ida, com gol de Wilson Mano. Três dias depois, como "visitante", Tupãzinho marcou o gol no começo do segundo tempo, e o Timão venceu novamente por 1 a 0, conseguindo assim o primeiro dos seus sete títulos do Brasileirão.

A campanha do Corinthians:
25 jogos | 12 vitórias | 8 empates | 5 derrotas | 23 gols marcados | 20 gols sofridos


Foto Antônio Milena/Placar

Vasco Campeão Brasileiro 1989

O Campeonato Brasileiro só foi ganhar este nome oficialmente no ano de 1989, quando a competição colocou em prática pela primeira vez o sistema de acesso e descenso. Os quatro piores times de 1988 deram adeus à elite, e em seus lugares entraram o campeão e o vice da segunda divisão da mesma temporada. Na parte de cima da tabela, o Vasco que havia batido na trave um ano antes, chegou ao sonhado bicampeonato.

Na primeira fase do Brasileirão, as 22 equipes foram divididas em dois grupos, com os oito primeiros colocados de cada se classificando para a fase seguinte, e os três últimos sendo movidos para o torneio da morte. O Cruz-maltino ficou no grupo 2, e nos dez primeiros jogos terminou na segunda posição, com cinco vitórias, quatro empates e uma derrota, marcando 14 pontos, a mesma pontuação do líder Palmeiras.

O Vasco seguiu com mais 15 times para a segunda fase, e os grupos permaneceram os mesmos com pontuação e partidas cumulativas. A única diferença é que os grupos foram cruzados. O time da Colima fez mais oito jogos e continuou com a ótima campanha, tomando a liderança do grupo e encerrando a segunda fase com oito vitórias, oito empates e duas derrotas. Com 24 pontos, o Vasco conseguiu a classificação para a final. No outro grupo, o São Paulo saiu de um sétimo lugar para a liderança.

Na final, o Vasco possuía melhor campanha, e jogava por vitória no primeiro jogo. Também poderia escolher a ordem dos mandos de campo. A confiança era tanta que o Cruz-maltino optou por jogar no Morumbi, mesmo com a possibilidade de não vencer e a vantagem inverter.

São Paulo e Vasco se enfrentaram na capital paulista, e Sorato marcou no começo do segundo tempo o gol do título. Com a vitória por 1 a 0, o time de São Januário chegou ao bi e quebrou 15 anos de jejum de títulos nacionais.

A campanha do Vasco:
19 jogos | 9 vitórias | 8 empates | 2 derrotas | 27 gols marcados | 16 gols sofridos


Foto Custódio Coimbra/Agência O Globo

Bahia Campeão Brasileiro 1988

CBF e Clube dos 13 entraram em acordo no ano de 1988, e o Brasileirão daquele ano ocorreu de maneira mais enxuta, com 24 equipes. Copa União e Copa Brasil foram unidas em definitivo, e com um sistema de acesso e descenso recomendado pela FIFA. Os quatro piores times foram rebaixados para a segunda divisão de 1989, enquanto os dois melhores subiram para a elite.

As vitórias em 1988 valiam três pontos, em caráter experimental, sete anos antes da mudança definitiva. Mas, como sempre precisa haver algo estranho, a regra maluca era a decisão por pênaltis para todo jogo empatado no campeonato. O vencedor ficava com esse terceiro ponto. Diante de tudo isso, surge o Bahia, 29 anos depois, para vencer seu segundo brasileiro, no ano da reciclagem do torneio.

Os participantes foram divididos em dois grupos e dois turnos. No primeiro turno, os grupos se cruzaram. O Bahia entrou no grupo 2, e começou bem a competição, apesar de ter ficado em terceiro lugar na primeira fase. Foram cinco vitórias, cinco empates e duas derrotas, com 23 pontos (três extras) do Tricolor de Aço, ficando com quatro a menos que o líder Vasco e um a menos que o vice Grêmio, os classificados da vez.

No segundo turno, os times se enfrentaram dentro do próprio grupo, e o Bahia manteve a regularidade, fechando a segunda fase em quarto lugar, com seis vitórias, dois empates e três derrotas, marcando 21 pontos (um extra). A liderança seguiu com o Vasco, e o Cruzeiro avançou para o mata-mata em segundo. Como O Bahia tinha a melhor campanha do grupo entre os não-classificados, herdou uma das vagas do clube carioca. Dois times em cada grupo e em cada turno formaram a fase final.

Quarta campanha no geral, o Tricolor enfrentou o quinto colocado, o Sport. Na Ilha do Retiro, o Bahia conseguiu empate em 1 a 1. Na Fonte Nova, outro empate em 0 a 0, que prosseguiu na prorrogação. Por ter pontuação superior, o time baiano se classificou à semifinal. O adversário seguinte foi o Fluminense, do qual o Bahia conseguiu outro 0 a 0, no Maracanã. Em Salvador, mais de 110 mil pessoas empurraram o Tricolor de Aço rumo à vitória por 2 a 1 e a classificação para a final.

Todo o mata-mata ocorreu no ano de 1989, e Bahia e Internacional decidiram o título. Na Fonte Nova, o Tricolor tomou um susto, mas virou a partida para 2 a 1 e conseguiu a vantagem. No Beira-Rio, o time liderado por Bobô, Charles e Paulo Rodrigues teve raça, segurou mais um empate sem gols e venceu o título brasileiro, o segundo da história da Bahia.

A campanha do Bahia:
29 jogos | 13 vitórias | 11 empates | 5 derrotas | 33 gols marcados | 23 gols sofridos


Foto Adolfo Gerchmann/Placar