Goiás Campeão Brasileiro Série B 1999

A Série B deu um importante passo rumo à valorização dentro do futebol brasileiro no ano de 1999. Ela deixava de ser dividida em grupos, e os clubes passariam a jogar todos contra todos em turno único, com oito classificados para a fase seguinte e seis rebaixados. Assim, os participantes teriam o seu calendário dobrado, e os ascendidos mais confiança para a disputa da primeira divisão do ano seguinte.

 Tudo estaria ótimo, não fossem os problemas envolvendo Gama e Botafogo na fuga do rebaixamento na elite. O imbróglio cancelou quase tudo para o ano seguinte, os rebaixamentos não ocorreram, acessos a mais foram forçados, e o únicos resultados respeitados foram o título do Goiás e o vice do Santa Cruz.

Ainda longe de imaginar o que estaria por vir em 2000, o Goiás entrava em campo com um ótimo time, de nomes como Harlei, Sílvio Criciúma, Araújo, Dill e Fernandão, e era um dos favoritos para subir em meio aos 22 participantes. A estreia já mostrou que o Esmeraldino não estava para brincadeira. Logo de cara com o rival Vila Nova, o time venceu por 1 a 0 no Serra Dourada e dava início a sua escalada.

A primeira fase foi tranquila, a equipe sempre frequentou o grupo dos oito melhores, e se classificou no terceiro lugar com 36 pontos em 21 jogos, sendo dez vitórias, seis empates e cinco derrotas. O Goiás ficou nove pontos atrás do líder São Caetano, mas na fase seguinte tudo começaria do zero.

A segunda fase foi um breve mata-mata, e o time alviverde enfrentou o Ceará, sexto colocado. No Castelão, parecia que seria tudo tranquilo com a vitória goiana por 3 a 0. Mas no Serra Dourada, os cearenses foram para cima e igualaram a pontuação vencendo por 4 a 3. Na época, os mata-matas eram em melhor de três, e o Goiás precisou do terceiro jogo. Jogando pelo empate em Goiânia, o time se reencontrou e venceu por 2 a 0, se classificado para o quadrangular final.

Junto ao Goiás chegaram Bahia, Santa Cruz e Vila Nova. A estreia não foi legal, derrota por 2 a 1 para o Santa Cruz no Arruda. As coisas melhoraram no clássico com a vitória por 1 a 0. Na terceira partida, empate zerado com o Bahia em casa. Depois, o Esmeraldino venceu os baianos por 2 a 1 na Fonte Nova. E no clássico com o Vila Nova, outra vitória por 1 a 0 deu o acesso, legítimo, ao clube.

A última rodada valeu o título, e o Serra Dourada ficou lotado para o jogo contra o Santa Cruz. Com dez pontos contra nove dos pernambucanos e seis do rival, bastou ao Goiás segurar o 0 a 0 para conquistar a sua primeira Série B.

A campanha do Goiás:
30 jogos | 15 vitórias | 8 empates | 7 derrotas | 48 gols marcados | 29 gols sofridos


Foto Léo Caldas/Placar

Gama Campeão Brasileiro Série B 1998

A Série B de 1998 é uma das competições mais emblemáticas que o futebol brasileiro realizou. Nela, estava o time do Fluminense, o quarto do grupo dos "12 grandes" a pisar nesse território. E o primeiro a fracassar completamente. O clube conseguiu, em meio a 24 participantes, ficar na 19ª posição (vice-lanterna no seu grupo) e ser rebaixado para a terceira divisão do ano seguinte, chegando no fundo do poço.

Longe dali, na capital federal, o Gama fazia o caminho inverso. Antes disso, o campeonato teve mais mudanças no regulamento. Os grupos passaram a ser quatro, e o número de rebaixados, seis, os lanternas e os dois piores quintos lugares. O número de acessos seguiu sendo dois.

Na primeira fase, o Gama ficou no grupo 3, mas não teve um começo arrasador. Conseguiu a última vaga, na quarta posição, com 13 pontos em dez jogos, sendo quatro vitórias, um empate e cinco derrotas. Só ultrapassou o Bahia no saldo de gols e terminou a fase 11 pontos longe do líder XV de Piracicaba.

Na fase seguinte, 16 clubes estiveram presentes nas oitavas de final. O Alviverde enfrentou o Remo. O primeiro jogo foi no Bezerrão, com vitória gamense por 1 a 0. E no Mangueirão, a goleada por 4 a 1 evitou a necessidade do terceiro jogo e classificou os candangos.

Na terceira fase, oito times em dois grupos. O Gama ficou no grupo 1, contra Criciúma, Desportiva-ES e XV de Piracicaba. O grupo foi disputado, mas o Alviverde se classificou na liderança. Com dez pontos, três vitórias, um empate e duas derrotas, ficou um ponto na frente dos capixabas, dois na frente dos catarinenses, e três na frente dos paulista.

No quadrangular final, chegaram junto ao Gama, Botafogo-SP, Londrina e Desportiva-ES. E ali eles não perderiam mais. O início alviverde foi no Estádio do Café, em empate sem gols com os paranaenses. Depois, 2 a 2 com a Desportiva em Brasília. A primeira vitória foi em Ribeirão Preto, por 2 a 1 sobre o Botafogo. Na sequência, 1 a 1 em casa com os paulistas e 2 a 2 fora com os capixabas. 

Tudo ficou em aberto na última rodada, e o Gama só dependia de si. Recebeu o Londrina no Mané Garrincha, e com gols de Renato Martins, William e Nei Bala, o Gama fez 3 a 0 no maior jogo de sua história, carimbou o acesso junto com o Botafogo-SP, e conquistou a inédita Série B, primeiro título nacional do futebol do Distrito Federal.

A campanha do Gama:
24 jogos | 11 vitórias | 6 empates | 7 derrotas | 33 gols marcados | 24 gols sofridos


Foto Nonato Borges/Placar

América-MG Campeão Brasileiro Série B 1997

A virada de mesa na Série A entre 1996 e 1997 refletiu na composição da Série B. Os rebaixados Goiatuba, Sergipe e Central-PE foram "resgatados", e a competição que teria 24 clubes voltou ao número original de 25, já que houve troca apenas entre os dois times que subiram para e elite e os que vieram da Série C.

O regulamento da segunda divisão sofreu alterações. Agora, o lanterna de cada um dos cinco grupos estaria rebaixado, ao invés de somente três piores. E as quartas de final davam lugar a uma terceira fase de dois grupos quadrangulares. Em campo, o América-MG se remontava da suspensão de dois anos, devido ao uso da Justiça Comum para evitar o rebaixamento na elite de 1993.

Na primeira fase, o Coelho ficou no grupo 3, ao lado de CRB, Vila Nova, Náutico e Sergipe. Ao final de dez rodadas e oito partidas, os mineiros ficaram em segundo lugar com 13 pontos, com quatro vitórias, um empate e três derrotas. Três times se classificaram por grupo mais o melhor quarto lugar. 

As oitavas de final foram disputadas em play-off, que é quando uma equipe precisa pontuar o suficiente para não ser superado pelo rival no confronto de três jogos (ou seja, vencer os dois primeiros). Nesta fase, o Coelho enfrentou a Desportiva-ES. A primeira partida foi no Independência, e o América venceu por 2 a 0. Depois, empate em 1 a 1 em Cariacica. Como o time mineiro estava com quatro pontos contra um dos capixabas, foi preciso o terceiro jogo, e novamente no Espírito Santo. Mesmo com torcida contra, o América venceu por 2 a 1 e avançou.

Na terceira fase, o Coelho enfrentou Joinville, Tuna Luso e Vila Nova. E o clube mineiro passou com tranquilidade, líder com 13 pontos, quatro vitórias, um empate e uma derrota. Fez um ponto a mais que os goianos. Assim, o América-MG chegava ao quadrangular final, contra Vila Nova, Ponte Preta e Náutico.

Esta fase foi igual a anterior, sem grandes dificuldades. Fez 2 a 0 no Vila Nova no Serra Dourada, 2 a 0 no Náutico e empatou em 1 a 1 com a Ponte Preta, ambas em casa. No Moisés Lucarelli, a derrota por 1 a 0 deixou a briga aberta com o próprio time paulista, além dos pernambucanos. Na quinta rodada, o Coelho deixou tudo encaminhado com a vitória por 2 a 0 sobre o Náutico nos Aflitos.

Valendo acesso e título, na última partida o América recebeu, no Independência, o eliminado Vila Nova. Com gol do atacante Celso, o time venceu por 1 a 0 e conquistou o primeiro título na Série B, já que no outro confronto Ponte Preta e Náutico só empataram, no que valeu o acesso aos paulistas.

A campanha do América-MG:
23 jogos | 14 vitórias | 4 empates | 5 derrotas | 34 gols marcados | 18 gols sofridos


Foto Marcelo Sant'Anna/EM/D.A Press

União São João Campeão Brasileiro Série B 1996

Em 1996, a Série B era quase um inferno, a estrutura era precária e as condições financeiras pequenas. Cinco clubes desistiram do torneio por estarem sem dinheiro. O Barra do Garças pediu arrego ainda em 1995, e com isso o time caiu no lugar da Ponte Preta. Na virada do ano, Bangu, Ferroviária, Novorizontino e América-SP também pularam fora, e nos lugares entraram Gama, ABC, Atlético-GO e Joinville, os melhores times da Série C depois de XV de Piracicaba e Volta Redonda, que subiram por direito.

Para completar, o América-MG terminava de cumprir uma suspensão de duas temporadas fora de competições e retornou ao seu lugar. Com isso, 25 equipes estariam pleiteando as duas vagas de acesso. Entre elas, o União São João, que vinha do rebaixamento da Série A e estava louco para voltar à elite.

Na primeira fase, foram cinco grupos, e o União ficou no grupo 3. Depois de oito jogos, o time venceu quatro, empatou um e perdeu três, fazendo 13 pontos. Se classificou na vice-liderança, um ponto a menos que o XV de Piracicaba. Passaram de fase os três primeiros de cada grupo e o melhor quarto colocado.

Esses 16 clubes fizeram um breve mata-mata, e a Ararinha enfrentou o Volta Redonda, empatando em 1 a 1 no Raulino de Oliveira e vencendo por 3 a 0 no Hermínio Ometto. Nas quartas de final, um confronto complicado com o Mogi Mirim. Derrota do União em Araras por 1 a 0 e vitória devolvida pelo mesmo placar em Mogi. Nos pênaltis, vitória uniense por 3 a 1 e classificação para o quadrangular final.

O União São João chegou na última fase contra América-RN, Náutico e Londrina. O início foi com vitória nos Aflitos por 2 a 1 sobre o Náutico. Depois, 3 a 1 sobre o América-RN em Araras. Na terceira rodada, 1 a 1 com o Londrina no Estádio do Café. Na partida seguinte, uma histórica virada de 3 a 2 sobre os paranaenses no Herminião. Na quinta rodada, a derrota por 2 a 1 para o América em Natal adiou o acesso e embolou a tabela.

Três times chegaram com chances na última rodada. O União recebeu em casa o Náutico e não podia perder. Empatou em 1 a 1, resultado que somado a derrota do América-RN em Londrina deu o título ao Verdão. Foram 11 pontos contra nove dos potiguares e oito dos pernambucanos. A Série B de 1996 é até hoje a maior glória obtida pelo União São João, que atualmente está licenciado, tentando recursos para voltar as competições profissionais.

A campanha do União São João:
18 jogos | 9 vitórias | 4 empates | 5 derrotas | 28 gols marcados | 21 gols sofridos


Foto André Ricardo/Placar

Athletico-PR Campeão Brasileiro Série B 1995

Coisa rara de se ver, a Série B manteve o número participantes de uma temporada para outra. Em 1995, novamente seriam 24 as equipes lutando pelas duas vagas de acesso. Na outra ponta, os dois piores clubes cairiam para a Série C do ano seguinte. O regulamento sofreu breves alterações, exceção feita as duas primeiras fases, iguais a de 1994

A competição ganharia mais uma fase antes da final, que deixou de ser em mata-mata e se transformou em quadrangular. Outra novidade foi as vitórias valendo três pontos. Em campo, a dupla Atletiba via de longe a hegemonia estadual do Paraná, e entrava disposta a frear essa coqueluche. Os dois times se destacaram na competição, e no final quem sorriu melhor foi o Athletico-PR.

Dentre os quatro grupos da primeira fase, o Furacão ficou no grupo 3. Com sobras, terminou na liderança, com 23 pontos em dez jogos, sete vitórias, dois empates e uma derrota. Foram nove pontos a mais que o vice Goiatuba. Quatro equipes se classificaram por grupo, e essas 16 formaram mais quatro grupos na segunda fase.

O Athletico voltou a ficar no terceiro grupo, ao lado de Mogi Mirim, Londrina e Novorizontino. Com tranquilidade, o time rubro-negro fez 13 pontos, com quatro vitórias, um empate e uma derrota. Se classificou na liderança, superando no saldo de gols o Mogi Mirim, que também avançou.

Na inédita terceira fase, os oito times se dividiram em mais dois grupos, e o Furacão foi sorteado no grupo 1, contra Central-PE, Bangu e Sergipe. Em seis partidas, o clube fez jus ao apelido e foi avassalador, com cinco vitórias, um empate e 16 pontos. Se classificou para o quadrangular final com o dobro da pontuação do vice, o Central de Caruaru.

Na última fase, também chegaram vivos o Coritiba e o Mogi Mirim. Na primeira rodada, o Athletico-PR foi até Pernambuco e venceu por 1 a 0 o Central. No jogo seguinte, o primeiro clássico, empate em 1 a 1 no antigo Estádio Joaquim Américo, a Baixada. A recuperação veio com a vitória em casa por 1 a 0 sobre o Mogi Mirim. Este mesmo placar se repetiu no interior paulista e deu o acesso ao time rubro-negro.

Na quinta rodada, o Furacão chegava com dez pontos, contra sete do Coritiba. Uma vitória no Atletiba em pleno Couto Pereira daria o título antecipado ao Athletico, mas o time teve atuação ruim e perdeu por 3 a 0, resultado esse que também colocou o rival na elite de 1996. A última rodada valeria o título, mas em Mogi Mirim, o Coritiba não passou de um empate. Enquanto isso, na Baixada, o Athletico-PR empilhou gols com a dupla Oséas e Paulo Rink, goleou o Central-PE por 4 a 1, e comemorou o título da Série B, a primeira conquista nacional do Furacão, com o número recorde de 20 vitórias na campanha geral.

A campanha do Athletico-PR:
28 jogos | 20 vitórias | 5 empates | 3 derrotas | 47 gols marcados | 20 gols sofridos


Foto Arquivo/Athletico-PR

Juventude Campeão Brasileiro Série B 1994

Em 23 anos de existência, lá no distante 1994, a Série B vivia uma enorme crise de identidade. Nunca tinha um regulamento definitivo, e em algumas temporadas sequer foi disputada. Um ano antes, devido ao acesso de 12 clubes, a competição foi cancelada junto com a Série C, e em seus lugares foram disputadas seletivas regionais para a definição de 16 participantes no retorno da segunda divisão. Outros oito viriam do rebaixamento na Série A. Entre os 24 contemplados estava o Juventude, que em 1993 eliminou Brasil de Farroupilha e Figueirense, e se garantiu ao lado do Londrina.

A primeira fase da Série B foi dividida em quatro grupos. O Ju, com nomes como Lauro, Galeano e (Dorival) Júnior, ficou no grupo 4 e fez uma campanha suficiente para se classificar no terceiro lugar dentre as quatro vagas disponíveis. Com quatro vitórias, três empates e três derrotas em dez jogos, o time alviverde fez 11 pontos, três a menos que a líder Ponte Preta.

Na segunda fase, os 16 classificados se reuniram em mais quatro grupos, e o Papo ficou mais uma vez no último grupo, contra Athletico-PR, Goiatuba, e mais uma vez a Ponte Preta. Dessa vez era só uma vaga de classificação, e o Juventude aumentou de produção, vencendo quatro jogos e empatando dois, marcando dez pontos, três a mais que o adversário paranaense.

Quatro times foram para a semifinal, que também valiam o acesso. O Juventude enfrentou o Americano-RJ. Venceu por 1 a 0 no Godofredo Cruz e repetiu o resultado no Alfredo Jaconi, conquistando uma vaga na primeira divisão depois de 15 anos.

A final foi contra o Goiás, que havia eliminado a Desportiva-ES. Na final verde, o Ju fez a partida de ida no Serra Dourada, mas perdeu por 2 a 1. Assim, só a vitória interessava em Caxias do Sul, e por qualquer resultado, já que a melhor campanha lhe beneficiava. E no caldeirão do Jaconi, o Juventude devolveu o mesmo placar, com o gol do desafogo marcado por Galeano, a dez minutos do final. Pela primeira o interior do Rio Grande do Sul conquistava um título nacional, e o Juventude não pararia por ali. Cinco anos depois viria a Copa do Brasil.

A campanha do Juventude:
20 jogos | 11 vitórias | 5 empates | 4 derrotas | 36 gols marcados | 23 gols sofridos


Foto Edison Vara/Placar