Rio Preto Campeão Brasileiro Feminino 2015

A CBF impôs os mesmos critérios de 2014 na definição dos clubes participantes do Brasileiro Feminino de 2015: os 8 melhores colocados no ranking, os 10 melhores do Brasileiro Masculino e os campeões nacionais femininos da temporada anterior. Como estas duas últimas foram ocupadas pela Ferroviária, o vice Kindermann herdou uma delas.

A ideia de distribuir vagas pela competição masculina não vingou menos ainda que antes, pois só três clubes (Flamengo, Santos e América-MG) aceitaram a condição. As outras sete também foram via ranking, e uma delas acabou ocupada pelo Rio Preto, time estreante e com três vices no estadual paulista até então.

O Verdão ficou no grupo 1 do Brasileirão, que repetiu o regulamento das edições passadas. Nos dois primeiros jogos, em São José do Rio Preto, vitória por 3 a 0 sobre o Iranduba e derrota por 1 a 0 para o Santos. No restante da fase, goleada por 5 a 1 sobre o Pinheirense em Belém e vitória por 1 a 0 sobre a Ferroviária em Araraquara. Com nove pontos, o time alviverde avançou na segunda posição.

Na segunda fase, a CBF promoveu um draft, emprestando as atletas da Seleção Permanente para as oito classificadas. O Rio Preto ficou com duas jogadoras: a goleira Luciana e a atacante Darlene. No grupo 2, o Verdão começou goleando o Flamengo por 5 a 0 no Anísio Haddad. Na sequência, dois empates: 2 a 2 com o Tiradentes no Piauí e 1 a 1 com o América em Minas Gerais.

No returno, vitória e derrota em casa: 1 a 0 sobre o América-MG e 1 a 0 para o Tiradentes. Valendo a vaga na semifinal, o Rio Preto venceu o Flamengo por 1 a 0 no Rio de Janeiro. A equipe se garantiu na vice-liderança, com 11 pontos. Na semi contra o Centro Olímpico, empates por 1 a 1, tanto em Rio Preto quanto em Osasco. Nos pênaltis, o Verdão venceu por 4 a 2 e se classificou para a final.

A disputa pelo título inédito foi entre Rio Preto e São José. A ida foi no Anísio Haddad, e o alviverde fez valer o mando ao vencer por 1 a 0, gol da zagueira Ana. A volta foi Martins Pereira, em São José dos Campos. Com a vantagem, o Rio Preto largou na frente com gol de Jéssica no primeiro tempo. O rival até empatou mas não passou disto, e o resultado de 1 a 1 confirmou a conquista histórica às jogadoras alviverdes e ao clube do interior paulista.

A campanha do Rio Preto:
14 jogos | 7 vitórias | 5 empates | 2 derrotas | 23 gols marcados | 9 gols sofridos


Foto Robson Fernandjes/AllSports

Flamengo Campeão da Recopa Sul-Americana 2020

O Flamengo chegou ao seu primeiro título (e o 11º brasileiro) na Recopa Sul-Americana em 2020. Na continuação de um projeto que culminou em cinco troféus conquistados em quase 100 dias. Vencedor pela Libertadores, o time rubro-negro enfrentou na disputa o Independiente Del Valle, do Equador, campeão da Copa Sul-Americana. O Brasil recuperou a Recopa após um hiato de dois anos, já que em 2019 o Athletico-PR foi superado pelo River Plate.

A partida de ida da decisão foi em Quito, no Estádio Olímpico Atahualpa. O Fla saiu atrás no placar, gol do atacante rival Jacob Murillo aos 20 minutos do primeiro tempo. Na etapa final, aconteceu a virada carioca. Bruno Henrique empatou aos 20 minutos e Pedro fez o segundo aos 40. Quando a vitória parecia garantida, Cristian Pellerano marcou o 2 a 2 aos 46 minutos e reduziu a vantagem flamenguista.

A volta foi no Rio de Janeiro, no Maracanã, com quase 70 mil torcedores na arquibancada. O Flamengo começou a arrancar para o título inédito aos 19 minutos do primeiro tempo, quando Gabriel Barbosa abriu o marcador. A expulsão de Willian Arão aos 23 minutos não tirou o ímpeto rubro-negro, que administrou até aumentar o placar.

Aos 17 minutos do segundo tempo, Gerson ampliou a vantagem. E como se não bastasse um gol, o volante foi lá e marcou novamente aos 44 minutos. Os 3 a 0 sacramentaram mais um conquista para a história do Fla.


Foto Alexandre Vidal/Flamengo

Ferroviária Campeã do Brasileiro Feminino 2014

Depois de organizar a primeira edição do Brasileiro Feminino em 2013, a CBF repetiu a fórmula para 2014. Ainda sem criar um sistema de ascenso e descenso, as 20 equipes participantes da segunda competição foram definidas da seguinte forma: a então campeã da Copa do Brasil Feminina, as oito melhores colocadas no ranking feminino e as 11 melhores colocadas no Brasileiro Masculino da temporada anterior.

Esta foi a maneira que a CBF encontrou para incentivar os grandes clubes brasileiros a investir na modalidade. Porém, só oito clubes atenderam ao último chamado, assim as vagas via ranking subiram para 11. E entre estas equipes, encontrava-se a Ferroviária, já com uma larga tradição no futebol feminino, mas que estreava no Brasileirão ali.

Dentro do mesmo regulamento que a competição teve na edição anterior, a Locomotiva ficou no grupo 2. O primeiro jogo foi contra o São José paulista, e terminou com empate por 1 a 1 na Fonte Luminosa. A primeira vitória foi fora de casa, por 1 a 0 sobre o Foz Cataratas. Na sequência, a equipe grená venceu mais duas, por 1 a 0 o Kindermann, em Araraquara, e por 3 a 1 o Vasco, no Rio de Janeiro. Com 10 pontos, a Ferroviária liderou a chave.

Na segunda fase, a equipe voou mais alto. Depois de empatar por 1 a 1 com o Centro Olímpico fora de casa, venceu todas as cinco partidas: em casa, 3 a 1 no Vitória das Tabocas, 16 a 1 no Pinheirense-PA e 3 a 1 no Centro Olímpico. Fora, 2 a 1 no Vitória em Pernambuco e 6 a 2 no Pinheirense no Pará. Na semifinal, a Locomotiva encarou o Botafogo. Foram dois empates sem gols, na ida no Rio de Janeiro e na volta em Araraquara. Nos pênaltis, vitória por 4 a 2 colocou a equipe paulista na decisão.

A final do Brasileiro Feminino colocou frente a frente Ferroviária e Kindermann, reeditando o confronto da primeira fase. A ida não foi disputada em Caçador, mas em Fraiburgo, cidade da região central de Santa Catarina. Gols, somente no segundo tempo, e todos da Locomotiva: dois de Raquel e um de Rafinha.

Com os 3 a 0 e a vantagem, a equipe grená fez a volta na Fonte Luminosa, onde houve uma chuva de gols. As catarinense até fizeram três gols, mas as paulistas marcaram cinco, com Raquel, Rafinha (2), Nenê e Bia. A vitória por 5 a 3 coroou o primeiro título grená, e abriu caminho para a conquista da Libertadores em 2015.

A campanha da Ferroviária:
14 jogos | 10 vitórias | 4 empates | 0 derrotas | 45 gols marcados | 12 gols sofridos


Foto Arquivo Pessoal/Marina Aggio

Centro Olímpico Campeão Brasileiro Feminino 2013

A cada dia mais crescente, o futebol feminino vem conquistando seu espaço no cenário brasileiro, tanto no número de clubes abrindo e mantendo um departamento da modalidade (com categoria de base), quanto nas pautas da imprensa esportiva.

É uma corrida para recuperar o atraso. Entre 1941 e 1979, era proibido que mulheres praticassem o futebol, segundo o artigo 54 do decreto-lei 3.199. Foram 38 anos de estagnação, enquanto Europa e América do Norte desenvolviam a modalidade (ainda que a passos lentos). Este tempo perdido foi crucial.

A primeira competição de futebol feminino oficial no país só nasceu em 1983, a Taça Brasil. Nessa época, o incentivo era quase nulo, as equipes eram amadoras. O clube carioca Radar foi o primeiro campeão do torneio (emendaria um hepta até 1989, quando saiu de cena), e o pioneiro da categoria, sendo a base da primeira seleção brasileira feminina da história, no Torneio Experimental da FIFA de 1988 (a mãe da Copa do Mundo). A Taça Brasil durou até 2007, quando foi criada a Copa do Brasil.

Esta segunda competição, por sua vez, surgiu, antes de tudo, para atender ao Estatuto do Torcedor (2003). A empolgação com a medalha de prata nas Olimpíadas de 2004 e o vice na Copa do Mundo de 2007 motivaram a CBF a organizar um campeonato de verdade (afinal, nem todas as Taças Brasil foram organizadas por ela).

A Copa durou até 2016, quando o já vigente Campeonato Brasileiro foi ampliado com uma segunda divisão. E como o sistema de vagas da Série A2 é via estaduais, a Copa ficou obsoleta.

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E é no meio dessa linha do tempo que começa a história do Campeonato Brasileiro Feminino. Em 2013, a CBF criou um ranking nacional feminino, levando em conta o desempenho dos clubes nos cinco anos anteriores. As 20 melhores colocadas foram selecionadas para a primeira edição do Brasileirão, que teve o apoio financeiro da Caixa Econômica Federal. Todas as cinco regiões do país tiveram representantes na competição.

O campeonato foi de tiro curto, disputado em 49 dias. As equipes foram divididas em quatro grupos, avançando oito para a fase seguinte, e depois quatro para a semifinal. A primeira equipe campeã do Brasileiro veio do Estado de São Paulo: o Centro Olímpico, um clube poliesportivo paulistano também conhecido como Adeco.

No elenco do clube, atletas como Gabi Zanotti, Ketlen, Tamires, e a principal delas, Cristiane. Juntas, elas marcaram 36 dos 42 gols da equipe. Na primeira fase, a Adeco venceu todos os jogos. Fez 4 a 1 fora de casa no Duque de Caxias, 3 a 2 em casa no Rio Preto, 5 a 0 no Aliança, em Goiás, e 2 a 1 no Francana, no Pacaembu. Com 12 pontos, avançou na liderança do grupo A.

Na segunda fase, contra São José-SP, São Francisco-BA e Tuna Luso, a campanha continuou ótima. A única derrota foi na estreia, por 3 a 1 para o forte São José. Depois, goleadas compensaram: duas vezes 5 a 1 sobre a Tuna Luso e 5 a 0 sobre o São Francisco. Completando a fase, empate por 1 a 1 contra o adversário baiano e vitória de 2 a 0 sobre o rival paulista.

Com 13 pontos, o Centro Olímpico chegou na semifinal na condição de vice-líder da chave. Contra o Foz Cataratas no mata-mata, classificação fácil vencendo por 5 a 1 na ida em São Paulo e empatando por 1 a 1 na volta no Paraná.

Na final do Brasileirão, a Adeco reencontrou o São José. A soma de pontos permitiu ao time rubro-negro fazer o segundo jogo em casa. A partida de ida foi em São José dos Campos, no Estádio Joe Sanchez. Ela terminou com empate por 2 a 2, gols marcados por Gabi Zanotti e Cristiane.

Na partida de volta, o Centro Olímpico exerceu seu mando em São Bernardo do Campo, no Estádio Baetão. Em um jogo disputado, a equipe rubro-negra abriu o placar com Tamires aos 33 minutos do primeiro tempo, mas sofreu o empate aos 36. O alívio só veio a quatro minutos do fim, quando Cristiane fez o gol da vitória por 2 a 1, e do histórico primeiro título de um Brasileiro Feminino.

A campanha do Centro Olímpico:
14 jogos | 10 vitórias | 3 empates | 1 derrota | 42 gols marcados | 15 gols sofridos


Foto Divulgação/Centro Olímpico

Flamengo Campeão da Supercopa do Brasil 2020

O retorno da Supercopa do Brasil, 29 anos após sua interrupção. E o campeão do retorno é o clube que mais vem conquistando taças nos últimos meses. Em partida única no Mané Garrincha, em Brasília, o campeão brasileiro, Flamengo, enfrentou o vencedor da Copa do Brasil, Athletico-PR. Com tranquilidade e sob um sol forte, o rubro-negro carioca construiu o título desde os primeiros minutos de jogo.

Sempre jogando com a marcação alta, o Fla abriu o placar aos 14 minutos do primeiro tempo. O primeiro gol foi de Bruno Henrique, que subiu sozinho entre os zagueiros e cabeceou cruzamento de Gabriel Barbosa. Aos 28 minutos, a defesa paranaense falhou feio com Márcio Azevedo. Filipe Luís cruzou uma bola que parecia despretensiosa, mas o lateral athleticano ajeitou mal para o goleiro Santos. Eis que apareceu o artilheiro Gabriel Barbosa, que se antecipou ao arqueiro para fazer o segundo gol. 

Com a vantagem administrada, o Flamengo chegou ao último gol aos 23 minutos do segundo tempo. Bruno Henrique tentou devolver o presente da etapa inicial e tentou o passe para Gabriel. O goleiro Santos conseguiu cortar, mas a bola sobrou para Arrascaeta chutar para o gol livre. Os 3 a 0 no placar fizeram o Fla dar uma segurada no freio, enquanto o Athletico tentou criar algumas chances para descontar. Mas nada mais aconteceu.

Em sua segunda participação na Supercopa do Brasil, o Flamengo consegue o primeiro título, juntando-se ao Grêmio (1990) e ao Corinthians (1991). Esta conquista também é a terceira do técnico Jorge Jesus no comando do clube. Todas elas (Libertadores, Brasileiro e Supercopa) ocorreram em um intervalo de 83 dias.


Foto Sérgio Lima/AFP

Corinthians Campeão da Supercopa do Brasil 1991

A segunda e última edição da Supercopa do Brasil antes do hiato de 29 anos foi em 1991, reunindo o Flamengo, campeão da Copa do Brasil, e o Corinthians, campeão brasileiro. E desta vez, as ideias previstas para 1990 saíram do papel. Nada de jogos válidos para dois campeonatos, nem taça esquecida. Agora, uma partida única abrindo a temporada iria decidir o título entre os dois clubes de maior torcida do país.

O estádio escolhido para o jogo foi o Morumbi, em São Paulo. Na teoria, um campo neutro, já que o Timão atuava comumente no Pacaembu. Na prática, o benefício seria maior para os corinthianos, que jogariam na sua própria cidade e com chance de ter muito mais torcida a favor. Mas no fim ocorreu um meio-termo. A combinação entre as comemorações do aniversário da capital paulista e as chuvas fortes do período arrastaram apenas pouco mais de 2 mil pessoas para a partida, em 27 de janeiro.

Não há muito a se lembrar da decisão. Exceto pelo gol que deu a conquista ao time alvinegro. Aos 25 minutos do segundo tempo, Neto tentou duas vezes após cruzamento do lateral-direito Giba. Na primeira, dividiu de cabeça com o goleiro Zé Carlos. Na segunda, caído, chutou para o gol aberto, decretando o 1 a 0 e o título para o Corinthians. Na queda, o histórico meia machucou o ombro, mas nada que atrapalhasse para a festa depois do apito final.

PS: o pôster a seguir é de 1990, com um jogador diferente em relação à partida original (Antônio Carlos no lugar de Mauro).


Foto Arquivo/Corinthians