Olimpia Campeão Mundial 1979

Inúmeros problemas assolaram a realização do Mundial na década de 1970. Um exemplo foi a disputa de 1977 acontecendo somente no ano seguinte, empurrando a edição de 1978 para o início de 1979. Só que o representante europeu de 78 seria o mesmo de 77: o Liverpool, bicampeão da Copa dos Campeões e totalmente desinteressado na Copa Intercontinental. E, desta vez, nem o vice, Brugge, aceitou o convite. Bicampeão da Libertadores ao vencer o Deportivo Cali, o Boca Juniors ficou sem a chance de repetir a dose também no Mundial.

Assim, as atenções passaram a se voltar para a edição de 1979. A torcida de UEFA e Conmebol era para que tudo voltasse ao normal, e a Copa Europeia ficou nas mãos de outro time inglês: o Nottingham Forest, que venceu o Malmö, da Suécia, por 1 a 0 na final. Mas o clube seguiu a tendência dos vencedores anteriores e recusou o Mundial. Na Libertadores, o Olimpia desbancou o Boca Juniors na decisão, vencendo por 2 a 0 na ida e empatando sem gols na volta. O time paraguaio aguardou por quatro meses até que o Malmö aceitasse o convite.

A Copa Intercontinental teve início em 18 de novembro, no Estádio Municipal de Malmö. O público que compareceu à partida de ida é o menor da história dos Mundiais: exatos 4.811 torcedores. Sem pressão e com uma equipe superior à sueca, o Olimpia venceu sem grandes dificuldades. Aos 41 minutos do primeiro tempo, Evaristo Isasi fez 1 a 0 e garantiu a vantagem paraguaia.

A volta mundialista não aconteceu em 1979, por nova falta de espaço no calendário europeu. Só em 2 de março de 1980 a disputa foi retomada. O Defensores del Chaco, em Assunção, recebeu 47 mil pessoas, em um clima totalmente oposto ao da Suécia. O apoio foi fundamental ao Olimpia, que abriu o placar aos 39 minutos da etapa inicial com Solalinde. No primeiro minuto do segundo tempo, Erlandsson assustou a todos ao empatar. Mas o Decano manteve a calma, e aos 26 minutos o reserva Michelagnoli fez 2 a 1 e garantiu o título mundial ao clube paraguaio. Um feito jamais igualado.

O Mundial de 1979 foi mais um realizado a duras penas, sob muita insistência. Porém, a história estaria prestes a mudar na virada da década. Os times deixariam de atravessar o Oceano Atlântico e passariam a viajar pelo Pacífico. O motivo? Na tentativa de salvar a Copa Intercontinental, UEFA e Conmebol firmaram uma parceria com a Toyota, que levou a disputa para o Japão a partir de 1980. O torneio em ida e volta, com o risco de desistências por medo da violência e pela falta de atrativo financeiro, estava extinto.


Foto Arquivo/Olimpia

Boca Juniors Campeão Mundial 1977

Quantas coisas podem ser feitas em um período de 11 meses? E em cinco? Torcedores europeus e sul-americanos fizeram essas perguntas entre 1977 e 1978, durante a crise existencial da Copa Intercontinental. Se em 1974 e 1975 ela quase foi para o espaço, os anos seguintes não contribuíram em nada para a melhora da situação.

A Copa Europeia de 1977 terminou em maio com o primeiro título do Liverpool, que venceu o alemão Borussia Mönchengladbach na final. Nem houve tempo para apreensão na UEFA: os ingleses comunicaram desde o início que não iriam disputar o Mundial. Assim como as desculpas de Ajax e Bayern, o clube alegou que sua agenda local conflitava com a do torneio. Enquanto isso, em setembro, a Libertadores era decidida entre Boca Juniors e Cruzeiro. Após 1 a 0 para cada lado, o desempate terminou sem gols. Nos pênaltis, o time argentino venceu por 5 a 4 e conquistou seu primeiro título continental.

A celeuma já era grande com mais uma desistência, mas o Boca tentou negociar de todas as formas com o Liverpool, chegando inclusive a virar o ano com esse plano em mente. Tudo foi em vão. Com o tempo, surgiu o boato de que os ingleses desistiram em protesto contra a ditadura militar que comandava a Argentina. A solução, mais uma vez, foi recorrer ao vice-campeão europeu, mas o Borussia também não demonstrava muito interesse. Ainda assim, os xeneizes venceram pela insistência, sob a condição de que os alemães jogariam apenas quando o calendário permitisse.

O Mundial começou a ser disputado em 21 de março de 1978, em La Bombonera. O desinteresse do Borussia era só fora de campo. Dentro dele, o Boca passou maus bocados diante dos 60 mil torcedores. Saiu na frente com Mastrángelo, aos 16 minutos do primeiro tempo, mas sofreu a virada com gols de Hannes, aos 24, e Bonhof, aos 29. Os argentinos melhoraram na segunda etapa e empataram em 2 a 2 aos seis minutos, com Ribolzi. Mas foi só o que aconteceu, e nada ficou encaminhado para a volta.

Cinco longos meses se passaram até que, em 1º de agosto, o Borussia conseguiu uma folga. A segunda partida foi no Wildparkstadion, em Karlsruhe, com um bom público de 38 mil torcedores. Porém, pelo visto, os alemães esqueceram o que estavam buscando no Mundial. O time argentino passeou no primeiro tempo: aos dois minutos, Felman abriu o placar; aos 33, Mastrángelo ampliou; e aos 37, Salinas fechou os 3 a 0. No segundo tempo, bastou ao Boca administrar o resultado para, depois, comemorar seu primeiro título mundial.

O mais longo de todos os tempos levou 11 meses de definição e cinco de disputa, com final feliz argentino.


Foto Arquivo/Boca Juniors

Bayern de Munique Campeão Mundial 1976

A Copa Intercontinental atingiu o auge da crise entre 1974 e 1975. O calote dado pelo Bayern de Munique um ano antes bagunçou completamente o cronograma da UEFA e da Conmebol, atrasando a edição de 1974 para abril de 1975. Assim, a solução foi realizar duas edições no mesmo ano.

Mas, como azar pouco é bobagem, calhou de os campeões continentais se repetirem: o Independiente foi hexa da Libertadores e o Bayern foi bicampeão da Copa dos Campeões. Outra vez alegando problemas de agenda, o time alemão declinou. E o vice também não ajudou, pois o inglês Leeds United recusou o convite. Sem solução, a alternativa foi cancelar o Mundial de 1975.

Eis que chega 1976. O Bayern manteve o domínio europeu ao ser tricampeão, vencendo o Saint-Étienne por 1 a 0 na final. Obviamente, os alemães não se manifestaram sobre o Mundial, esperando a definição da Libertadores. Mas as notícias sul-americanas foram boas: o Cruzeiro foi campeão após três jogos contra o River Plate. No primeiro, vitória brasileira por 4 a 1; no segundo, derrota por 2 a 1; e no terceiro, vitória por 3 a 2.

Misteriosamente, os problemas de calendário desapareceram, e o Bayern finalmente confirmou presença no Mundial. Nos bastidores, o motivo da aceitação da vaga só na terceira vez seria o fato de que os brasileiros eram considerados menos violentos que os argentinos, tanto jogadores quanto torcedores.

O ressurgimento do Mundial teve início em 23 de novembro, no Estádio Olímpico de Munique. Debaixo de muito frio e neve, apenas 22 mil torcedores compareceram à partida. O clima favoreceu o Bayern, que controlou todo o jogo contra o Cruzeiro. Nelinho, Palhinha, Joãozinho, Jairzinho e Dirceu Lopes não brilharam, e os alemães marcaram dois gols no segundo tempo: aos 35 minutos, com Gerd Müller, e aos 37, com Jupp Kappellmann. Os 2 a 0 deram grande tranquilidade ao Bayern.

O segundo jogo da decisão ocorreu em 21 de dezembro, no Mineirão, em Belo Horizonte. Mais de 123 mil pessoas foram ao estádio e fizeram de tudo para empurrar o Cruzeiro. Os brasileiros tentaram de todas as formas, mas o time alemão era a base da seleção campeã da Copa do Mundo de 1974, além de contar com nomes que integrariam a vice de 1982. Sepp Maier garantiu o bicho do Bayern com ótimas defesas, e o 0 a 0 manteve o placar naquela noite de quase Natal.

Com o regulamento embaixo do braço, o Bayern de Munique conquistou o Mundial pela primeira vez. Já para o Cruzeiro, sobrou somente o feito de colocar o Brasil na competição depois de 13 anos — e uma sina que teria um capítulo surreal 38 anos depois: ver alemães fazendo festa no Mineirão.


Foto Arquivo/Bayern de Munique

Atlético de Madrid Campeão Mundial 1974

O ano de 1974 foi marcante para a história do Mundial de Clubes. Primeiro, porque ocorreu mais uma tentativa de aproximação entre Conmebol, UEFA e FIFA. Durante a troca de comando na Suíça, com a saída de Stanley Rous e a entrada de João Havelange, a nova direção tentou mais uma vez incluir as outras confederações na competição, mas as conversas novamente não avançaram. E como a prioridade de Havelange era a expansão da Copa do Mundo, as tratativas congelariam pelas próximas décadas.

Segundo, porque a disputa não aconteceu em 1974, e sim no ano seguinte, devido a mais um desgaste envolvendo o lado europeu. Em maio, a Copa dos Campeões teve a final entre Bayern de Munique e Atlético de Madrid. O time alemão foi campeão em dois jogos: 1 a 1 no primeiro e 4 a 0 no desempate. Até então, tudo bem. Em outubro, foi a vez de a Libertadores ser decidida. O Independiente conseguiu o penta após três partidas contra o São Paulo na final: derrota por 2 a 1 na ida, vitória por 2 a 1 na volta e vitória por 2 a 0 no desempate.

Foi só a notícia do título argentino chegar à Alemanha que os problemas começaram. Com a desculpa de que lhe faltavam datas para atuar, o Bayern anunciou sua desistência da Copa Intercontinental. Mas, para os sul-americanos, ficou subentendido que o pretexto era outro. A recusa alemã aconteceu muito tarde, tanto que não houve tempo para o Atlético de Madrid aceitar o convite ainda em 1974, já que os espanhóis também estavam com a agenda lotada. Somente em 1975 foi possível realizar a edição do Mundial.

Finalmente, no dia 12 de março, Independiente e Atlético de Madrid deram início à disputa, na Doble Visera, em Avellaneda. Cerca de 60 mil torcedores compareceram ao primeiro confronto. O Atleti possuía três sul-americanos em campo: os argentinos Heredia e Ayala, e o paraguaio Benegas. A presença deles contribuiu para a partida ser truncada e de poucas oportunidades. O time espanhol não resistiu à pressão e perdeu por 1 a 0, gol de Balbuena aos 34 minutos do primeiro tempo. O campeão Independiente era o claro favorito no Mundial.

Porém, o Atlético de Madrid tinha seu valor e queria o título para compensar a perda europeia. No dia 10 de abril, o Vicente Calderón recebeu 65 mil pessoas prontas para a virada. Com dificuldades, ela aconteceu. Aos 34 minutos de partida, Irureta abriu o placar colchonero. Quando o terceiro jogo parecia a solução, aos 40 do segundo tempo, Ayala fez 2 a 0 e decretou o título mundial para o Atlético de Madrid, que conseguiu ali uma façanha única: ser, ao mesmo tempo, o segundo do seu continente e o primeiro do mundo.


Foto Arquivo/AS Color

Independiente Campeão Mundial 1973

Problemas, problemas e mais problemas. Este foi o lema que regeu a Copa Intercontinental de 1973. A vitória do Ajax sobre o Independiente na edição de 1972 não somente não normalizou a relação entre europeus e sul-americanos, como tratou de azedá-la ainda mais. UEFA e Conmebol tentavam a todo custo manter em pé o prestígio da sua competição, mas a colaboração parecia pequena.

O time holandês — temerário com o jogo violento argentino — voltou atrás na ideia de participar do Mundial imediatamente após a conquista. A decisão só seria mudada outra vez caso outro país conquistasse a Libertadores. A primeira parte da questão foi respondida quando o Ajax venceu o tri na Copa Europeia, derrotando a italiana Juventus por 1 a 0 na final. A segunda parte veio na decisão da Libertadores, e foi “infeliz”: o próprio Independiente foi o campeão (pela quarta vez), batendo o chileno Colo Colo em três jogos — 0 a 0 na ida, 1 a 1 na volta e 2 a 1 no desempate.

O Ajax cumpriu pela segunda vez com a promessa e abriu mão de sua vaga. A equipe alegou dificuldades econômicas, mas nas entrelinhas os dirigentes sabiam o real motivo do declínio. O que restou foi convidar a Juventus. Porém, os incidentes de 1969 com o Milan ainda estavam fortes na memória dos italianos, e o clube de Turim, a princípio, não topou o convite. Mas fez uma contraproposta para aceitá-lo: que o Mundial fosse disputado em partida única na Itália.

Então foi a vez de o Independiente reclamar. O time não queria perder a chance de jogar em casa, já que o rodízio apontava que a volta de 1973 seria na América do Sul. Só após muita negociação o time argentino aceitou fazer um jogo único, assumindo o risco de não conseguir a vitória na Europa e acumular um quarto vice-campeonato.

O atraso causado pela costura do acordo entre Independiente e Juventus empurrou a disputa para o fim do ano. No dia 28 de novembro, o Estádio Olímpico de Roma recebeu a partida decisiva entre os dois clubes. O Mundial já estava em crise, e a organização não ajudou: numa quarta-feira à tarde e em campo neutro, apenas pouco mais de 22 mil torcedores compareceram aos 72 mil lugares disponíveis.

Os italianos dominaram a maior parte do tempo, mas o gol não saiu. O meia Cuccureddu perdeu um pênalti durante o segundo tempo, e o goleiro Santoro salvou várias finalizações. A sorte estava do lado dos Diablos Rojos. Aos 35 minutos da etapa final, o meia Bochini chutou forte na saída do goleiro Zoff, a bola desviou levemente no zagueiro Gentile, ganhou altura e parou dentro do gol. O 1 a 0 permaneceu até o fim, e o Independiente finalmente conseguiu seu grito de campeão mundial, depois de três vices frustrantes.


Foto Arquivo/Independiente

Ajax Campeão Mundial 1972

Embora meio esvaziado com a ausência do campeão europeu, o Mundial de 1971 fez tanto sucesso quanto os anteriores. Mais do que isso, a calma e a disputa exclusiva na bola ajudaram a garantir a sobrevivência do torneio. E a soma desses fatores levou o Ajax a repensar seu auto-veto em 1972.

Dito e feito: em 31 de maio, o time holandês derrotou por 2 a 0 a Internazionale na final da Copa dos Campeões e confirmou presença na Copa Intercontinental. Uma semana antes, na Libertadores, o Independiente chegava ao tricampeonato ao bater o peruano Universitario na decisão, com 0 a 0 na ida e 2 a 1 na volta. Nem mesmo o fato de um clube argentino ser o adversário diminuiu o receio do Ajax em atravessar o Oceano Atlântico. As confusões com Racing e Estudiantes ainda estavam vivas na memória de todos, mas aparentemente superadas.

A presença do Ajax no Mundial também trazia algo mais. A equipe era dona do melhor futebol praticado no momento. Comandada pelo técnico romeno Stefan Kovács e com Cruyff, Neeskens, Krol e mais dois terços da seleção da Holanda no time-base, colocava em campo o conceito que ficou conhecido como "Carrossel", que chegaria ao auge durante a Copa do Mundo de 1974: nenhum jogador de linha com posição fixa, posse de bola total e marcação por zona, diminuindo os espaços do oponente.

O Mundial teve início em 6 de setembro, na Doble Visera de Avellaneda. Diante de 60 mil argentinos, o Ajax sentiu a longa viagem. Além disso, os atletas do Independiente não aliviaram em campo. Caçado, Cruyff foi substituído aos 30 minutos do primeiro tempo. Antes das dores e hematomas, o craque abriu o placar aos cinco minutos. Na raça e com certa dose de violência, o time argentino empatou em 1 a 1 aos 36 do segundo tempo, com Francisco Sá. A rispidez sul-americana neste jogo não chegou nem perto da que houve entre 1967 e 1969, mas levou o Ajax a firmar um pacto: vencer a competição na bola e — se necessário — no braço.

Em 28 de setembro, o Olímpico de Amsterdã sediou a segunda partida do Mundial. Não foi preciso usar o braço para vencer, pois agora era o Independiente quem sentia os efeitos da viagem. Neeskens fez 1 a 0 para os holandeses logo aos 12 minutos, e em seguida os argentinos caíram no carrossel. Sem forças para reagir, restava torcer por algum erro do Ajax. Mas isso não aconteceu. Posto em campo aos 16 do segundo tempo, Johnny Rep deitou e rolou na zaga cansada. Ele ampliou o placar aos 20 minutos e fechou os 3 a 0 aos 35. Confirmando a lógica, os "Filhos dos Deuses" comemoraram o primeiro Mundial diante de mais de 45 mil torcedores.

Título ganho, confiança perdida: o Ajax não gostou da postura violenta do Independiente na partida de ida e, mesmo campeão, voltou a prometer que não retornaria mais a um Mundial.


Foto Arquivo/Ajax

Nacional Campeão Mundial 1971

Muito alívio para os organizadores do Mundial após a tranquilidade que foi a edição de 1970, sem maiores brigas entre os clubes e os jogadores. Tudo parecia voltar ao normal, exceto pela segunda tentativa da FIFA de incluir outras confederações na competição. Desta vez, o pedido partiu da Concacaf e da CAF (a entidade africana), já que a AFC havia descontinuado seu torneio asiático. Em meio a Feyenoord e Estudiantes, UEFA e Conmebol descartaram, mais uma vez, a aliança.

A Copa Intercontinental de 1971 caminhava para acontecer como as anteriores, até o momento em que a Copa dos Campeões da Europa chegou à decisão. Temeroso por uma possível recaída na segurança sul-americana, o holandês Ajax prometeu recusar sua vaga caso fosse campeão. E foi exatamente o que ocorreu após a final contra o grego Panathinaikos, vencida por 2 a 0. Durante meses, a UEFA tentou convencer os irredutíveis holandeses a disputar o Mundial, sem sucesso. Enquanto isso, a Libertadores trocava de mãos: o Nacional, do Uruguai, conseguiu sua primeira conquista ao derrotar o Estudiantes em três jogos – derrota por 1 a 0 na ida, e vitórias por 1 a 0 e 2 a 0 na volta e no desempate.

A recusa do Ajax em enfrentar o Nacional gerou um impasse de seis meses. A UEFA insistia em ver seu campeão na Intercontinental; do outro lado, a Conmebol cogitava declarar o time uruguaio vencedor por W.O. A divergência entre as entidades quase cancelou o Mundial. Até que, no fim de 1971, a UEFA indicou o vice-campeão Panathinaikos para a disputa.

Assim, em 15 de dezembro, a grande Atenas recebeu a ida mundialista. Cerca de 60 mil espectadores foram ao Estádio Karaiskakis e viram dois times com vontade de ganhar – o Panathinaikos, pelo pragmatismo; o Nacional, pela raça. Filakouris abriu o placar para os gregos aos três minutos do segundo tempo, mas Artime empatou para os uruguaios aos cinco. Com mais qualidade, porém com o atacante Morales expulso, o Nacional não conseguiu a virada – apenas uma leve vantagem.

A volta aconteceu às portas de 1972, no dia 28 de dezembro, em Montevidéu. O Centenario recebeu cerca de 63 mil torcedores, que não se decepcionaram com El Bolso. Aos 34 minutos do primeiro tempo, Artime abriu o marcador. Depois, aos 29 do segundo tempo, ele novamente ampliou. Com total controle da partida, o Nacional fazia o tempo passar. Apenas aos 44 minutos da etapa final o Panathinaikos descontou, novamente com Filakouris. Antes do 2 a 1, o goleiro Manga garantia tranquilidade com suas defesas. E, para alívio da organização, o Mundial estava temporariamente salvo com o título uruguaio – mas com o futuro ainda incerto.


Foto Arquivo/El País