Independiente Campeão da Copa Sul-Americana 2010

Começou uma nova década, e a Copa Sul-Americana mudou mais uma vez, em 2010. O número de clubes aumentou de 31 para 39, de tal forma que fez a Conmebol colocar uma fase a mais na competição, sem a participação de brasileiros e argentinos.

Argentina e Brasil só entraram na segunda fase. Entre eles, o Independiente. Longe do título da Libertadores desde 1984, e qualquer taça continental desde 1995, o rojo conseguiu ter um sopro dos bons momentos do passado e chegou ao título inédito.

O primeiro adversário do Independiente foi o Argentinos Juniors. Na ida, venceu por 1 a 0 em seu estádio, o Libertadores de América. Na volta, empatou por 1 a 1 no Diego Maradona, em Buenos Aires. Nas oitavas de final, foi a vez de enfrentar o Defensor. No primeiro jogo, o rojo perdeu no Uruguai por 1 a 0. Precisando da vitória na segunda partida, a classificação vermelha veio na virada em Avellaneda por 4 a 2.

Nas quartas, o Independiente enfrentou o Deportes Tolima. Em Ibagué, na Colômbia, o time argentino arrancou o empate por 2 a 2. O resultado bastou para que a classificação chegasse no segundo jogo por meio do regulamento. No Libertadores de América, o rojo ficou no empate por 0 a 0, e a regra do gol anotado fora de casa foi acionada.

A semifinal foi disputada contra a LDU Quito, defensora do título naquela temporada. A primeira partida foi realizada no Casa Blanca, no Equador, e o Independiente conseguiu sair de um desastre por 3 a 0 para uma derrota alcançável por 3 a 2. O segundo jogo foi em Avellaneda. Com tensão, o rojo conseguiu vencer por 2 a 1 e se classificar mais uma vez pelos gols como visitante.

A decisão da Sul-Americana de 2010 foi entre Independiente e Goiás. A zebra brasileira eliminou Grêmio, Peñarol, Avaí e Palmeiras. No Brasileirão, a equipe goiana brigava para não ser rebaixada. Mas com foco diferente, ela conseguiu impor aos argentinos uma derrota por 2 a 0 na ida, no Serra Dourada. Na volta, no Libertadores, o Independiente respondeu com vitória por 3 a 1, gols de Julián Velázquez e Facundo Parra (dois). Nos pênaltis, 100% de aproveitamento e 5 a 3 na conquista do título.

A campanha do Independiente:
10 jogos | 4 vitórias | 3 empates | 3 derrotas | 15 gols marcados | 13 gols sofridos


Foto Luis Ramirez/LatinContent/Getty Images


Foto Arquivo/Photogamma

LDU Quito Campeã da Copa Sul-Americana 2009

A Copa Sul-Americana passou por uma nova modificação em 2009. No caso, foi a retirada dos convites para clubes da Concacaf. De tal forma, o número de participantes caiu para 31, num mata-mata quase perfeito (só o campeão entrou diretamente nas oitavas de final), em cinco fases.

O fim dos anos 2000 foi uma época muito marcante para muitas equipes da Conmebol. Entre elas, a LDU Quito, que levou o Equador ao primeiro título de Libertadores em 2008. No ano seguinte, foi a vez de chegar lá na Sul-Americana. Em comum entre as duas conquistas, o Rio de Janeiro - e em especial, o Fluminense.

A campanha da Liga teve início contra o Libertad, na primeira fase. Venceu a ida por 1 a 0 no Casa Blanca e empatou a volta por 1 a 1 no Paraguai. Nas oitavas de final, foi a vez de enfrentar o Lanús. O primeiro jogo foi em Quito, com goleada equatoriana por 4 a 0. A segunda partida aconteceu em La Fortaleza, e a LDU voltou de lá com empate por 1 a 1 na bagagem.

Nas quartas, o adversário foi o Vélez Sarsfield. A ida foi disputada em Buenos Aires, e os albos conseguiram outro empate por 1 a 1. A volta no Casa Blanca foi sofrida, mas a LDU conseguiu vencer, de virada, por 2 a 1. A semifinal foi contra o River Plate do Uruguai. Em Montevidéu, derrota equatoriana por 2 a 1. Em Quito, a Liga reverteu com maestria, goleando por 7 a 0.

A final da Copa Sul-Americana de 2009 colocou o Fluminense novamente na vida da LDU. Em 2008, eles decidiram a Libertadores. Os brasileiros chegaram lá depois de eliminar Flamengo, Alianza Atlético, Universidad de Chile e Cerro Porteño. Tal qual um ano antes, a primeira partida foi realizada no Casa Blanca. E tal qual um ano antes, a Liga saiu vencedora, por 5 a 1, de virada e ao natural. Três gols foram marcados por Édison Méndez, com mais um de Franklin Salas e outro de Ulises De La Cruz

O segundo jogo foi no Maracanã, contra um time embalado e ainda desesperado para não cair no Brasileirão. Podendo levar até quatro gols, a LDU não jogou bem. Sofreu dois no primeiro tempo e mais um no segundo. De La Cruz e Jairo Campos foram expulsos na partida, mas a equipe soube sofrer, e derrota por 3 a 0 acabou com uma das mais felizes da história da Liga.

A campanha da LDU Quito:
10 jogos | 5 vitórias | 3 empates | 2 derrotas | 23 gols marcados | 10 gols sofridos


Foto Marino Azevedo/AZ Press/Gazeta Press

Internacional Campeão da Copa Sul-Americana 2008

O ano era 2008, e o Brasil sequer tinha uma participação em final na história da Copa Sul-Americana. Mas este quadro mudaria a partir dali, e a honra coube ao Internacional, clube que já tinha certa intimidade com a competição e passava por ótimo momento histórico. Outros sete times disputaram a competição junto com o colorado. Foi a última temporada com a participação de clubes da Concacaf, com dois do México e um de Honduras.

Na primeira fase da Sul-Americana, o Inter teve de enfrentar justamente seu maior rival: o Grêmio. Empatou por 1 a 1 no Beira-Rio e por 2 a 2 no Olímpico, eliminando o co-irmão no critério do gol marcado fora de casa. Nas oitavas de final, o colorado vai rumo ao Chile, para encarar a Universidad Católica. Em Santiago, empate por 1 a 1. Na volta em Porto Alegre, o time gaúcho segura o 0 a 0 e se classifica.

Nas quartas de final, foi a vez de enfrentar o Boca Juniors, algoz da semifinal de 2004 e das quartas de 2005. E enfim, chegaram as primeiras vitórias, em grande estilo: 2 a 0 no Beira-Rio e 2 a 1 em La Bombonera, vingando as eliminações anteriores e obtendo um feito raro de derrubar os argentinos na casa deles. A semifinal foi disputada contra o Chivas Guadalajara, do México, e o Internacional não teve dificuldades para avançar, vencendo por 2 a 0 no Estádio Jalisco e por 4 a 0 no Brasil.

A inédita final foi jogada contra o Estudiantes, que havia batido Independiente, Arsenal de Sarandí, Botafogo e Argentinos Juniors. A partida de ida foi em La Plata, no Estádio Único. Com gol de pênalti do meia Alex aos 34 minutos do primeiro tempo, o colorado venceu por 1 a 0 e conseguiu uma bela vantagem para a volta no Beira-Rio.

Em Porto Alegre, mais de 51 mil colorados lotaram o estádio na expectativa de confirmar o título. Mas a coisa demorou um pouco mais que o planejado, porque o time argentino resolveu devolver a diferença nos 90 minutos. A partida foi à prorrogação, e foi somente aos oito do segundo tempo que Nilmar aproveitou uma confusão na pequena área para empatar em 1 a 1 e explodir a torcida em festa. O placar ficou assim até o apito final, e o Internacional então comemorou o título da Copa Sul-Americana de 2008, o primeiro de um clube brasileiro.

A campanha do Internacional:
10 jogos | 5 vitórias | 5 empates | 0 derrotas | 16 gols marcados | 6 gols sofridos


Foto Arquivo/Internacional

Arsenal de Sarandí Campeão da Copa Sul-Americana 2007

A Copa Sul-Americana é um prato cheio àqueles clubes médios do continente que buscam um título importante para suas coleções. Foi o caso do Arsenal de Sarandí, time argentino do município que está em seu sobrenome, na grande Avellaneda.

Na edição de 2007, "los de viaducto" (os homens do viaduto) levaram para casa a maior conquista de sua história. Com um fato curioso: sem vencer uma única partida em casa. Naquele ano, a Conmebol repetiu o regulamento pela terceira temporada consecutiva. A diferença foi o retorno do DC United para uma das vagas de convidados.

"El arse" começou sua campanha na primeira fase, contra o San Lorenzo. Empatou por 1 a 1 na ida em seu estadio, o Julio Grondona, e venceu por 3 a 0 fora, no Nuevo Gasómetro. Nas oitavas de final, foi a vez de passar pelo Goiás, após vencer por 3 a 2, de virada, a ida em Goiânia e novamente empatar por 1 a 1 em Sarandí.

O adversário nas quartas foi o Chivas Guadalajara. Em casa, o Arsenal ficou no 0 a 0. A classificação veio no México, com uma bela vitória por 3 a 1 no Estádio Jalisco. A semifinal foi disputada contra o River Plate, e os dois jogos acabaram empatados sem gols. A vaga na final do Arsenal foi obtida nos pênaltis, ao vencer por 4 a 2 em pleno Monumental.

A decisão da Sul-Americana foi contra o América do México, que chegou lá ao eliminar Pachuca, Vasco e Millonarios. A ida foi jogada no Estádio Azteca, onde o Arsenal conseguiu uma baita vitória por 3 a 2, de virada. Aníbal Matellán e Alejandro Gómez (duas vezes) anotaram os gols do viaducto.

A volta aconteceu num estádio maior que o Julio Grondona, o Presidente Perón (ou El Cilindro), casa do Racing em Avellaneda. Lidando com a pouca experiência em finais, o Arsenal sofreu dois gols do América, um em cada tempo, que o fizeram perder o título a partir dos 17 minutos da etapa complementar. O alívio só chegou aos 38, depois que Martín Andrizzi saiu da reserva e anotou o tento que descontou para 2 a 1. A partir da regra dos gols anotados fora de casa, o clube argentino atingiu a principal glória no ano de seu cinquentenário.

A campanha do Arsenal de Sarandí:
10 jogos | 4 vitórias | 5 empates | 1 derrota | 15 gols marcados | 9 gols sofridos


Foto Alejandro Pagni/AFP/Getty Images

Pachuca Campeão da Copa Sul-Americana 2006

Após os primeiros anos de ajustes, a Copa Sul-Americana entrou num momento de estabilidade a partir de 2006. Pela primeira vez, a Conmebol conseguiu repetir o regulamento da competição em relação à temporada anterior. A única coisa que mudou foi um dos convidados da Concacaf: saem os Estados Unidos, entra no lugar a Costa Rica, com a Alajuelense.

As surpresas do norte não pararam por aí. Também pela primeira vez, um título sul-americano ficou nas mãos de um forasteiro. No caso, o Pachuca, do interior do México. O clube do Estado de Hidalgo superou todas as forças corriqueiras e partiu para uma conquista histórica e inigualável.

A campanha dos "tuzos" (esquilos) começou diretamente nas oitavas de final, contra o Deportes Tolima. O primeiro jogo foi na cidade de Ibagué, na Colômbia, e terminou com derrota mexicana por 2 a 1. A segunda partida aconteceu em Pachuca de Soto, e o time da casa reverteu a desvantagem com uma goleada autoritária por 5 a 1.

Nas quartas de final, foi a vez de enfrentar o Lanús, que havia eliminado o Corinthians. A ida foi na Argentina, e o Pachuca tratou de fazer a vantagem lá mesmo ao vencer por 3 a 0. Tranquilo para a volta, bastou ficar no empate por 2 a 2 em seu Estádio Hidalgo para chegar na semifinal.

A disputa da semifinal foi contra o Athletico-PR, que tinha passado por gigantes como River Plate e Nacional do Uruguai. Mas os tuzos não ligaram para isso e voltaram a ganhar a ida fora de casa. Desta vez por 1 a 0, na Arena da Baixada, em Curitiba. A volta ocorreu no México, e o Pachuca se classificou para a decisão depois de fazer 4 a 1, de virada.

A final foi entre Pachuca e Colo-Colo. O clube chileno chegou lá depois de bater Huachipato, Coronel Bolognesi, Alajuelense, Gimnasia La Plata e Toluca. A primeira partida foi jogada no México, no Estádio Hidalgo. Andrés Chivita deixou os tuzos na frente do placar, aos 27 minutos do primeiro tempo, mas o adversário chegou ao 1 a 1 no segundo.

O segundo jogo foi no Estádio Nacional de Santiago, e o Pachuca precisou correr. Largou atrás no marcador aos 35 do primeiro tempo. Aos oito do segundo, Gabriel Caballero empatou. Aos 28, Christian Giménez virou para 2 a 1, calou a todos e permitiu aos tuzos arrancar rumo ao título inédito.

A campanha do Pachuca:
8 jogos | 5 vitórias | 1 empate | 2 derrotas | 19 gols marcados | 8 gols sofridos


Foto Arquivo/Pachuca

Boca Juniors Campeão da Copa Sul-Americana 2005

Mudanças à vista. A Copa Sul-Americana não ficou tão sul-americana assim a partir de 2005. Num movimento parecido com o que fez na Libertadores, a Conmebol expandiu sua segunda competição para o Norte, com a entrada de dois participantes do México. Mais do que isso, a entidade também abriu espaço para um time dos Estados Unidos, o DC United, de Washington.

Essa expansão refletiu no Brasil, que caiu de 12 para oito vagas (o campeão brasileiro e os sete melhores colocados fora da Libertadores). O número geral de equipes baixou de 35 para 34 e o regulamento permaneceu o mesmo, com fases preliminares nacionais e lugares cativos nas oitavas de final para os convidados da América do Norte, o campeão Boca Juniors, além de River Plate e Vélez Sarsfield - um convidado da AFA e o outro, melhor argentino, com uma das vagas herdada do Boca.

Na defesa do título, o Boca Juniors viu no bicampeonato da Sul-Americana (junto com a Recopa) a salvação da temporada, pois o time foi mal na sua liga nacional e não se classificou para a Libertadores de 2006. A campanha começou contra o Cerro Porteño, com o qual empatou por 2 a 2 na Paraguai e goleou por 5 a 1 em Salta, no mesmo Estádio Padre Ernesto Martearena da conquista de 2004.

Nas quartas de final, o clube xeneize também repetiu um adversário da temporada anterior, o Internacional. A ida foi no Beira-Rio, em Porto Alegre, com derrota por 1 a 0 nos acréscimos do segundo tempo. A volta aconteceu em La Bombonera, e os argentinos tornaram a conseguir a classificação com goleada, por 4 a 1. A semifinal foi contra a Universidad Católica, e o Boca passou depois de empatar por 2 a 2 em Buenos Aires e vencer por 1 a 0 no Chile.

Na final, o Boca Juniors ficou frente a frente com o Pumas UNAM, clube mexicano que passou por The Strongest, Corinthians e Vélez Sarsfield. A primeira partida ocorreu no Estádio Olímpico Universitário, na Cidade do México, e terminou empatada por 1 a 1. O gol xeneize foi de Rodrigo Palacio.

O segundo jogo foi realizado em La Bombonera, com novo empate por 1 a 1. Martín Palermo abriu o placar aos 31 minutos do primeiro tempo, com a igualdade mexicana saindo na segunda etapa. Nos pênaltis, o Boca ficou com o bicampeonato ao vencer por 4 a 3. O gol derradeiro ficou por conta do goleiro Roberto "Pato" Abbondanzieri.

A campanha do Boca Juniors:
8 jogos | 3 vitórias | 4 empates | 1 derrota | 15 gols marcados | 8 gols sofridos


Foto Arquivo/Boca Juniors

Boca Juniors Campeão da Copa Sul-Americana 2004

Com leves modificações no regulamento, a Copa Sul-Americana seguiu para a temporada 2004. As alterações aconteceram na fase brasileira, que deixou de ter quatro triangulares e passou a ser com dois mata-matas. O número de vagas permaneceu intacto: 12 para o Brasil, seis para a Argentina, a do campeão Cienciano e mais 16 divididas entre os demais países do continente.

Nesta terceira edição de Sula, a zebra não teve chance. Se na Libertadores o Boca Juniors foi surpreendido pelo Once Caldas na decisão, aqui o clube argentino tratou de espantar os fantasmas e arrancou para sua primeira conquista. Convidado da AFA, o time xeneize entrou diretamente nas oitavas de final, contra o San Lorenzo. No primeiro confronto, perdeu por 1 a 0 no Nuevo Gasómetro. No segundo, venceu por 2 a 1 de virada no Padre Ernesto Martearena, em Salta, e conseguiu a classificação nos pênaltis, ao ganhar por 4 a 1.

A campanha seguiu difícil nas quartas de final, contra o Cerro Porteño. A ida foi mais uma vez em Salta (La Bombonera estava fechada), e o Boca sofreu para o buscar o empate por 1 a 1 diante dos paraguaios. A volta foi disputada em Assunção, no Defensores del Chaco, e novamente o empate imperou no placar, desta vez sem gols. Nos pênaltis, após 20 cobranças, o time argentino venceu por 8 a 7 e ficou com a vaga na semifinal.

O próximo adversário do Boca Juniors foi o Internacional. De volta à La Bombonera, o time xeneize conseguiu uma categórica vitória por 4 a 2 sobre os brasileiros, de virada. O segundo jogo foi no Beira-Rio, em Porto Alegre, e bastou segurar o empate por 0 a 0 para chegar à final pela primeira vez.

A decisão foi contra o Bolívar, que colocou a Bolívia numa final continental pela primeira vez desta a obscura Recopa de 1970. O time eliminou Aurora, Universidad Concepción, Arsenal de Sarandí e LDU Quito. A ida foi realizada no Hernando Siles, na altitude de 3.625 metros de La Paz. Os argentinos bem que tentaram largar na frente, mas acabou derrotado por 1 a 0.

A volta foi em La Bombonera. Com o apoio de 55 mil torcedores, o Boca reverteu a situação e conquistou a primeira Sul-Americana ao vencer por 2 a 0, gols de Martín Palermo, aos 14 minutos do primeiro tempo, e Carlos Tevez, aos 28.

A campanha do Boca Juniors:
8 jogos | 3 vitórias | 3 empates | 2 derrotas | 9 gols marcados | 6 gols sofridos


Foto Arquivo/Boca Juniors