Fortaleza Campeão da Copa do Nordeste 2024

A Copa do Nordeste completou 30 anos de existência em 2024, com a disputa de 21 edições, descontadas as pausas de 1995 a 1996, de 2004 a 2009 e de 2011 a 2012. A disputa contou com 28 participantes, sendo 16 qualificados na fase preliminar e 12 qualificados na fase de grupos (junto com mais quatro classificados da preliminar), com o regulamento de duas chaves cruzadas de oito times.

O título ficou pela terceira vez com o Fortaleza, que venceu metade dos últimos seis campeonatos. Aliás, se contarmos o seu rival Ceará, o estado levou seis taças das últimas dez. Na primeira fase, o Leão do Pici fez parte do grupo B, mas teve uma campanha abaixo da média. Em oito partidas, o time obteve duas vitórias, dois empates e quatro derrotas. Foram apenas oito pontos conquistados, mas que renderam a vice-liderança da chave. Mas qual o por quê disso?

A explicação é que a fase foi desequilibrada, com o grupo A vencendo muito mais jogos que a chave B. Se o Fortaleza estivesse no outro lado, seria o lanterna. Na estreia, o Leão venceu o América-RN no Castelão por 2 a 1. Depois, perdeu por 1 a 0 para o CRB em Maceió e venceu por 3 a 1 o River em casa.

A caminhada estava normal até então. Até que, na quarta rodada, após o empate por 1 a 1 com o Sport em Recife, o ônibus tricolor foi atacado por bandidos. Isso sem dúvida afetou o desempenho da equipe, pois, nos quatro jogos restantes, houve empate por 1 a 1 com o Botafogo-PB em João Pessoa e derrotas por 1 a 0 para o Ceará e para o Vitória no Castelão, e por 3 a 2 para o Maranhão em São Luís.

As atuações do Fortaleza melhoraram no mata-mata. Nas quartas de final, goleada por 5 a 0 o Altos no Castelão. Na semifinal, foi a vez de enfiar 4 a 1 no Sport em plena Arena Pernambuco, vingando o ataque ao ônibus meses antes, em uma clara manifestação de resiliência.

Na final, o adversário foi o CRB, que passou por Botafogo-PB e Bahia no mata-mata. A ida foi Castelão, e o Leão venceu por 2 a 0, gols marcados por Moisés e Juan Lucero. A volta aconteceu no Rei Pelé, em Maceió, só que o Fortaleza não jogou bem e perdeu por 2 a 0. Nos pênaltis, porém, o time não errou nenhuma cobrança e venceu por 5 a 4. A batida do título saiu dos pés de Yago Pikachu.

A campanha do Fortaleza:
12 jogos | 5 vitórias | 2 empates | 5 derrotas | 21 gols marcados | 13 gols sofridos


Foto Itawi Albuquerque/AGIF

Porto Velho Campeão Rondoniense 2024

Pela quarta vez nas últimas cinco temporadas, o Porto Velho é campeão rondoniense. Fundado em 2018, o clube da capital de Rondônia chega a mais um título, que já o coloca como terceiro maior vencedor da era profissional do futebol do Estado.

O Rondoniense 2024 foi disputado por seis equipes, que se enfrentaram em dois turnos na primeira fase. Em dez partidas, a Locomotiva venceu sete, empatou uma e perdeu duas, ficando com folga na primeira colocação, com 22 pontos, seis a mais que o vice Barcelona-RO. Na semifinal, eliminou o Vilhena com vitória por 5 a 2 fora e derrota por 2 a 1 em casa.

Na final, o Porto Velho enfrentou o Barcelona, também da capital, que na semi passou pelo União Cacoalense. Os dois jogos foram realizados no Estádio Aluizão. Na ida, a Locomotiva venceu por 1 a 0. Na volta, o empate por 0 a 0 bastou a conquista do título estadual. 

A campanha do Porto Velho:
14 jogos | 9 vitórias | 2 empates | 3 derrotas | 27 gols marcados | 13 gols sofridos


Foto Leandro Morais/Porto Velho

Brasil Campeão da Copa América 1999

Em uma confederação com somente dez países, sempre foi mais complicado de organizar competições entre seleções, mas a Copa América nunca chegou a subverter tanto a geografia como faria em 1999. Sediada no Paraguai, a competição teve pela terceira vez o México como convidado, o que já era normal, pois até na Libertadores isso já acontecia.

O problema ficou no outro convite, que não foi nem Estados Unidos ou Costa Rica, mas para o Japão. Diretamente da Ásia para a América do Sul, o movimento foi parte de um acordo que envolveu a Toyota, patrocinadora master da Libertadores desde 1998. Mas os japoneses empataram um jogo, perderam dois e se despediram ainda na fase de grupos.

A disputa pelo título ficou concentrada nas seleções de sempre. Com uma equipe renovada e disposta a esquecer rápido o vice na Copa do Mundo de 1998, o Brasil entrou louco para levar o hexa e manter a hegemonia em seu quintal. A Canarinho ficou no grupo B da primeira fase, contra Venezuela, México e Chile. Na estreia já veio o primeiro furacão, na goleada por 7 a 0 sobre os venezuelanos, lembrada até hoje pelo golaço do garoto Ronaldinho, de 19 anos. Na sequência, vitórias por 2 a 1 sobre os mexicanos e por 1 a 0 sobre o chilenos garantiram a liderança do grupo B, com nove pontos.

O adversário nas quartas de final foi a Argentina, que na fase de grupos perdido por 3 a 0 para a Colômbia e viu seu atacante Martín Palermo perder três pênaltis na mesma partida. A vitória no clássico aconteceu por 2 a 1, de virada. Os gols da classificação foram feitos por Rivaldo e Ronaldo. Na semifinal, houve o reencontro com o México e outra vitória, desta vez por 2 a 0. Os gols foram anotados por Amoroso e Rivaldo.

Chegada a final, o Brasil enfrentou o Uruguai, repetindo o confronto pela quarta vez nas últimas oito edições. Os uruguaios chegaram lá ao eliminar Equador, Paraguai e Chile. O palco da disputa foi o Defensores del Chaco, em Assunção. Mas, se em 1983, 1989 e 1995 os placares foram apertados, em 1999 os brasileiros trataram de deixar as coisas mais fáceis.

Com 20 minutos de primeiro tempo, Rivaldo abriu o placar para o Brasil. Aos 27, outra vez Rivaldo mandou a bola no fundo da rede. E no primeiro minuto do segundo tempo, Ronaldo fez 3 a 0 e fechou o resultado da decisão. Pela sexta vez, Brasil conquistou o título da Copa América. E pela primeira vez, emendou duas conquistas consecutivas.

A campanha do Brasil:
6 jogos | 6 vitórias | 0 empates | 0 derrotas | 17 gols marcados | 2 gols sofridos 


Foto Arquivo/Gazeta Press

Brasil Campeão da Copa América 1997

A concorrida década de 90 foi marcada por surpresas, inícios e quedas de tabu na Copa América. Dois destes fatos aconteceram na edição de 1997, sediada na Bolívia. Não havia o que fazer em relação à altitude, e a maioria das sedes escolhidas localizavam-se no alto, como La Paz (3.637 metros), Oruro (3.702), Sucre (2.810) e Cochabamba (2.582). No fim, o ar rarefeito contribuiu para as eliminações do Uruguai na primeira fase e da Argentina nas quartas de final. Acerca disto, a competição teve um novo estreante, a convidada Costa Rica.

Só um fator ficou inalterado durante o torneio: o favoritismo do Brasil. Atuando na única cidade ao nível do mar, Santa Cruz de la Sierra, a seleção Canarinho estava disposta a dar um fim no incômodo tabu de nunca ter vencido a competição fora de seu país. Sob a liderança ofensiva da dupla Ronaldo e Romário, todos "tiveram que engolir" o título do time do técnico Zagallo.

No grupo C da primeira fase, o Brasil enfrentou Costa Rica, México e Colômbia. A estreia foi com uma tranquila goleada por 5 a 0 sobre os costarriquenhos. A dificuldade subiu contra os mexicanos, com a vitória vindo por 3 a 2, de virada. A classificação já estava garantida quando os brasileiros bateram os colombianos por 2 a 0 na última rodada. Com nove pontos, a Canarinho ficou na liderança da chave.

Nas quartas de final, o Brasil enfrentou o Paraguai e venceu por 2 a 0, gols marcados por Ronaldo. Na semifinal, o adversário foi o Peru, que estava ali porque superou a Argentina na fase anterior. Mas os brasileiros não quiseram saber de zebra e aplicaram 7 a 0 nos peruanos, com gols de Denílson, Flávio Conceição, Romário (dois), Leonardo (dois) e Djalminha.

O adversário brasileiro na decisão foi a anfitriã Bolívia, que antes despachou Uruguai, Venezuela, Colômbia e México. Até a semi, o Brasil fez toda a campanha no Estádio Ramón Aguilera, em Santa Cruz. Na final, porém, o time teria de subir o morro até o Hernando Siles, em La Paz, onde os bolivianos atuaram em todas as partidas.

Embora a altitude fosse encarada como obstáculo, a qualidade técnica brasileira era muito maior que a boliviana. Aos 40 minutos do primeiro tempo, Denílson abriu o placar para o Brasil. Aos 45, a Bolívia empatou. A vitória e o título só foram encaminhados no segundo tempo. Aos 34 minutos, Ronaldo desempatou. Aos 45, Zé Roberto fez 3 a 1 e concluiu a conquista do penta sul-americano, com 100% de aproveitamento e, finalmente, sendo a primeira taça vinda de fora do Brasil.

A campanha do Brasil:
6 jogos | 6 vitórias | 0 empates | 0 derrotas | 22 gols marcados | 3 gols sofridos 


Foto Alexandre Battibugli/Placar

Real Madrid Campeão da Liga dos Campeões 2024

Na última edição antes de uma profunda mudança de regulamento, a Liga dos Campeões da Europa voltou a premiar o clube que é o mais vencedor de sua história. Pela 15ª vez, o Real Madrid chegou ao título, ampliando ainda mais sua hegemonia com mais que o dobro que o segundo maior ganhador, o Milan, que possui sete taças.

"La décimoquinta" veio de uma forma muito especial, pois foi um título invicto. Foi também o que carimbou o compromisso de Carlo Ancelotti com o clube merengue, depois de ter sido cogitado como técnico do Brasil. Mas de brasileiro mesmo aqui, só o tempero da conquista, com Vinícius Júnior e Rodrygo, junto ao toque inglês, com Jude Bellingham.

No grupo C da fase de grupos, o Real passeou. Contra Union Berlim, Braga e Napoli, foram seis vitórias em seis partidas. A classificação foi obtida na quarta rodada, nos 4 a 2 sobre os italianos no Santiago Bernabéu. Nas oitavas de final, os espanhóis passaram pelo RB Leipzig, com vitória por 1 a 0 na Alemanha e empate por 1 a 1 em Madrid.

Nas quartas de final, os merengues encontraram o Manchester City, algoz na edição anterior. A ida foi disputada no Santiago Bernabéu, terminando empatada por 3 a 3. A volta aconteceu na Inglaterra, com outro empate, por 1 a 1 Nos pênaltis, o Real Madrid foi mais feliz, venceu por 4 a 3 e eliminou os então campeões.

Na semifinal, o Real encarou o Bayern de Munique. O primeiro jogo foi na Alemanha, com Vinícius Júnior abrindo o placar e também anotando o gol que selou o empate por 2 a 2. A segunda partida foi no Bernabéu. Os alemães saíram na frente do marcador e levaram assim até o fim do segundo tempo. Mas a história já mostrou muitas vezes que um time como o Real Madrid nunca está morto. Com dois gols, o reserva Joselu virou para 2 a 1 aos 43 e aos 46 minutos, colocando os merengues na 18ª decisão.

A final foi entre Real Madrid e Borussia Dortmund, que bateu Milan, Newcastle, PSV Eindhoven, Atlético de Madrid e Paris Saint-Germain. Em Wembley, em Londres, o Real Madrid foi resiliente, soube aguentar a pressão alemã no primeiro tempo para encaminhar o título no segundo. Aos 29 minutos, Dani Carvajal abriu o placar. Aos 38, Vinícius Júnior fez 2 a 0 e definiu tudo.

A campanha do Real Madrid:
13 jogos | 9 vitórias | 4 empates | 0 derrotas | 28 gols marcados | 15 gols sofridos


Foto Alex Livesey/Danehouse/Getty Images

Paysandu Campeão da Copa Verde 2024

Na temporada em que completou dez anos, em 2024, a Copa Verde viu seu maior vencedor aumentar ainda mais a hegemonia. Com autoridade, o Paysandu chegou ao tetracampeonato da competição regional.

Com 24 participantes, o torneio manteve o mesmo regulamento de mata-mata das versões anteriores. A primeira fase foi composta por 16 times, da qual passaram oito às oitavas de final, onde se encontravam as outras oito equipes. O Papão estreou vencendo o Rio Branco-AC por 3 a 0 na Curuzu, em Belém.

Nas quartas de final, o Paysandu enfrentou o Manaus, desta vez em dois jogos. O primeiro foi realizado na Arena da Amazônia, com derrota paraense por 1 a 0. A segunda partida aconteceu na Curuzu, e o Papão reverteu a desvantagem ao golear os amazonenses por 4 a 1, de virada.

A semifinal da Copa Verde reservou dois clássicos Re-Pa no Estádio Mangeueirão, entre Paysandu e Remo. No primeiro, nada de gols, com o placar ficando no 0 a 0. No segundo, outro empate, desta vez por 1 a 1. Nos pênaltis, o Papão foi mais eficiente e venceu por 4 a 3, avançando para a oitava final em 11 edições.

Na decisão, o Paysandu encontrou o Vila Nova, que passou por Rio Branco-ES, Goiás e Cuiabá. O primeiro jogo aconteceu na Curuzu, e tudo apontava para o equilíbrio. Mas, de maneira inacreditável, o Papão empilhou gols e empacotou o título ao golear por 6 a 0. O artilheiro Nicolas marcou três vezes, seguido por Esli García, Edilson e Edinho. A segunda partida virou apenas uma formalidade, tanto que os goianos escalaram o time sub-20. O resultado foi outra goleada, por 4 a 0, com gols de Nicolas, João Vieira, Vinícius Leite e Edinho. O tetra veio com 10 a 0 na soma dos placares, uma diferença inédita.

A campanha do Paysandu:
7 jogos | 4 vitórias | 2 empates | 1 derrota | 18 gols marcados | 3 gols sofridos


Foto Jorge Luís Totti/Paysandu

Olympiacos Campeão da Liga Conferência 2024

A terceira edição da Liga Conferência voltou a comprar porque ela foi um acerto da UEFA em sua criação. É uma chance ímpar de premiar clubes pouco acostumados com as glórias europeias, como foi o caso do Olympiacos em 2024, que foi o primeiro clube da Grécia a ser campeão continental.

Porém, a jornada dos “thrylos” (lendas) começou ainda na Liga Europa, onde superou duas preliminares e ficou em terceiro lugar no grupo A, atrás de West Ham e Freiburg e à frente do TSC. A posição colocou o time grego no mata-mata de repescagem da Conferência, contra o Ferencváros. Na ida, venceu por 1 a 0 no Estádio Karaiskakis, em Atenas. Na volta, repetiu o 1 a 0, mas em Budapeste.

Nas oitavas de final, o adversário foi o Maccabi Tel Aviv, de Israel. A primeira partida foi na Grécia, mas o Olympiacos foi goleado por 4 a 1. O segundo jogo aconteceu na Sérvia, devido a guerra dos israelenses contra o Hamas. Como em um filme, os gregos conseguiram igualar o confronto nos 90 minutos, com gols de Daniel Podence, Kostas Fortounis e Ayoub El Kaabi. Na prorrogação, Stevan Jovetic e Youssef El-Arabi marcaram 6 a 1, que tornou-se uma das maiores viradas já vistas em competições europeias.

O Olympiacos chegou nas quartas para enfrentar o Fenerbahçe. Na ida no Karaiskakis, vitória por 3 a 2. Na volta na Turquia, derrota por 1 a 0. Nos pênaltis, a estrela do goleiro Konstantinos Tzolakis brilhou com três defesas e os gregos venceram por 3 a 2.

Na semifinal, foi a vez de encarar o Aston Villa. O primeiro jogo foi na Inglaterra, vencido de forma histórica pelos thrylos por 4 a 2, com três gols de El Kaabi e um de Santiago Hezze. A segunda partida foi na Grécia, e nova vitória por 2 a 0 classificou o Olympiacos. Os gols foram anotados por El Kaabi.

A final foi contra a Fiorentina, que bateu Rapid Viena, Genk, Cukaricki, Maccabi Haifa, Viktoria Plzen e Club Brugge. Em Atenas, mas no Estádio Agia Sophia, gregos e italianos fizeram uma partida tensa, que se arrastou sem gols até a prorrogação. Aos 11 minutos do segundo tempo, o artilheiro El Kaabi fez o gol do título histórico.

A campanha do Olympiacos:
9 jogos | 7 vitórias | 0 empates | 2 derrotas | 19 gols marcados | 10 gols sofridos


Foto Aris Messinis/AFP/Getty Images