Grêmio Campeão da Copa do Brasil 1997

A segunda metade dos anos 1990 foi de expansão na Copa do Brasil. De 32 participantes em 1994, a competição saltou para 44 em 1997  - e aumentaria ainda mais nos anos seguintes. Mas ainda estamos em 1997, e é preciso falar de mais um título do Grêmio, o terceiro, que o deixou novamente isolado como o maior campeão até o momento.

Aquela parte da década de 1990 foi especial para o tricolor gaúcho, que conquistou oito taças entre 1993 e 1997. A Copa do Brasil veio na sequência da Libertadores de 1995 e do Brasileiro de 1996, mas sem o comando de Luiz Felipe Scolari, que saiu para dar lugar a Evaristo de Macedo.

Na primeira fase, o Imortal enfrentou o Fortaleza, e venceu os dois jogos, por 3 a 2 no Castelão, e por 3 a 1 no Olímpico. Nas oitavas de final, o adversário foi a Portuguesa, na reedição da final do Brasileirão meses antes. A ida foi em Porto Alegre, e o Grêmio salvou a vitória por 2 a 1 nos acréscimos do segundo tempo. A volta foi no Canindé, em São Paulo, e o empate por 1 a 1 classificou o tricolor gaúcho.

Nas oitavas de final, o Grêmio encarou o Vitória. A primeira partida foi disputada no Olímpico e acabou com triunfo gremista por 2 a 0. O segundo jogo foi realizado na Fonte Nova, em Salvador. Num toma lá, dá cá enorme, a classificação gaúcha foi confirmada depois do resultado de empate por 3 a 3.

Na semifinal, foi a vez de jogar contra o Corinthians. Em meio a isso, o Grêmio ainda tinha o mata-mata da Libertadores para se preocupar, numa maratona de partidas que aconteciam a cada dois dias. A ida foi em São Paulo, no Morumbi, e terminou com vitória gaúcha por 2 a 1, com o primeiro gol marcado pelo artilheiro Paulo Nunes e o segundo sendo contra. A volta foi em Porto Alegre, e ficou no empate por 1 a 1.

O Grêmio estava na sexta final em nove edições da Copa do Brasil. O adversário foi o Flamengo, que passou por Nacional-AM, Rio Branco-AC, Internacional e Palmeiras. O primeiro jogo foi realizado no Olímpico, e em boa parte o Imortal atuou com dez jogadores, devido a expulsão do volante Dinho. Mas tudo ficou no 0 a 0. A segunda partida foi no Maracanã, apenas dois dias depois. João Antônio abriu o placar para o tricolor logo aos seis minutos, mas os cariocas viraram ainda no primeiro tempo. O alívio e o tricampeonato, no empate por 2 a 2, só vieram no tento anotado por Carlos Miguel, aos 34 da segunda etapa.

A campanha do Grêmio:
10 jogos | 5 vitórias | 5 empates | 0 derrotas | 19 gols marcados | 12 gols sofridos


Foto Arquivo/Grêmio

Cruzeiro Campeão da Copa do Brasil 1996

Depois de sete anos, finalmente era possível dizer que a Copa do Brasil fazia pleno sucesso, não apenas na arquibancada como também na televisão. O título do Corinthians em 1995 rendeu ao SBT a maior audiência da história do canal até aquele momento. Era a justificativa que a CBF precisava para poder vender a competição para patrocinadores.

Para 1996, as modificações que haviam sido implantadas um ano antes sofreram alterações. O número de times convidados subiu para oito, o que elevou os participantes para 40, com oito confrontos na fase preliminar. Já na regra do visitante, a vitória permitida para a classificação sem a partida de volta passou a ser a partir de dois gols de diferença. Por fim, tivemos a entrada de Roraima no torneio, completando de vez os 27 Estados do país.

O campeão da Copa do Brasil em 1996 foi o Cruzeiro, que se tornou o segundo clube a chegar lá mais de uma vez. Uma tradição copeira estava se estabelecendo. Na primeira fase, a Raposa passou pelo Juventus do Acre após empatar por 1 a 1 em Rio Branco, e vencer por 4 a 0 em Belo Horizonte, no Independência.

Nas oitavas de final, o adversário foi o Vasco. Na ida, em São Januário, o Cruzeiro conseguiu uma das vitórias mais emblemáticas da sua história: goleada por 6 a 2, fora o baile. Na volta, em Belo Horizonte, bastou empatar por 1 a 1 para confirmar a classificação.

O rival cruzeirense nas quartas foi o Corinthians. A ida foi jogada no Independência, e a Raposa novamente goleou para encaminhar a vaga, por 4 a 0. A volta, no Pacaembu, terminou com derrota por 3 a 2. Na semifinal, foi a vez de passar pelo Flamengo com dois empates, por 1 a 1 no Maracanã, e por 0 a 0 no Mineirão.

O Cruzeiro foi para sua segunda decisão de Copa do Brasil. O adversário foi o Palmeiras, que eliminou Sergipe, Atlético-MG, Paraná e Grêmio. Os paulistas eram conhecidos como o “ataque dos 100 gols” devido à forte campanha no estadual de 1996, e tinham o favoritismo. Mas a Raposa era resiliente. O primeiro jogo foi no Mineirão e ficou empatado por 1 a 1. A segunda partida foi no Palestra Itália, e os mineiros saíram perdendo logo aos cinco minutos. Aos 25, Roberto Gaúcho empatou. Empurrando o rival cada vez mais para trás, o Cruzeiro chegou ao gol do título aos 38 do segundo tempo, com Marcelo Ramos.

A campanha do Cruzeiro:
10 jogos | 4 vitórias | 5 empates | 1 derrota | 22 gols marcados | 10 gols sofridos


Foto Ricardo Corrêa/Placar

Corinthians Campeão da Copa do Brasil 1995

A Copa do Brasil teve seu grande ponto de virada na história em 1995. Depois de ficar à margem dos interesses da televisão desde a primeira edição, naquele ano tivemos a negociação que mudou os rumos para melhor. O SBT adquiriu a exclusividade das partidas, prometendo uma grande exposição aos clubes.

Mas a emissora de Silvio Santos queria suas contrapartidas. Sabendo que apenas o critério dos estaduais era insuficiente para garantir os times de maior audiência no torneio, ela costurou junto à CBF uma mudança no regulamento com a adição de quatro convidados fora dos critérios técnicos: São Paulo, Flamengo, Grêmio (defensor do título) e Democrata de Governador Valadares (terceiro colocado do Mineiro de 1994, unicamente fechar os quatro convites na falta outras equipes grandes).

Com 36 participantes, a Copa do Brasil ganharia uma fase preliminar de quatro confrontos. Outra novidade no regulamento foi a regra do visitante. Se um clube fora de casa vencesse a ida por três ou mais gols de diferença, eliminava o confronto da volta. Isto só valeria na preliminar e na primeira fase.

No meio desse turbilhão todo, tivemos um novo campeão: o Corinthians, de maneira invicta. A campanha teve início contra o Operário do Mato Grosso, e o Timão passou com empate por 1 a 1 em Cuiabá, e vitória por 4 a 0 no Pacaembu. Nas oitavas de final, foi a vez de passar pelo Rio Branco-AC, com vitórias por 3 a 0 fora e por 2 a 0 em casa.

Nas quartas, o Corinthians enfrentou o Paraná. Na ida, empate por 0 a 0 em Curitiba. Na volta, vitória por 2 a 1 em São Paulo. Na semifinal, foi a vez de encarar o Vasco. O primeiro jogo foi no Maracanã, e o Timão embalado venceu por 1 a 0. A segunda partida foi no Pacaembu. Em belíssima atuação, os paulistas golearam por 5 a 0.

Na final, o Corinthians enfrentou o Grêmio, que chegou à sua quinta final em sete edições, eliminando Desportiva-ES, Palmeiras, São Paulo e Flamengo. A primeira partida foi no Pacaembu, e o Timão venceu por 2 a 1, com um gol de Viola e outro golaço de Marcelinho Carioca, de falta. O segundo jogo foi no Olímpico, em Porto Alegre. Sem baixar a guarda, o time paulista foi campeão com outro triunfo por 1 a 0. Outra vez, Marcelinho decidiu.

A campanha do Corinthians:
10 jogos | 8 vitórias | 2 empates | 0 derrotas | 21 gols marcados | 3 gols sofridos


Foto Pisco Del Gaiso/Placar

Grêmio Campeão da Copa do Brasil 1994

No ano do tetra da Seleção Brasileira, a Copa do Brasil viu, pela primeira vez, um clube já campeão sentir novamente o gosto de erguer a taça. Na sua quarta final em seis participações, o Grêmio ficou com o bicampeonato da competição. E novamente, de maneira invicta.

Em mais uma tentativa para impulsionar o torneio na televisão, a CBF vendeu os direitos de transmissão de maneira exclusiva para a Rede Manchete. Mas ainda não era o ideal, pois a emissora não tinha o mesmo alcance que as concorrentes diretas. Em 1994, ainda havia desconfiança sobre a continuidade a longo prazo da Copa do Brasil. Em campo, a novidade foi a entrada do Tocantins, o 26º Estado.

O Imortal Tricolor iniciou a jornada de mais um título contra o Criciúma, algoz de 1991. Mas desta vez Luiz Felipe Scolari estava do lado azul, que eliminou o time catarinense após empate por 2 a 2 no Heriberto Hülse, e vitória por 2 a 1 no Olímpico Monumental.

O rival do Grêmio nas oitavas de final foi o Corinthians. O primeiro jogo foi realizado no Olímpico, e terminou com vitória tricolor por 2 a 0. A segunda partida foi em São Paulo, no Pacaembu, e mais um empate por 2 a 2 serviu para a classificação. Nas quartas, foi a vez de passar pelo Vitória com dois triunfos por 1 a 0, em Porto Alegre e em Salvador. 

Na semifinal, depois da Copa do Mundo, o tricolor enfrentou o Vasco. A primeira partida foi disputada no Maracanã, e acabou empatada sem gols. O segundo jogo aconteceu no Olímpico. Com dois gols do artilheiro Nildo, o Grêmio venceu por 2 a 1 e chegou outra vez na decisão da Copa do Brasil.

A final foi contra o Ceará, que surpreendeu algumas forças tradicionais no mata-mata. Na ordem, o clube bateu Campinense, Palmeiras, Internacional e Linhares. A ida foi realizada em Fortaleza, no Castelão, e o Grêmio conseguiu segurar o 0 a 0 fora de casa. A volta foi no Olímpico. O gol do título tricolor saiu cedo, logo aos três minutos do primeiro tempo. Nildo, de cabeça, fez o 1 a 0 que se sustentou até o fim, apesar da pressão cearense.

A campanha do Grêmio:
10 jogos | 6 vitórias | 4 empates | 0 derrotas | 13 gols marcados | 6 gols sofridos


Foto José Doval/Agência RBS

Cruzeiro Campeão da Copa do Brasil 1993

Na Copa do Brasil 1993, nasceu aquela que se tornaria a maior hegemonia da competição nos anos seguintes. O Cruzeiro, na busca por recuperar o tempo perdido nos anos 1980 (quando só venceu dois estaduais), chegou para conquistar a primeira das seis taças em sua história.

O torneio não teve alterações no regulamento e na quantidade de Estados presentes em relação a 1992. Mas houve a troca de calendário, voltando a ser realizada no primeiro semestre, junto com os estaduais e a Libertadores, e em oposição ao Brasileiro que ocorreu na outra metade da temporada.

A campanha do Cruzeiro teve início contra a Desportiva, do Espírito Santo. A primeira partida aconteceu na cidade de Cariacica, e ficou empatada por 1 a 1. O segundo jogo foi em Belo Horizonte, no Mineirão, e a Raposa se classificou ao golear por 5 a 0.

Nas oitavas de final, o time mineiro passou sufoco contra o Náutico. Na ida, perdeu por 1 a 0 nos Aflitos. Na volta, venceu por 2 a 0 e reverteu o confronto. Nas quartas, foi a vez de eliminar o temido São Paulo com uma grande vitória por 2 a 1 no Morumbi, e empate por 2 a 2 no Mineirão.

O adversário do Cruzeiro na semifinal foi o Vasco. O primeiro jogo foi disputado em Belo Horizonte. Com dois gols de Edenilson e um de Luís Fernando Flores, a Raposa venceu por 3 a 1 e encaminhou a vaga na final. A segunda partida aconteceu no Rio de Janeiro, em São Januário, e o empate por 1 a 1 só confirmou a classificação.

Na decisão, o Cruzeiro encarou o Grêmio, que passou por Sorriso-MT, União Bandeirante-PR, Palmeiras e Flamengo. A ida foi no Olímpico, em Porto Alegre. Choveu muito nesse dia, e num campo cheio de lama o placar ficou no 0 a 0. A volta foi no Mineirão, com gramado bom. Roberto Gaúcho abriu o placar aos 12 minutos do primeiro tempo, num frangaço do goleiro gremista. Os gaúchos empatariam depois, mas aos 20 segundos do segundo tempo, Cleisson fez 2 a 1 e deu o título à Raposa.

A campanha do Cruzeiro:
10 jogos | 5 vitórias | 4 empates | 1 derrota | 18 gols marcados | 8 gols sofridos


Foto Nélio Rodrigues/Placar

Internacional Campeão da Copa do Brasil 1992

Em 1992, a Copa do Brasil completou quatro edições correndo perigo em sua continuidade. 
A televisão custava a se interessar pela competição e a audiência era baixa. A conclusão em 1991 também não ajudou, com semifinais consideradas de pouco apelo: Criciúma x Remo (ambos na Série B) e Grêmio x Coritiba (um rebaixado, outro na segunda divisão).

Uma manobra da CBF para tentar impulsionar a Copa do Brasil foi a transferência dela para o segundo semestre, em oposição à disputa do Brasileirão, que era no início da temporada, e em paralelo aos estaduais. Outras novidades foram as entradas dos campeões do Amapá e de Rondônia, aumentando a lista para 25 Estados.

Dentro de campo, o Internacional foi campeão com atuações brilhantes, tidas em sua maioria pelos gols de Gerson, artilheiro que na época convivia com polêmicas a respeito de sua saúde, com suspeita até mesmo de ele ser portador do HIV (ele faleceria em 1994). O Colorado começou a campanha contra o Muniz Freire, do Espírito Santo, o qual eliminou com vitórias por 3 a 1 fora de casa, e por 5 a 0 no Beira-Rio, em Porto Alegre.

Nas oitavas de final, o Inter enfrentou o Corinthians. A primeira partida aconteceu no Pacaembu. Com uma atuação memorável, os gaúchos conseguiram, em plena São Paulo, golear por 4 a 0 e abrir excelente vantagem. Em casa, o empate sem gols não fez diferença para a classificação.

Nas quartas, foi a vez de encarar o Grêmio. Os dois clássicos, primeiro no Olímpico e depois no Beira-Rio, terminaram empatados por 1 a 1. Nos pênaltis, o Inter fez o básico e venceu o arquirrival por 3 a 0. Na semifinal, o Colorado derrubou o Palmeiras com duas vitórias, por 2 a 0 no Palestra Itália, e por 2 a 1 em Porto Alegre.

O Internacional enfrentou o Fluminense na final. Os cariocas superaram no mata-mata Picos, Sergipe, Criciúma e Sport. A ida foi disputada nas Laranjeiras, e o Colorado não conseguiu um bom resultado: derrota por 2 a 1. O gol que amenizou a desvantagem foi marcado por Caíco. A volta foi no Beira-Rio, de forma que a vitória por 1 a 0 já bastava para o título. Mas o gol só saiu aos 43 minutos do segundo tempo, num pênalti batido por Célio Silva.

A campanha do Internacional:
10 jogos | 6 vitórias | 3 empates | 1 derrota | 20 gols marcados | 6 gols sofridos


Foto Adolfo Gerchmann/Placar