Grandes times merecem grande espaço na história. Um deles, sem dúvida, é o Milan dos anos 90 e 2000, que emendou, praticamente em sequência, quase 20 anos de conquistas e ótimas campanhas. A última cartada importante do Rossonero no futebol aconteceu em 2007, em mais uma edição do Mundial de Clubes, o que o consolidaria como maior campeão de todos até o momento.
Os italianos chegaram outra vez ao Japão depois de conquistar o hepta na Liga dos Campeões, em revanche contra o Liverpool na final. O Mundial reservaria outra "vendetta" para os milanistas: o Boca Juniors - com Juan Riquelme em estado de graça - levou o hexa na Libertadores em decisão sobre o Grêmio, e trouxe a possibilidade de o encontro de 2003 se repetir.
Mas agora seria preciso aguardar os outros continentes. A FIFA fez uma pequena expansão na competição, adicionando um representante do país-sede. Geralmente, esse time é para ser o campeão local, mas como o vencedor da Ásia foi o Urawa Red Diamonds, a vaga local foi herdada pelo iraniano Sepahan, vice dos japoneses. Os demais classificados foram: o mexicano Pachuca, pela Concacaf; o tunisiano Étoile du Sahel, pela África; e o neo-zelandês Waitakere United, pela Oceania.
O Mundial de Clubes passou a começar com uma preliminar entre o "local" contra o time oceânico, e o Sepahan eliminou o Waitakere por 3 a 1. Nas quartas de final, o Urawa fez 3 a 1 no time do Irã, e o Étoile fez 1 a 0 no Pachuca.
Os gigantes entraram na semifinal. O Boca Juniors enfrentou o clube da Tunísia, e passou com um simples 1 a 0. O Milan deu início à jornada no dia 13 de dezembro, em Yokohama, contra o Urawa. Situação que há tempos não se via em Mundiais: uma equipe atuando como visitante. Os italianos tiveram que encarar mais de 67 mil torcedores, embora muitos dos japoneses ali torceram para o próprio Rossonero. A partida foi difícil, mas o Milan conseguiu vencer por 1 a 0, gol de Clarence Seedorf.
Argentinos e italianos repetiram a final de quatro anos antes no dia 16, também em Yokohama. O Boca já não tinha mais Riquelme, mas tinha Martín Palermo. E só. O favorito óbvio era o Milan, com Seedorf, o futuro Bola de Ouro Kaká, Andrea Pirlo, Filippo Inzaghi e o quase santificado Paolo Maldini. Os times começaram o jogo com tudo, com Inzaghi abrindo o placar aos 21 minutos do primeiro tempo, e Rodrigo Palacio empatando já aos 22.
Outro empate encaminhando-se entre os clubes? Que nada, no segundo tempo o Milan passeou. Alessandro Nesta (aos cinco), Kaká (aos 16) e Inzaghi (aos 26) fizeram os gols que confirmaram o tetra mundial ao time italiano. Pablo Ledesma descontou para 4 a 2 aos 40, mas já era tarde.