Salgueiro Campeão Pernambucano 2020

Com 100.321 casos e 6.758 mortes por Covid-19 até 5 de agosto, Pernambuco conheceu seu campeão estadual. O Salgueiro, pela primeira vez desde a fundação, em 1972, conseguiu o título de um jeito histórico. Na primeira fase, o Carcará ficou na vice-liderança, com 16 pontos, cinco vitórias, um empate e três derrotas, ficando assim nove pontos distante do líder Santa Cruz. A pandemia obrigou a competição a paralisar por quatro meses, entre a penúltima e a última rodadas.

Seis times avançaram para o mata-mata, e o Salgueiro teve o privilégio de se classificar diretamente à semifinal. O Afogados venceu o Retrô nas quartas e foi o adversário do Carcará na primeira eliminatória do futuro campão. Com 3 a 0 em partida única, o Salgueiro foi à final contra o Santa Cruz. 

O jogo de ida foi no Cornélio de Barros, e terminou empatado por 1 a 1. A volta foi no Arruda, em Recife, e o empate desta vez foi por 0 a 0. Nos pênaltis, o Carcará venceu por 4 a 3 e conquistou o inédito título pernambucano, o primeiro de um clube do interior em 105 anos de campeonato.

A campanha do Salgueiro:
12 jogos | 6 vitórias | 3 empates | 3 derrotas | 16 gols marcados | 10 gols sofridos


Foto Paulo Paiva/Diário de Pernambuco

Athletico-PR Campeão Paranaense 2020

Com 85.317 casos e 2.164 mortes por Covid-19 até 5 de agosto, o Paraná conheceu seu campeão estadual. O Athletico-PR conquistou o tricampeonato com uma boa tranquila. Na primeira fase, o clube ficou em terceiro lugar entre os 12 participantes, com 22 pontos, sete vitórias, um empate e três derrotas, e dois pontos a menos que o líder Coritiba.

A primeira fase aconteceu antes da paralisação. A pandemia do novo coronavírus parou as atividades por quatro meses. O mata-mata foi jogado totalmente sem público nos jogos. Nas quartas de final, o Furacão enfrentou o Londrina, e se classificou com empate por 1 a 1 fora e goleada por 5 a 0 em casa. Na semifinal, o time rubro-negro despachou o FC Cascavel com goleada por 5 a 1 em casa e empate sem gols fora.

A decisão foi no clássico Atletiba. A ida foi jogada na Arena da Baixada, e terminou com vitória por 1 a 0 ao Athletico. A volta aconteceu no Couto Pereira, e o Coritiba vencia até aos 45 minutos do segundo tempo, quando Khellven empatou. Aos 47, Nikão virou para 2 a 1 e confirmou o 26º estadual do Furacão.

A campanha do Athletico-PR:
17 jogos | 11 vitórias | 4 empates | 2 derrotas | 37 gols marcados | 15 gols sofridos


Foto Matheus Sebenello/MowaPress

Ceará Campeão da Copa do Nordeste 2020

Maior campeonato regional do Brasil, a Copa do Nordeste de 2020 encerrou com o Ceará conquistando o título de bicampeão, cinco anos após a primeira vez. O regulamento foi igual ao do da temporada anterior, e o Vozão ficou no grupo B, enfrentando os clubes da chave A.

Nas primeiras partidas, cinco empates em sequência: 2 a 2 em casa contra o Freipaulistano, 1 a 1 no Castelão contra o Fortaleza, 0 a 0 fora de casa contra o ABC, 2 a 2 em casa contra o Bahia e outro 2 a 2 em casa contra o Botafogo-PB. Depois disso, o Ceará não empataria mais, nem mesmo perderia.

A primeira vitória foi contra o River do Piauí, em Teresina, por 4 a 0. No último jogo que faria em Fortaleza, em 15 de março, o Alvinegro venceu o Sport por 2 a 1. Então, a pandemia de Covid-19 obrigou o campeonato a paralisar por quatro meses.

Em 22 de julho, a Copa do Nordeste voltou com a última rodada da primeira fase. Nela, o Ceará enfrentou o CRB e venceu por 2 a 1, no Barradão, em Salvador. A Bahia foi escolhida como sede única para a conclusão do torneio, sem a presença de torcida nos estádios.

O Vozão terminou a fase de grupo em segundo lugar, com 14 pontos e uma vitória a menos que o líder Confiança. Nas quartas de final, o Ceará jogou contra o Vitória e se classificou ao fazer 1 a 0. A semifinal foi contra o rival Fortaleza, e o Clássico-Rei acabou com novo 1 a 0 aos alvinegros.

Na final, o Ceará enfrentou o Bahia em duas partidas no Pituaçu. Na primeira, vitória de virada por 3 a 1 sobre os "donos da casa". Na segunda, o placar foi mais simples, somente 1 a 0. O gol do título foi marcado por Cléber. A conquista cearense fica ainda maior com o fato de ter sido de maneira invicta, embora o clube tenha tido três técnicos na campanha: Argel Fucks, Enderson Moreira e Guto Ferreira.

A campanha do Ceará:
12 jogos | 7 vitórias | 5 empates | 0 derrotas | 17 gols marcados | 6 gols sofridos


Foto Kely Pereira/AGIF (21/10/2020: Fortaleza x Ceará)

Internazionale Campeã Mundial 2010

Os Emirados Árabes foram muito bem na organização de seu primeiro Mundial de Clubes. Para a segunda edição, pouca gente ainda sentia falta do Japão. Mas o que quase ninguém poderia imaginar é que, pela primeira vez em 50 anos, a decisão não seria entre Europa e América do Sul.

Na Liga dos Campeões, a Internazionale quebrou 45 anos de fila ao derrotar o Bayern de Munique na final e ser tricampeão europeu. No caminho natural, o clube milanista chegaria ao Oriente Médio para esperar o campeão da Libertadores na decisão, o Internacional, que foi bicampeão ao derrotar o Chivas Guadalajara na derradeira.

O encontro dos xarás não aconteceria. Mas enquanto ninguém sabia disso, confirmavam-se os outros participantes: o Al-Wahda, pelo campeonato local; o Pachuca, pela Concacaf; o Seongnam Ilhwa, pela Ásia; e o Hekari United, pela Oceania. Faltou um, e é ele o responsável pela primeira grande zebra em Mundiais. Direto da República do Congo, o Mazembe foi tetracampeão da Liga dos Campeões da África depois de bater o Espérance Tunis com 5 a 0 na ida e 1 a 1 na volta.

A competição teve início com o encontro entre Al-Whada e Hekari, e os donos da casa não tiveram problemas para fazer 3 a 0 no clube da Papua-Nova Guiné. Nas quartas de final, os sul-coreanos do Seongnam fizeram 4 a 1 no anfitrião, e o Mazembe aprontou a primeira ao ganhar por 1 a 0 do Pachuca.

A história do Mundial aconteceu na semifinal. O Internacional era amplo favorito contra os congoleses, mas Patou Kabangu e Alain Kaluyituka acabaram com a lógica no segundo tempo, fazendo 2 a 0 nos brasileiros. O raio cairia três vezes no mesmo lugar? No que dependesse da Internazionale, não. Na outra semi, no dia 15 de dezembro, o Nerazzurri enfrentou o Seongnam e venceu por 3 a 0, gols de Dejan Stankovic, Javier Zanetti e Diego Milito. Aos colorados, sobrou ficar em terceiro lugar, com 4 a 2 sobre o adversário da Coreia do Sul. A quinta posição ficou com o Pachuca, nos pênaltis contra o Al-Whada.

Mazembe e Internazionale jogaram a final no dia 18, no Zayed Sports City, em Abu Dhabi. Os africanos sonharam, arriscaram 16 chutes contra 9 do clube italiano, mas tudo durou pouco. Aos 13 minutos, Goran Pandev abriu o placar, e aos 17, Samuel Eto'o ampliou. Com a partida controlada, a Inter deu o último golpe aos 40 do segundo tempo, quando o reserva Jonathan Biabiany fez 3 a 0. No fim das contas, foi um tricampeonato mundial facilitado pelas circunstâncias. Mas a grande curiosidade da decisão estava na própria equipe milanista: nenhum italiano pisou no gramado durante o jogo. Ou melhor, teve um, o brasileiro naturalizado Thiago Motta.


Foto Matteo Gribaudi/Image Sport

Barcelona Campeão Mundial 2009

Após quatro edições bem sucedidas do Mundial de Clubes no Japão, a FIFA fez a roda girar a partir de 2009. Assim como acontece na Copa do Mundo, o torneio de clubes passou sedes diferenciadas a cada dois anos. No primeiro processo eleitoral, ainda em 2008, Austrália, Japão, Portugal e Emirados Árabes entraram na disputa, vencida pelo país do Oriente Médio.

O Mundial trocou a kasa pela cafia. A primeira competição no mundo árabe foi uma das mais emocionantes desta nova era. O Barcelona representou a Europa pela terceira vez, depois de ser tri da Liga dos Campeões em final contra o Manchester United. Pela América do Sul, o Estudiantes acabou com 41 anos de hiato, foi tetra da Libertadores em cima do Cruzeiro e confirmou presença.

Das outras confederações, apareceram: o mexicano Atlante, campeão da Concacaf; o sul-coreano Pohang Steelers, vencedor da Ásia; o congolês Mazembe, campeão africano; e o Auckland City, vencedor pela Oceania. Do anfitrião, o Al-Ahli, de Dubai, venceu a liga local e fechou a sétima vaga.

Al-Ahli e Auckland fizeram a abertura do Mundial, com vitória do time da Nova Zelândia por 2 a 0. Nas quartas de final, o Pohang, de virada, venceu o Mazembe por 2 a 1 e o Atlante aplicou 3 a 0 nos neo-zelandeses. Na semifinal, o Estudiantes foi o primeiro a entrar em campo. Contra o time da Coreia do Sul, os argentinos venceram por 2 a 1.

A estreia do Barcelona foi no dia 16 de dezembro, no Zayed Sports City, em Abu Dhabi. Contra o Atlante, um susto quando o clube catalão saiu perdendo. Mas Sergio Busquets, Lionel Messi e Pedro consertaram a situação virando para 3 a 1, confirmando a final lógica. Na disputa do quinto lugar, o Auckland derrotou o Mazembe, e no duelo pelo terceiro, o Pohang venceu nos pênaltis os mexicanos.

Com um ano e meio no comando da equipe, Pep Guardiola montou um verdadeiro esquadrão, baseado no toque de bola e na genialidade de Andrés Iniesta, Xavi e Messi (que seria o melhor do mundo pela primeira vez em 2009). Mas o primeiro não pôde participar da decisão, pois fora machucado na semifinal. Barcelona e Estudiantes jogaram no dia 19, no Zayed Sports City.

Um susto ainda maior quase colocou tudo a perder: aos 37 minutos do primeiro tempo, Mauro Boselli abriu o placar aos argentinos. Mesmo dominando a partida, o empate catalão custou a acontecer, vindo só aos 44 do segundo tempo, com Pedro. Os fantasmas de 1992 e 2006 precisavam ser exorcizados, e coube a Messi fazer o gol da virada, de cabeça, aos cinco do segundo tempo da prorrogação. O 2 a 1 no resultado fazia justiça não só em campo, mas também na história, dando o último título que faltava à galeria blaugrana. Símbolo de luta e resistência da Catalunha, o Barça enfim conseguia seu Mundial.


Foto Hassan Ammar/AP

Manchester United Campeão Mundial 2008

Firme e forte, o novo Mundial de Clubes seguiu para 2008 sem nenhuma alteração em relação à temporada anterior. Embora muita gente não concordasse com a inclusão de um representante do país-sede, a FIFA deu continuidade à vaga na quarta edição seguida organizada por ela.

Os principais participantes da vez foram clubes em patamares bem diferentes entre si. Pelo lado europeu, o Manchester United chegou com o peso do tricampeonato na Liga dos Campeões, vencida em cima do rival Chelsea, nos pênaltis. Com 22 anos no comando técnico da equipe, Alex Ferguson tinha entre seus titulares um atacante português que começava a entrar em um longo auge: Cristiano Ronaldo, que em 2008 mesmo venceria seu primeiro prêmio de melhor jogador do mundo. No lado sul-americano, um time inesperado venceu sua primeira Libertadores. Sem ser favorita, a LDU Quito levou o Equador ao primeiro título continental após derrotar o Fluminense, também nos pênaltis.

Pelas demais confederações, entraram: Pachuca (Concacaf), Gamba Osaka (Ásia), Al-Ahly (África) e Waitakere United (Oceania). Mais uma vez, um clube japonês levou o título asiático. Então, a vaga do país-sede caiu novamente nas mãos do vice continental, o australiano Adelaide United.

O Mundial teve início com o confronto os times do Pacífico Sul, e o Adelaide venceu o Waitakere por 2 a 1. Nas quartas de final, o Pachuca eliminou o Al-Ahly por 4 a 2, na prorrogação. Na outra chave, o Gamba Osaka derrubou outra vez o Adelaide, por 1 a 0.

Chegada a semifinal. Primeiro com a LDU, que não teve problemas para fazer 2 a 0 no Pachuca. Depois, no dia 18 de dezembro, com o Manchester United, que enfrentou o Gamba Osaka em Yokohama. O primeiro tempo contou com dois gols, marcados por Nemanja Vidic e Cristiano Ronaldo. Os Red Devils deslancharam no segundo tempo com outros três, sendo outro de Ronaldo, um de Wayne Rooney e um de Darren Fletcher. No fim, o Gamba marcou três vezes, e a partida acabou 5 a 3 para os ingleses. Antes da esperada decisão, o Adelaide conseguiu o quinto lugar ao derrotar por 1 a 0 o Al-Ahly, e o Gamba ficou em terceiro ao fazer o mesmo placar no Pachuca.

Manchester United e LDU Quito se enfrentaram no dia 21, sempre em Yokohama. O favoritismo europeu era claro mais uma vez, enquanto os equatorianos se apegavam à famigerada raça sul-americana. O United dominou a primeira etapa, mas o gol não saiu. A LDU ficou esperançosa no segundo tempo e igualou a atuação. Mas a presença dos craques pesou a favor do time inglês. Aos 28 minutos, Cristiano Ronaldo recebeu passe na entrada da área e tocou para Rooney, que chutou colocado no canto esquerdo do goleiro José Cevallos e fez 1 a 0. Manchester United bicampeão mundial, em final mais complicada que o imaginado.


Foto Tadayuki Yoshikawa/AFP