Grêmio Campeão Gaúcho 1977

O Grêmio passou nove anos sem vencer o Campeonato Gaúcho entre 1968 e 1977. Nesse meio tempo, o clube viu seu maior rival oito títulos, entre 1969 e 1976. Tudo isso aconteceu após o tricolor fazer a sua maior hegemonia, o hepta entre 1962 e 1968. Mas a gangorra voltaria a se inverter.

O Gauchão teve 24 times. Na primeira fase, eles foram divididos em dois grupos e se enfrentaram em turno único. Ainda houve duas rodadas de clássicos com os rivais de chaves opostas. O líder de cada grupo fez a decisão que apontou um finalista, os quatro melhores passaram de fase e os cinco seguintes foram à repescagem, que indicou mais dois para a etapa seguinte. A segunda e terceira fases foram em decagonal, com o líder de cada também indo à final. Cada fase deu um ponto extra aos seus vencedores.

No grupo B, o Grêmio começou com goleada por 4 a 0 sobre o Cruzeiro de Porto Alegre no Olímpico. Na sequência, venceu todas as dez partidas dentro da chave. Nos dois clássicos com o Internacional, vitória por 3 a 0 em casa e derrota por 1 a 0 fora. O tricolor liderou seu grupo com 24 pontos. Na final, contra o próprio Inter, perdeu a ida por 1 a 0 no Beira-Rio e empatou a volta sem gols no Olímpico, deixando escapar a primeira vaga na decisão.

Em alerta, o Imortal foi à segunda fase. Na estreia, fez 2 a 0 no Esportivo em casa. Depois, venceu cinco jogos e empatou três, incluindo uma histórica goleada por 10 a 0 sobre o Pelotas. Com 15 pontos, o Grêmio ficou com um a mais que o Internacional e conseguiu a classificação para a final.

Na terceira fase, a equipe tricolor iniciou com nova goleada, por 6 a 0 sobre o Novo Hamburgo no Olímpico. Nas outras oito partidas, conseguiu mais seis vitórias, um empate e uma derrota. Assim, o Grêmio fez mais uma vez 15 pontos e faturou a segunda bonificação para a decisão.

O Grêmio chegou para a final com dois pontos extras ante um do Internacional. Assim, uma vitória já na primeira partida podia confirmar o título. E ela veio dentro do Olímpico, por 1 a 0, no gol e no salto imortal de André Catimba, para dar o 20º titulo ao tricolor gaúcho e colocar fim na hegemonia do rival.

A campanha do Grêmio:
34 jogos | 26 vitórias | 5 empates | 3 derrotas | 70 gols marcados | 9 gols sofridos


Foto J.B. Scalco/Placar

Vasco Campeão Carioca 1977

O Rio de Janeiro voltou a ser cruz-maltino em 1977. O Vasco colocou fim em sete anos de tabu no Campeonato Carioca naquele ano, chegando ao 14º título estadual. Tudo isso com domínio de ponta a ponta no torneio e muito drama na última partida.

A competição naquele ano foi simples, com 12 times da cidade do Rio e três convidados do estado fluminense: Volta Redonda, Goytacaz e Americano. Os 15 participantes se enfrentaram em dois turnos distintos, a Taça Guanabara e a Taça Manoel do Nascimento Vargas Netto. O campeão de cada fase teve uma vaga na decisão.

O Vasco iniciou a Taça Guanabara com vitória por 2 a 1 sobre o Goytacaz. Nas 14 partidas restantes, venceu 13 e perdeu uma, com algumas goleadas entre os resultados positivos: 6 a 0 sobre o Bangu e 7 a 1 sobre o Madureira. Com 26 pontos, o time da Colina conquistou a taça ao bater o Botafogo por 2 a 0 na última rodada.

A campanha arrasadora prosseguiu no segundo turno. Na estreia, o cruz-maltino fez 2 a 0 sobre o Campo Grande. Na sequência, emendou mais 11 vitórias e dois empates, sem sofrer gols em nenhum dos jogos. Os resultados deixaram o Vasco outra vez com 26 pontos na classificação. O problema é que o Flamengo fez uma trajetória igual e ficou com a mesma pontuação. Assim, os dois clubes precisaram decidir a fase em uma partida de desempate, o que para os vascaínos tornou-se na final do campeonato.

A decisão entre Vasco e Flamengo, confronto conhecido como Clássico dos Milhões, aconteceu no Maracanã, que recebeu mais de 152 mil torcedores. Nenhum dos times conseguiu chegar ao gol nos 90 minutos da partida, e isso demandou uma prorrogação de 30 minutos. Mas o placar continuou no 0 a 0 no tempo extra. Assim, foi preciso realizar uma disputa de pênaltis. Os cruz-maltinos acertaram todas as cinco cobranças, enquanto que os rubro-negros erraram uma. Por 5 a 4, o Vasco chegou ao título estadual.

A conquista ficou marcada pela solidez defensiva do campeão. Os vascaínos passaram 1.816 minutos sem levar gols, o que equivale a quase 18 jogos: da 12ª rodada da Taça Guanabara até a final.

A campanha do Vasco:
29 jogos | 25 vitórias | 3 empates | 1 derrota | 69 gols marcados | 5 gols sofridos


Foto Arquivo/Vasco

Corinthians Campeão Paulista 1977

O Natal corinthiano é celebrado em 13 de outubro. Porque foi nesse dia que, em 1977, os torcedores se libertaram do grito que estava parado no ar há 23 anos. Foi quando o Corinthians reconquistou o título paulista após um longo jejum, que começou no estadual de 1954. Foi quando os mais velhos voltaram a comemorar uma taça e os mais jovens puderam festejar pela primeira vez.

O Paulistão de 1977 teve 19 times e foi longo. Na primeira fase, todos se enfrentaram, mas classificados em quatro grupos. O líder de cada chave disputou o mata-mata que deu uma vaga para a terceira fase ao campeão. A segunda fase foi idêntica, com outra composição de grupos. O vencedor de cada etapa e as seis melhores campanhas somadas disputaram a terceira fase, que aconteceu na mesma dinâmica das outras: todos contra todos e duas chaves. O líder de cada grupo foi à decisão. Um diferencial do regulamento foi que as vitórias a partir de três gols de diferença valeram três pontos, ao invés de dois.

O Corinthians iniciou a campanha com vitória por 2 a 0 sobre a Portuguesa Santista. Nas demais 17 partidas da primeira fase, a equipe obteve mais oito triunfos, cinco empates e quatro derrotas, que renderam 26 pontos. O Timão ficou em segundo lugar do grupo B, seis pontos atrás do Botafogo de Ribeirão Preto, que superou Guarani e São Paulo no mata-mata e levou a primeira fase.

Na segunda fase, os alvinegros estrearam fazendo 2 a 0 no São Bento. Na sequência, conseguiram mais 12 vitórias e cinco derrotas, que somaram 29 pontos. O time ficou empatado com a Ponte Preta no grupo C, mas conseguiu a liderança por ter uma vitória a mais. Na semifinal, o Corinthians fez 2 a 1 no São Paulo, e na final, bateu o Palmeiras por 1 a 0, garantindo a vaga na terceira fase.

A etapa seguinte começou com o Timão empatando por 2 a 2 com o Santos. Depois, seguiu com três vitórias e duas derrotas até a penúltima rodada. Com sete pontos, o Corinthians era vice do grupo F e precisava vencer o último jogo com o São Paulo, que tinha oito, para ir à final. E conseguiu, por 2 a 1, ultrapassar o rival e chegar aos nove pontos. No grupo E, a Ponte Preta liderou com 12 pontos.

A final foi entre Corinthians e Ponte Preta, histórica quaisquer fosse o resultado (primeiro título do interior ou a quebra do tabu). As partidas aconteceram no Morumbi, em São Paulo. Na primeira, o Timão venceu por 1 a 0. Na segunda, deu Ponte Preta, por 2 a 1. Foi preciso fazer um terceiro jogo, também no Morumbi, para o desempate. E então, eles vestiram uma camisa listrada e saíram por aí: Basílio pegou o rebote e fez 1 a 0 para o Corinthians, campeão paulista pela 16ª vez.

A campanha do Corinthians:
48 jogos | 30 vitórias | 6 empates | 12 derrotas | 73 gols marcados | 38 gols sofridos


Foto Arquivo/Estadão

Paysandu Campeão Paraense 1976

Depois de quatro anos, o Paysandu desbancou o Remo e reconquistou o título paraense, em 1976. A 29ª conquista do clube freou o domínio do rival e aumentou a liderança como maior vencedor estadual.

O torneio do Pará teve 12 participantes em três fases. Na primeira, os times foram divididos em dois grupos e se enfrentaram em turno único. O líder de cada chave avançou para a decisão, que apontou o primeiro finalista. Na segunda fase, os quatro melhores de um grupo enfrentaram os quatro melhores do outro, também em mão única. O líder de cada chave disputou mais uma decisão, para a segunda vaga na final geral. Na terceira fase, os seis melhores na soma das duas etapas anteriores se enfrentaram em turno único. Os dois primeiros foram à disputa da terceira vaga na decisão do campeonato.

No grupo A, o Papão estreou goleando o Liberato de Castro por 5 a 0. Nas outras quatro partidas, venceu três e empatou uma, conseguindo a liderança com nove pontos. Na final, a equipe derrotou o Remo por 2 a 0 e conseguiu a vaga na decisão geral. Para a segunda fase, avançou ao lado de Tuna Luso, Santarém e Sport Belém.

Na próxima etapa, o Paysandu encarou a chave B: Remo, Sporting, Castanhal e Atlético Marabá. Na estreia, bateu o Sporting por 1 a 0. Nos três jogos restantes, venceu dois e empatou um, passando à decisão com sete pontos. E em outro Repa, venceu o rival por 5 a 4 no pênaltis após empate sem gols.

A terceira fase foi aberta com vitória bicolor por 2 a 0 sobre o Castanhal. Nas três partidas seguintes, mais dois triunfos e um empate encaminharam a classificação. Bastava vencer o Remo no último jogo. O confronto estava marcado para 4 de agosto, mas foi adiado para o dia 5. Os azulinos foram contra a mudança, não entraram em campo e o Papão venceu por W.O. (1 a 0), garantindo a liderança com nove pontos. O rival abandonou a competição, permitindo que a Tuna Luso ficasse em segundo lugar.

Desta forma, a final da terceira fase foi também a decisão do campeonato, entre Paysandu e Tuna. A partida aconteceu no Baenão, que era o maior do Pará naquele momento, e foi vencida pelo time bicolor por 1 a 0. A vitória deu o título de maneira invicta e antecipada ao clube celeste.

A campanha do Paysandu:
17 jogos | 13 vitórias | 4 empates | 0 derrotas | 28 gols marcados | 4 gols sofridos


Foto Arquivo/Paysandu

Goiás Campeão Goiano 1976

O Goiás conseguiu segurar a hegemonia estadual em 1976 e conquistou o quinto título na sua história, depois de uma campanha muito acirrada com seus rivais de capital e interior.

O torneio daquele ano manteve o regulamento simples das temporadas anteriores. Foram 12 participantes em dois turnos. O ganhador de cada fase se classificou para a final, independentemente da quantidade de equipes que chegassem lá. Goiás, Vila Nova, Atlético e Goiânia representaram a capital, enquanto Itumbiara, Goiatuba, Inhumas, Anápolis, Anapolina, Jataiense, Santa Helena e Rio Verde representaram o interior.

Na primeira fase, os esmeraldinos começaram a campanha com goleada por 4 a 1 sobre o Goiatuba em casa. Nas outras 11 partidas, o time conseguiu mais quatro vitórias, quatro empates e duas derrotas. Essa inconstância fez com que o Goiás terminasse o turno na quinta colocação, com 14 pontos. Foram quatro pontos de distância para os líderes Goiânia e Atlético, que, empatados, se classificaram para a decisão.

Foi necessário melhorar o desempenho na segunda fase. Na estreia, o Goiás goleou o Inhumas por 6 a 0 em casa. A trajetória seguiu com mais oito vitórias, um empate e uma derrota nos 11 jogos restantes. Com 19 pontos, o time conseguiu a liderança isolada e se garantiu na final. Inclusive, o triunfo por 1 a 0 sobre o Vila Nova na última rodada evitou que a etapa decisiva fosse um quadrangular.

O Goianão de 1976 foi decidido em um triangular de turno único com Goiás, Goiânia e Atlético, com partidas no Serra Dourada. A abertura aconteceu entre esmeraldinos e rubro-negros. A vitória foi verde, pelo placar de 1 a 0. No segundo jogo, os alvinegros bateram o Atlético por 2 a 1 e encerraram com as chances de título dos derrotados.

Desta forma, Goiás e Goiânia lutaram pelo título pelo terceiro ano consecutivo. Era o desempate entre eles, pois o título foi alvinegro em 1974 e verde em 1975. E, com outra vitória por 1 a 0, o Esmeraldino levou o bicampeonato estadual.

A campanha do Goiás:
24 jogos | 16 vitórias | 5 empates | 3 derrotas | 47 gols marcados | 15 gols sofridos


Foto Arquivo/Goiás

Ceará Campeão Cearense 1976

Pela 23ª vez, o Ceará conquistou o título cearense na temporada de 1976. O time alvinegro conquistou mais um bicampeonato para sua galeria, a metade do um caminho que culminaria em um tetracampeonato para a história do clube.

Com dez participantes, o Campeonato Cearense de 1976 foi dividido em três fases. Na primeira, todos se enfrentaram em dois turnos, com o líder se garantindo na final e os seis melhores se classificando à próxima etapa. Na segunda fase, os classificados voltaram a se enfrentar em dois turnos, com o líder também garantindo uma vaga na decisão e os quatro melhores avançando. Na terceira fase, um quadrangular em dois turnos definiu o terceiro finalista.

O Ceará iniciou a campanha na primeira fase com vitória por 1 a 0 sobre o Calouros do Ar. Nas outras 17 partidas, o Vozão acumulou mais 12 triunfos, quatro empates e uma derrota. Porém, o time ficou em segundo lugar com 30 pontos, dois a menos que o Fortaleza, que se classificou à decisão. Restavam mais duas chances.

Na segunda fase, o time alvinegro estrou vencendo o Icasa por 1 a 0 em Juazeiro do Norte. Nos dez jogos seguintes, foram mais seis vitórias e três empates para o Ceará, que somou 17 pontos e conseguiu a liderança e a vaga na final.

O Vozão seguiu com resultados melhores que os adversários. No quadrangular da terceira fase, a equipe enfrentou Fortaleza, Icasa e Guarany de Sobral. Na abertura, venceu o Icasa por 2 a 0 na capital. Nas demais cinco partidas que fez, obteve mais três vitórias sobre os times do interior e dois empates nos clássicos com o rival. Ao fim do quadrangular, o Ceará conseguiu dez pontos e venceu mais uma etapa do torneio.

A final ficou entre Ceará e Fortaleza. Com duas fases vencidas, os alvinegros tinham a vantagem ser campeões logo na primeira partida, caso não perdessem. E assim foi, com apenas um Clássico-Rei no Castelão, o Vozão empatou por 1 a 1 e ficou com o título estadual.

A campanha do Ceará:
35 jogos | 24 vitórias | 10 empates | 1 derrota | 83 gols marcados | 13 gols sofridos


Foto Arquivo/Ceará