Atlético de Madrid Campeão Mundial 1974

O ano de 1974 foi marcante para a história do Mundial de Clubes. Primeiro, porque ocorreu mais uma tentativa de aproximação entre Conmebol, UEFA e FIFA. Durante a troca de comando na Suíça, com a saída de Stanley Rous e a entrada de João Havelange, a nova direção tentou mais uma vez incluir as outras confederações na competição, mas as conversas novamente não avançaram. E como a prioridade de Havelange era a expansão da Copa do Mundo, as tratativas congelariam pelas próximas décadas.

Segundo, porque a disputa não aconteceu em 1974, e sim no ano seguinte, devido a mais um desgaste envolvendo o lado europeu. Em maio, a Copa dos Campeões teve a final entre Bayern de Munique e Atlético de Madrid. O time alemão foi campeão em dois jogos: 1 a 1 no primeiro e 4 a 0 no desempate. Até então, tudo bem. Em outubro, foi a vez de a Libertadores ser decidida. O Independiente conseguiu o penta após três partidas contra o São Paulo na final: derrota por 2 a 1 na ida, vitória por 2 a 1 na volta e vitória por 2 a 0 no desempate.

Foi só a notícia do título argentino chegar à Alemanha que os problemas começaram. Com a desculpa de que lhe faltavam datas para atuar, o Bayern anunciou sua desistência da Copa Intercontinental. Mas, para os sul-americanos, ficou subentendido que o pretexto era outro. A recusa alemã aconteceu muito tarde, tanto que não houve tempo para o Atlético de Madrid aceitar o convite ainda em 1974, já que os espanhóis também estavam com a agenda lotada. Somente em 1975 foi possível realizar a edição do Mundial.

Finalmente, no dia 12 de março, Independiente e Atlético de Madrid deram início à disputa, na Doble Visera, em Avellaneda. Cerca de 60 mil torcedores compareceram ao primeiro confronto. O Atleti possuía três sul-americanos em campo: os argentinos Heredia e Ayala, e o paraguaio Benegas. A presença deles contribuiu para a partida ser truncada e de poucas oportunidades. O time espanhol não resistiu à pressão e perdeu por 1 a 0, gol de Balbuena aos 34 minutos do primeiro tempo. O campeão Independiente era o claro favorito no Mundial.

Porém, o Atlético de Madrid tinha seu valor e queria o título para compensar a perda europeia. No dia 10 de abril, o Vicente Calderón recebeu 65 mil pessoas prontas para a virada. Com dificuldades, ela aconteceu. Aos 34 minutos de partida, Irureta abriu o placar colchonero. Quando o terceiro jogo parecia a solução, aos 40 do segundo tempo, Ayala fez 2 a 0 e decretou o título mundial para o Atlético de Madrid, que conseguiu ali uma façanha única: ser, ao mesmo tempo, o segundo do seu continente e o primeiro do mundo.


Foto Arquivo/AS Color

Independiente Campeão Mundial 1973

Problemas, problemas e mais problemas. Este foi o lema que regeu a Copa Intercontinental de 1973. A vitória do Ajax sobre o Independiente na edição de 1972 não somente não normalizou a relação entre europeus e sul-americanos, como tratou de azedá-la ainda mais. UEFA e Conmebol tentavam a todo custo manter em pé o prestígio da sua competição, mas a colaboração parecia pequena.

O time holandês — temerário com o jogo violento argentino — voltou atrás na ideia de participar do Mundial imediatamente após a conquista. A decisão só seria mudada outra vez caso outro país conquistasse a Libertadores. A primeira parte da questão foi respondida quando o Ajax venceu o tri na Copa Europeia, derrotando a italiana Juventus por 1 a 0 na final. A segunda parte veio na decisão da Libertadores, e foi “infeliz”: o próprio Independiente foi o campeão (pela quarta vez), batendo o chileno Colo Colo em três jogos — 0 a 0 na ida, 1 a 1 na volta e 2 a 1 no desempate.

O Ajax cumpriu pela segunda vez com a promessa e abriu mão de sua vaga. A equipe alegou dificuldades econômicas, mas nas entrelinhas os dirigentes sabiam o real motivo do declínio. O que restou foi convidar a Juventus. Porém, os incidentes de 1969 com o Milan ainda estavam fortes na memória dos italianos, e o clube de Turim, a princípio, não topou o convite. Mas fez uma contraproposta para aceitá-lo: que o Mundial fosse disputado em partida única na Itália.

Então foi a vez de o Independiente reclamar. O time não queria perder a chance de jogar em casa, já que o rodízio apontava que a volta de 1973 seria na América do Sul. Só após muita negociação o time argentino aceitou fazer um jogo único, assumindo o risco de não conseguir a vitória na Europa e acumular um quarto vice-campeonato.

O atraso causado pela costura do acordo entre Independiente e Juventus empurrou a disputa para o fim do ano. No dia 28 de novembro, o Estádio Olímpico de Roma recebeu a partida decisiva entre os dois clubes. O Mundial já estava em crise, e a organização não ajudou: numa quarta-feira à tarde e em campo neutro, apenas pouco mais de 22 mil torcedores compareceram aos 72 mil lugares disponíveis.

Os italianos dominaram a maior parte do tempo, mas o gol não saiu. O meia Cuccureddu perdeu um pênalti durante o segundo tempo, e o goleiro Santoro salvou várias finalizações. A sorte estava do lado dos Diablos Rojos. Aos 35 minutos da etapa final, o meia Bochini chutou forte na saída do goleiro Zoff, a bola desviou levemente no zagueiro Gentile, ganhou altura e parou dentro do gol. O 1 a 0 permaneceu até o fim, e o Independiente finalmente conseguiu seu grito de campeão mundial, depois de três vices frustrantes.


Foto Arquivo/Independiente

Ajax Campeão Mundial 1972

Embora meio esvaziado com a ausência do campeão europeu, o Mundial de 1971 fez tanto sucesso quanto os anteriores. Mais do que isso, a calma e a disputa exclusiva na bola ajudaram a garantir a sobrevivência do torneio. E a soma desses fatores levou o Ajax a repensar seu auto-veto em 1972.

Dito e feito: em 31 de maio, o time holandês derrotou por 2 a 0 a Internazionale na final da Copa dos Campeões e confirmou presença na Copa Intercontinental. Uma semana antes, na Libertadores, o Independiente chegava ao tricampeonato ao bater o peruano Universitario na decisão, com 0 a 0 na ida e 2 a 1 na volta. Nem mesmo o fato de um clube argentino ser o adversário diminuiu o receio do Ajax em atravessar o Oceano Atlântico. As confusões com Racing e Estudiantes ainda estavam vivas na memória de todos, mas aparentemente superadas.

A presença do Ajax no Mundial também trazia algo mais. A equipe era dona do melhor futebol praticado no momento. Comandada pelo técnico romeno Stefan Kovács e com Cruyff, Neeskens, Krol e mais dois terços da seleção da Holanda no time-base, colocava em campo o conceito que ficou conhecido como "Carrossel", que chegaria ao auge durante a Copa do Mundo de 1974: nenhum jogador de linha com posição fixa, posse de bola total e marcação por zona, diminuindo os espaços do oponente.

O Mundial teve início em 6 de setembro, na Doble Visera de Avellaneda. Diante de 60 mil argentinos, o Ajax sentiu a longa viagem. Além disso, os atletas do Independiente não aliviaram em campo. Caçado, Cruyff foi substituído aos 30 minutos do primeiro tempo. Antes das dores e hematomas, o craque abriu o placar aos cinco minutos. Na raça e com certa dose de violência, o time argentino empatou em 1 a 1 aos 36 do segundo tempo, com Francisco Sá. A rispidez sul-americana neste jogo não chegou nem perto da que houve entre 1967 e 1969, mas levou o Ajax a firmar um pacto: vencer a competição na bola e — se necessário — no braço.

Em 28 de setembro, o Olímpico de Amsterdã sediou a segunda partida do Mundial. Não foi preciso usar o braço para vencer, pois agora era o Independiente quem sentia os efeitos da viagem. Neeskens fez 1 a 0 para os holandeses logo aos 12 minutos, e em seguida os argentinos caíram no carrossel. Sem forças para reagir, restava torcer por algum erro do Ajax. Mas isso não aconteceu. Posto em campo aos 16 do segundo tempo, Johnny Rep deitou e rolou na zaga cansada. Ele ampliou o placar aos 20 minutos e fechou os 3 a 0 aos 35. Confirmando a lógica, os "Filhos dos Deuses" comemoraram o primeiro Mundial diante de mais de 45 mil torcedores.

Título ganho, confiança perdida: o Ajax não gostou da postura violenta do Independiente na partida de ida e, mesmo campeão, voltou a prometer que não retornaria mais a um Mundial.


Foto Arquivo/Ajax

Nacional Campeão Mundial 1971

Muito alívio para os organizadores do Mundial após a tranquilidade que foi a edição de 1970, sem maiores brigas entre os clubes e os jogadores. Tudo parecia voltar ao normal, exceto pela segunda tentativa da FIFA de incluir outras confederações na competição. Desta vez, o pedido partiu da Concacaf e da CAF (a entidade africana), já que a AFC havia descontinuado seu torneio asiático. Em meio a Feyenoord e Estudiantes, UEFA e Conmebol descartaram, mais uma vez, a aliança.

A Copa Intercontinental de 1971 caminhava para acontecer como as anteriores, até o momento em que a Copa dos Campeões da Europa chegou à decisão. Temeroso por uma possível recaída na segurança sul-americana, o holandês Ajax prometeu recusar sua vaga caso fosse campeão. E foi exatamente o que ocorreu após a final contra o grego Panathinaikos, vencida por 2 a 0. Durante meses, a UEFA tentou convencer os irredutíveis holandeses a disputar o Mundial, sem sucesso. Enquanto isso, a Libertadores trocava de mãos: o Nacional, do Uruguai, conseguiu sua primeira conquista ao derrotar o Estudiantes em três jogos – derrota por 1 a 0 na ida, e vitórias por 1 a 0 e 2 a 0 na volta e no desempate.

A recusa do Ajax em enfrentar o Nacional gerou um impasse de seis meses. A UEFA insistia em ver seu campeão na Intercontinental; do outro lado, a Conmebol cogitava declarar o time uruguaio vencedor por W.O. A divergência entre as entidades quase cancelou o Mundial. Até que, no fim de 1971, a UEFA indicou o vice-campeão Panathinaikos para a disputa.

Assim, em 15 de dezembro, a grande Atenas recebeu a ida mundialista. Cerca de 60 mil espectadores foram ao Estádio Karaiskakis e viram dois times com vontade de ganhar – o Panathinaikos, pelo pragmatismo; o Nacional, pela raça. Filakouris abriu o placar para os gregos aos três minutos do segundo tempo, mas Artime empatou para os uruguaios aos cinco. Com mais qualidade, porém com o atacante Morales expulso, o Nacional não conseguiu a virada – apenas uma leve vantagem.

A volta aconteceu às portas de 1972, no dia 28 de dezembro, em Montevidéu. O Centenario recebeu cerca de 63 mil torcedores, que não se decepcionaram com El Bolso. Aos 34 minutos do primeiro tempo, Artime abriu o marcador. Depois, aos 29 do segundo tempo, ele novamente ampliou. Com total controle da partida, o Nacional fazia o tempo passar. Apenas aos 44 minutos da etapa final o Panathinaikos descontou, novamente com Filakouris. Antes do 2 a 1, o goleiro Manga garantia tranquilidade com suas defesas. E, para alívio da organização, o Mundial estava temporariamente salvo com o título uruguaio – mas com o futuro ainda incerto.


Foto Arquivo/El País

Feyenoord Campeão Mundial 1970

As brigas no Mundial de 1969 lançaram muitas dúvidas sobre a continuidade da competição e também sobre a competência sul-americana. A Argentina saiu queimada pelos atos do Estudiantes, e o país quase perdeu a sede da Copa do Mundo de 1978. Para acalmar os ânimos, foi firmado um novo compromisso de que a violência não se repetiria por parte dos sudacas, fosse qual fosse o clube que os representasse.

O temor pelo futuro da Copa Intercontinental aumentou quando ocorreu a final da Copa Europeia, já que o Celtic estava nela. Depois da derrota de 1967, os escoceses prometeram jamais voltar à América do Sul. Mas o campeão foi o Feyenoord, da Holanda, que venceu a decisão por 2 a 1 na prorrogação – e assim, o medo não se confirmou, por ora. Por ora, porque o time sul-americano no Mundial foi, pela terceira vez seguida, o Estudiantes. Os argentinos chegaram ao tricampeonato da Libertadores após derrotar o Peñarol na final: 1 a 0 na ida e 0 a 0 na volta.

O time holandês não era considerado favorito ao título. O fato até ajudou a reduzir a tensão, já que o Estudiantes, em teoria, não precisaria de nada além do futebol para ser campeão mundial. A disputa teve início no dia 26 de agosto, e, mais uma vez, La Bombonera foi o estádio escolhido.

As previsões pareciam se confirmar quando, aos seis e aos 12 minutos de jogo, Echecopar e Ramón Verón fizeram dois gols para o Estudiantes. Porém, o favoritismo não foi adiante. Aos 21 minutos, Van Hanegem descontou para o Feyenoord. Os holandeses melhoraram ainda mais no segundo tempo, e aos 22 minutos Kindvall empatou a partida, silenciando mais de 50 mil torcedores. O 2 a 2 deixava tudo indefinido para a volta.

A segunda partida aconteceu no dia 9 de setembro, no De Kuip, em Roterdã. Tudo ocorreu dentro da normalidade, com as duas equipes atuando de igual para igual diante de 60 mil holandeses. O zero imperava no placar até o momento em que o técnico Ernst Happel fez uma troca crucial no ataque: Moulijn por Van Daele, aos 16 minutos do segundo tempo. A estrela deu certo, e aos 18 minutos Van Daele – com seu indefectível óculos – marcou o gol da vitória. O 1 a 0 seria mantido até o fim do jogo, e o Estudiantes, exausto pela viagem, não teve forças para buscar o empate.

O título mundial do Feyenoord foi o prenúncio da chegada de uma nova ordem de jogo: o futebol total. A ideia ainda não estava muito clara em 1970, e a conquista holandesa foi tratada como zebra. Mas o futuro, através do rival de Amsterdã e da seleção local, mostraria o tamanho da justiça feita em campo.


Foto Arquivo/Feyenoord

Milan Campeão Mundial 1969

O fim dos anos 60 chegou, e a Copa Intercontinental completou sua primeira década cercada de dúvidas. O que era para ser um momento festivo e de glória tornou-se um cenário de tensão e provocações. As diversas confusões entre 1967 e 1968 geraram receio nos clubes europeus em atuar na América do Sul. Mas ainda era o Mundial que estava em jogo, e clube nenhum queria deixar passar a oportunidade naquele 1969.

Campeão um ano antes, o agora temido Estudiantes entrava na disputa pelo bi. O time argentino conquistou sua segunda Libertadores com duas vitórias sobre o Nacional do Uruguai, por 1 a 0 e por 3 a 0. O representante da Europa também fazia um retorno, mas após seis anos. O Milan foi bicampeão da Copa dos Campeões com contundentes 4 a 1 sobre o Ajax na decisão. Derrotado em 1963 e vendo o rival vencer em 1964 e 1965, o Rossonero queria o título mais do que tudo.

Respeitando o rodízio dos continentes, a competição começou em solo europeu. Assim, o San Siro, em Milão, foi o palco da partida de ida no dia 8 de outubro. Mais de 60 mil pessoas nas arquibancadas viram a equipe liderada pelo capitão Rivera reduzir muito as chances de um repeteco do Estudiantes. Aos oito minutos de jogo, Sormani já abria o placar. Aos 45, o argentino naturalizado francês Combin ampliou. E aos 26 do segundo tempo, Sormani fez o 3 a 0 final, que deu uma tremenda vantagem ao Milan.

O jogo de volta foi no dia 22 de outubro, e o palco escolhido pelo Estudiantes foi, mais uma vez, La Bombonera, em Buenos Aires. Com três gols de desvantagem, os pincharratas não viam nenhuma perspectiva de reverter a situação por meios normais.

Já no aquecimento italiano, era possível ver o goleiro Poletti e o zagueiro Suárez acertando boladas nos adversários. Durante o jogo, o lateral Manera empurrou o goleiro Cudicini e mordeu o braço de Malatrasi. Suárez agrediu Combin e Prati, mas só foi expulso após atingir Rivera, autor do gol do Milan aos 30 minutos do primeiro tempo. O Estudiantes virou para 2 a 1 aos 43 e 44 da primeira etapa – gols de Conigliaro e Suárez –, só que, mesmo assim, a apelação para a violência era a ordem.

No fim da partida, o Milan não conseguiu comemorar o título. Combin teve o nariz quebrado por Suárez e, deitado na maca, foi preso pela polícia. Ele também foi chutado por Poletti, que, na sequência, brigou com torcedores. Outros jogadores também foram presos, e Suárez foi banido de jogos internacionais por cinco anos. Mas o principal resultado da pancadaria foi a desmotivação dos times europeus, que colocaria em risco a existência do Mundial na década de 70.


Foto Arquivo/Milan

Estudiantes Campeão Mundial 1968

Argentinos e britânicos sempre são lembrados na história pela Guerra das Malvinas, em 1982. Mas 15 anos antes, eles já batalhavam ferozmente nos campos de futebol. O Mundial entre Racing e Celtic, em 1967, foi a primeira prova da influência da violência na disputa. Para 1968, Argentina e Reino Unido ficaram frente a frente de novo. Tentando evitar os incidentes de um ano antes, UEFA e Conmebol decidiram pela inclusão do saldo de gols como critério de desempate antes do jogo extra.

A Copa Europeia saiu da Escócia e foi para a Inglaterra pelas mãos do Manchester United, que na decisão bateu o Benfica por 4 a 1. A Libertadores foi vencida pelo Estudiantes — até então um pequeno clube da cidade de La Plata —, sobre o Palmeiras na final: vitória por 2 a 1 na ida, derrota por 3 a 1 na volta, e vitória por 2 a 0 no desempate. Na teoria, o gigante United de Bobby Charlton, George Best e Matt Busby tinha tudo para ser campeão da Copa Intercontinental com sobras, mas o que se viu na prática foi nova demonstração de união entre os argentinos. Em muitos sentidos.

O primeiro jogo foi no dia 25 de setembro, na Bombonera, em Buenos Aires. Lá, os ingleses tiveram que encarar a hostilidade de 11 Pincharratas e mais 66 mil torcedores. Antes mesmo de a bola rolar, uma bomba explodiu dentro do campo. Durante o jogo, o Estudiantes também não aliviou, apelando até mesmo para socos — principalmente contra o atacante Stiles, expulso ao revidar uma das agressões aos 34 minutos do segundo tempo. Bem antes, aos 27 da primeira etapa, Conigliaro marcou o gol da vitória argentina. Ao United, restou se defender de tudo e todos. O técnico Busby chegou a declarar que “segurar a bola na frente colocava em perigo a vida dos seus jogadores”.

A volta aconteceu em 16 de outubro, no Old Trafford, em Manchester. Agora em casa e com mais de 63 mil torcedores a favor, o United entrou disposto a mudar completamente a história. Os Red Devils tomaram conta do ataque desde os primeiros minutos, mas não cuidaram da defesa. Logo aos seis minutos, Juan Ramón Verón (o pai), de cabeça, abriu o placar para o Estudiantes e calou o estádio. No gol argentino, Poletti segurou a pressão inglesa com várias defesas.

Precisando de três gols, o United passou a ficar nervoso. Aos 44 do segundo tempo, Best deu um murro em Medina, e os dois foram expulsos. A torcida, em revolta, atirou moedas contra o argentino. Aos 45, o United empatou com Morgan, mas o 1 a 1 era insuficiente para tirar o título do Estudiantes, que não pôde dar volta olímpica por conta dos muitos objetos que a torcida insistia em atirar nos atletas. Apesar de tudo, o time pincharrata surpreendia o mundo, e ali deixava de vez a fama de clube pequeno.


Foto Arquivo/El Grafico