Peñarol Campeão da Libertadores 1961

A primeira edição da Copa dos Campeões da América foi bem sucedida e motivou a adesão de mais países à competição. Os sete participantes de 1960 subiram para nove em 1961, com as entradas de Equador e Peru. Com isso, o regulamento precisou ser estendido em uma fase preliminar com duas equipes, para que sobrassem oito nas quartas de final. Aqui, o colombiano Santa Fe eliminou os equatorianos do Barcelona de Guayaquil e fechou o mata-mata.

A campanha do bicampeonato do Peñarol teve início contra o Universitario, do Peru. Na ida, em Montevidéu, os carboneros estrearam com goleada por 5 a 0 sobre os peruanos, consolidando uma enorme vantagem para a volta. Tanto que o time uruguaio se permitiu perder por 2 a 0 na partida em Lima.

Na semifinal, o Peñarol reencontrou seu vice de um ano antes, o Olimpia. E mais uma vez o time aurinegro mandou o primeiro jogo em casa, vencendo os paraguaios por 3 a 1. Na volta, no Manuel Ferreira, em Assunção, os uruguaios voltaram a vencer, desta vez por 2 a 1, e conquistaram a vaga na final pela segunda vez consecutiva. Seu adversário viria do Brasil. O Palmeiras chegou no outro lado da decisão passando pelos argentinos do Independiente e também pelo Santa Fe.

A segunda final da Libertadores teve o pontapé inicial no Centenario, em Montevidéu. Em uma partida complicada e brigada, o Peñarol conseguiu a vitória somente aos 44 minutos do segundo tempo, com o gol do artilheiro Alberto Spencer. O 1 a 0 já era uma ótima vantagem, dependendo do que ocorresse no Brasil.

O segundo jogo aconteceu no Pacaembu, em São Paulo. E a vantagem carbonera aumentou logo aos dois minutos do primeiro tempo, quando José Sasía abriu o placar. Os dois gols de frente permitiram ao Peñarol cozinhar ao máximo a partida. Os brasileiros fizeram 1 a 1 aos 32 do segundo tempo, mas já era tarde para tirar o segundo título da equipe uruguaia.

A campanha do Peñarol:
6 jogos | 4 vitórias | 1 empate | 1 derrota | 12 gols marcados | 5 gols sofridos


Foto Arquivo/Peñarol

Peñarol Campeão da Libertadores 1960

A história da Copa Libertadores da América começa bem antes de 1960. A primeira competição que ultrapassou fronteiras na América do Sul foi a Copa Río de La Plata, entre os campeões da Argentina e do Uruguai entre 1916 e 1947. Em 1948 o Chile organizou o Torneio Sul-Americano, vencido pelo Vasco e que teve o aval da Conmebol. Entre 1951 e 1952 foi realizada a Copa Rio Internacional, vencidas por Palmeiras e Fluminense.

Em 1955 a novata UEFA criou a Copa dos Campeões Europeus, que reunia todos os campeões do continente em um mata-mata. Foi a partir de então que a Conmebol resolveu formar o seu campeonato. Em 1960, nasceu a Copa dos Campeões da América.

A primeira edição da competição - ainda sem ser chamada de Libertadores - foi vencida pelo uruguaio Peñarol e contou com a presença do Bahia como representante brasileiro, perdendo nas quartas de final para o argentino San Lorenzo. O primeiro dos cinco títulos carboneros na América do Sul foi conquistado de maneira rápida, já que foram apenas sete participantes em dois meses de disputa.

O adversário uruguaio nas quartas foi o  boliviano Jorge Wilstermann. E logo na ida em casa, a lenda aurinegra Alberto Spencer anotou quatro gols na goleada por 7 a 1. Na volta em La Paz, empate por 1 a 1 classificou o Peñarol.

Na semifinal, três partidas diante do San Lorenzo. Na primeira, em Montevidéu, empate por 1 a 1. Na segunda, em Buenos Aires, empate sem gols. O jogo extra estava marcado para ser na Argentina, mas o time azulgrana vendeu o mando de campo ao Peñarol, que venceu por 2 a 1 no Centenario.

A final foi contra o Olimpia, que estreou já na semifinal eliminando o colombiano Millonarios. A ida foi jogada em Montevidéu, e o Peñarol abriu vantagem vencendo por 1 a 0, gol de Spencer. A volta foi no Defensores del Chaco, em Assunção, e os carboneros empataram por 1 a 1 com os paraguaios, conquistando assim o título pioneiro da Libertadores.

A campanha do Peñarol:
7 jogos | 3 vitórias | 4 empates | 0 derrotas | 13 gols marcados | 5 gols sofridos


Foto Arquivo/Peñarol

Vasco Campeão Sul-Americano 1948

Nas primeiras décadas de existência do futebol, a posição de entidades como UEFA, Conmebol e FIFA era de organizar somente competições de seleções, deixando os torneios de clubes nas mãos de clubes e federações. Em 1948, o clube chileno Colo Colo teve a ideia de reunir a melhor equipe de cada país da América do Sul em uma competição em Santiago.

O torneio saiu do papel com o apoio de Luiz Valenzuela, presidente da Conmebol na época, e os oito filiados da entidade no momento deveriam indicar os campeões nacionais. Colômbia e Venezuela ainda não faziam parte da instituição, o Paraguai não indicou representante, o Peru indicou o vice nacional, e a Bolívia e o Equador indicaram, respectivamente, o campeões citadinos de La Paz e Guayaquil, pois os países não possuíam competição nacional e estas eram as maiores cidades.

O Brasil também não possuía uma competição nacional, a não ser pelo Campeonato Brasileiro de Seleções. O Distrito Federal/Guanabara (Rio de Janeiro) era o Estado campeão, e assim o Vasco campeão carioca foi indicado.

O torneio teve elementos em comum com a primeira edição da Libertadores, disputada apenas em 1960: sete países sul-americanos, cada um representado por seu melhor clube. O objetivo do Colo Colo era fazer um torneio que indicasse o campeão sul-americano, conforme o nome oficial do torneio em espanhol, "Campeonato Sudamericano de Campeones", que era bastante semelhante ao nome original da Libertadores até 1965: "Copa de Campeones de América".

Na época, o Vasco fora tratado como campeão da América, embora não houvesse posição oficial da Conmebol. Mas o critério de convites e as bases do torneio de 1948, juntamente com a concepção das Copas Rio de 1951 e 1952 serviram de embrião para a criação das competições continentais que existem até hoje, a Liga dos Campeões da Europa (desde 1955/56) e a Copa Libertadores (desde 1960). O Torneio Sul-Americano passou a ser tratado como precursor da Libertadores, e em 1996 a conquista do Vasco recebeu o reconhecimento da Conmebol e da FIFA como oficial.

----------------------------

O Vasco foi convidado para o Torneio Sul-Americano de 1948 a partir do critério empregado pela CBD. Não existia uma competição nacional de clubes. Os Estados formavam seleções e disputavam uma espécie de Campeonato Brasileiro. Em 1947 o vencedor foi o Estado do Distrito Federal, que se mais tarde mudaria de nome para Guanabara, e mais tarde ainda se uniria com o Rio de Janeiro. Assim, o campeão carioca daquele ano foi definido como o representante brasileiro na competição.

Foram sete times no torneio, jogando todos contra todos em turno único, com todas as partidas senso disputadas no Estádio Nacional. O Vasco já era conhecido como o Expresso da Vitória e, comandado pelo técnico Flávio Costa, entrou como um dos favoritos. A estreia do Cruz-maltino foi contra o Litoral da Bolívia, e com vitória tranquila por 2 a 1. O resultado do segundo jogo foi ainda maior, goleada de 4 a 1 sobre o Nacional do Uruguai.

O terceiro confronto foi contra o Deportivo Municipal do Peru, e contou com outra goleada por 4 a 0. Na quarta partida as coisas foram mais apertadas, mas o Vasco superou o Emelec do Equador por 1 a 0. Líder do torneio, o time da Colina enfrentou a pressão da torcida contra o Colo Colo, e se saiu bem ao empatar em 1 a 1.

A última rodada reuniu os únicos times com chances de ser campeão. Vasco e River Plate tinham as melhores equipes da competição, dois esquadrões. O Cruz-maltino dependia somente de si, enquanto os argentinos precisavam vencer. Como toda rivalidade Brasil x Argentina pede, o jogo foi tenso, de muita marcação e faltas.

O Vasco soube aguentar a catimba do River Plate e manteve o 0 a 0 no placar. Dessa maneira, o time de Barbosa, Ademir de Menezes, Friaça, Augusto e Danilo se tornou o campeão dos campeões, o primeiro da América do Sul. Precursor do continente com o devido reconhecimento.

A campanha do Vasco:
6 jogos | 4 vitórias | 2 empates | 0 derrotas | 12 gols marcados | 3 gols sofridos


Foto Arquivo/Vasco

Porto Velho Campeão Rondoniense 2021

Em seu terceiro ano de existência, o Porto Velho conseguiu o bicampeonato em Rondônia. A competição estadual começou apenas no final de abril, e teve um regulamento de tiro curto. Os oito participantes foram divididos em dois grupos, que se enfrentaram em dois turnos, com os quatro melhores conseguindo a vaga na semifinal.

Na primeira fase, a Locomotiva Tricolor superou por pouco o Rondoniense na luta pela classificação. Em seis partidas, o time venceu três e empatou duas, somando dez pontos. Os resultados o deixaram na vice-liderança, com três pontos de vantagem sobre o rival da capital e com oito a menos que o Real Ariquiees, que fez 100% de aproveitamento no primeiro lugar.

Na semifinal, o Porto Velho enfrentou a União Cacoalense, vencendo a ida em casa por 1 a 0, perdendo a volta fora por 2 a 1 e perdendo nos pênaltis por 6 a 5. Tudo acabado? Não, pois seu adversário sofreu uma punição devido a escalações irregulares e perdeu a vaga na final.

E a Locomotiva foi à decisão para enfrentar novamente o Real Ariquemes. Se na fase de grupos o Porto Velho perdeu os dois jogos que fez para seu oponente, desta vez conseguiu dois empates por 1 a 1. E nas cobranças de penalidades na partida de volta, fora de casa, venceu por 5 a 3 e levou seu segundo título na história.

A campanha do Porto Velho:
10 jogos | 4 vitórias | 3 empates | 3 derrotas | 11 gols marcados | 7 gols sofridos


Foto Divulgação/Porto Velho

Alemanha Campeã Olímpica Feminina 2016

Na primeira Olimpíada disputada na América do Sul, o futebol feminino apresentou uma nova seleção vencedora. A hegemonia que pertencia aos Estados Unidos foi quebrada pela Alemanha, que levou a medalha de ouro da modalidade de volta à Europa depois de 16 anos. Os Jogos de 2016, no Rio de Janeiro, mantiveram o mesmo regulamento pela terceira edição consecutiva, com 12 países divididos em três grupos na primeira fase.

Sorteada para o grupo F, a Nationalelf começou a campanha goleando o Zimbábue por 6 a 1. Na segunda rodada, o time buscou um bom empate por 2 a 2 com Austrália. Quase classificada, a Alemanha perdeu a chance de ser líder da chave ao ser derrotada por 2 a 1 para o Canadá. Mas os resultados paralelos ajudaram e a seleção terminou na zona direta de qualificação à fase seguinte, com quatro pontos no segundo lugar, superando a equipe australiana no saldo de gols (4 a 3).

Nas quaras de final, as alemãs derrotaram a China por 1 a 0. A semifinal foi de reencontro com o Canadá, e desta vez a Alemanha conseguiu a vitória, por 2 a 0. A decisão foi 100% europeia, contra a Suécia, que eliminou África do Sul, Estados Unidos e Brasil.

A chance do ouro brasileiro em casa foi desmanchada pelas suecas nos pênaltis, que fizeram 4 a 3 após 0 a 0 nos 120 minutos. No fim das contas não deu nem para ficar com o bronze, pois as canadenses venceram a disputa pela medalha por 2 a 1.

Alemanha e Suécia disputaram pelo posto mais alto do pódio no Maracanã, diante de mais de 52 mil pessoas. O primeiro tempo do jogo foi morno e o gol não apareceu. Só nos 45 minutos finais que as coisas andaram. Dzsenifer Marozsán abriu o placar aos três do segundo tempo. Aos 17, Linda Sembrant anotou contra e deu o segundo tento às alemãs. Aos 22, Stina Blackstenius descontou. O 2 a 1 seguiu no placar até o apito final e a Alemanha pôde comemorar pela primeira vez história uma conquista de ouro no futebol, seja no masculino ou no feminino.

A campanha da Alemanha:
6 jogos | 6 vitórias | 0 empates | 0 derrotas | 16 gols marcados | 6 gols sofridos


Foto Buda Mendes/Getty Images

Estados Unidos Campeão Olímpico Feminino 2012

O futebol feminino na Olimpíada desembarcou pela primeira vez em Londres, em 2012. E a cidade-sede trouxe a estreia de uma seleção que foi tradicional entre os homens no passado, mas que entre as mulheres o destino e a política até então não permitiam sua presença. Ainda que composta quase na sua totalidade de atletas inglesas, a Grã-Bretanha debutou nos Jogos em casa. O time foi bem na primeira fase, venceu todas as partidas, mas caiu nas quartas de final para o Canadá.

A força que chegava para conquistar o ouro também atravessou o Oceano Atlântico. Surpreendendo um total de zero pessoas, os Estados Unidos partiram rumo ao tetra olímpico com uma campanha perfeita, a melhor entre todas as quatro que levaram ao título.

No grupo G, a equipe estreou vencendo a França de virada por 4 a 2. Na segunda rodada, as norte-americanas confirmaram a classificação antecipada ao fazerem 3 a 0 na Colômbia. E no último jogo da primeira fase, um simples 1 a 0 sobre a Coreia do Norte garantiu também a liderança da chave, com nove pontos.

Nas quartas de final, a USWNT eliminou a Nova Zelândia, vencendo-a por 2 a 0. Na semifinal, o time fez um dos melhores clássicos contra o Canadá já vistos. Foi de virada e aos 18 minutos do segundo tempo da prorrogação que os Estados Unidos conseguiram a vitória por 4 a 3.

Na final, a equipe de Abby Wambach, Carli Lloyd, Alex Morgan e Megan Rapinoe encontrou o Japão, que durante a competição passou por África do Sul, Brasil e França. Antes da decisão, na disputa pela medalha de bronze, as canadenses derrotaram as francesas por 1 a 0.

O ouro entre norte-americanas e japonesas foi disputado em Wembley. A partida ficou marcada por ser a revanche da Copa do Mundo de 2011, em que o Japão foi campeão nos pênaltis. E os Estados Unidos conseguiram se vingar do vice, vencendo a nova final por 2 a 1. Os dois gols foram marcados por Lloyd, o primeiro aos oito minutos do primeiro tempo e o segundo aos nove do segundo. Yuki Ogimi descontou aos 18, insuficiente para impedir a quarta medalha dourada na história do futebol feminino norte-americano.

A campanha dos Estados Unidos:
6 jogos | 6 vitórias | 0 empates | 0 derrotas | 16 gols marcados | 6 gols sofridos


Foto Martin Bernetti/AFP/Getty Images

Estados Unidos Campeão Olímpico Feminino 2008

A quarta edição do Torneio Olímpico de futebol feminino, em 2008, foi realizada com muita expectativa ao seu redor, várias seleções favoritas para conquistar a medalha de ouro. Além do bicho-papão Estados Unidos, Alemanha, Brasil, Noruega, Japão e a anfitriã China apareciam como postulantes do lugar mais alto do pódio. Os Jogos aconteceram na cidade de Pequim.

Na ocasião, o regulamento da competição sofreu nova mudança, com o número de participantes aumentando para os 12 definitivos até o presente momento e todos os três grupos passando a ter quatro seleções. E apesar da variedade de equipes candidatas ao título, no fim das contas a glória ficou mesmo com o time norte-americano. 

Na chave G da primeira fase, a USWNT começou mal a trajetória, perdendo por 2 a 0 para a Noruega. A recuperação veio nas rodadas seguintes, com as vitórias por 1 a 0 sobre o Japão e por 4 a 0 sobre a Nova Zelândia. Com seis ponto ao todo, os Estados Unidos encerraram a fase de grupos na liderança, superando as norueguesas no saldo de gols.

As quartas de final foram disputadas contra o Canadá. E no confronto regional as norte-americanas levaram a melhor, mas de maneira apertada: 2 a 1, na prorrogação. A semifinal foi muito mais tranquila, com vitória sobre o Japão de virada por 4 a 2.

Na final, houve a reedição da partida que decidiu o ouro quatro anos antes contra o Brasil. As brasileiras cruzaram novamente o caminho dos Estados Unidos após passarem por Coreia do Norte, Nigéria, Noruega e Alemanha. As alemãs levaram a medalha de bronze contra as japonesas, vencendo-as por 2 a 0.

O Estádio dos Trabalhadores, na capital chinesa, foi o palco de mais uma decisão entre norte-americanas e brasileiras. Tal qual em 2004, o jogo foi de mais tensão e poucas oportunidades. Os 90 minutos acabaram sem gols. Foi a primeira final sem a regra do gol de ouro, então a prorrogação teria forçosamente os 30 minutos regulamentares. Porém os Estados Unidos não precisaram de tudo isso para marcar o gol do título. Aos oito do primeiro tempo, Carli Lloyd fez  o 1 a 0 deu o tricampeonato olímpico à equipe norte-americana e impôs o segundo vice seguido ao Brasil.

A campanha dos Estados Unidos:
6 jogos | 5 vitórias | 0 empates | 1 derrota | 12 gols marcados | 5 gols sofridos


Foto Lars Baron/Bongarts/Getty Images