Juventus Campeã da Liga Europa 1993

A partir de 1993, a Europa teve seu mapa drasticamente alterado com o fim da União Soviética e da Iugoslávia. Claro que as competições da UEFA deveriam de adaptar a isso. Mas não foi uma causa imediata, pois os novos países ainda dependiam da filiação à entidade. De novidades de fato para a Copa da UEFA desta temporada, tivemos as entradas de Ucrânia e Eslovênia. Os soviéticos ainda conseguiram uma sobrevida com a Comunidade dos Estados Independentes. Já a Iugoslávia, em guerra, estava suspensa. Para finalizar, a Alemanha Oriental enfim desapareceu dos quadros.

À parte da geopolítica, a Itália recuperou sua hegemonia na Copa da UEFA. A Juventus, comandada por Giovanni Trapattoni e capitaneada por Roberto Baggio, conseguiu em 1993 o tricampeonato, um feito inédito na história do torneio, com uma campanha que beirou a perfeição. A caminhada bianconeri começou diante do Anorthosis, do Chipre. A classificação foi fácil, com goleadas por 6 a 1 no Delle Alpi, em Turim, e por 4 a 0 fora de casa.

Na segunda fase, a Juve enfrentou o Panathinaikos, numa classificação mais difícil do que se imaginava. Na ida, vitória curta por 1 a 0 na Grécia. Na volta, em casa, os italianos não conseguiram sair do 0 a 0. Nas oitavas de final, contra o Sigma Olomouc, da Tchecoslováquia, as coisas voltaram a ficar tranquilas, com vitória por 2 a 1 fora, e goleada por 5 a 0 em Turim.

Nas quartas, o adversário foi o Benfica. O primeiro jogo aconteceu em Lisboa, no Estádio da Luz, e a Juventus acabou derrotada por 2 a 1. A segunda partida foi no Delle Alpi, e os bianconeros reverteram a situação e garantiram um lugar na semifinal ao ganharem por 3 a 0. Os gols foram marcados por Jürgen Kohler, Dino Baggio e Fabrizio Ravanelli.

O Paris Saint-Germain foi o rival da Vecchia Signora na semi. A ida foi realizada em Turim. De maneira emocionante, a Juve conseguiu abrir 2 a 1 de vantagem, de virada, com dois gols de Roberto Baggio, com o segundo acontecendo aos 45 minutos do segundo tempo. A volta foi no Parc des Princes, e os italianos confirmaram a vaga na decisão com outra vitória por 1 a 0 e outro tento de Baggio.

A decisão foi contra o Borussia Dortmund, que deixou para trás Floriana (Malta), Celtic, Zaragoza, Roma e Auxerre. O primeiro jogo foi no Westfalenstadion, na Alemanha. Com dois gols de Roberto Baggio e outro do xará Dino, a Juventus venceu por 3 a 1 e colocou a mão no terceiro título. A segunda partida foi no Delle Alpi, e a confirmação veio no triunfo por 3 a 0, com dois gols de Dino Baggio e um de Andreas Möller.

A campanha da Juventus:
12 jogos | 10 vitórias | 1 empate | 1 derrota | 31 gols marcados | 6 gols sofridos


Foto Arquivo/Juventus

Ajax Campeão da Liga Europa 1992

A Copa da UEFA de 1992 foi de transição. Na mesma época, a Europa sofria grandes mudanças geográficas com o fim da União Soviética, da Iugoslávia unificada e da Alemanha Oriental. Os alemães, aliás, conseguiram um "golpe de sorte" com a participação de seis clubes na terceira competição do continente. Quatro do lado ocidental e dois do lado oriental. Isto se deu porque as ligas ainda ocorreram separadamente em 1991. Já as alterações para soviéticos e iugoslavos só aconteceriam em 1993, pois ambas as quedas de governo ocorreram com a Copa da UEFA em andamento.

Em campo, o título europeu ficou nas mãos do Ajax, que conseguiu colocar um freio na dominação italiana que já durava desde 1989. Um time promissor, comandado por Louis Van Gaal, que abriria caminho para conquistas maiores três anos depois. Na primeira fase, os holandeses eliminaram o Örebro, da Suécia, com vitórias por 3 a 0 na ida, disputada em Düsseldorf (Alemanha) devido a uma punição da UEFA por hooliganismo, e por 1 a 0 na volta fora.

Na segunda fase, "de godenzonen" (os filhos de Deus), enfrentaram o Rot-Weiss Erfurt, da ex-Alemanha Oriental. No primeiro jogo, vitória por 2 a 1 fora de casa. Na segunda partida, ainda sob pena em solo alemão, outro triunfo por 3 a 0 classificou o Ajax para as oitavas de final.

O próximo adversário foi o Osasuna, da Espanha. A ida aconteceu em Pamplona, fora de casa, com vitória do Ajax por 1 a 0, gol marcado por Dennis Bergkamp. A volta, de novo, foi fora da Holanda, em Düsseldorf. E com outro gol de Bergkamp e outro triunfo por 1 a 0, o clube holandês estava nas quartas de final.

Nas quartas, o Ajax encarou o Gent. A primeira partida foi disputada na Bélgica, e a campanha 100% dos vermelhos foi interrompida pelo empate por 0 a 0 fora de casa. O segundo jogo, enfim, foi realizado em Amsterdã, no Estádio Olímpico. Com o fim da punição, o Ajax bateu os belgas por 3 a 0. Na semifinal, eliminou o Genoa com uma emocionante vitória por 3 a 2 na Itália, garantida com um gol de Aron Winter aos 44 minutos do segundo tempo, e um empate por 1 a 1 na Holanda, buscado com um gol de Bergkamp.

A final foi contra o Torino, que buscava manter a hegemonia italiana. Eles passaram por KR (Islândia), Boavista, AEK Atenas, Boldklubben (Dinamarca) e Real Madrid. O primeiro jogo foi em Turim. Wim Jonk e Stefan Pettersson marcaram para o Ajax, mas o adversário buscou duas vezes o empate, que ficou no 2 a 2. O tento de Petterson, de pênalti, acabou sendo o do título (invicto), pois na volta em Amsterdã, o placar ficou no 0 a 0 e os holandeses fizeram valer a regra do gol anotado fora de casa.

A campanha do Ajax:
12 jogos | 8 vitórias | 4 empates | 0 derrotas | 20 gols marcados | 6 gols sofridos


Foto ANP/Hollandse Hoogte

Internazionale Campeã da Liga Europa 1991

A bela fase do futebol italiano na Copa da UEFA atingiu seu terceiro ato na edição de 1991, logo após a realização da Copa do Mundo no país. Tudo era festa, exceto pela eliminação da Azzurra na semifinal do Mundial. O título ficou com a Alemanha. Mas o que isso tem a ver? É que alguns dos alemães vencedores na seleção foram os pilares do primeiro título da Internazionale na Copa da UEFA,

Lothar Matthäus, Jürgen Klinsmann e Andreas Brehme era o trio alemão que, à sua forma, emulava na Inter o que o rival Milan possuía com a trinca holandesa (Van Basten, Rijkaard e Gullit) na mesma época. O ápice foi a conquista da Copa da UEFA, que em 1991 teve o retorno do regulamento de 64 times e da Inglaterra entre os representantes.

A jornada do clube nerazzurri teve início contra o Rapid Viena, o qual bateu com muita dificuldade. Na ida, derrota por 2 a 1 na Áustria, de virada. Na volta no San Siro, a Internazionale devolveu o resultado nos 90 minutos, com dois gols de Nicola Berti e um austríaco a dois minutos do fim. Na prorrogação, Klinsmann fez 3 a 1 e sacramentou a classificação.

Na segunda fase, o adversário foi o Aston Villa, em mais uma passagem com drama. O primeiro jogo foi na Inglaterra, e a Inter perdeu por 2 a 0. A segunda partida aconteceu em Milão, e com gols de Klinsmann, Berti e Alessandro Bianchi, a equipe italiana avançou para as oitavas de final.

A tranquilidade enfim apareceu nas oitavas, contra o Partizan. O clube nerazzurri venceu a ida em casa por 3 a 0 para depois segurar o empate por 1 a 1 na volta em Belgrado, Iugoslávia. Nas quartas, um confronto regional com a Atalanta. A primeira partida aconteceu na cidade de Bergamo, e acabou empatada sem gols. O segundo jogo foi no San Siro, e a Inter venceu por 2 a 0.

A semifinal foi disputada contra o Sporting, de Portugal. A ida ocorreu no José Alvalade, em Lisboa, e mais uma vez a Internazionale conseguiu segurar o empate por 0 a 0. A volta foi realizada na Itália, e com gols de Klinsmann e Matthäus a Inter venceu por 2 a 0 e se classificou à final.

Assim como em 1990, a final da Copa da UEFA de 1991 foi entre italianos: Internazionale e Roma. Os romanos chegaram lá ao superarem Benfica, Valencia, Bordeaux, Anderlecht e Brondby. A ida foi jogada no San Siro, para mais de 73 mil torcedores. Matthäus abriu o placar aos 10 minutos do segundo tempo, de pênalti. Aos 22, Berti fez 2 a 0 e consolidou a vantagem. A volta foi no Olímpico de Roma. Com a pressão de quase 71 mil na arquibancada, a Inter perdeu por 1 a 0, mas comemorou o título.

A campanha da Internazionale:
12 jogos | 6 vitórias | 3 empates | 3 derrotas | 17 gols marcados | 7 gols sofridos


Foto Bob Thomas/Getty Images

Todas as campeãs do Brasileirão Feminino Sub-18 e Sub-20

O Brasileirão Feminino Sub-20 é a principal competição de base da modalidade no país. Sua estreia aconteceu em 2022, em substituição à categoria sub-18. O mesmo caso aconteceu com a categoria sub-16, que lugar à sub-17. Em 2023, tivemos a segunda edição da competição.

A seguir, as campeãs do Brasileirão Sub-18 (entre 2019 e 2021) e Sub-20 (2022 e 2023):

Foto Fernanda Luz/Staff Images Woman/CBF

Foto Mauro Horita/CBF

Foto Thais Magalhães/CBF

Foto Adriano Fontes/Fluminense

Foto Mariana Capra/Internacional

RB Bragantino Campeão Brasileiro Feminino Série A2 2023

O Campeonato Brasileiro Feminino Série A2 completou seis anos e sete edições de existência em 2023. E nesse meio tempo, já temos um clube despontando como o maior vencedor da competição: o Red Bull Bragantino, que tornou-se bicampeão duas temporadas após a primeira conquista. O rebaixamento da primeira divisão em 2022 não tirou o foco da equipe feminina, que busca firmar-se no alto da mesma forma que aconteceu com o time masculino.

O regulamento da segunda divisão sofreu mais uma alteração, porém ainda com o número de 16 participantes. Ao invés de quatro grupos de quatro equipes, em 2023 foram duas chaves de oito, com enfrentamentos em turno único. Todo o resto permaneceu inalterado: quatro acessos, quatro rebaixamentos, mata-mata a partir de quartas de final...

A campanha das Bragantinas começou no grupo A, com goleada por 7 a 0 sobre o Cresspom em casa. Nas demais seis partidas, o Massa Bruta conseguiu outras três vitórias, dois empates e só uma derrota, com destaque para o 1 a 0 sobre o Botafogo em pleno Rio de Janeiro na segunda rodada. Ao todo, o time alvinegro somou 14 pontos, que o deixou classificado na segunda colocação da chave.

Nas quartas de final, o RB Bragantino enfrentou o União Desportiva, de Alagoas. Logo na partida de ida, em Maceió, o time paulista tratou de encaminhar o acesso ao golear por 7 a 1. Na volta, no Nabi Abi Chedid, em Bragança Paulista, a vitória por 5 a 2 confirmou a vaga. Na semifinal, o Braga despachou o América-MG (que subiu) ao fazer 2 a 0 em Minas Gerais e 3 a 0 em São Paulo.

A decisão foi contra o Fluminense, que eliminou JC-AM e Botafogo (os cariocas também obtiveram o acesso). A primeira partida aconteceu nas Laranjeiras, no Rio de Janeiro, e as Bragantinas conseguiram outra categórica vitória por 3 a 0. O título foi consolidado no Nabi Abi Chedid, com outra vitória, mais simples, por 1 a 0. O gol da conquista foi anotado pela atacante argentina Paulina Gramaglia, que coroou uma trajetória quase perfeita do clube de Bragança Paulista.

A campanha do RB Bragantino:
13 jogos | 10 vitórias | 2 empates | 1 derrota | 34 gols marcados | 7 gols sofridos


Foto Fernando Roberto/Red Bull Bragantino

Juventus Campeã da Liga Europa 1990

O futebol da Itália era, de muito longe, o mais competitivo da Europa entre o fim da década de 1980 e quase toda a de 1990. Liga forte, clubes fortes e jogadores consagrados. Tal fato se refletia também nas competições europeias. Na Copa da UEFA, até 1988, só um título ficou em solo italiano. Já entre 1989 e 1999, foram oito conquistas, fora os vices.

O título solitário da Itália havia sido em 1977, com a Juventus. Em 1990, o clube de Turim chegou ao bicampeonato e deu sequência à hegemonia aberta com o Napoli em 1989. Foi nesta época que o torneio sofreu a primeira mudança de regulamento, com a participação de 65 times. Tudo porque França e Iugoslávia estavam empatadas no ranking da UEFA e precisaram de uma fase preliminar para ver com quem ficaria com uma das vagas da Inglaterra, excluída desde 1986 devido à Tragédia de Heysel.

A campanha do bianconero começou contra o Górnik Zabrze, o qual venceu por 1 a 0 na Polônia, e por 4 a 2 no Estádio Comunale, em Turim. Na segunda fase, a Juve eliminou o Paris Saint-Germain com mais duas vitórias, por 1 a 0 na França, e por 2 a 1 na Itália.

Nas oitavas de final, o adversário foi o Karl-Marx-Stadt (hoje Chemnitzer), da Alemanha Oriental (já sem o Muro de Berlim). A campanha 100% da Juventus continuou firme, com triunfos por 2 a 1 em Turim, e por 1 a 0 fora de casa. Nas quartas, o time bianconeri teve problemas contra o Hamburgo. Depois de vencer por 2 a 0 em plena Alemanha, os italianos levaram 2 a 1 de virada em casa, mas se classificaram.

A Juventus enfrentou o Colônia na semifinal. A ida foi disputada no Comunale, e a equipe teve um grande início com gols de Rui Barros, Giancarlo Marocchi e um contra de Alfons Higl. Mas os alemães se aproximaram com dois tentos no fim e o placar ficou 3 a 2 para Juve. A volta aconteceu no Müngersdorfer. Com resistência, os italianos seguraram o 0 a 0 e chegaram à final.

A final foi contra a Fiorentina, que eliminou Atlético de Madrid, Sochaux, Dínamo Kiev, Auxerre e Werder Bremen. O primeiro jogo foi disputado no Comunale de Turim, e a Juventus abriu vantagem de 3 a 1, com gols de Roberto Galia, Pierluigi Casiraghi e Luigi De Agostini. A segunda partida foi na cidade de Avellino, no Estádio Partenio, pois o Artemio Franchi, em Florença, já estava à disposição da FIFA para a Copa do Mundo de 1990. Num campo praticamente neutro, a Vecchia Signora segurou outro empate sem gols para ficar com o título da Copa da UEFA.

A campanha da Juventus:
12 jogos | 9 vitórias | 2 empates | 1 derrota | 20 gols marcados | 9 gols sofridos


Foto Bob Thomas/Getty Images

Napoli Campeão da Liga Europa 1989

A consagração de um dos maiores atletas de todos os tempos. Com Diego Maradona no ataque, na inesquecível parceria com Careca, o Napoli atingia o auge de sua história ao conquistar o título da Copa da UEFA de 1989. O título veio em meio a outros dois no Campeonato Italiano, em 1987 e 1990. E ajudou a ditar a tendência do que seria a década de 1990, com clubes italianos dominando e vencendo taças continentais quase todos os anos.

A campanha napolitana começou contra o PAOK, da Grécia. Na ida, vitória por 1 a 0 no San Paolo, em casa. Na volta, empate por 1 a 1 na cidade de Tessalônica. Na segunda fase, o adversário foi o Lokomotive Leipzig.  O primeiro jogo aconteceu na Alemanha Oriental, e ficou empatado por 1 a 1. A segunda partida foi em Nápoles, e acabou com vitória italiana por 2 a 0.

Nas oitavas de final, o Napoli encarou o Bordeaux. Na França, Andrea Carnevale anotou o gol da vitória dos azzurri por 1 a 0. No San Paolo, os italianos garantiram a classificação às quartas ao ficarem no empate por 0 a 0.

O próximo adversário foi a Juventus, em época de rivalidade pesada. A partida de ida foi disputa em Turim, no Estádio Comunale, e o Napoli acabou derrotado por 2 a 0. O jogo de volta aconteceu em Nápoles, para mais 83 mil torcedores no San Paolo. Maradona abriu o placar de pênalti, e Carnevale fez o gol que igualou o confronto. No último minuto da prorrogação, Alessandro Renica fez 3 a 0 e explodiu a cidade em festa.

A semifinal foi contra o Bayern de Munique. O primeiro jogo aconteceu em casa, e o Napoli abriu vantagem confortável por 2 a 0, com gols de Careca e Carnevale. No Olímpico de Munique, a confirmação da vaga na decisão com o empate por 2 a 2, com mais dois tentos de Careca.

A final foi disputada contra o Stuttgart, que bateu Tatabányai (Hungria), Dínamo Zagreb, Groningen, Real Sociedad e Dínamo Dresden. A ida ocorreu no San Paolo, e o Napoli venceu de virada por 2 a 1. Os gols italianos foram marcados pela dupla Maradona-Careca. A volta foi no Neckarstadion, na Alemanha. Com gols de Alemão aos 18 minutos do primeiro tempo, Ciro Ferrara aos 39, e Careca aos 17 da segunda etapa, os azzurri ficaram com o título ao empatarem por 3 a 3.

A campanha do Napoli:
12 jogos | 6 vitórias | 5 empates | 1 derrota | 18 gols marcados | 10 gols sofridos


Foto Arquivo/Napoli