O que esperar de um clube que nunca foi campeão de liga ou copa nacional, no máximo venceu uma vez a segunda divisão de seu país, mas que vai para a disputa de uma competição continental? Em 1988, conquistar a Copa da UEFA. Foi o caso do Bayer Leverkusen, campeão de apenas uma 2.Bundesliga em em 1979, e que só viria a ganhar sua única Copa da Alemanha em 1993. Sem dúvidas, um título memorável não só para o clube, mas para o futebol alemão como um todo.
A campanha dos "11 da fábrica" (die werkself) começou diante do Austria Viena. O primeiro jogo foi realizado fora de casa, e ficou no empate sem gols. A segunda partida aconteceu no Estádio Ulrich-Haberland (atual BayArena), e os donos da casa golearam por 5 a 1, numa boa mostra da consistência que viria a seguir.
Na segunda fase, o Bayer enfrentou o Toulouse. A ida foi disputada na França, e terminou empatada por 1 a 1. A volta foi em Leverkusen, e a vitória por 1 a 0 em casa colocou os alemães nas oitavas de final. O adversário seguinte foi o Feyenoord, e o roteiro da classificação rubro-negra foi semelhante: empate por 2 a 2 na Holanda e vitória por 1 a 0 na Alemanha.
Nas quartas de final, foi a vez de encarar o complicado Barcelona. O Bayer mandou a ida no Müngersdorfer, estádio em Colônia maior que o seu em Leverkusen. O problema é que o placar ficou no 0 a 0. A volta foi no Camp Nou, e os alemães conseguiram a vaga na semifinal com uma inesquecível vitória por 1 a 0, com gol anotado pelo meia brasileiro Tita.
A semifinal foi caseira, contra o Werder Bremen. O primeiro jogo ocorreu no Ulrich-Haberland, e o Bayer abriu a vantagem mínima de 1 a 0. A segunda partida foi jogada no Weserstadion, e o clube rubro-negro conseguiu segurar o empate sem gols para chegar na inédita final.
A decisão da Copa da UEFA foi contra o Espanyol, que chegou lá ao passar por Borussia Mönchengladbach, Milan, Internazionale, Vítkovice (Tchecoslováquia) e Club Brugge. E uma das maiores remontadas da história da competição estava para acontecer. A ida foi no Sarrià, em Barcelona, e o Bayer perdeu por 3 a 0.
A volta foi disputa no Ulrich-Haberland, com todos os 22 mil lugares ocupados. Aos 12 minutos do segundo tempo, Tita abriu o placar para os alemães. Aos 18, Falko Götz fez o segundo, e aos 36, Cha Bum-kun anotou 3 a 0. Tudo igual no confronto e na prorrogação, a decisão foi aos pênaltis. Os espanhóis erram três cobranças, com o goleiro Rüdiger Vollborn pegando uma, e as outras indo para fora e na trave. Por 3 a 2, o Bayer Leverkusen era o campeão.
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