Chile Campeão da Copa América 2015

A Copa América sempre foi palco para boas histórias. Na edição de 2015, tivemos um grande exemplo do que acontece quando torcida e time jogam juntos pelo mesmo objetivo. Segundo o rodízio de sedes, a disputa era para ter acontecido no Brasil. Mas a sucessão de eventos em solo brasileiro, como a Copa das Confederações de 2013, a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016,  fez com a Conmebol trocar a ordem da fila com o Chile.

Sorte dos chilenos. Com uma das melhores gerações de jogadores na história da seleção, e sob ordens do técnico Jorge Sampaoli, La Roja chegou ao título inédito e tão desejado pelo povo, que lotou o Estádio Nacional de Santiago em todas as partidas da campanha. A equipe disputou a primeira fase da competição no grupo A, junto com Equador, México e Bolívia. Na estreia, o Chile venceu os equatorianos por 2 a 0. Na segunda partida, foi a vez do time protagonizar um emocionante empate por 3 a 3 com os mexicanos. Na última rodada, o resultado foi de goleada por 5 a 0 sobre a bolivianos. Com sete pontos, os chilenos avançaram na primeira colocação da chave.

Nas quartas de final, o Chile venceu o Uruguai por 1 a 0, gol anotado por Mauricio Isla. Na semifinal, La Roja enfrentou aquele que é considerado o seu principal rival, o Peru. Com gols de Eduardo Vargas, a equipe venceu os peruanos por 2 a 1 para voltar à decisão da Copa América depois de 28 anos.

O adversário na final foi a Argentina, que passou por Jamaica, Colômbia e Paraguai. O time argentino também tinha seus motivos para almejar o troféu, como a fila de 23 anos sem títulos e o frustrante vice na Copa do Mundo em 2014. Mas o Chile tinha o ambiente a seu favor, com  mais de 45 mil torcedores dentro do Nacional de Santiago para o confronto.

A disputa foi intensa e com lances de parar o coração, como o gol argentino perdido nos acréscimos do segundo tempo. Em 120 minutos de jogo, a bola não entrou na rede. Com o 0 a 0 no placar, a definição aconteceu nos pênaltis. Pelo lado chileno, Matías Fernández, Arturo Vidal e Charles Aránguiz acertaram as três primeiras cobranças, enquanto a Argentina só converteu uma chance.

Na quarta e decisiva cobrança, Alexis Sánchez acertou uma cavadinha com a maior frieza do mundo para fazer 4 a 1 e dar o título inédito ao Chile. O país venceu a Copa América pela quarta, e imediatamente começou a preparação para a disputa da edição especial do ano seguinte, em mais uma das invencionices da Conmebol.

A campanha do Chile:
6 jogos | 3 vitórias | 3 empates | 0 derrotas | 13 gols marcados | 4 gols sofridos


Foto Arquivo/FFCH

Uruguai Campeão da Copa América 2011

Um ciclo terminou, outro começou. Depois de 34 anos, a Copa América retornou à Argentina, dando início a um novo rodízio de sedes. De quebra, a competição voltou à sua configuração de periodicidade original, a cada quatro anos, sempre um após a disputa da Copa do Mundo. O torneio foi marcado pelos resultados inesperados e estranhos, como as quedas precoces de Argentina e Brasil, nas quartas de final e ambos nos pênaltis. O primeiro caiu para o Uruguai, já o outro ficou diante do Paraguai, com o vexame de ter errado todas as cobranças.

O título acabou com o Uruguai, pela 15ª vez e depois de 16 anos anos de fila. Renascida, La Celeste vinha embalada pela quarta colocação no Mundial, treinada por Óscar Tabárez e liderada em campo pela experiência de Diego Forlán e Diego Lugano, e o talento de Luis Suárez e Edinson Cavani, que começavam a entrar no auge das carreiras.

Os uruguaios ficaram no grupo C, contra Peru, Chile e México. Na estreia, os uruguaios empataram por 1 a 1 com os peruanos. Na segunda rodada, ante os chilenos, outro empate por 1 a 1. A primeira vitória e a classificação vieram na última partida, por 1 a 0 em cima dos mexicanos. De modo simples, com cinco pontos, o Uruguai encerrou a fase de grupos na vice-liderança da chave.

Nas quartas de final, foi a vez de enfrentar a dona da casa, a Argentina. E mais uma vez o 1 a 1 imperou no placar, no que levou o jogo à disputa de pênaltis. Por 5 a 4, La Celeste venceu a disputa e avançou mais uma vez, tornando-se a principal favorita ao título. Na semifinal, o Peru voltou a ser adversário, e desta vez o resultado foi diferente do empate na primeira fase, na vitória por 2 a 0. Os gols foram marcados por Luis Suárez.

Na final, o adversário o Paraguai, que fez até ali uma campanha muito incomum, com cinco empates em cinco jogos, eliminando Equador, Brasil e Venezuela. A partida foi realizada no Estádio Monumental, em Buenos Aires, com uma onda de torcedores uruguaios nas arquibancadas. A série de empate dos paraguaios estava prestes a ser encerrada, e da pior maneira para eles. Aos 11 minutos do primeiro tempo, Suárez abriu o placar uruguaio. Aos 41, Diego Forlán ampliou.

A decisão foi jogada de maneira tranquila, sem nenhuma ameaça à conquista de La Celeste. Aos 44 minutos do segundo tempo, Forlán fez 3 a 0 e decretou os números finais do título do Uruguai na Copa América, que desempatou o ranking histórico com a a Argentina.

A campanha do Uruguai:
6 jogos | 3 vitórias | 3 empates | 0 derrotas | 9 gols marcados | 3 gols sofridos


Foto Arquivo/AUF

Brasil Campeão da Copa América 2007

Após a primeira disputa de Copa América em ano par desde 1975, a Conmebol voltou à programação original na edição de 2007, seguindo com a transição da periodicidade bienal para quadrienal. A sede foi a Venezuela, completando o rodízio, iniciado em 1987, que colocou os dez países como anfitriões. Pela primeira vez na organização de um campeonato exclusivo de futebol, o país fez do torneio uma Copa do Mundo particular, com nove grandes estádios construídos ou reformados.

Com o estreante Dunga como técnico, o Brasil entrou para defender o título sul-americano com um time bastante modificado em relação ao que fracassou na Copa do Mundo de 2006. No grupo B, os adversários foram México, Chile e Equador. A estreia não poderia ter sido pior, pois os brasileiros atuaram mal e perderam por 2 a 0 para os mexicanos. A recuperação veio no jogo seguinte, na vitória por 3 a 0 sobre os chilenos. Na última rodada, foi a vez de fazer 1 a 0 sobre os equatorianos. Os resultados deixaram a seleção Canarinho classificada apenas na segunda colocação da chave, com seis pontos. 

Nas quartas de final, o Brasil voltou a encontrar o Chile. Se na fase inicial foram três gols, no mata-mata a conta dobrou: goleada por 6 a 1, fora o baile brasileiro. As dificuldades só voltariam na semifinal, contra o Uruguai. A seleção Canarinho ficou duas vezes à frente do placar, com gols de Maicon e Júlio Baptista, mas cedeu o empate aos uruguaios em ambas as oportunidades. O 2 a 2 levou a partida aos pênaltis, e por 5 a 4 o Brasil conquistou seu lugar na decisão.

Pela segunda vez seguida, a final da Copa América contou com Brasil e Argentina. Para chegar junto, os argentinos tiveram que derrubar Colômbia, Estados Unidos, Peru e México. Mas, diferentemente do que aconteceu três anos antes, quando as coisas só foram decididas no último lance do jogo e depois nos pênaltis, as coisas foram resolvidas mais rapidamente no Estádio Pachencho Romero, na cidade de Maracaibo.

Isso porque Júlio Baptista abriu o placar para os brasileiros logo aos quatro minutos do primeiro tempo. Aos 40, o zagueiro Roberto Ayala tentou cortar uma bola cruzada na área e acabou atirando contra o próprio gol, ampliando o placar. Aos 24 do segundo tempo, Daniel Alves fechou a conta, marcando 3 a 0. O resultado tranquilo deu a oitava conquista da Copa América do Brasil. Além disso, também impôs mais um tempo na fila de títulos à Argentina, que ainda teria de esperar mais de uma década para voltar a comemorar.

A campanha do Brasil:
6 jogos | 4 vitórias | 1 empate | 1 derrota | 15 gols marcados | 5 gols sofridos


Foto Sérgio Pinto/CBF

Sampaio Corrêa Campeão Maranhense 2024

O maior campeão maranhense está de volta. O Sampaio Corrêa chegou ao 37º título estadual em 2024, voltando a conquistar a taça após ter sua sequência interrompida em 2023, e em um campeonato que custou para terminar.

Oito times participaram do Maranhense, que teve fórmula com a primeira fase em dois turnos. Em 14 partidas, a Bolívia Querida conseguiu oito vitórias, quatro empates e duas derrotas, que deixaram a equipe com 28 pontos, classificada na vice-liderança. Na semifinal, eliminou o Imperatriz com vitórias por 2 a 0 fora de casa e por 3 a 0 no Castelão em São Luís.

Na final, o Sampaio Corrêa enfrentou o Maranhão, que passou pelo Tuntum na semi. O primeiro jogo acabou empatado por 3 a 3. Só que, dias depois, a partida foi anulada porque o Tuntum foi punido com a perda de quatro pontos na primeira fase, caindo posições e ficando fora do mata-mata. Quem entrou no lugar foi o Moto Club, que fez nova semifinal contra o Maranhão.

Após o Maranhão ter tido que passar por nova semi, a decisão foi refeita. Os dois jogos foram no Castelão. Na ida, o Sampaio melhorou o resultado e venceu por 1 a 0. Na volta, outro triunfo por 1 a 0 confirmou o título tricolor.

A campanha do Sampaio Corrêa:
18 jogos | 12 vitórias | 4 empates | 2 derrotas | 31 gols marcados | 13 gols sofridos


Foto Ronald Felipe/Sampaio Corrêa

GAS Campeão Roraimense 2024

Tem campeão novo em Roraima! O Grêmio Atlético Sampaio, ou simplesmente GAS, freou a hegemonia de oito conquistas do São Raimundo e ficou com a taça inédita. É a volta por cima do clube que um dia foi considerado um dos piores do mundo.

O campeonato foi disputado por nove times, divididos em dois grupos e disputando dois turnos. O Leão Dourado ficou no grupo B. No primeiro turno, venceu os quatro jogos que fez, liderando a chave com 12 pontos. Na semifinal, venceu o Náutico por 1 a 0. Na final, perdeu para o São Raimundo por 2 a 1.

No segundo turno, o GAS enfrentou os adversário do outro grupo. Em mais quatro jogos, conseguiu duas vitórias e dois empates, voltando a ser líder com oito pontos. Na semifinal, passou pelo Monte Roraima ao empatar por 1 a 1 e vencer nos pênaltis por 5 a 4. Na final, fez um resultado histórico ao golear o São Raimundo por 5 a 1 e chegar à decisão geral.

Novamente contra o São Raimundo, o GAS disputou a final do Roraimão em partida única no Estádio Canarinho, em Boa Vista. Embalado, o Leão voltou a derrotar o rival, desta vez por 3 a 2, para ser campeão estadual.

A campanha do GAS:
13 jogos | 9 vitórias | 3 empates | 1 derrota | 38 gols marcados | 14 gols sofridos


Foto Reprodução/TV Ativa

Brasil Campeão da Copa América 2004

Conforme a história da Copa América avança, é possível observar muito bem as mudanças nos padrões de cronograma. Recriada para acontecer de quatro em quatro anos a partir de 1975, a periodicidade foi para de dois em dois anos a partir de 1987. A conta foi assim até 2001, quando a Conmebol reorganizou mais uma vez, colocando a edição seguinte três anos depois, em 2004. O plano nunca foi torná-la trienal, porque em algum momento a competição se chocaria com a Copa do Mundo. O objetivo real do movimento era adaptar o torneio de maneira gradual, para ser novamente quadrienal a partir de 2007.

Sediada no Peru, a Copa América de 2004, foi praticamente especial. Foi nela que o Brasil recuperou a hegemonia continental, mesmo poupando os principais jogadores levando à campo uma equipe B. O time era quase inteiro composto por jovens promessas, como o meia Alex, o goleiro Júlio César, e os atacantes Luís Fabiano e Adriano.

A seleção Canarinho ficou no grupo C da primeira fase, junto com Chile, Costa Rica e Paraguai. Na estreia, vitória por 1 a 0 sobre os chilenos. Na segunda rodada, foi a vez de golear por 4 a 1 os costarriquenhos. Na última rodada, porém, a equipe perdeu por 2 a 1 para os paraguaios, que empurraram os brasileiros para o segundo lugar da chave, com seis pontos.

Nas quartas de final, o Brasil voltou a crescer e se recuperou contra o México, na goleada por 4 a 0. mas as dificuldades voltaram na semifinal, contra o Uruguai, onde a Canarinho ficou apenas no empate por 1 a 1, precisando vencer por 5 a 3 nos pênaltis para se classificar à final.

Na decisão, chegaram Brasil e Argentina, algo inédito na Copa América. No caminho, os argentinos eliminaram Equador, Peru e Colômbia. A partida, que até hoje povoa o imaginário do torcedor, aconteceu Estádio Nacional de Lima. Com o time principal, a Argentina ficou duas à frente do placar. A primeira foi dos 20 até aos 45 do primeiro tempo, quando o zagueiro Luisão empatou pela primeira vez. E a outra foi aos 42 do segundo tempo, quando pareceu o título brasileiro estava perdido. Pareceu.

Aos 48 minutos, no último lance, Adriano recebeu a bola na entrada da área e, sem deixar ela cair no chão, girou batendo no canto esquerdo do goleiro Roberto Abbondanzieri, empatando por 2 a 2.  Com a parte argentina do estádio calada, o jogo foi aos pênaltis. Nas cobranças, Andrés D'Alessandro e Gabriel Heinze desperdiçaram, enquanto quatro brasileiros acertaram as suas. Nem precisou da quinta: o zagueiro Juan anotou 4 a 2 e o Brasil conquistou sua sétima Copa América, de maneira inesquecível.

A campanha do Brasil:
6 jogos | 3 vitórias | 2 empates | 1 derrota | 13 gols marcados | 6 gols sofridos 


Foto David Leah/Mexsport

Colômbia Campeã da Copa América 2001

A Copa América mais conturbada da era atual. Foi assim que ficou conhecida a edição de 2001, sediada na Colômbia. A tensão política entre o governo nacional e as forças paramilitares das FARC quase inviabilizaram a competição, que chegou a ser cogitada a ser realizada no Brasil. No fim, a Conmebol confirmou o território colombiano como anfitrião, mantendo à risca o rodízio de países. Por consequência, duas seleções desistiram da disputa, alegando falta de segurança: o convidado Canadá, que foi substituído pela Costa Rica, e a Argentina.

A ausência dos argentinos foi como uma bomba, na véspera do início do torneio. Para o seu lugar entrou Honduras, que precisou convocar seus jogadores com a Copa América já em andamento, e estrear quase sem fazer treinos. A corrente de fatos com o time hondurenho tornou ainda mais vexatória a eliminação do do Brasil, que perdeu por 2 a 0 para eles nas quartas de final. A baixa qualidade técnica, que teve apenas a dona da casa apresentar um bom futebol, que lhe rendeu o histórico primeiro título.

A Colômbia começou a campanha no grupo A do torneio, contra Venezuela, Equador e Chile. Na estreia, "Los Cafeteros" venceram os venezuelanos por 2 a 0. Na segunda rodada, a equipe fez 1 a 0 nos equatorianos. Na última partida, a vitória foi por 2 a 0 em cima dos chilenos. Com nove pontos e de maneira tranquila, os colombianos se classificaram na liderança da chave.

Nas quartas de final, a Colômbia venceu o Peru por 3 a 0, com dois gols de Víctor Aristizábal e um de Giovanni Hernández. Na semifinal, o adversário foi o meteoro Honduras, o qual os colombianos frearam com a vitória por 2 a 0. Gerardo Bedoya e Aristizábal fizeram os gols que colocaram Los Cafeteros na decisão.

A final da Copa América foi entre Colômbia e México, que superou Paraguai, Chile e Uruguai. A partida foi disputada em Bogotá, no El Campín, que tinha refletida na arquibancada toda a esperança de um país. O time colombiano chegava com o enorme apoio da torcida, que jamais havia visto sua seleção erguer uma taça.

A partida em si não foi bonita, mas contou com domínio dos anfitriões. O gol do título saiu aos 20 minutos do segundo tempo, com Iván Córdoba. Com 1 a 0 no placar da decisão e nenhum gol sofrido em seis jogos, a Colômbia finalmente tinha uma Copa América para chamar de sua, com 100% de aproveitamento e sem sofrer gols.

A campanha da Colômbia:
6 jogos | 6 vitórias | 0 empates | 0 derrotas | 11 gols marcados | 0 gols sofridos 


Foto Luis Acosta/AFP/Getty Images